Centro Universitário de Brasília
Faculdade de Ciências da Saúde - FACS
Curso de Enfermagem
A ABORDAGEM DO ENFERMEIRO AO PACIENTE
PORTADOR DE DOENÇAS CRÔNICO
DEGENERATIVAS DIABETES
Edinete Silva de Sena
Brasília/ DF
Junho de 2007
Edinete Silva de Sena
A ABORDAGEM DO ENFERMEIRO AO PACIENTE
PORTADOR DE DOENÇAS CRÔNICO
DEGENERATIVA DIABETES
Monografia apresentada como requisito
para conclusão do curso de Enfermagem
do UniCeub – Centro Universitário de
Brasília.
Orientadora: Prof. MSc Nívea Jaqueline
Reis Linhares.
Brasília/DF
Junho de 2007
Dedico este trabalho:
-Aos meus filhos Samuel e Isabel,
Ao meu marido Fernando Flores in memória, pela inspiração na escolha do tema.
RESUMO
Diatbetes Mellitus é um grupo de distúrbios metabólicos, de etiologia múltipla,
que se caracteriza por hiperglicemia crônica e pelo desenvolvimento a longo prazo de
complicações. O diabetes mellitus tem grande impacto no contexto de saúde publica.
Suas complicações crônicas podem ser evitadas com um efetivo controle da doença,
através do acompanhamento pela equipe de saúde e da participação do paciente e
família no seu tratamento diário. A abordagem do enfermeiro consiste em um conjunto
de ações educativas que visam a conscientização do paciente, melhor adaptação do
mesmo no sentido de prevenir complicações, fornecer informação, fazer promoção em
saúde. Este trabalho tem como objetivo: propor o aprimoramento da abordagem do
enfermeiro no acompanhamento dos pacientes diabéticos em saúde pública nos dias
atuais. Foi um estudo do tipo exploratório, realizado na Secretária de Estado de Saúde
do Distrito Federal, com participação dos enfermeiros que atuam no grupo de pacientes
diabéticos. Através da análise dos dados, ficou evidente a necessidade de capacitação
dos profissionais, bem como a necessidade de melhora dos recursos.
Palavras Chave: Enfermagem, grupo de diabetes.
SUMÁRIO
II - Dedicatória
III- Resumo
1-Introdução
1.1. Justificativa
2- Objetivos
1
4
5
2.1. Objetivo Geral
5
2.2. Objetivo Específico
5
3- Revisão bibliográfica.
6
3.1. O que é diabetes?
6
3.1.1. Fisiologia e fisiopatologia do diabetes.
6
3.1.2. Principais sinais e sintomas.
7
3.1.3. Manifestações clinicas.
8
3.1.4. Tipos de diabetes.
8
3.1.5. Rastreamento e prevenção do diabetes.
9
3.1.6. Diagnóstico do diabetes e da hiperglicemia intermediária.
10
3.2. Aspectos epidemiológicos do diabetes no Brasil e no Distrito Federal.11
3.3. Tratamento do diabetes.
13
4- Metodologia.
15
5- Apresentação dos Resultados.
16
6- Discussão
20
7- Conclusão
24
8- Referências Bibliográficas
26
9- Apêndices
28
9.1. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
28
9.2. Formulário.
30
9.3. Carta de aprovação do Comitê de ética
32
9.4. Parecer do comitê de ética
33
1. INTRODUÇÃO.
A palavra diabetes origina-se do grego significa ´passar através de, atravessar`.
Mellitus origina-se do latim e significa ´com sabor de mel`. O diabetes Mellitus é uma
doença antiga, em 1.500 antes de Cristo o egípcio Ebers descreveu sobre uma doença
com característica de grande quantidade de urina. No século II houve a denominação
do Diabetes pela descrição de Arateus da Capodócia descrevendo uma doença que
tinha como característica a conversão do corpo em urina. Só em 1675 Willis
estabeleceu o nome de Diabetes Mellitus. Brockman descobriu as ilhotas de
Langerhans no século XIX. Opie observou lesões nas células beta nas ilhotas de
pacientes que faleciam desta moléstia que provocava fome, sede, grande volume
urinário e fraqueza dos membros inferiores, desde esta época e até a descoberta da
insulina, em 1921 por Bating e Macleod os diabéticos tinham muito pouca chance de
sobrevida. (Egidio e Milech 2004).
O diabetes mellitus é uma das principais causas de hospitalização no Brasil e no
mundo, considerado como um importante problema de saúde publica, alcançando uma
elevada significância como causas de doença e morte. É um dos principais fatores de
risco para as doenças do aparelho circulatório. Entre suas complicações mais
freqüentes estão a insuficiência renal crônica, a insuficiência Cardíaca, as amputações
de pés e pernas, a cegueira definitiva, os abortos e as mortes perinatais, acarretando
ônus ao sistema único de saúde. As doenças cardiovasculares são responsáveis por
1.150.000 das internações/ano, com um custo aproximado de 475 milhões de reais,
sem incluir os gastos com procedimentos de alta complexidade. (Ministério da saúde
2006).
Em se tratando de complicações crônicas, 25% dos pacientes renal crônico em
uso de diálise são diabéticos. As principais causas de morte dos pacientes diabéticos
são: doenças cardíacas; nefropatia diabética hipertrofia e hiperfiltração. No paciente
1
diabético tipo I 50% evolui para doença crônico nefrótica e desses 30% evolui para
doença renal terminal. Hoje esse paciente pode parar em qualquer estágio, não
necessariamente chegar a renal crônico. (Seminário de atualização em diabetes e
hipertensão Brasília – DF, novembro de 2006).
A identificação precoce dos casos e o estabelecimento do vínculo entre os
portadores e as unidades básicas de saúde são elementos imprescindíveis para o
sucesso do controle desses agravos. O acompanhamento e o controle do diabetes
mellitus no âmbito da atenção básica poderá evitar o surgimento e a progressão das
complicações, reduzindo o número de internações hospitalares, bem como a
mortalidade devido a esses agravos. (Seminário de atualização em diabetes e
hipertensão Brasília – DF, novembro de 2006).
Diante da ampliação na atuação do enfermeiro em diversos campos, o
profissional enfermeiro precisa ter conhecimento cientifico, ser flexível e habilidoso em
sua abordagem com o paciente e familiar, sendo crítico e atuante em suas funções
junto a equipe de saúde, fornecendo ao cliente o necessário para a recuperação, e
controle das complicações associadas a sua patologia. VANZI e NERI apud
VASCONCELOS, BARBOSA. 2000.
Esta pesquisa trata-se de um estudo de natureza quanti-qualitativa, com uma
breve revisão de literatura, que teve como objetivo geral aprimorar a abordagem do
enfermeiro no acompanhamento dos pacientes diabéticos em saúde publica nos dias
atuais. Os objetivos específicos foram: Identificar problemas existentes relacionados à
falta de recursos físicos e materiais na assistência de enfermagem com os grupos de
pacientes portador de diabetes; Identificar a necessidade de capacitação, bem como de
atualização dos profissionais que atuam no grupo de atenção ao diabético.
A revisão bibliográfica está estruturada em subtítulos, onde se discorre sobre o
diabetes mellitus, conceitos, fisiologia e fisiopatologia do diabetes, principais sinais e
sintomas, manifestações clinica, tipos de diabetes, rastreamento e prevenção do
diabetes,
diagnostico do diabetes e da hiperglicemia intermediária, aspectos
epidemiológico do diabetes, e tratamento do mesmo. Enfatizar sobre o cuidado integral
2
no plano nacional do diabetes, descrevendo a importância da equipe de saúde no
cuidado ao diabético, dando ênfase ás ações do enfermeiro, frente ao programa de
diabetes. Dando seguimento ao trabalho, é apresentada uma analise dos dados obtidos
a partir de uma pesquisa de campo realizado com enfermeiros coordenadores do
programa de diabetes na secretária de estado de saúde do DF, regional norte; seguidos
de discussão e considerações finais.
3
1.1JUSTIFICATIVA.
A presente monografia se justifica pela importância de se entender alguns
aspectos da rotina diária de um paciente com diabetes, e então orienta-lo nas suas
dificuldades com seu tratamento, para uma melhor qualidade de vida. O diabetes vem
crescendo gradativamente no Brasil e no mundo, baseando-se em pesquisas, percebese que um dos motivos desse crescimento é atribuído a má alimentação e a falta de
informações acerca da doença. O motivo que conduziu a autora da presente
monografia à escolha do tema foi uma vivência em campo de estágio, onde a mesma
pode perceber que a maneira como o profissional enfermeiro aborda o paciente
portador do diabetes pode ser aperfeiçoada, dada à importância da atuação deste
profissional, frente ao programa de controle do diabetes. Tendo em vista a oportunidade
de aproximação durante as reuniões, poderá orientá-los de maneira eficaz, evitando os
agravos de sua patologia. Percebo a importância de uma boa orientação para melhor
se adaptar a patologia, e prevenir as complicações.
4
2. OBJETIVOS.
2.1 OBJETIVO GERAL:
• Propor o aprimoramento da abordagem do enfermeiro no acompanhamento
dos pacientes diabéticos em saúde publica nos dias atuais.
2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS:
• Identificar problemas existentes relacionados à falta de recursos físicos e
materiais na assistência de enfermagem com grupos de pacientes portador de diabetes.
• Identificar a necessidade de capacitação, bem como de atualização dos
profissionais que atuam no grupo de atenção ao diabético.
5
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 O QUE É DIABETES?
Segundo o ministério da saúde, o diabetes mellitus é um grupo de doenças
metabólicas que se caracteriza por hiperglicemia associada a complicações, disfunções
e insuficiência de vários órgãos como olhos, rins, nervos cérebro, coração e vasos
sanguíneos. É o resultado de defeito de secreção ou ação da insulina envolvendo
processos patogênicos específicos tais como: destruição das células produtoras de
insulina, resistência à ação da insulina e distúrbios da secreção da mesma. É uma
doença causada por fatores genéticos e ambientais, e junto com esses fatores temos a
obesidade, infecções bacterianas e viróticas, traumas emocionais e gravidez o que
pode antecipar o aparecimento da doença.
3.1.1 - Fisiologia e fisiopatologia do diabetes
A insulina é um hormônio anabólico secretado por células beta, um dos quatro
tipos de células nas ilhotas de Langherans no pâncreas. A secreção de insulina
aumenta após a ingestão de uma refeição, movimentando a glicose do sangue para o
músculo, fígado e células adiposas. Ela transporta e metaboliza a glicose para a
energia, sinalizando o fígado na interrupção da liberação de glicose, estimula o
armazenamento de lipídios da dieta no tecido adiposo e acelera o transporte de
aminoácidos para as células. Nos períodos de jejum o pâncreas libera continuamente
uma pequena quantidade de insulina. O glucagon, também é liberado quando os níveis
de glicose no sangue encontram-se diminuídos, estimulando o fígado a liberar glicose
armazenada; mantendo assim um nível constante de glicose no sangue. O diabetes tipo
I é caracterizado pela destruição das células beta pancreáticas. Fatores genéticos,
imunológicos e ambientais, como virais, combinados podem contribuir para a destruição
destas células beta. No diabetes tipo II há uma resistência a insulina devido à redução
6
da insulina, que diminuem as reações intracelulares envolvidas no metabolismo da
glicose; então essas reações intracelulares encontram-se diminuídas, e a insulina tornase menos efetiva na estimulação da captação da glicose pelos tecidos e na regulação
da liberação da glicose pelo fígado. Os fatores genéticos contribuem para o mecanismo
da resistência a insulina.( BRUNNER E SUNDDARTH 2005.pag 1217a 1219).
3.1.2 - Principais Sinais e Sintomas
Os sintomas principais do diabetes são: poliúria, polidipsia, polifagia, e perda
excessiva de peso. Em decorrência da deficiência de atividade insulínica a glicose não
pode penetrar nas células em ritmo normal, acumulando-se no sangue, onde seu teor
se eleva. Ultrapassando certo nível (acima de 110 mg/dl), esse açúcar transborda para
a urina, a quantidade de açúcar perdido na urina faz com que considerável soma de
energia escape pela urina sem ser aproveitada pelo organismo, causando assim uma
perda de peso excessiva apesar do apetite insaciável. Às vezes o aumento do volume
de urina é tão lento que o paciente não se apercebe, a não ser quando atinge um grau
mais elevado, aumenta não só o número de micções, mais também o volume de cada
uma delas. Como o aumento da diurese conduz a desidratação, o paciente começa a
ingerir maior quantidade de líquidos, visto que a sede se torna insaciável, mesmo na
estação mais fria do ano. (GAYTON 2002).
O diabetes é uma doença que se inicia sorrateiramente na maioria dos casos, de
maneira que nem sempre é possível saber com precisão como começou, passando-se
vários anos antes que seja diagnosticado; em outros casos, o inicio é agudo, com
sintomas marcantes, agravando-se a doença tão rapidamente a ponto de, em poucos
dias levar o paciente ao coma. A sintomatologia é decorrente da hiperglicemia, podendo
gerar desde um quadro insidioso e brando, até o aparecimento abrupto dos sintomas,
podendo culminar em uma descompensação metabólica.(MILECH ADOLPHO 2004).
7
3.1.3 - Manifestações clínicas:
Em conseqüência do aproveitamento deficiente do açúcar e da desidratação, o
diabético pode apresentar outros sintomas que levam a suspeita clínica, são: fadiga,
desânimo, indisposição para o trabalho, fraqueza, letargia, prurido cutâneo e vulvar e
infecções de repetição, nervosismo ou apatia, sonolência, dores vagas, desconforto nas
pernas, câimbras, sensação de dormência ou formigamento nos pés e nas mãos, visão
turva. Não raramente mesmo os sintomas mais característicos do diabetes podem falar
ou se manifestar tão discretamente que não chegam a chamar atenção do paciente,
sendo a doença descoberta através de uma de suas complicações. (MINISTÉRIO DA
SAÚDE 2006).
3.1.4 - Tipos de diabetes
Os tipos mais freqüentes são diabetes tipo I e diabetes tipo II. O diabetes tipo I
ou diabetes juvenil é caracterizado pela dependência de insulina, com o total de 10%
dos casos. O termo tipo I indica em sua maioria destruição de cerca de 85% das células
beta, leva ao estágio de deficiência total de insulina, sendo necessário sua
administração para prevenir suas complicações como cetoacidose, coma e morte. A
destruição das células beta é causada por processo auto-imune. O desenvolvimento do
diabetes tipo I pode ocorrer de forma rapidamente progressiva com sintomas bem
nítidos, principalmente, em crianças e adolescentes, ou de uma forma mais lenta no
adultos. (VIVER COM DIABETES 2004).
Diabetes tipo II, ou diabetes do adulto não insulino dependente, acomete mais
indivíduos na fase adulta. Atinge 95% dos casos podendo tornar-se tipo I com a
progressão das complicações O tipo II é caracterizado por uma deficiência relativa de
insulina, a administração de insulina nesses casos, quando efetuada não visa evitar
cetoacidose, mais alcançar controle do quadro hiperglicêmico. A cetoacidose é rara e,
quando presente é acompanhada de infecção ou estresse. A maioria dos pacientes
apresenta excesso de peso e em geral mostra resistência a insulina. O defeito na
secreção de insulina manifesta-se pela incapacidade de compensar esta resistência. A
8
hereditariedade tem papel importante no seu aparecimento, agravando com
alimentação incorreta e vida sedentária. (VIVER COM DIABETES 2004).
Diabetes gestacional, é a hiperglicemia ou intolerância a glicose manifestada
durante a gestação, geralmente aprece no 2º trimestre de gestação e na maioria dos
casos se resolve no período pós-parto, com possibilidade de retorno anos mais tarde,
devendo ser acompanhados por períodos regulares. A diabetes melllitus gestacional se
associa a vários riscos de complicações como trabalho de parto prematuro, morte fetal,
macrossomia. Sua etiologia é desconhecida. ( BRAGA et al. 2002).
3.1.5 - Rastreamento e prevenção do diabetes
Rastreamento do diabetes tipo II
Entre a população de diabéticos 50% não sabem que são portadores da doença,
às vezes não diagnosticados até a manifestação de suas complicações por isso, testes
de rastreamento são indicados em indivíduos assintomático que apresentem maior risco
da doença tais como: idade acima de 45 anos; sobrepeso, obesidade, antecedente
familiar, hipertensão arterial e aumento dos níveis de colesterol. Estes testes de
rastreamento sob investigação laboratorial, quando for de resultado normal, deverão ser
investigados a cada sete anos a depender do número de fatores de risco. (MINISTÉRIO
DA SAÚDE 2006).
Indivíduos com alto risco podem prevenir ou ao menos
retardar o aparecimento do diabetes tipo II. Por exemplo,
mudanças de estilo de vida reduzem 58% da incidência de
diabetes em 3 anos. Essas mudanças visam a redução de
peso de 5 a 10%, manutenção do peso perdido, aumento da
ingestão
de
fibras,
restrição
energética
moderada,
especialmente as saturadas e aumento de atividade física
regular. (Ministério da saúde 2006)
9
3.1.6 - Diagnóstico do diabetes e da hiperglicemia intermediária
Para se chegar à definição do diagnóstico do diabetes mellitus utiliza-se de
vários testes laboratoriais entre eles, o nível de glicose sanguínea após um período de
12 horas de jejum, se o resultado for maior que 110mg/dl, o paciente se submete ao
teste de tolerância à glicose, neste teste o paciente ingere uma carga de glicose de 75g
e sua glicemia é medida duas horas após a ingestão; mais a observação os critérios de
sintomas de diabetes como poliúria, polidispsia, polifágia e perda de peso excessivo,
além da glicemia casual maior ou igual a 200 mg/dl, junto com glicemia de jejum acima
de 126mg/dl juntos, pode se dizer que o paciente é portador do diabetes. Caso os
níveis glicemicos estejam acima dos parâmetros normais, e não estão elevados o
suficiente para o diagnóstico do diabetes, caracteriza-se como hiperglicemia
intermediária. (MINISTERIO DA SAUDE 2006)
Indivíduos
com
hiperglicemia
intermediária
apresentam alto risco para o desenvolvimento do diabetes.
São
também
fatores
de
risco
para
as
doenças
cardiovasculares, fazendo parte da chamada síndrome
metabólica, um conjunto de fatores de risco para diabetes e
doença cardiovascular. Durante a gravidez é um momento do
ciclo vital em que a investigação da regulação glicemia
alterada está bem padronizada. (MINISTERIO DA SAUDE
2006).
Mesmo após o diagnóstico, é importante investigar se existe algum problema
associado que necessite de tratamento imediato ou investigação mais detalhada, como
uma infecção. Será necessário fazer uma avaliação clinica inicial da historia do
paciente, em conjunto com os resultados de exames relacionados ao diagnostico de
diabetes ou controle metabólico, sintomas de diabetes incluindo apresentação inicial,
evolução e estado atual, freqüência, historia ponderal, padrões alimentares, estado
nutricional atual, historia familiar de diabetes, infecções previas e atuais, o uso de
medicamentos que alteram a glicemia, historia de atividade física; estilo de vida; historia
10
obstétrica e presença de complicações crônicas do diabetes. (MINISTERIO DA SAUDE
2006).
3.2 - ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DO DIABETES NO BRASIL E DISTRITO
FEDERAL.
O Censo Nacional de Diabetes mostrou que a ocorrência da doença é de
7,6% da população adulta na faixa dos 30 aos 69 anos. Abaixo dos 30 anos, essa
freqüência é de apenas 0,1% da população e, acima dos 70 anos, sobe para
aproximadamente 20%.
O diabetes cresce a cada dia, é cada vez mais comum. Estima-se que, em
2025 alcançara cifra de 5,4% da população adulta mundial. Com maior aumento nos
paises em desenvolvimento, com padrão acentuado de casos entre a faixa etária de
45-64 anos. No Brasil, no final da década de 1980, estimou-se que o diabetes
ocorria em cerca de 8% da população, de 30 a 69 anos de idade, residente em
áreas metropolitanas brasileiras. Essa prevalência variava de 3% a 17% entre as
faixas de 30 a 39 e de 60 a 69 anos. A prevalência da tolerância à glicose diminuída
era igualmente de 8%, variando de 6 a 11% entre as mesmas faixas etárias. Nos
dias atuais a estimativa é de 11% da população igual ou superior a 40 anos, o que
representa cerca de cinco milhões e meio de portadores (população estimada IBGE
2005).
Ermelinda Cordeiro Pedrosa (coordenadora do programa de diabetes da
associação dos diabéticos do Distrito Federal) constata que na Secretária de Saúde
do Distrito Federal são 60.000 os cadastrados e registrados pelo programa de
diabetes (informação verbal).
O diabetes apresenta alta morbi-mortalidade, com perda importante na
qualidade de vida. É uma das principais causas de mortalidade, insuficiência renal,
amputação de membros inferiores, cegueira e doença cardiovascular. A organização
mundial de saúde (OMS) estimou em 1997 que, após 15 anos de doença, 2% dos
indivíduos acometidos estarão cegos e 10% terão deficiência visual grave. Além
11
disso, estimou que, no mesmo período de doença, 30 a 45% terão algum grau de
retinopatia, 10 a 20%, de nefropatia, 20 a 35% de neuropatia e 10 a 25% terão
desenvolvido doença cardiovascular.
Mundialmente, os custos diretos para o atendimento ao diabetes variam de
2,5% a 15% dos gastos nacionais em saúde, dependendo da prevalência local de
diabetes e da complexidade do tratamento disponível. Além dos custos financeiros,
o diabetes acarreta também outros custos associados à dor, a ansiedade,
inconveniência e menor qualidade de vida que afeta doentes e suas famílias. O
diabetes representa também carga adicional a sociedade, em decorrência da perda
de produtividade no trabalho, aposentadoria precoce e mortalidade prematura.
Seminário de atualização em diabetes – Brasília novembro de 2006.
12
3.4 – TRATAMENTO DO DIABETES
Existem dois planos básicos do tratamento clinico do paciente com diabetes tipo
II, o controle glicemicos com a prevenção das complicações agudas, e a prevenção das
complicações crônicas. Esse controle glicemicos é feito através de mudança de estilo
de vida e farmacoterapia.
Mudanças positivas no estilo de vida são efetivas na prevenção e controle do
diabetes tipo II, as causas modificáveis são alimentação inadequada, e falta de
atividade física. No que diz respeito à alimentação, a quantidade energética ingerida
deve ser de acordo com a atividade física, e deve ser fracionada em cinco a seis
refeições diárias, de 50 a 60% de carboidratos, os pacientes devem ser orientados a
fazer uso de alimentos ricos em fibras, no máximo 30% de gorduras; os alimentos que
contém sacarose devem ser evitados para prevenir oscilações acentuadas da glicemia.
O uso de adoçantes não-calóricos só é seguro quando consumidos em quantidades
inadequadas. Os pacientes devem ser orientados quanto ao uso de alimentos
dietéticos, para que fiquem atentos sobre seu conteúdo calórico e de nutrientes, porque
são isentos de sacarose, mas podem ter valor calórico elevado, pelo teor de gordura.
80% dos pacientes recém diagnosticados são obesos e é recomendada a perda de
peso, para esses pacientes a dieta deverá apresentar redução de 500kcal do valor
energético diário previsto, que permitem perdas ponderais de 0,5 kg a 1 kg por semana.
Os que não conseguirem emagrecer devem buscar suporte emocional ou nutricional
individualizadas para vencer o desafio da mudança do estilo de vida. (Caderno de
atenção básica diabetes mellitus 2006).
Os hábitos de vida cada vez mais sedentários da população moderna tem levado a
obesidade devido a redução dos gastos energéticos. Um indivíduo sedentário tem 3,5
vezes mais chance de se tornar obeso que um indivíduo ativo. Pesquisas têm
demonstrado que um programa de atividade física regular de quatro a cinco sessões
por semana de sessenta minutos, é indispensável a todos os pacientes diabéticos,
tendo em vista os efeitos benéficos como a diminuição crônica da glicemia, melhoram
os níveis de lipídios plasmáticos, principalmente diminuindo significativamente os
13
triglicerídeos e aumentando o HDL-C. Silva C. Alberto. Efeitos de um programa de
atividade física regular na glicemia de pacientes diabéticos. (SILVA 2004).
14
4. METODOLOGIA.
Tipo de estudo.
Pesquisa de campo do tipo exploratória que foi realizada na Secretária de Estado
de Saúde do Distrito Federal Regional Norte, no período de fevereiro a abril de 2007.
A amostra do estudo
Inicialmente seria uma amostra de 25 enfermeiros (as) atuantes no grupo de
diabéticos dos Centros de Saúde da Regional Norte da Secretária de Estado de Saúde.
No entanto devido a não devoluções dos formulários distribuídos, foram analisadas as
respostas de sete enfermeiras.
Critério de inclusão: aceitarem participar da pesquisa, após anuência verbal e através
da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, no período destinado a
coleta de dados.
Perfil do Sujeito da pesquisa:
Os profissionais entrevistados são todos do sexo feminino, entre 25 e 48 anos de
idade, com tempo de formação entre dez e trinta anos, com tempo de atuação no grupo
de um ano a 25 anos.
Instrumento de coleta:
Os dados foram coletados através de um formulário contendo perguntas abertas
e fechadas.
Análise dos dados:
Foi quanti-qualitativa, sendo que as questões fechadas sofreram tratamento
estatístico simples com análise por números absolutos.
Considerações éticas:
O projeto segue as orientações éticas previstas da resolução 196/96 do
Ministério da saúde, referente à pesquisa envolvendo seres humanos, sendo
encaminhado ao Comitê de Ética em pesquisa envolvendo seres humanos do da
Secretária de Estado de Saúde.
15
Amostra da pesquisa:
Foram distribuídos 25 questionários semi-estruturados aos enfermeiros
atuantes no programa de diabetes da Secretaria de Estado de Saúde do DF, da
Regional Norte, que aceitaram participar da pesquisa, após anuência verbal e através
da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, no período de 15 de
fevereiro a 08 de maio de 2007. O número de questionários respondidos é menor que o
proposto, por causa da dificuldade de contactar o profissional enfermeiro.
Neste estudo foram observados os critérios éticos preconizados na Resolução
196/96 do Conselho Nacional de Saúde o qual regulamenta a pesquisa em seres
humanos. Ao pesquisado foi garantido o anonimato, a privacidade e a desistência em
qualquer etapa da pesquisa, sem prejuízo ao mesmo.
Análise dos dados:
A análise dos dados foi quati-qualitativa, sendo as que as questões sofreram
tratamento estatístico simples.
5- APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Tabela 1 – Pós-graduação em saúde publica x capacitação prévia
Sim
Não
Pós Graduação
2
5
Capacitação Prévia
2
5
Fonte: Dados recolhidos pela autora da monografia, nos Centros de Saúde da Regional
Norte da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, 2007.
16
Conforme tabela acima, dos profissionais que responderam o questionário, num total
de sete, apenas duas fizeram pós-graduação em saúde e capacitação prévia antes da
atuação no grupo de diabetes.
Gráfico 1 – Pós-graduação em saúde publica x capacitação prévia
Capacitação X Pós-graduação
6
4
Capacitação
Prévia
2
Pós Graduação
0
Sim
Não
Fonte: Dados recolhidos pela autora da monografia, nos Centros de Saúde da
Regional Norte da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, 2007.
Conforme gráfico 30% dos profissionais entrevistados, que atuam a frente do
grupo de diabetes, obtiveram capacitação prévia, e ou pós-graduação.
Tabela 2 - Fatores que dificultam na execução do trabalho com os pacientes
Portadores de Diabetes
Fatores
Quantidade
Falta de material
5
Falta de pessoal
5
Falta de interesse do paciente
3
Espaço físico inadequado
1
Fonte: Dados recolhidos pela autora da monografia, nos Centros de Saúde da Regional
Norte da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, 2007.
17
Dentre os sete profissionais entrevistados, cinco relataram sentir vários tipos de
dificuldades na execução do seu trabalho, como por exemplo: falta de material, falta de
pessoal (profissional) falta de interesse do paciente três.
Apenas uma das
entrevistadas relatou ter dificuldades no sentido de falta de espaço físico.
Gráfico 2 - Fatores que dificultam na execução do trabalho como os pacientes
Portadores de Diabetes
6
Falta de material
5
Falta de pessoal
4
3
Falta de
interesse do
paciente
2
1
Espaço físico
inadequado
0
Quantidade
Fonte: Dados recolhidos pela autora da monografia, nos Centros de Saúde da Regional
Norte da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, 2007.
Conforme
gráfico,
as
maiorias
dos
profissionais
entrevistadas
relatam
dificuldades na execução do seu trabalho, desde a falta de material, de profissional, até
a falta de espaço físico.
Ao perguntar sobre sua maior dificuldade na realização do seu trabalho,
uma das profissionais entrevistada menciona que a sala onde faz o atendimento
(realização de palestras, aconselhamento, educação em saúde), é muito pequena e
não tem ventilação .... como posso manter um paciente num ambiente deste? Tenho
que ser o mais breve possível, visto que o espaço é inadequado e não proporciona
conforto para o paciente nem para o profissional que o assiste.
18
Ao montar um programa de educação em diabetes, devemos ter conhecimento
das características da população diabética que será atendida. Conhecer o nível de
instrução e educação, os costumes étnicos e os hábitos sociais e de alimentação dos
pacientes é de extrema importância para o educador e sua equipe. Realizar uma
avaliação individual do diabético, com sua história pessoal, familiar e clínica, a situação
presente, seus conhecimentos sobre sua doença, bem como sua aceitação e receios, é
uma tarefa primordial no primeiro contato com o paciente ( SILVA, 2004 ).
Ainda outra entrevistada menciona a falta de profissionais ao perguntar sobre as
dificuldades encontradas para a realização de seu trabalho; (... Só tem a mim de
enfermeira no programa, quando saio de férias, ou de licença especial, não há
substituta, fica descoberto). Sinto falta da família acompanhando o paciente, é
importante para uma melhor adesão ao tratamento.
19
6- DISCUSSÃO
Dentre os casos de diabetes do tipo dois, 80% podem ser atendidos na atenção
básica, já os casos de diabetes tipo I exige maiores cuidados com especialistas em
vista das complicações. Tanto no diabetes tipo I como do diabetes tipo II, a equipe de
saúde da atenção básica é responsável pela coordenação do cuidado ao paciente.
(SEMINÁRIO DE ATUALIZAÇÃO EM DIABETES).
Ações básicas é o conjunto de ações, de caráter individual ou coletivo, situada
no primeiro nível de atenção á saúde, voltada para a promoção da saúde, a prevenção
de agravos, o tratamento e a reabilitação. Busca se, com isso a na direção de um
sistema de saúde centrado na qualidade de vida das pessoas e de seu meio ambiente.
AMARAL (2001).
O Sistema Único de Saúde (SUS) tem quase um milhão e meio de profissionais,
a meta é que todos os profissionais de saúde médicos e enfermeiros dê conta em 80%
de cuidar dos diabéticos, não apenas os endocrinologistas. (SEMINÁRIO DE
ATUALIZAÇÃO EM DIABETES).
(...) Diante do impacto epidemiológico da diabetes, com alta
carga de morbi-mortalidade associada à mesma, sua
prevenção e de suas complicações é hoje prioridade em
saúde publica. Na atenção básica ela pode ser efetuada por
meio da prevenção de fatores de risco para diabetes (.....) da
identificação e tratamento de indivíduos de alto risco para
diabetes, da identificação de casos não diagnosticados de
diabetes para tratamento; e intensificação do controle de
pacientes já diagnosticados visando prevenir complicações
agudas e crônicas. (Ministério da Saúde 2006).
20
Para a equipe de saúde e cada vez maior o desafio do cuidado integral ao
paciente com diabetes e sua família, por que espera se que esta possa ajudar o
paciente a mudar seu modo de viver, o que estará diretamente ligado à vida de seus
familiares e amigos. O paciente deverá aprender a gerenciar sua vida com diabetes em
um processo que vise qualidade de vida e autonomia. Em se tratando do cuidado
integral com o paciente diabético a equipe de saúde deve manter papel de coordenador
do cuidado dentro do sistema, assegurando o vinculo paciente-equipe de saúde e
implementando atividades de educação em saúde para efetividade e adesão do
paciente e efetividade das ações propostas às intervenções (Ministério da Saúde,
2006).
Dentre as ações e condutas que são preconizadas pelo Ministério da Saúde,
para toda a equipe de saúde da atenção básica a fim de assegurar o fortalecimento do
vínculo entre a equipe de saúde e o paciente, e a efetividade do cuidado, estão oferecer
cuidados a todos os pacientes, respeitando os aspectos culturais e desejos pessoais,
na visão de cuidado integral centrado na pessoa; encorajar relação paciente-equipe
colaborativa, com participação ativa do paciente na consulta; criar oportunidades para
que este expresse suas duvidas e preocupações; respeitar o papel central que o
mesmo tem no seu próprio cuidado, reconhecendo os aspectos familiares, econômicos,
sociais e culturais que podem prejudicar ou facilitar o cuidado; avaliar de forma
periódica o estado psicológico dos pacientes e sua sensação de bem-estar, levando em
consideração a carga de portar uma doença crônica, respeitando suas crenças e
atitudes. Explicitar os objetivos e abordar as implicações de um tratamento longo e
continuo. Negociar com o paciente um plano individualizado de cuidado, revisando-o
periodicamente e mudando-o de acordo com as circunstâncias, condições de saúde e
desejos do paciente. Discutir e explicar o plano de cuidado do paciente com os seus
familiares, com a concordância previa do paciente. Incentivar e promover atividades de
educação para pacientes e família. Envolver os pacientes nas discussões sobre
planejamento de ações dirigidas ao diabetes na unidade, aumentando a autonomia e o
poder dos pacientes sobre suas próprias condições. Não esquecer que o ‘especialista
em diabetes para cada paciente é o próprio paciente. Promover a educação profissional
permanente sobre diabetes na equipe de saúde a fim de estimular e qualificar o
21
cuidado. Agendar as reuniões necessárias e fazer a busca ativa dos faltosos
providenciar, se possível, contato telefônico ou visitas domiciliares por membros da
equipe entre as consultas agendadas. Possibilitar o pronto acesso ao serviço no caso
de intercorrência. Cadastrar todos os pacientes a fim de favorecer ações de vigilância e
busca de faltosos. Usar os dados dos cadastrados e das consultas de revisão dos
pacientes para avaliar a qualidade do cuidado prestado em sua unidade e para planejar
ou reformular as ações em saúde.
Ao planejar o atendimento ao diabetes em um serviço de atenção básica, devese estabelecer até que grau de complexidade se dará o controle glicêmico, se apenas
com tratamento com hipoglicemiante oral, também com insulina, pois, o grau de
treinamento da equipe e os recursos necessários no serviço aumentam com a
complexidade do manejo. As condições mínimas para atendimento ambulatorial do
paciente com diabetes tipo II dispõem de itens para a unidade como metformina,
insulinas de ação rápida e intermediária, capacidade de medir corpos cetônicos na
urina. Glicosimêtros e fitas reagentes, glicose hipertônica, glucagon, materiais
educativos, arquivos para prontuários e sistemas de registros de informações,
articulado com serviços de maior complexidade, equipe multidisciplinar treinada,
materiais mínimos para manejo básico do pé diabético.
5.1 - Atribuições do enfermeiro
Para a prestação do um serviço de qualidade na atenção básica com pacientes
diabéticos o enfermeiro tem um papel fundamental, no que se refere ao
desenvolvimento de atividades educativas, por meio de ações individuais e ou coletivas,
de promoção de saúde. Entre as atribuições do enfermeiro estão: capacitar os
auxiliares e técnicos de enfermagem e os agentes comunitários supervisionando de
forma permanente suas atividades; realizar consultas de enfermagem com pessoas
com maior risco para diabetes tipo II identificadas anteriormente, definindo claramente a
presença do risco e encaminhando ao medico da unidade para rastreamento com
glicemia de jejum quando necessário; realizar consulta de enfermagem, abordando
fatores de risco, estratificando risco cardiovascular, orientando mudanças no estilo de
22
vida e tratamento não medicamentoso, verificando adesão e possíveis intercorrências
ao tratamento, encaminhando o indivíduo ao médico quando necessário; estabelecer,
junto à equipe, estratégias que possam favorecer a adesão dos pacientes ao grupo de
diabéticos; programar, junto à equipe, estratégias para a educação do paciente;
solicitar, durante a consulta de enfermagem, os exames de rotina definidos como
necessários pelo médico da equipe ou de acordo com protocolos ou normas técnicas
estabelecidas pelo gestor municipal; orientar pacientes sobre automonitorização da
glicemia avaliar a técnica de aplicação de insulina; encaminhar os pacientes portadores
de diabetes, seguindo a periodicidade de acordo com a especificidade de cada caso,
com maior freqüência para indivíduos não-aderentes, de difícil controle, portadores de
lesões em órgãos-alvo ou com co-morbidade, para consultas com o medico da equipe;
acrescentar, na consulta de enfermagem, o exame dos membros inferiores para
identificação do pé em risco, realizando cuidados específicos nos pés acometidos e nos
pés em risco; usar os dados dos cadastros e das consultas de revisão dos pacientes
para avaliar a qualidade do cuidado prestado em sua unidade e para planejar ou
reformular as ações em saúde.
Diante da complexidade do tratamento, é importante para o grupo contar com
outros profissionais, especialmente nutricionistas, professores de educação física,
assistentes sociais, psicólogos, odontólogos, e até portadores do diabetes mais
experientes dispostos a colaborar em atividades educacionais, destacando-se a
importância da ação interdisciplinar para a prevenção do diabetes e suas complicações.
23
7- CONCLUSÃO
Entre os problemas de saúde publica do Brasil destaca-se o Diabetes como um
dos maiores, tendo em vista a demanda de recursos físicos e materiais no seu controle,
bem como no tratamento das complicações proveniente do mesmo. (ÉGIDIO, 2004).
Neste estudo destacou-se que o aumento do número de diabéticos se eleva a
cada dia, sendo necessária, portanto, um aumento da rede que dá suporte para os
mesmo. Para um bom controle da doença, exige-se mudança no estilo de vida dos
pacientes, como a adesão de hábitos de vida saudáveis como a pratica de atividade
física, alem de uma alimentação saudável. (SILVA, 2004).
Conseguir a adesão dos pacientes a tratamentos que exige mudança de
comportamento constitui-se tarefa difícil para a equipe de saúde, ficou evidente a
necessidade de uma preparação adequada destes profissionais, para a tender a
demanda dos cuidados necessários ao controle e agravos da doença. (LIMA, 2004).
Ao planejar o atendimento ao paciente diabético em qualquer nível de
assistência, é de vital importância planejar e definir as ações no sentido de evitar a falta
de material, recursos físicos e de profissionais, para melhor qualidade no atendimento,
assim como também uma capacitação previa destes profissionais frente aos programas,
dada a seriedade e complexidade da patologia envolvida. (OLIVEIRA, 2004).
Educação é o processo de desenvolvimento das habilidades intelectuais,
motoras e morais de uma pessoa, objetivando sua melhor integração e adaptação
pessoal e social, através de intervenções capazes de promover a manutenção, a
aquisição ou a modificação de conceitos e de atitudes. A educação é considerada um
instrumento básico das atividades de saúde, e quando a educação é usada na saúde,
visa uma mudança de informações, atitudes ou comportamento, criando ou mudando
percepções, utilizando forças motivadoras para se tomar decisões para agir.
(OLIVEIRA, 2004).
Segundo Griffiths, a eficiência do processo educativo no trabalho de saúde,
depende do conhecimento que temos dos princípios de aprendizagem que, segundo
ele, são motivação, repetição e participação.
24
A importância da atuação do profissional de enfermagem no trabalho de educar
pessoas para o autocuidado é reconhecida universalmente. Horta referindo-se a
enfermagem, diz que ela é a ciência e a arte de assistir o ser humano no atendimento
de sua necessidade básica, de torna-lo independente desta assistência, quando
possível, pelo ensino do autocuidado, de recuperar, manter e promover a saúde em
colaboração de outros profissionais. Educar um diabético é um processo criativo, que
exige uma equipe de profissionais trabalhando juntos, de forma coordenada,
contribuindo com serviços especializados, que possam ser necessários no auxílio do
tratamento continuado ao diabético; educar é um investimento benéfico tanto para o
paciente quanto para os profissionais da equipe de saúde. (OLIVEIRA, 2004).
25
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Brunner & Suddart. Tratado de enfermagem médico – cirúrgica. Tradução José
Eduardo Ferreira de Figueiredo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 2005.
Gaytom & Hall. Tratado de fisiologia medica. Décima edição. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan S.A, 2002.
Associação protetora dos diabetes. Viver com diabetes. 2ª edição. Portugal 2004.
BRAGA, W.R.C. Enciclopédia da saúde. Diabetes mellitus. Editora máedica e
cientifica 2001. volume 3.
Vasconcelos, L.B. Revista eletrônica de enfermagem. Consulta de enfermagem como
oportunidade de conscientização em enfermagem. Goiânia 2000.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Caderno de atenção básica. Nº 16. Brasília 2006.
SILVA. C.A. Efeito de um programa de exercício físico regular na glicemia de pacientes
diabéticos tipo II. Diabetes clinica. Jornal multidisciplinar do diabetes e patologias
associadas. São Paulo julho/agosto 2004.
Mariza B.B.S., SILVIA. H. M. ELYROSE S. B.R, PRISILA. V.P.V. Refletindo sobre a
comunicação no cuidado a enfermagem. Revista Nursing, São Paulo, v. 102, n. 9, p.
111-113, novembro. 2006.
VIII Seminário de Atualização de Diabetes e Hipertenção do Distrito Federal.
Brasília 23 e 24 de novembro de 2006.
JOSÉ. L. N., ROBERTO M. HORACIO J.R. PAULO E. E. ASSOCIAÇÃO PAULISTA
DE MEDICINA. SUS. Pagina 195-198. São Paulo. Atheneu 2004.
26
MARIA. I. C. D. Educação para o autocuidado do paciente diabético. Enciclopédia
da Saúde volume I. Rio de Janeiro. Chefes 2002.
MARIA. S. O. Plano Educativo. Clinica, diagnóstico, tratamento multidisciplinar em
diabetes. Paginas 67-76. São Paulo. Atheneu 2004.
LIMA. W. D. Efeito de um programa de exercício físico regular na glicemia de
pacientes diabéticos tipo II. Revista Diabetes Clinica, São Paulo, v. 8, n. 4, p. 270277, agosto. 2004.
27
9. APÊNDICES
9.1. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Brasília-DF,
de
de 2007.
Prezado (a) Senhor (a),
Solicito sua colaboração, no sentido de participar de uma pesquisa relacionada “A
ABORDAGEM DO ENFERMEIRO AO PACIENTE PORTADOR DE DOENÇAS CRÔNICO
DEGENETATIVA – DIABETES; NA SECRETÁRIA DE SAÚDE - DF REGIONAL NORTE:
Educação para a saúde. Que tem como objetivo aprimorar a abordagem do enfermeiro no
acompanhamento dos pacientes diabéticos em saúde publica dos dias atuais, sendo parte do
trabalho de conclusão do curso do curso de graduação em Enfermagem do Centro Universitário
de Brasília. A pesquisa não tem como objetivo avaliá-lo, e sim, conhecer sua opinião, sendo
que suas respostas serão mantidas em sigilo, pois os dados serão tratados de forma global,
sem identificação do hospital e de sua pessoa. O instrumento de coleta de dados será mantido
na guarda da pesquisadora responsável por um período de 5 anos. Informamos também que o
(a) senhor (a) tem plena liberdade de participar ou não da pesquisa, ficando garantido o direito
de não responder perguntas que lhe cause algum constrangimento, ou retirar seu
consentimento a qualquer momento.
Em casos de dúvidas e esclarecimentos entrar em contato com a pesquisadora
responsável e/ou com o Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria de Estado de Saúde do
Distrito Federal.
Este termo de consentimento foi elaborado em duas vias, ficando uma com o
pesquisador e outra com o sujeito da pesquisa, sendo um documento importante e necessário
para legalizar a utilização de suas informações como dados da pesquisa..
________________________________________________
Assinatura
28
________________________________________________
NIVIA JAQUELINE REIS LINHARES
Comitê de Ética em Pesquisa: 33254955
Telefone: 33405651
9.2. Formulário
Idade:
29
Sexo:
( ) Masculino
(
) Feminino
Tempo de Formado ( a ): __________
Fez alguma pós – graduação na área de Saúde Pública?
( ) Sim
( ) Não
Há quanto tempo atua no grupo de diabéticos? __________
Houve algum tipo de capacitação prévia?
( ) Sim ( ) Não
Quais os profissionais que atuam no grupo?
( ) Enfermeiros
( ) Técnicos de Enfermagem
( ) Médicos
( ) Outros _______________
Quantos pacientes são cadastrados? __________
Qual a freqüência das reuniões?
( ) Semanal
( ) Quinzenal
( ) Mensal
( ) Trimestral
Quais são as dificuldades que encontra para executar seu trabalho?
( ) Falta de material
( ) Falta de pessoal
( ) Falta de interesse do paciente
( ) Outros __________________
O que tem feito para identificar as dificuldades do paciente em aderir ao tratamento?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
__________________________________________________________
Há a necessidade de mais recursos humanos e materiais?
( ) Sim
( ) Não
30
Na sua opinião, há a necessidade de se realizar alguma mudança para a melhora do
grupo?
( ) Sim
( ) Não
Por quê? __________________________________________________________
__________________________________________________________________
31
32
33
Download

a abordagem do enfermeiro ao paciente portador de