Publicação Bimestral da AMIRP
Associação Mineira dos Reformadores de Pneus
Ano 1 – Nº 8 – Janeiro/Fevereiro 2009
COMPORTAMENTO
SEM RISCO
SAIBA COMO AGIR NA
CRISE MUNDIAL
Amirp em ação – Amirp apresenta
parceiros – Pág. 10
Ecoatividade – Reforma no processo
da reforma – Pág. 12
Serviços – Ecoponto: para o mosquito
não pegar carona nos pneus – Pág. 14
EXPEDIENTE
EDITORIAL
Pneus & Cia. – Ano 1 – Nº 8 – Jan/Fev 2009
Órgão Informativo da AMIRP
Diretoria AMIRP
Presidente
Paulo César Pereira Bitarães
Vice-presidente
Rogério de Matos
ASSOCIATIVISMO
A BANDEIRA PARA O
DESENVOLVIMENTO DO SETOR
Diretor de Comunicação
Marcelo Hildeu de Souza Lara
Diretor Financeiro
Fernando Antônio Magalhães
Diretor Técnico
Miguel Pires Matos
Conselheiro Fiscal
Júlio Vicente da Cruz Neto
Gerente Executivo
Ader de Pádua
Representante Institucional e Técnico
Vanderlei Carvalho
Auxiliar Administrativo
Tatiane de Faria
Revista Pneus & Cia.
Diretora Responsável
Luciana Laborne – Reg.: MTb. 12657/MG
Editores
Luciana Laborne e Mariana Conrado
[email protected]
Colaboradores
Flávio Martins, Kátia Matos, Pércio Schneider
e Rogério Santos
Revisão Final
Grazielle Ferreira
Arte e Editoração
In Foco Brasil (31) 3226-8463
www.infocobrasil.com
Impressão
Pampulha Editora Gráfica (31) 3465-5300
www.pampulhaeditora.com.br
Tiragem
5.000 exemplares
Os informes publicitários aqui veiculados são
de responsabilidade exclusiva dos anunciantes,
inclusive, com relação à veracidade.
Os textos editoriais não têm vinculação com os
materiais publicitários.
As opiniões expressas nos artigos assinados
são de responsabilidade dos autores.
Todas as pessoas têm objetivos individuais, mas muitos deles
são comuns, então, por que não haver uma união organizada
para o alcance dessas metas? Inclusive, é preciso muito trabalho,
persistência e união para sobreviver nesta era da globalização e
da competitividade.
Dizem que, se conselho fosse bom, a gente vendia. Mas, apesar da
minha pouca autoridade para fazer recomendações a quem quer
que seja, peço licença para compartilhar com vocês alguns pontos.
Na verdade nem os chamaria de conselhos, e sim de dicas:
- Enquanto o mundo se desvia com tantos desentendimentos,
disputas e indiferenças, não se iguale. Pense em tudo e em
todos. Pense no seu país, no seu estado, na sua cidade, no
seu bairro, no meio ambiente, nos seres humanos. Até porque
pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si.
- Não desperdice as oportunidades da vida. É melhor errar do
que nem tentar. Não se acomode.
Caro reformador, tenha atitude. Chega de cruzar os braços
enquanto os outros denigrem a imagem do setor. Chega de
pedir desculpas por todas as falhas que não são nossas. Vamos
esquecer as diferenças e lutar pelas semelhanças. Vamos aceitar
o desafio.
O setor precisa de empresários que entendam o associativismo,
que acreditem nessa forma de representatividade em defesa
do seu próprio crescimento. Vamos unir a entidade nacional,
as estaduais, as regionais, cada reformador, para o contínuo
desenvolvimento do segmento no Brasil. Unidos, atravessamos
as barreiras e vamos traçando a nossa história. Não digo que é
fácil. Estamos aqui com um ponto de interrogação na cabeça,
mas de peito aberto e um horizonte cheio de boas perspectivas
pela frente.
E vamos passar a marcha, porque a estrada é longa. Vamos
seguir juntos, pois o nosso destino é o sucesso. O associativismo
é a bandeira para o desenvolvimento da reforma de pneus.
AMIRP
Av. João César de Oliveira, 452 • Sala 15 • Eldorado
CEP 32310-000 • Contagem • MG • Tel: (31) 3356-3342
[email protected] • www.amirp.com.br
Paulo César Bitarães
Presidente da AMIRP
3 | Pneus & Cia.
É proibida a reprodução total ou parcial de textos
e de ilustrações integrantes da edição impressa
ou virtual, sem a prévia autorização dos editores.
A ideia do associativismo já existe desde os primórdios da
humanidade, quando o homem entendeu que precisava se
juntar a grupos para caçar, se defender, e principalmente
sobreviver. Hoje, na contemporaneidade, a base da história não
é tão diferente.
10
AMIRP EM AÇÃO
Amirp apresenta parceiros
12
ECOATIVIDADE
Reforma no processo da reforma
AMIRP em ação
Reuniões em destaque
8
Estratégia
Equipe feliz, produtividade em alta
11
Cenário
Mudanças geram oportunidades e união
21
Pneus e Frotas
Crise no mercado de transportes
22
Fazendo a diferença
Era uma vez...
24
Viver bem
Rotina: que ideia fazer dela?
26
Valores & valores
Reflexões
27
Reformadores
Guia dos reformadores de Minas Gerais
28
14
SERVIÇOS
Ecoponto: para o mosquito não pegar
carona nos pneus
4 | Pneus & Cia.
16
CAPA
Saiba como agir na crise mundial
MOMENTO DO LEITOR
Este espaço é seu. Está reservado para suas sugestões e opiniões.
Fale com a gente: [email protected]
Pela primeira vez tive a oportunidade de receber e ter o prazer de ler a revista. Quero
parabenizá-los pelo modo simples e inteligente de escrever.
Ângelo Íris
Betim – MG
Recebam meus parabéns pela revista Pneus & Cia. A cada edição vocês surpreendem. O material ficou belíssimo e o conteúdo de excelente qualidade.
Pela retrospectiva das ações da Amirp em 2008 e os planos para este ano, é
possível reconhecer a dedicação e a competência da associação para fortalecer
o segmento de reforma de pneus. Seguem meus aplausos pelo trabalho de
todos vocês.
Fernanda Maia
Belo Horizonte – MG
A Amirp tem vontade e ideias. Já deixou claro isso
na retrospectiva de 2008. O que falta é a participação mais intensa dos empresários do setor nos
eventos realizados pela associação.
Entendi nas palavras do presidente Paulo Bitarães,
na edição nº 7, que o maior desafio da Amirp para
2009 será a união com os empresários da reforma.
Já é tarde, mas ainda há tempo!
6 | Pneus & Cia.
Neste momento de incertezas em relação a curto e
médio prazo, a cooperação torna-se imprescindível
e imediata. Não cabem mais nos dias de hoje “comerciantes de pneus recauchutados”. O mercado
exige empresários que pensem em excelentes produtos acabados, preços competitivos, serviços de
qualidade, valorização de colaboradores, consciência ecológica e em lucros mais expressivos.
O setor tem potencial para crescer. O momento é
agora. E, para atingir melhores resultados, é indispensável a participação maciça dos associados. Ótimos resultados em 2009.
Sérgio Alessandro – gerente comercial
da Recapagem Castelo Ltda.
Sete Lagoas – MG
Venho acompanhando o trabalho da Amirp e é interessante saber da
disposição da associação para o desenvolvimento do setor. A reportagem
“Visibilidade inédita”, sobre a iniciativa da Amirp de levar o tema “pneu”
em discussão pública, na Assembleia Legislativa, mostra a importância do
assunto para que as autoridades políticas e a sociedade se atentem para
a relevância econômica, social e ambiental do pneu reformado. Que esse
trabalho continue e reflita em excelentes resultados para a população e
o setor de reforma.
Raphael Castro
Belo Horizonte – MG
In Foco Brasil
A UNIÃO FAZ A FORÇA.
A AMIRP é a associação que reúne
o maior número de reformadores de
pneus do Brasil. Resultado do trabalho em conjunto e do apoio oferecido
aos associados. Junte-se a nós.
Associe-se você também e faça
parte desse grupo.
AMIRP – União e força para vencer.
(31) 3356-3342
www.amirp.com.br
[email protected]
AMIRP EM AÇÃO
AMIRP PRESTA CONTAS
AOS ASSOCIADOS
Foto: arquivo Amirp
Dando continuidade à proposta de promover frequentes encontros com os empresários da reforma de
pneus, a fim de firmar relacionamento, a Amirp realizou a primeira reunião do ano, no dia 13 de janeiro.
A diretoria expôs os avanços da associação em 2008,
quanto às ações realizadas e os trabalhos de comunicação, referentes ao site e à revista Pneus & Cia.,
que já está com circulação nacional. Foi apresentada
também a prestação de contas da Amirp, registrando superávit de R$ 2.438,49 em 2008.
Entre os planos previstos para 2009, a Amirp divulgou que irá melhorar a estrutura administrativa
da associação; ampliar as ações; buscar parcerias;
realizar um seminário sobre reforma de pneus; e
promover campanhas de certificação e de TWI
(para conscientizar a população sobre o índice
máximo de 1,6mm de desgaste do pneu). Muitos benefícios estão previstos para os associados:
treinamentos de custos, palestras de capacitação
do empreendedor, consultorias técnica, jurídica e
empresarial, entre outros.
Na ocasião, o presidente da Amirp, Paulo Bitarães,
ressaltou a importância da união dos reformadores
Reunião Amirp – 13/1/2009
para o desenvolvimento do setor. Os empresários
presentes concordaram: “é preciso mudar a cultura
de ver o concorrente como inimigo. Devemos ser
parceiros”, comentou Luiz Eustáquio Domingues, da
Recapagem Pneus Prata.
Foto: arquivo Amirp
FISCALIZAÇÃO
PREFEITURA DE CONTAGEM
8 | Pneus & Cia.
O executivo e o representante técnico e institucional
da Amirp, Ader de Pádua e Vanderlei Carvalho, respectivamente, compareceram à prefeitura de Contagem, no dia 28 de janeiro, com o intuito de requisitar
maior fiscalização das empresas de reforma de pneus
da região. Os representantes da Amirp apresentaram
uma relação dos cadastrados a José Paulo Gandra, diretor de fiscalização ambiental, e a Eduardo Eustáquio
de Morais, diretor de atividades urbanas.
IPEM
Em busca de fiscalização e regulamentação para o setor,
a Amirp firma parceria com o Ipem-MG (Instituto de Pesos e Medidas de Minas Gerais). À pedido do instituto,
a associação fez um levantamento de todas as reformadoras do estado e se comprometeu em manter a relação
atualizada. A lista foi entregue no dia 30 de janeiro para
a responsável por registros do Ipem, Nelma Aparecida.
Vanderlei Carvalho (Amirp) e Nelma Aparecida (Ipem)
Foto: arquivo Amirp
SECRETARIA DE SAÚDE
Francisco Lemos (Secretaria de Saúde de Minas Gerais) e Vanderlei Carvalho (Amirp)
In Foco Brasil
A relação de todas as empresas de reforma mineiras, levantada pela Amirp, foi entregue ao gerente
de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde de
Minas Gerais, Francisco Leopoldo Lemos, no dia 5
de fevereiro. O intuito é intensificar o combate aos
criadouros do mosquito Aedes aegypti nas reformadoras. Os agentes de saúde do programa Combate à Dengue realizarão inspeções. Francisco Lemos
afirmou que repassará a lista para as 28 regionais
do estado.
Pediu, chegou.
Produtos, ferramentas
e acessórios para
reformadoras, lojas de pneus
e borracharias.
Tel (31) 3291-6979
www.gebor.com.br
9 | Pneus & Cia.
R. Cassia, 26 - Loja 01 - Prado - Belo Horizonte - MG - [email protected]
Foto: arquivo Amirp
AMIRP APRESENTA PARCEIROS
Apresentação Sebrae-MG
10 | Pneus & Cia.
Uma das pautas da reunião foi a apresentação dos
parceiros da Amirp: o escritório de advocacia Martins e Freitas e o Sebrae-MG. O advogado André
Martins explicou a tese tributária referente ao IPI
(Imposto sobre produtos industrializados) que agora
não possui mais alíquota zero para os reformadores
de pneus e se colocou à disposição dos associados
da Amirp para mais esclarecimentos e consultorias.
Já Denise Duarte, representante do Sebrae, apresentou o projeto “Varejo forte”, que oferece cursos aos
empreendedores (os donos das empresas), com o
intuito de capacitar o empresário da reforma e promover competitividade do setor, maior rentabilidade
e perenidade no negócio do empreendedor.
A partir dessas apresentações iniciais, para o conhecimento dos associados, serão montados os grupos
de interesse para que possam iniciar os cursos do Sebrae. Individualmente, as empresas poderão buscar
auxílio do advogado para entenderem a questão da
tributação e serem ressarcidas.
O executivo da Amirp, Ader de Pádua, também
apresentou o esboço inicial de uma tabela referência
de preços da Amirp. Assim que finalizada, essa tabela será divulgada e explicada para os empresários da
reforma de pneus de Minas.
Foto: arquivo Amirp
Empresários da reforma de pneus se reuniram na
Amirp para conversarem a respeito dos novos projetos da associação e conhecê-los um pouco melhor.
Após uma breve apresentação dos trabalhos desenvolvidos em 2008, a explanação referente às ações
para este ano foi iniciada. O presidente da Amirp,
Paulo Bitarães, falou da repercussão de sua viagem
à Brasília, em que propôs, junto ao presidente do
Sindipneus, Henrique Koroth, um projeto de capacitação dos afrodescendentes. O projeto, apresentado
na Comissão do Congresso Nacional, tem como objetivo profissionalizar os borracheiros, retirando-os
da informalidade.
Empresários da reforma reunidos na Amirp
ESTRATÉGIA
EQUIPE FELIZ
PRODUTIVIDADE EM ALTA
S
ócrates, filósofo grego, no ano 400 antes
de Cristo, já dizia: “O
bom chefe é aquele que faz felizes aqueles a quem comanda”.
Sábias palavras proferidas por um
sábio homem.
• boas perspectivas para o futuro;
• desenvolvimento profissional a partir de ações conduzidas pela empresa;
• equilíbrio na administração do tempo profissional e pessoal dentro das ações da
empresa;
• respeito ao profissional e à pessoa.
Muitas empresas se preocupam
em fazer as pessoas felizes no trabalho e, para isso, realizam constantes ações. Gestores de companhias como essas sabem que
uma equipe motivada produz uma
eficácia já comprovada no faturamento e por isso têm consciência
do seu papel social.
Já as empresas que estão no
outro extremo não incluem
devidamente em suas políticas as ações de valorização no capital humano,
acham que ameaçar demissão, com perda de status e
até mesmo com assédio
moral dá mais resultados.
Elas apresentam, então:
A empresa que tem políticas voltadas para a valorização de seus recursos humanos e para a
manutenção de um
clima organizacional
de satisfação, recebe
em troca profissionais
mais comprometidos,
que realmente “vestem
a camisa da organização”. Esses cuidados com o
ambiente empresarial geram
também um considerado aumento de produtividade e da qualidade do
trabalho, além de uma menor rotatividade de pessoal.
Pode-se perceber que as empresas com maior índice de
desenvolvimento são as que mais investem nas ações
voltadas para os seus talentos humanos.
As principais teorias de motivação e de liderança mostram que é fundamental as pessoas terem vontade e
interesse de fazer. Mas o que torna as pessoas felizes e
motivadas no trabalho?
Tudo isso gera baixa nos resultados financeiros. E, na maioria das
vezes, a questão financeira dos investimentos em motivação de pessoal é colocada como empecilho para essas ações.
Fazendo as contas, quem investe em pessoal
sai lucrando, com certeza!
Flávio Martins – administrador de empresa e consultor
E-mail: [email protected]
Site: www.flaviomartins.com.br
11 | Pneus & Cia.
• Remuneração condizente com as necessidades de
cada um;
• boa política de benefícios;
• bom relacionamento com os colegas;
• bom relacionamento com a chefia;
• exercício da função condizente com a vocação (trabalhar com aquilo de que se gosta faz com que a
pessoa se sinta feliz, mais produtiva e também traz
inúmeros benefícios em relação à saúde);
• desafios;
• Alto índice de atrasos e faltas
ao trabalho;
• alta rotatividade de recursos humanos (entrada e saída de pessoal,
o que gera custos elevados com
recrutamento e demissão, além da
demora para cada novo empregado
se adaptar ao novo trabalho e se
tornar produtivo);
• baixa produtividade;
• qualidade inferior de trabalho em
relação àquelas que valorizam seu
pessoal;
• elevação de custos;
• alta incidência de doenças ocupacionais, especialmente as ligada ao
campo emocional;
• alto índice de acidentes de trabalho, inclusive os motivados por
atos inseguros.
ECOATIVIDADE
REFORMA NO PROCESSO
DA REFORMA
Pesquisador inova a vulcanização de pneus com máquina e software
que economiza tempo, energia e reduz impacto ambiental
por Mariana Conrado
Foto: arquivo pessoal
Q
ue o reformador de pneus é um parceiro do
meio ambiente só por realizar seu trabalho,
isso todos sabem. Mas o interessante é descobrir empresários da área que não se acomodam
com a preservação ambiental que naturalmente ocorre no processo da reforma. E essas pessoas existem.
Há quem busca mais e consegue reformar o método
da reforma. Seja para melhorias, seja para minimizar
o impacto no meio ambiente.
O pesquisador José Pedro Souza é uma dessas pessoas que não se conformam em colaborar com o básico.
Também diretor-fundador da empresa Camelback, de
Santos, em São Paulo, ele elaborou um método inédito para o processo da reforma. Após anos de pesquisa, Souza criou uma máquina e um software que
controla a vulcanização de pneus. Foi comprovado
que o método reduz o tempo de produção, economiza energia elétrica e ainda diminui em mais de 30% a
emissão de dióxido de carbono (CO²) na atmosfera.
12 | Pneus & Cia.
O desafio
Tudo começou quando Souza foi convidado por uma
reformadora de pneus para dar assessoria na área de
qualidade. A empresa registrava 30% de índice de reclamação e um alto prejuízo financeiro. Todos os defeitos potenciais foram identificados: falhas no sistema de
ar e de vapor, maquinário com problemas de manutenção, entre outros que ocorriam por causa do despreparo dos funcionários. Problemas que, segundo Souza,
são evidentes em muitas empresas, e a falta de atenção
a eles é prejudicial. “Em uma reformadora de pneus a
equipe deve estar treinada e passar por reciclagem de
conhecimento periodicamente. Os problemas e defeitos de produção devem ser discutidos diariamente
em reunião de segurança no início do expediente, e
é preciso procurar mecanismos de correção antes do
aquecimento físico para o trabalho”, comenta.
O que era para ser uma assessoria de 15 dias passou
a ser um desafio, que durou oito anos. Nem todos os
José Pedro Souza – pesquisador
problemas da empresa foram eliminados, mas o índice
de falha caiu. “Para cada mil pneus reformados, apenas dois apresentavam algum defeito”, diz Souza.
A pesquisa
Souza não se conformava com a indicação do período ideal para vulcanização, em que era apontado
um tempo fixo para cada tipo de pneu a ser vulcanizado. Para o pesquisador, por melhor que seja a
fórmula para controle de vulcanização, existem muitas interferências durante o processo que não eram
consideradas, já que o tempo era pré-determinado.
“Há oscilações na temperatura, o sistema é pulsante
e o ritmo operacional também interfere. Portanto, são
muitas as variações, e pensando nisso surgiu o estudo
de como anular essas interferências”, constata Souza
que, desde então, passou a analisar o comportamento do processo de vulcanização.
Em 2002, o pesquisador apresentou à Incubadora de
Empresas de Santos o projeto da máquina e do sistema de controle de vulcanização, e teve a sua empresa selecionada para ocupar a Incubadora. Dois anos
depois, conseguiu o apoio da Fundação de Amparo à
Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp). Para dar
andamento à pesquisa, Souza buscou a orientação de
José Eugênio Ganade, que é químico e especialista
em vulcanização, tem experiência internacional e trabalha há mais de 50 anos na área de desenvolvimento da tecnologia da borracha.
central monitora oito pneus ao mesmo tempo e pode
programar alguns parâmetros de controle, como variação máxima de temperatura, tempo inicial de vulcanização, tempo extra para reparos de avarias, entre outros. Cada máquina tem um painel de controle
individual, para caso ocorra alguma emergência ou
problemas de manutenção durante o processo. “Antes de definirmos o software, todo o trabalho de controle era feito manualmente, apenas com multímetro
e termopar”, conta o pesquisador.
De acordo com Souza, o resultado desse método é
uma vulcanização uniforme com tempo correto, sendo a qualidade do pneu reformado igual em todos os
lotes de material. “Um pneu com o tempo correto
tem sua vida útil ampliada, tanto da carcaça como em
quilometragem, pois não passa pelo excesso de calor,
que degrada a estrutura do pneu”, diz.
O método
Colaborando com o meio ambiente
Lançada no mercado há menos de um ano, a nova
tecnologia se baseia em controlar a vulcanização por
meio de um sensor que identifica a condução do calor
dentro do composto, sinalizando as variações. Esse
sensor é acoplado na matriz e fornece informações
a um software que processa a evolução da vulcanização, indicando o momento que ocorre o ponto de
cura do composto aplicado. “Assim, torna-se possível
determinar o tempo certo da vulcanização, o material
sai do molde na hora exata, e não é preciso que os
compostos cumpram o tempo indicado para garantir
a vulcanização”, explica Souza. Em paralelo, foi desenvolvido um protótipo de máquina que vulcaniza
dez pneus simultaneamente pelo método recape, em
anéis. Esses pneus são perfilados lado a lado por uma
prensa hidráulica.
Para vulcanizar um pneu, é necessário ar comprimido, que é gerado por energia elétrica. A vulcanização com esse monitoramento apresenta redução de
30% no tempo do processo. Essa economia de tempo diminui o desperdício de combustível e, assim,
lança-se menos CO² na atmosfera. “Caso todas as
reformadoras do país adotassem esse método, haveria uma economia de energia elétrica suficiente para
abastecer por um ano uma cidade do porte de Santos, que tem aproximadamente 500 mil habitantes”,
calcula Souza.
O sistema de controle de vulcanização consiste em
uma central lógica de processamento (CLP), onde
está instalado o software. Souza explica que essa
Segundo o pesquisador, com esse método, o segmento de reforma de pneus teria grande avanço
em relação à qualidade do produto, uma economia
substancial de energia e ainda uma redução dos
defeitos de vulcanização. “Além de poluir menos e
produzir mais, poderia inclusive reduzir o preço para
o consumidor com um produto de qualidade assegurada”, finaliza Souza.
SERVIÇOS
ECOPONTO: PARA O MOSQUITO
NÃO PEGAR CARONA NOS PNEUS
Recolher os pneus inservíveis e dar a eles destinação final
adequada são reforços para combater a dengue
por Mariana Conrado
O
assunto já é bem debatido. A doença é conhecida, há esforços para o combate, mas a situação ainda é preocupante. O mosquito Aedes
aegypti, transmissor da dengue, infecta, no mundo, de
50 a 100 milhões de pessoas e causa cerca de 20 mil
mortes por ano. No Brasil, a disseminação e contaminação do vetor é presente em 26 estados. De acordo
com a Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG),
apenas em janeiro de 2009 foram registrados 2.818
casos da doença em Minas. Número alto, mas ainda
dentro do esperado pela SES-MG, devido ao aumento
de chuvas nessa época do ano. O Levantamento Rápido de Índices do Aedes aegypti (LIRAa), realizado por
algumas prefeituras municipais, detectou situação de
alerta em quase toda a região metropolitana de Belo
Horizonte, quanto à infestação do vetor.
E, segundo o gerente de vigilância ambiental da SESMG, Francisco Leopoldo Lemos, o período de maior
risco de epidemia da doença está por vir, são os meses
de março e abril. “No final do ano começa uma proliferação crescente dos mosquitos por causa do tempo
quente e chuvoso. Assim, há mais água parada para
eles depositarem seus ovos. A população do inseto
aumenta e o pico é no 3º e no 4º mês do ano, pois
nessa época já há grande número de vetores contaminados”, explica Francisco Lemos.
Já que não existem vacinas contra a dengue, nem
medicamentos que impeçam a contaminação, o método mais simples para se prevenir a doença é combater o vetor, eliminando os lugares que facilitam a
sua reprodução. Kauara Campos, referência técnica
em dengue da SES-MG, alerta: “Por isso agora precisamos redobrar a atenção e o cuidado para evitar o
nascimento do mosquito”.
Menos foco para a dengue
Quando se fala nos focos de larvas do mosquito da
dengue, a imagem de um pneu velho é uma das primeiras a serem lembradas. No entanto, qualquer local
que possa acumular água é propício para a criação
do Aedes aegypti, como latas, recipientes, tambores,
latões, sacos plásticos, caixas d’água, entre outros. E,
atualmente, o pneu já não é o principal criadouro do
mosquito. É o que aponta os resultados do LIRAa de
BH. Em janeiro de 2009, a porcentagem de criadouros encontrados em pneus foi de 7,51%, perdendo
para inservíveis como lixo e garrafas pet (32,06%) e
pratos e jarros de planta (19,82%).
“O que percebemos é que o número de criadouros
em pneus tem diminuído desde o funcionamento
dos ecopontos“, justifica Kauara. Também nomeado
como ponto de coleta, o ecoponto é um local reservado para a entrega voluntária de pneu inservível, o
14 | Pneus & Cia.
SAIBA COMO ACABAR COM A DENGUE
PISCINAS
Trate a água com cloro e limpe-a uma
vez por semana. Se não for usá-la,
cubra bem. Se estiver vazia, coloque
1 kg de sal no ponto mais raso.
PRATINHOS
Escorra a água dos pratinhos das
plantas e xaxins. Lave-os com escova
e coloque areia até a borda.
CAIXAS D’ÁGUA
Tampe as caixas-d’água, cisternas e
poços. Mantenha-os bem fechados.
que possibilita a destinação ambientalmente correta
desse material. Assim, evita-se o despejo dos pneus
em lugares impróprios, o que pode, entre outros problemas, agredir a natureza e causar danos à saúde
pública. Os pneus emitem poluentes tóxicos, se queimados a céu aberto, e podem, ainda, se transformar
em focos de mosquitos transmissores de doenças,
como a febre amarela e a própria dengue.
O trabalho de coleta e destinação de pneus inservíveis é realizado pela Reciclanip, iniciativa da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip),
em parceria com as prefeituras municipais. Dados
da entidade registram, até o momento, 340 pontos de coleta de pneus distribuídos por 21 estados
brasileiros. “Em 2008 foram contabilizadas 979 mil
toneladas de pneus inservíveis que tiveram a destinação adequada, que é equivalente a 196 milhões
de pneus de automóveis”, informa Renata Murad,
gerente-geral da Reciclanip.
Essa atividade é regulada pela Resolução 258, do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
A legislação atribui a produtores e importadores de
pneus a responsabilidade de recolher, transportar e
dar uma destinação final ambientalmente segura e
adequada aos pneus inutilizados. É obrigatório, de
acordo com as últimas determinações da Resolução,
que, para cada quatro pneus novos fabricados ou importados, as empresas e as importadoras deem destinação final a cinco pneus inservíveis.
Na legislação consta, conforme o artigo 11º, que a
adoção de procedimentos para implementação da coleta dos pneus inservíveis no Brasil é uma tarefa que
envolve vários colaboradores, desde distribuidores,
revendedores, reformadores, até os fabricantes, os
consumidores finais de pneus e o poder público. “É
um processo que exige a participação de todos. Sem
a conscientização dos empresários, da população e
o envolvimento das autoridades públicas e governamentais, a ação dos fabricantes de pneus e da Reciclanip fica limitada”, comenta o presidente da Anip,
Eugenio Deliberato.
Embale para recolhimento todas que
não for usar. Se for guardar, ponha
sempre com a boca para baixo.
A colaboração de toda a sociedade é o tema que rege
também a campanha de prevenção contra o Aedes
Aegypti, do Ministério da Saúde. Francisco Lemos
enfatiza que o combate à dengue é responsabilidade
de cada um. “Como cidadão, tenho que cuidar da
minha casa. Como funcionário e empresário, devo
cuidar do meu local de trabalho”, diz. O gerente de
vigilância ambiental ressalta o caso do reformador
de pneus, que fabrica justamente um produto que
propicia boas condições para a reprodução do mosquito transmissor de doenças. “Os empresários do
setor de pneumáticos devem ter atenção excessiva
em suas propriedades, em nome do bem-estar da
vizinhança, principalmente da própria saúde e da
dos seus funcionários. É preciso cuidar dos pneus,
principalmente dos inservíveis, descartando-os nos
pontos de coleta. Isso, além de fazer parte da responsabilidade social, evita prejuízos, pois reduz o
índice de absenteísmo e não se perde força de trabalho”, alerta o gerente.
Uma pessoa infectada pelo vírus da dengue clássica
afasta-se, no mínimo, sete dias do trabalho, pois tem
febre alta, dores de cabeça e no corpo, tonturas, náuseas, vômitos, extremo cansaço, entre outros sintomas.
Com a dengue hemorrágica, o quadro clínico é mais
grave. Além dos vestígios da doença comum, a pessoa
infectada pode apresentar também manchas vermelhas na pele, sonolência, agitação, confusão mental,
dificuldade respiratória, dores abdominais, sinais de
insuficiência circulatória e choque. A dengue hemorrágica pode levar a pessoa à morte em até 24h.
A gravidade da doença é tal que o governo apela para
a ajuda da sociedade. “O problema é que o poder
público não consegue combater a dengue sozinho.
Todos precisam se conscientizar. Fazer a prevenção
por conta própria, não apenas esperar os agentes de
saúde resolverem um problema que é de casa. O dia
em que a população entender e se mobilizar, vamos
conseguir controlar a dengue”, finaliza a referência
técnica em dengue, Kauara Campos.
LIXEIRAS
Feche bem os sacos plásticos e
mantenha as lixeiras tampadas.
Fonte: Secretaria de Saúde de Minas Gerais
PNEUS VELHOS
Entregue-os ao serviço de limpeza
urbana ou a um ponto de coleta.
Caso você precise realmente mantê-los,
guarde-os em local coberto.
15 | Pneus & Cia.
GARRAFAS
Obrigação social
CAPA
COMPORTAMENTO
SEM RISCO
SAIBA COMO AGIR NA CRISE MUNDIAL
por Luciana Laborne
P
eríodo de dúvidas, horizonte incerto, pacotes de socorro, turbulência econômica.
Sensatez, atenção e... cautela! Certamente
você já deve estar familiarizado com esses dizeres. Mesmo soltos, eles podem ser associados à
ideia central que o atual contexto inspira: crise financeira internacional. E, se o cenário é a notícia
principal em todo o mundo, a repercussão com
impactos no cotidiano já se torna previsível. Impactos que podem ser psicológicos, em decorrência da mídia ou aqueles “reais”, que apresentam
reflexos diretos no dia-a-dia; tais como a instabilidade do mercado, se deparar com a dificuldade de conseguir uma entrevista de emprego,
com a retração nos negócios, ou
até mesmo com as adaptações
feitas no seu contracheque ao
final do mês.
16 | Pneus & Cia.
Diante de tantos alardes, os
questionamentos que envolvem
a questão são gerais: como compreender o período de crise e como
se movimentar perante a ele? Afinal, ignorar as informações dessa
situação do mercado financeiro é
o que não pode ser feito.
Com origem nos Estados Unidos
e a princípio no setor imobiliário,
a crise financeira “evoluiu” para
uma crise de crédito mundial. Atingindo todos os países do mundo,
com diferentes níveis de intensidade, a dimensão da crise econômica
internacional no Brasil ainda não é
descrita de maneira clara. Opiniões
se divergem, mas algumas questões são senso comum entre consultores financeiros, como o fato
de não estarmos imunes a ela e, em
decorrência disso, a necessidade de termos cautela, mas sem pânico.
De acordo com o documento “A crise internacional e possíveis repercussões: primeiras análises”,
lançado em janeiro de 2009, pelo presidente do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),
Márcio Pochmann, para não interromper a trajetória positiva de 19 trimestres de investimentos
acima da produção, de aumento do emprego formal, de redução do desemprego e da economia
informal, o Brasil precisa crescer mais de 4%. O
documento, elaborado por técnicos do Instituto,
faz três simulações sobre os efeitos da crise internacional no Brasil. O estudo concluiu que menos de 4% significa o país interromper toda
uma situação positiva de crescimento.
Para o economista e professor do Ibmec/
MG, Alexandre Moreira Galvão, a crise é
mais severa nos países desenvolvidos e possui uma perspectiva de recessão por um período mais longo em 2009 do que nos países
em desenvolvimento. “Em função do ciclo
de crescimento mais robusto vivido nos
últimos anos, os países emergentes irão
sofrer bem menos, mas com baixo crescimento e maior estabilidade no primeiro semestre”, informa Galvão.
A partir dessas perspectivas, uma dica
é ficar atento para proteger suas finanças. É fundamental o investidor ter clara noção do nível de risco que é capaz
de suportar e do prazo de sua aplicação.
“Em termos de investimentos de recursos
excedentes, as aplicações em bancos de
primeira linha ainda formam a melhor opção a curto prazo. Já aqueles
que têm a possibilidade de investir
durante um período de dois a três
anos e, com maior agressividade, as
aplicações em bolsa de valores de empresas mais
sólidas e com maior estabilidade de resultados
constituem algumas das opções mais seguras de
investimento”, indica o economista.
Ainda referindo-se à pessoa física, Galvão sugere
criar uma reserva para evitar desequilíbrios financeiros futuros, de forma que possibilite gerar um
plano contingencial, na ameaça de desemprego.
Fazer um planejamento e um orçamento financeiro mais rígido também são sugestões do professor, que acrescenta: “é válido cortar gastos,
supérfluos, substituir o consumo e evitar compromissos a longo prazo que comprometam de 10%
a 20% da renda”.
Do ponto de vista das empresas, a recomendação, em função da restrição do crédito, é priorizar
a liquidez e restringir os investimentos, preservando apenas aqueles prioritários. “A busca deve
ser a proteção das margens operacionais e a redução dos custos. Oportunidades de aquisições
nesse período tendem a ocorrer, mas somente seriam recomendadas àquelas empresas com forte
liquidez e capital ou com elevada capacidade de
geração de resultados”, analisa Galvão.
Quanto aos investimentos, é preciso avaliar, a não
ser que os micro e pequenos empresários tenham
garantias contratuais para a demanda futura. O
professor orienta que, no caso contrário, é válido
evitar o estoque de matéria-prima de produção,
para que não ocorra a imobilização de capital.
Até porque, se o mercado permanecer recessivo,
a tendência é o preço dos fornecedores cair.
Reforma em crise?
Enquanto o mundo fala da crise econômica, é hora
de avaliar o impacto que ela pode ter sobre o seu
setor. Em primeiro lugar, nada de desespero. Tudo
depende do segmento em que sua companhia
17 | Pneus & Cia.
Foto: arquivo Amirp
atua, da saúde contábil dela e do cargo que você
ocupa. De acordo com o Ipea, será necessário um
choque muito forte na economia para se criar um
cenário de redução de vagas no mercado de trabalho. Por enquanto, o que vem sendo afetado é
o ritmo de criação de novos postos.
Segundo o economista Galvão, os setores que sofrerão menos com a crise são aqueles que produzem itens de baixo valor de aquisição, como,
por exemplo, o setor de alimentos e de bebidas.
A tendência é substituir gastos mais elevados pelo
consumo de menor valor. O economista ressalta
ainda a queda no preço das commodities . Situação
que, de acordo com Galvão, a partir do segundo
semestre deste ano, deve mudar. “Os produtos
irão retomar os seus níveis de preço e a situação
pode ser prevista, principalmente, por causa do
acúmulo de estoques no início do ano e da retomada mais lenta da produção, diante dos vários
investimentos que foram postergados”, alerta.
Renato Antunes Campos – Jac Pneus
Foto: arquivo Amirp
Os bancos, apesar da crise, quase sempre se posicionam bem em qualquer cenário no Brasil, principalmente os que possuem maior capacidade de
aquisição. Mas deve-se ter atenção à inadimplência no crédito pessoa jurídica, que deve piorar. Já
os bens duráveis são os que mais sofrem com a
crise, em especial os incluídos no setor automobilístico e os de sua cadeia produtiva.
18 | Pneus & Cia.
Mesmo não sentindo a crise, na chamada economia real, o empresário da reforma de pneus, de
Belo Horizonte – MG, Renato Antunes Campos
concorda que, quando o assunto é inadimplência,
o pé atrás é inevitável. “Talvez porque não atenda
o setor de minérios e de aço, ainda não percebo
a crise nos meus negócios. No mês de dezembro
contratei mais dois funcionários. Mas estou atento, porque o meu maior receio é a inadimplência.
Temo também que daqui alguns meses a demanda
caia”, afirma Campos.
Já para o empresário da reforma, de Contagem
– MG, Mateus Schelb, o fato de trabalhar diretamente com grandes indústrias fez com que a crise
interferisse nos seus negócios de forma complicada, desde dezembro do ano passado. “Não atendemos frotistas e pequenas empresas, o nosso direcionamento é um pouco diferente, trabalhamos
com contrato fechado com grandes indústrias,
como o grupo Fiat. Devido a isso, tivemos que nos
adaptar aos nossos clientes e tomamos medidas,
antes nunca pensadas em nossa empresa”, explica
Schelb, que, mesmo sentindo o impacto da crise,
tem como lado positivo a inadimplência zero, devido aos contratos fechados.
Mateus Schelb – Riacho Pneus
Foto: arquivo Amirp
O empresário foi obrigado a paralisar toda a empresa, pelo fato de ter 90% de seus clientes parados, dando férias coletivas de 20 dias para seus
colaboradores. “Trabalho há 18 anos no setor e
nunca tinha acontecido nada parecido, nós realmente paramos. Conversamos com todos e a
única medida implantada foi dividir o pagamento
do salário de janeiro. Mas mexer no quadro de
funcionários não está em nossos planos”, relata
Schelb, que tem um passado recente mais feliz:
“de 2008 não posso reclamar, foi um ano interessante. A crise nos afetou apenas em dezembro. E,
já que 2009 está um ano difícil, porque vamos começar a ter receita apenas em março, agora, mais
do que nunca, é a hora de puxar o freio de mão,
segurar e esperar”.
Foto: arquivo Amirp
Luiz Eustáquio Domingues – Recap. Pneus Prata
Joel de Pinho Magalhães Júnior, empresário de
Contagem – MG, trabalha com dois tipos de segmentos diferentes: o de passeio e o de carga. Segundo o reformador, o setor de passeio apresenta
uma visão, a médio e longo prazo, de melhoria,
em decorrência do aumento do preço dos pneus
novos. Já a produção e a venda no setor de carga caíram nos últimos meses. Diante da retração
no segmento de carga, o empresário optou por
orientar os funcionários para uma produção mais
enxuta, comprando apenas o necessário, para
conseguir reduzir os custos. “Não fizemos corte, nem adotamos qualquer atitude drástica em
decorrência da crise. Há dois anos estamos cortando o quadro de funcionários, com o intuito de
adequá-lo à fábrica, evitar desperdício de energia
e não contratar mão-de-obra em excesso. Mas o
ritmo no processo e na produção continua o mesmo dos últimos meses, apenas com mais cautela”,
diz Joel Júnior.
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Joel de Pinho Magalhães Júnior – Luma Pneus
Por outro lado, Luiz Eustáquio Domingues, empresário da reforma, de São Domingos do Prata – MG,
percebe a crise longe dos seus empreendimentos.
Com motivos para também comemorar o ano de
2008, dá o parecer: “contra a crise, o melhor remédio é o trabalho”. Com 20 colaboradores na
recapagem, teve o aumento de 30% na venda
e na produção no ano de 2008, se comparado a
2007. E suas perspectivas para este ano não estão
abaladas. “No setor de reforma a crise ainda não
chegou. Sem contar que, com a dificuldade de importação de carcaça, o pneu novo subiu bastante.
Há muitos pneus para reformar e estão com preço
bom no mercado. Basta o reformador ter consciência e trabalhar, em vez de ficar brigando com o
preço do mercado”, afirma Domingues, que logo
complementa: “eu acredito que a crise está mais
na mídia do que nas empresas, principalmente
quando especificamos a reforma de pneus”.
Em nome da cautela: planejamento
“Diante das expectativas de mudanças, é preciso replanejar”, afirma o gerente do Sebrae-MG,
Ricardo Pereira. De acordo com o economista, as
empresas que possuem um planejamento estratégico precisam rever os indicadores e as ações
com foco no novo cenário. As micro e pequenas
empresas que não têm o hábito de utilizar dessa
ferramenta de gestão devem analisar as práticas adotadas, pois elas influenciam no resultado
operacional.
Um plano de negócios eficaz, revisto e atualizado periodicamente, pode ser um bom antídoto
contra os efeitos maléficos do agravamento da
crise financeira nas micro e pequenas empresas.
Para o economista é necessário ter foco e visão de
longo prazo. “Planejar, realizar pesquisa de mercado, buscar informações sobre o ramo de atividade, análises setoriais e outras ferramentas de
gestão são fatores cruciais para ajudar na tomada
de decisão do empreendedor, que pode identificar
oportunidades neste momento”, aponta Pereira.
Segundo pesquisa realizada pelo Sebrae-MG, junto a empresários de micro e pequenas empresas
da indústria e do comércio, existem empresas que
ainda não adotam com frequência ferramentas
como fluxo de caixa (31%), cadastro de fornecedores (35%) e de clientes (38%). Assim, para
o gerente, é razoável pensar que empresas com
baixo nível de utilização de mecanismos de gestão
tenham maior dificuldade de lidar com mudanças
repentinas no mercado, o que requer atenção
redobrada. “É preciso calcular previamente custos fixos e variáveis,
investimentos e contratações;
tudo deve estar contabilizado
no plano de negócios”, enfatiza Pereira.
COMPORTAMENTO SEM RISCO
DICAS PARA LIDAR COM A CRISE
• Participe das reuniões em sua entidade empresarial para entender o que acontece com
o seu setor de atuação.
• Procure alternativas para atrair novos clientes
e fidelizar os já existentes.
• Controle suas despesas e receitas.
• Tenha atenção aos custos fixos. Localize e
corte todas as despesas desnecessárias.
• Fique atento ao estoque, veja se ele não
cresce com “produtos encalhados”.
• Evite contrair dívidas, principalmente em moeda estrangeira.
• Converse com seus funcionários e peça sugestões para diminuir despesas.
• Tente negociar maior prazo de pagamento
com seus fornecedores de forma a receber suas
vendas antes de ter de pagar os fornecedores.
• Não dependa de apenas um ou dois grandes
clientes.
• Não faça um investimento sem antes obter o
máximo de informações, analisar o potencial
do mercado consumidor, o nível de vendas
para o retorno e o capital de giro necessário
para manter o negócio até que ele comece a
dar retorno.
• Evite demitir colaboradores. Só o faça se for
muito necessário. Você vai precisar de profissionais treinados para enfrentar eventuais
dificuldades.
• Mantenha-se informado sobre os desdobramentos da crise, procure entender como ela
deve impactar em seus principais clientes.
• Fique atento às novas oportunidades, elas
sempre surgem em momentos de crise.
• Procure melhorar seus conhecimentos de
gestão. Quem administra melhor enfrenta
menos dificuldades nos momentos difíceis.
• Planeje. Realize um plano de negócio e busque o máximo de informações e análises de
investimentos.
ABERTURA DE EMPRESAS
• Esse procedimento será facilitado pelo
Sebrae-MG a partir de 1/7/2009, com a
criação da figura do Microempreendedor
Individual – MEI.
• O financiamento de empresas em implantação não é fácil. A análise ocorre caso a caso
e depende de alguns critérios estabelecidos,
como o bom histórico de relacionamento do
cliente com o banco, apresentação de um
bom projeto de viabilidade econômica financeira, uma parcela de capital próprio, presença de garantias, e experiência gerencial e no
ramo de atividade.
Fonte: Ricardo Pereira, gerente do Sebrae-MG
CENÁRIO
MUDANÇAS QUE GERAM
OPORTUNIDADES E UNIÃO
A
s mudanças estão
sempre presentes
em nossa vida, seja
no campo pessoal, profissional,
espiritual ou intelectual. Sabemos
que mudar não é nada fácil, gera trabalho, é preciso muita persistência. O certo seria
se, desde criança, fôssemos preparados para enfrentar
as mudanças que a vida nos proporciona e para lidar
com elas como algo prazeroso. É preciso entendê-las
como caminho necessário para a conquista, pois, para
alcançar nossos desejos e metas, devemos enfrentar as
situações adversas e nos adequar ao que tiver de ser –
mesmo que às vezes não concordemos, devemos agir
de forma realista, mas otimista. É preciso vencer os receios e perceber que as mudanças são mais produtivas
do que as acomodações.
Atualmente, as principais notícias são sobre a crise internacional. Fala-se que a economia mundial sofrerá
uma recessão, e que há alto índice de desemprego. A
previsão é de um cenário de dificuldades para 2009.
Uma crise sobre a qual nem os mais experientes sabem o real impacto e duração. O que se sabe é que
muitas surpresas podem acontecer este ano. Já podemos perceber que algumas empresas estão fazendo
alterações em suas corporações. Mudanças que eram
vistas como complexas, que há anos não conseguiam
ser realizadas.
Se as empresas, as associações, os sindicatos, as federações e as confederações não estiverem todos
Em 1994, quando se iniciou a estabilidade econômica
com o plano real, ouvíamos de especialistas que, se
as empresas não se modernizassem, estariam praticamente fora do mercado. Hoje, com a velocidade do
mundo globalizado, como devemos estar preparados?
Tomo a liberdade para dar a minha resposta: a melhor
forma de nos preparamos é com a união de nosso segmento, o associativismo. Devemos planejar juntos as
melhores ações para nosso setor, com trabalhos que
garantam melhorias de forma coletiva. Para aproveitarmos as oportunidades, precisamos nos organizar,
para, quando elas surgirem, já estarmos com as ações
prontas para serem executadas.
Se estivéssemos unidos e preparados para essa crise,
poderíamos usufruir das oportunidades para conseguir
incentivos fiscais, financiamentos com juros mais acessíveis e até mesmo o reconhecimento da sociedade.
Somos recicladores de pneus, contribuímos de forma
sustentável com o planeta e não somos poluidores do
meio ambiente. Aí fica outra pergunta: Se nem todos
valorizam o que representamos, os benefícios que
ofertamos à sociedade e o que contribuímos para os
cofres públicos, como apresentar um melhor resultado
do nosso trabalho?
Sabemos que, para chegarmos a 2010, precisamos primeiro passar por 2009. Então, bom trabalho! Vamos
nos associar e contribuir de forma voluntária para melhoria do setor que nos alimenta.
Rogério Pereira dos Santos – presidente Sindibores
(Sindicato da Indústria da Borracha e da Recauchutagem de Pneus no Estado do Espírito Santo)
E-mail: [email protected]
21 | Pneus & Cia.
A crise trouxe agilidade para alguns empresários e
está proporcionando grandes mudanças. Ressalto as
medidas do governo federal que disponibilizam recursos para investimentos e a redução das alíquotas de
imposto de renda e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Estamos assistindo à tomada de providências pelo governo para minimizar os impactos da
crise internacional no Brasil. No entanto, percebo que
o segmento de reforma de pneus não está aproveitando essas mudanças. Oportunidades que estão sendo
desperdiçadas por falta de mobilização e de uma estrutura de coesão.
empenhados e alinhados em
ações conjuntas para defender os
interesses das classes representadas,
dificilmente poderão enxergar e aproveitar as oportunidades que as mudanças
proporcionam.
PNEUS E FROTAS
CRISE NO MERCADO
DE TRANSPORTES
MEXA-SE, ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS
N
22 | Pneus & Cia.
a edição passada fiz um breve
comentário sobre uma fabulosa lição de logística que tive a
oportunidade de presenciar, e a equipe
da Pneus & Cia. pediu que eu tratasse
desse assunto nesta edição. Mas vou
pedir licença a todos, equipe e leitores, para abordar outro tema, também atual: a crise.
Antes de escrever este texto dei um
treinamento para colaboradores de
uma frota em São Paulo, que
transportam
produtos
químicos (principalmente
insumos agrícolas) e polímeros, e a reclamação
geral entre dirigentes e
motoristas foi a queda
da atividade. Desde o
final de novembro que
não transportavam uma
única bombona de
cinco litros de produto para a agroindústria. Também é
comum vermos, nos
noticiários, queixas
de que a ajuda do governo é direcionada somente para a indústria
automobilística. Mas
é preciso analisar a
questão olhando mais
para longe.
De todas as atividades industriais, a fabricação de
veículos é a que possui a mais extensa cadeia pro-
dutiva. As montadoras praticamente só fabricam
o motor. Todo o restante é comprado de fornecedores, e apenas montado pelo fabricante.
No Brasil, o automóvel requer, em boa parte, financiamento para ser vendido e comprado. Nos
Estados Unidos, sempre foi fácil ter carro, mas
comprar carro financiado é raridade. Em geral,
utiliza-se o leasing , tanto para pessoas quanto
para empresas. Já as casas são financiadas e, muitas vezes, sobre um mesmo imóvel existem duas
ou três hipotecas.
A crise atual tem raízes financeiras e é por essa
razão que por aqui afetou a indústria automobilística, enquanto que por lá foi o mercado imobiliário que sofreu.
Ultimamente, temos visto uma gritaria contra as
dispensas de funcionários, gente querendo garantia de emprego em troca de ajuda financeira,
que não aceita redução de salários e outros argumentos mais. Demissão é algo extremamente
desagradável, tanto para quem demite quanto
para quem fica desempregado. Quem já passou
por isso sabe. E eu já passei, tanto de um lado
quanto do outro.
Vamos voltar um pouco no tempo. Lembramse do apagão, alguns anos atrás? Em São Paulo, passamos por racionamento de energia, com
campanhas para redução do consumo, metas
estipuladas, sobretaxas para quem excedesse os
limites etc. Na nossa casa, para atingir as metas,
desligamos o freezer, trocamos o chuveiro elétrico pelo a gás e paramos de usar o micro-ondas.
Na prática, o que fizemos foi “demitir” nosso freezer, e, como ele não tem boca para reclamar,
isso em nada nos afetou. Tudo bem, ele também
não tem família para sustentar, filhos para educar,
nem escola para pagar, e pode haver quem considere que a comparação não é válida. Mas é aqui
que peço para olharem mais ao longe.
Assim como eu, muitas pessoas desligaram seu
freezer e, sem ele, diminuíram o estoque e o consumo de comida congelada. Mas, se analisarmos
mais a fundo, isso gerou desemprego nas indústrias de alimentos congelados, nos setores dos supermercados, onde esse tipo de alimento é vendido, nas empresas de transporte que atuam com
baús frigorificados, entre outros lugares. Menos
transporte, menos pneus para reformar.
E como uma indústria ou qualquer outro negócio
pode reduzir despesas para superar um período de
crise? Não pode comprar matéria-prima em quantidade inferior à sua necessidade de produção.
Esse é um dos pontos cuja redução se dá automaticamente, pela queda do nível de atividade e de
encomendas. O consumo de energia, da mesma
forma, vai cair proporcionalmente conforme for
diminuindo o uso das máquinas e equipamentos.
Menos encomendas e menos vendas significa menos dinheiro para pagar salários e encargos. Se
for mantida a mesma quantidade de funcionários
e, por consequência, o mesmo tamanho da folha
de pagamentos, é meio caminho andado para a
insolvência da empresa. Restam-lhe poucas alternativas e, dentre elas, concordata ou falência.
Muito se tem falado no PAC (Plano de Aceleração
do Crescimento), mas pouco ou nada é dito sobre
o PNLT (Plano Nacional de Logística dos Transportes). As metas do PAC vão até 2011, enquanto as
do PNLT vão até 2025. Se a crise atual foi inesperada, o que vai afetar o setor de transportes, caso
as metas do PNLT sejam plenamente atingidas, é
uma crise anunciada e planejada.
Já temos no Brasil empresas que
alugam vagões. Voltamos a
fabricar locomotivas depois de
décadas. Importamos trilhos
porque a indústria local não
consegue dar conta de
todas as encomendas.
E essa redução já está
acontecendo. Um estudo, também do Coppead, indica que entre
2004 e 2006 a participação do modal rodoviário
caiu dois pontos percentuais, enquanto o modal ferroviário cresceu 2,3 pontos
no mesmo período.
Outro aspecto que contribui com isso é a crescente concentração do mercado. Na edição 430,
de julho/agosto de 2008, da revista Transporte
Moderno, intitulada “Brasil é arena para fusões e
aquisições”, especialistas estimam que dentro de
10 anos o mercado de transportes terá 60% de
suas atividades concentradas nas mãos de seis a
oito empresas.
A reportagem informa ainda que, em 2007, foram registradas 17 transações no segmento, entre
aquisições e fusões, índice 55% superior a 2006.
O que fazer para superar esse cenário? Não sei.
Mas posso afirmar o seguinte: mexa-se, antes
que seja tarde demais.
Pércio Schneider – especialista em pneus da Pró-Sul
E-mail: [email protected]
23 | Pneus & Cia.
Sabe-se que no Brasil cerca de 60% de todos os
bens são transportados por rodovias. Mas, nas
metas do PNLT, a participação do modal rodoviário será reduzida cerca de 30%. E o motivo
é o alto custo desse modal. Dados do Coppead
(Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração de Empresas da Universidade Federal
do Rio de Janeiro) informam que os custos por
TKU (tonelada.km.útil) são de R$40,00 no modal
ferroviário, R$62,00 no aquaviário,
R$69,00 no dutoviário, R$248,00
no rodoviário e R$1.595,00 no aeroviário. Quem acompanha os boletins diários do informativo da NTC
& Logística pela internet percebe
que nenhum modal tem crescido
e recebido mais investimentos que
o ferroviário.
FAZENDO A DIFERENÇA
ERA UMA VEZ...
um garoto de rua. Aos seis anos foi deixado pela sua mãe na Febem. Foi lá
que ele passou o primeiro dia das crianças do qual se lembra. Viveu a infância
cheia de infrações, vícios e duros castigos. Conquistou o título de campeão de
fugas. Os educadores da fundação o consideravam irrecuperável. O decorrer
da história já se previa clichê. Mas o destino de marginalidade seguiu um novo
caminho quando ele encontrou afeto. O menino conheceu uma professora
francesa. Ela o adotou, educou, ensinou o valor da vida. Ele cresceu. Soube
aproveitar as oportunidades com quem aprendeu a fazer a diferença. Hoje é
pedagogo, e considerado um dos maiores especialistas em literatura infantil
do Brasil.
C
24 | Pneus & Cia.
açula entre dez irmãos, Roberto Carlos teria
o nome de um rei da música popular, se não
fosse pelo Ramos como último sobrenome,
e pela desigualdade social. Aos seis anos foi deixado por sua mãe na Fundação Estadual de Bem
Estar do Menor (Febem), em Belo Horizonte. Na
época, no início dos anos 70, a instituição, que
tinha a proposta de educar as crianças, passava a
imagem de paraíso e parecia a melhor opção para
as famílias carentes. Mas a realidade era diferente
do que se promovia.
“Você, moleque, é um caso irrecuperável!”. Foi
essa a frase que Roberto Carlos mais ouviu em
sua infância. Cresceu no submundo dos meninos de rua, roubava, era cheio de vícios, sem
nenhuma educação e sofria duros castigos. Os
únicos momentos felizes eram durante as visitas
semanais de sua mãe, até perderem o contato.
Ele sonhava em ser adotado, mas “as pessoas
preferiam os recém-nascidos, brancos e de olhos
verdes ou azuis”, diz. Ao longo dos sete anos
que viveu na Febem, Ramos registrou exatas 131
fugas. “Foram os piores dias da minha vida”, recorda. O pedagogo lembra que se sentia como se
não existisse, nem para ele, nem para ninguém.
O desespero no mundo onde ele não se encontrava e não se reconhecia o levou ao limite. Em
um momento sem esperança, Roberto tentou se
matar. “Mas parece que nem para isso eu tinha
sorte. Deitei no trilho e fiquei esperando o trem.
Mas ele passou ao lado”, conta, ao narrar a tentativa frustrada de suicídio.
Descobrindo o
sentido da vida
No dia em que Ramos
voltou de uma de
suas fugas, a professora francesa Margherit Duvas visitava
a Febem para um estudo sobre as instituições, a infância
e a educação.
Indignada por
apontarem uma
criança como
incorrigível,
Margherit
quis conhecer Roberto
Carlos. “Enquanto conversávamos, pensava em roubar a correntinha
que ela usava no braço. Mas em
vez de esconder o ouro, como todos faziam, ela
acariciou meu rosto e me convidou pra passar
um tempo em sua casa”, relata Ramos. E mesmo conhecendo o histórico problemático do
menino, a professora resolveu adotá-lo.
A princípio, o jovem resistiu. Planejava roubar a francesa, continuou por um tempo com
as travessuras e chegou até a inundar a casa dela,
deixando as torneiras abertas. Mas Margherit era
Foto: arquivo pessoal
por Mariana Conrado
ainda mais persistente do que ele. Contratou professores que alfabetizassem Roberto em português
e em francês. E, mais do que a ler e a escrever, a
pedagoga ensinou o jovem a dar e receber carinho.
Deu a ele um lar e oportunidades.
Segundo Roberto Carlos, foi a partir daí que ele passou a entender o verdadeiro valor da vida. Fez-se,
assim, um forte laço de amizade e admiração. Ainda
garoto, seguiu com Margherit para França, onde cursou o segundo grau e descobriu que tinha o dom de
contar histórias. Ramos diz que cresceu narrando casos. Desde que estava nas ruas, quando não sabia ler,
pegava o jornal e inventava os fatos para os colegas.
“Era uma forma de fugir da realidade”, revela.
A volta e a herança
Roberto Carlos retornou ao Brasil e, aos 19 anos, reencontrou sua mãe biológica. Estudou pedagogia e,
durante a faculdade, fez estágio justamente na Febem. “Fui como profissional. Provei que não era irrecuperável”, conta. Quando Ramos tinha 20 anos,
a francesa Margherit faleceu. O pedagogo decidiu
seguir seus passos.
Um certo dia, depois do expediente, na Febem, o
menor abandonado Alexandre, de 9 anos, abordou
Roberto Carlos para pedir dinheiro, e ele não deu.
“O menino me perguntou: ‘já aconteceu de você
falar com alguém na rua e a pessoa fingir que você
que não existe?’ Lembrei-me de quanto isso doía”,
relata. Ramos, então, levou o garoto para casa. Depois dele, foram mais 22 acolhidos. Todos estudam
e os crescidos trabalham. E a corrente não para por
aí. Alguns de seus filhos já se casaram e também
adotam outras crianças. E assim, a atitude de fazer a
diferença segue como uma herança.
História de filme
O ex-menino de rua hoje tem 43 anos. É pedagogo,
pós-graduado em literatura infantil e mestre em educação pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), em São Paulo. Roberto Carlos Ramos é também
membro da Associação Internacional dos Contadores
de Histórias e Valorizadores da Expressão Oral Mundial, sediada em Marselha, na França. Em 2001, foi
eleito um dos dez maiores contadores de histórias da
atualidade em Seattle, nos Estados Unidos. Muitas das
fábulas narradas por Roberto são suas próprias experiências, ele transforma sua história em lições de vida.
Palestrante de renome internacional, o pedagogo é
requisitado em eventos motivacionais e cursos de empresas para propagar o que ele mesmo define como
pedagogia do amor. “Procuro mostrar para as pessoas
que, com educação e carinho, podemos fazer nossa
história diferente. De forma simples assim podemos
vencer”, enfatiza.
Já famoso na TV por ter sido um personagem da
campanha “Sou brasileiro e não desisto nunca”, Ramos agora vai ter sua história registrada nas telas do
cinema. A trajetória de sua vida inspirou o diretor
Luiz Villaça, e o filme “O contador de histórias” tem
estréia prevista para este ano de 2009.
Moral da história:
Não existe criança irrecuperável. O que
faltam são oportunidades.
VIVER BEM
ROTINA: QUE IDEIA FAZER DELA?
ostumamos atribuir valor negativo à rotina.
Muitos se queixam da repetição cotidiana.
Parecem não dissociá-la da monotonia ou da
acomodação. Mas será a rotina apenas uma importuna e tediosa reprodução de fatos e uma tendência
ao comodismo?
C
houver, se sentirão fragmentados e desamparados.
Lançam-se no mundo de maneira desajeitada. Contudo, inconscientemente, não renunciam aos ingredientes que compõem a sustentação para suas desatinadas experiências. E essa fiança só é viável em um
clima de confiabilidade.
Ao refletir sobre a rotina saudável, é importante investigar seu mérito nas nossas origens – a infância. Ali,
não estaríamos aptos a defini-la como sendo o dormir,
o acordar, o receber alimentos, cuidados e afeto. Mas,
se algo nos faltasse, decerto abriríamos um berreiro
desvairado. Seriam os primeiros protestos contra os
dissabores decorrentes de falhas na boa constância
em nossas vidas.
A relação adulta com a rotina é determinada pelas experiências infantis. A partir da célula familiar, somos
impelidos a adotar um estilo conservador, positivo ou
negativo. Portanto, queixas triviais devem ser relevadas. Mas muitas vezes as fazemos por hábito ou desânimo passageiro. Nem sempre há um conteúdo substancial. Basta que nos seja subtraído um só elemento
que integre o nosso cotidiano para rapidamente o reivindicarmos de volta. Diremos: “as férias foram maravilhosas, mas como é bom dormir na minha cama...”.
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Situações rotineiras benéficas trazem segurança a bebês, crianças e jovens. É essencial a certeza da previsibilidade. Aquelas histórias que ouvíamos mil vezes
sem nos aborrecer tinham função importante: representavam a confiança de que tudo seria do mesmo jeito, a cada dia. Como pais, sem conhecer esse pretexto,
poderíamos pensar: “de novo?”.
Distanciemo-nos dessa ideia de infância e juventude felizes. Porque nem
todas o são. Ao avaliar sujeitos nascidos em condições socioeconômicas e
culturais pouco privilegiadas ou inseridos em contextos familiares desfavoráveis, defrontaremos com expressões
de medo, insegurança e descontentamento. Crianças ou jovens que têm comida dia sim, dia não. Num dia vão à escola
e no outro não. Outros que vivem em meio
a uma guerra bélica. Aqueles cujos genitores se
relacionam de maneira hostil, são alcoólatras ou
drogados. Os que são maltratados. Para esses,
a rotina se configura como algo nocivo e doentio. Não garante a felicidade.
Mesmo para os jovens, que manifestam grande instabilidade quanto a
ideias e atos, é muito significativo
o bom encadeamento familiar. Eles
vivem a contestá-lo, porém, se não
Existem, entretanto, questões mais severas que precisam ser analisadas. Um apego excessivo às situações
rotineiras e uma acentuada aversão a inovações podem sinalizar alto grau de insegurança e nenhuma disposição para mudanças. Muitos envelhecem e morrem
sapateando sobre um único terreno. Sem se dar conta
de que a vida demanda transformações,
permanecem em inércia obsessiva,
acreditando que esse fator seja decisivo para a sobrevivência. Desvinculamse da dinâmica do mundo. Outros são
regidos pela inquietude. Nos mais variados aspectos, manifestam constante
mutação: experimentam oito casamentos,
despedem-se do emprego mediante um
convite para viajar, desvinculam-se facilmente de laços afetivos. Ficarão quietos enquanto o
caldeirão do prazer estiver fervendo.
Podemos, então, pensar que rotina é vida. Não
vivemos sem uma. É equivocado afirmar
que, por não ser permanente, o sujeito
não tem rotina. Nesse caso, sua rotina é
a impermanência.
Kátia Matos – psicóloga
E-mail: [email protected]
VALORES & VALORES
“Não existe vento favorável para aquele que não sabe para onde vai.”
Arthur Schopenhauer
“Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete
uma injustiça no mundo, então somos companheiros.”
Ernesto Che Guevara
“Se você ficar pensando muito para fazer as coisas, o
momento certo delas às vezes acaba passando.”
Toquinho
“Sozinhos podemos aspirar a tão pouco; juntos podemos alcançar tanto.”
Helen Keller
“Uma injustiça cometida contra alguém é uma ameaça para todos.”
Montesquieu
“O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí
afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.”
Guimarães Rosa
“A beleza é a única coisa preciosa na vida. É difícil
encontrá-la – mas, quem consegue, descobre tudo.”
Charles Chaplin
William Shakespeare
“A inteligência é o único meio que possuímos para dominar os nossos instintos.”
Sigmund Freud
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“Os covardes morrem muitas vezes antes da morte; o valente
experimenta o gosto da morte apenas uma vez.”
REFORMADORES
GUIA DOS REFORMADORES DE MINAS GERAIS
ALFENAS
RECALFENAS
AV. JOVINO FERNANDES SALLES, 761
JARDIM BOA ESPERANÇA - TEL.: (35) 3292-6400
ANDRADAS
RECAUCHUTAGEM ANDRADENSE
ROD. PINHAL - ANDRADAS - KM 4,7
CONTENDAS - TEL.: (35) 3731-1414
ARAGUARI
PNEUBOM – FÁBIO PNEUS
AV. VER. GERALDO TEODORO DA SILVA, 79
PARQUES - TEL.: (34) 3242-3456
ARAXÁ
PNEUARA – PNEUS ARAXÁ LTDA.
AV. TANCREDO NEVES, 495
VILA SILVÉRIA - TEL.: (34) 3661-8571
BARBACENA
ASR RECAUCHUTADORA E COM. PNEUS
ROD. BR 040, KM 697, S/Nº
CAIÇARAS - TEL.: (32) 3333-0227
BQ PNEUS RECAUCHUTADORA E COMÉRCIO LTDA.
AV. GOV.BIAS FORTES, 1.629 - B
PASSARINHO - TEL.: (32) 3332-2988
RECAPE PNEUS LTDA.
RUA BETA, 120
VILA PARIS - TEL.: (31) 3353-1765
REGIGANT RECUPERADORA DE PNEUS GIGANTES LTDA.
RUA RIO ORENOCO, 884
RIACHO DAS PEDRAS - TEL.: (31) 2191-9999
SOMAR RECICLAGEM DE PNEUS LTDA.
RUA RIO ELBA, 143
RIACHO DAS PEDRAS - TEL.: (31) 3396-1758
CORONEL FABRICIANO
AUTORECAPE LTDA.
AV. JOSÉ FRANCISCO DOMINGOS, 114
DISTRITO INDUSTRIAL - TEL.: (31) 3842-3900
RECAPAGEM RIO DOCE LTDA.
AV. PRES. TANCREDO NEVES, 4.010
CALADINHO - TEL.: (31) 3841-9050
BANDA FORTE RECAUCHUTADORA
ROD. BR 040 KM 697
CAIÇARAS - TEL.: (32) 3331-4740
DIAMANTINA
PNEUSHOPPING LTDA.
RUA JOSE ANACLETO ALVES, 158
CAZUZA - TEL.: (38) 3531-2407
BELO HORIZONTE
JAC PNEUS LTDA.
AV. DOM PEDRO II, 5.038
JARDIM MONTANHES - TEL.: (31) 3464-5553
DIVINÓPOLIS
PNEUMAC LTDA.
AV. A, Nº 2.388
ORION - TEL.: (37) 3229-1111
PNEUSOLA PNEUS E PEÇAS S/A.
RUA ANTONIO ZANDONA, 144
JARDINÓPOLIS - TEL.: (31) 3361-2522
RECAMAX MÁXIMA LTDA.
ANEL RODOVIÁRIO, S/Nº - KM. 03
RANCHO ALEGRE - TEL.: (37) 3216-2000
PNEUBRASA LTDA.
AV. CRISTIANO MACHADO, 1.211
GRAÇA - TEL.: (31) 3423-4578
RENOVADORA SEGURANÇA LTDA.
RUA ANTONIO PEDRO DE ALMEIDA, 2.000
BALNEÁRIO RANCHO ALEGRE - TEL.: (37) 3222-6565
SILVEIRA & SOUZA RENOV. COM. PNEUS DE MOTOS
RUA PEDRO LÚCIO DA SILVA, 88
VENDA NOVA - TEL.: (31) 3451-5576
FORMIGA
AD PNEUS
AV. BRASIL, 1.151
MANGABEIRAS - TEL.: (37) 3322-1441
BETIM
AD PNEUS E SERVIÇOS LTDA.
RODOVIA FERNÃO DIAS, S/Nº - KM. 424
JARDIM PIEMONT - TEL.: (31) 2125-9100
RENOVADORA SEGURANÇA LTDA.
ROD. MG 050 , S/Nº - KM. 202, 3
VILA SOUZA E SILVA - TEL.: (37) 3322-1239
REDE RECAP RENOVADORA DE PNEUS LTDA.
RUA GRACYRA RESSE DE GOUVEIA, 1525
JARDIM PIEMONT - TEL.: (31) 3597-1335
UNICAP
AV. LICINIO JOSÉ PINTO, 366
MARINGÁ - TEL.: (37) 3321-1822
CAPELINHA
PNEUS CAP LTDA.
ANEL RODOVIÁRIO, 600
PLANALTO - TEL.: (33) 3516-1512
GOVERNADOR VALADARES
RECAPAGEM VALADARES LTDA.
RUA EDER DA SILVEIRA, 460
VILA ISA - TEL.: (33) 3278-2160
CONTAGEM
ARAUJO PNEUS LTDA.
RUA TOMAZ JEFFERSON, 356
JARDIM INDUSTRIAL - TEL.: (31) 3363-1840
FROTA COMPONENTES AUTOMOTIVOS LTDA.
RUA SIMÃO ANTONIO, 300
CINCÃO - TEL.: (31) 3358-0000
FOCUS PNEUS
AV. DAS AMÉRICAS, 949
PRESIDENTE KENNEDY - TEL.: (31) 3394-7879
28| Pneus & Cia.
PNEUS AMAZONAS LTDA.
RUA OSÓRIO DE MORAES, 800
VILA BARRAGINHA - TEL.: (31) 3361-7320
JURANDIR PNEUS LTDA.
RUA AUGUSTA GONÇALVES NOGUEIRA, 35
INCONFIDENTES - TEL.: (31) 3333-1555
LUMA PNEUS LTDA.
VIA EXPRESSA DE CONTAGEM, 4.800
JARDIM MARROCOS - TEL.: (31) 3352-2400
NOVATRAÇÃO MINAS GERAIS S/A.
RUA JOSÉ PERMINIO DA SILVA, 80
CINCO - TEL.: (31) 3351-4751
PNEUCON PNEUS CONTAGEM LTDA.
RUA DO REGISTRO, 1.715
COLONIAL - TEL.: (31) 3353-9924
REFORMADORA BELO VALE
AV. RIO BAHIA, 2.615
IPÊ - TEL.: (33) 3278-1508
IGARAPÉ
RECAPAGEM CAMPOS
AV. PERINA WENCESLAU DO PRADO, 699
BAIRRO JK - TEL.: (31) 3534-1552
ITABIRITO
RECAPAGEM ITABIRITO LTDA.
AV. JUSCELINO KUBITSCHEK, 215
AGOSTINHO RODRIGUES - TEL.: (31) 3561-7272
ITAMARANDIBA
BODÃO PNEUS E REFORMAS LTDA.
TRAVESSA NOVE DE JULHO, 64
SÃO GERALDO - TEL.: (38) 3521-1185
JUIZ DE FORA
AM COMÉRCIO DE PNEUS LTDA.
RUA BRUNO SIMILI, 678
DISTRITO INDUSTRIAL - TEL.: (32) 2101-1400
RECAUCHUTADORA JUIZ DE FORA LTDA.
RUA FERNANDO LAMARCA, 250
DISTRITO INDUSTRIAL - TEL.: (32) 2102-5000 / 5042
FRANS MOREIRA
ROD. BR 459 - KM. 97
RIBEIRÃO DAS MORTES - TEL.: (35) 3423-8218
LAVRAS
LAVRAS RECAP
ROD. BR 265 KM 147 Nº 2045
AEROPORTO - TEL.: (35) 3821-6308
RIBEIRÃO DAS NEVES
JP PNEUS LTDA.
ROD. BR 040, KM 514, S/Nº
NAPOLI - TEL.: (31) 3628-1634
MATIAS BARBOSA
PNEUSOLA RECAPAGEM LTDA.
OTR CENTRO EMPRESARIAL PARK SUL, 15 – A
CENTRO EMPRESARIAL - TEL.: (32) 3273-8622
SANTA LUZIA
DURAN RENOVADORA E COMÉRCIO DE PNEUS LTDA.
RUA VICENTE LOVALHO, 174
CRISTINA C - TEL.: (31) 3637-8688
SOROCABANA PNEUS LTDA.
DT EMPRESARIAL PARK SUL, 11
CENTRO EMPRESARIAL - TEL.: (32) 3273-1127
SÃO DOMINGOS DO PRATA
RECAPAGEM PNEUS PRATA LTDA.
RUA PAULO DIONISIO, 88
BOA VISTA - TEL.: (31) 3856-1724
MONTES CLAROS
RECAPAGEM SANTA HELENA
RUA TRES, 40
CENTRO ATACADISTA REGINA PERES - TEL.: (38) 3213-2051
PNEUSOLA
AV. DEPUTADO PLINIO RIBEIRO, 853
ESPLANADA – TEL.: (38) 3215-7699
MURIAÉ
L & A COMERCIAL PNEUS LTDA.
AV. RIO BAHIA, 5.800 - KM. 706
UNIVERSITÁRIO - TEL.: (32) 3722-4042
NANUQUE
CACIQUE PNEUS LTDA.
RUA ARTHUR FELIPE DOS SANTOS , 40
CENTRO - TEL.: (33) 3621-4924
SÃO JOAO DEL REY
MANTIQUEIRA RECAUCHUTADORA
AV. 31 DE MARÇO, 1731
COLONIA DO MARÇAL - TEL.: (31) 3371-7800
SÃO LOURENÇO
BRISA PNEUS LTDA.
RUA EVARISTO DA VEIGA,112
CENTRO - TEL.: (35) 3332-8333
SETE LAGOAS
RECAPAGEM CASTELO LTDA.
AV. MARECHAL CASTELO BRANCO, 4.001
UNIVERSITÁRIO - TEL.: (31) 3773-9099
RECAPAGEM SANTA HELENA
RUA OTAVIO CAMPELO RIBEIRO, 4.305
ELDORADO - TEL.: (31) 2106-6000
NOVA LIMA
RENOVADORA DE PNEUS OK S/A.
RUA DOUGLAS, 59
JARDIM CANADÁ - TEL.: (31) 3581-3294
RECAPAGEM TRES PODERES LTDA.
ROD. BR 040 KM - 471
ELDORADO - TEL.: (31) 3773-0039
PARÁ DE MINAS
AUTO RECAPAGEM AVENIDA LTDA.
AV. PROF. MELO CANÇADO, 1.729
CENTRO - TEL.: (37) 3231-5270
TIMÓTEO
REFORMADORA DE PNEUS CACIQUE LTDA.
ROD. BR 381, 2000 - KM. 195
NÚCLEO INDUSTRIAL - TEL.: (31) 3847-3154
PATOS DE MINAS
RECALTO PNEUS LTDA.
AV. JUSCELINO KUBITSCHEK OLIVEIRA, 4000
PLANALTO - TEL.: (34) 3823-7979
TORQUE DIESEL LTDA.
BR - 381 - KM 196, 2160
CACHOEIRA DO VALE - (31) 3845-4300
PATROCINIO
AUTOMOTIVA PNEUS LTDA.
AV. FARIA PEREIRA, 856
MORADA DO SOL - TEL.: (34) 3831-3366
PEDRO LEOPOLDO
ROLLEX COMÉRCIO DE PNEUS LTDA.
RUA ZICO BARBOSA, 50
TEOTÔNIO B. FREITAS - TEL.: (31) 3662-2400
PITANGUI
SUFER PNEUS E RECAPAGEM LTDA.
RUA JOÃO LOPES CANÇADO, 508
CHAPADÃO - TEL.: (37) 3271-4444
POÇOS DE CALDAS
AD PNEUS
AV. MANSUR FRAYA, 1.225
JARDIM ELIZABETE - TEL.: (35) 3713-9293
POÇOS CAP LTDA.
AV. PRESIDENTE WENCESLAU BRAZ, 400/01
CAMPO DO SÉRGIO - TEL.: (35) 3713-1237
UBERLÂNDIA
DPASCHOAL
AV. ANTONIO THOMAZ FERREIRA DE RESENDE, 3333
DISTRITO INDUSTRAL - TEL.: (34) 3213-1020
RECAPAGEM SANTA HELENA
AV. FLORIANO PEIXOTO, 4.369
CUSTÓDIO PEREIRA – TEL.: (34) 3230-2300
VARGINHA
AD PNEUS
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PARQUE URUPÊS - TEL.: (35) 3222-1886
TYRESUL RENOVADORA DE PNEUS LTDA.
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SANTA LUIZA - TEL.: (35) 3690-5511
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POUSO ALEGRE
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GEBOR COMERCIAL LTDA. – ACESSÓRIOS
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PONTE NOVA
VULCANIZAÇÃO SOROCABANA PNEUS LTDA.
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CENTRO - TEL.: (31) 3817-2566
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Revista Pneus e Cia nº08