SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO PESADA NO ESTADO DE MINAS GERAIS
SICEPOTMG
9912297310 -DR / MG
NOTÍC I AS
Divulgação Sicepot-MG
Visita à nova sede
Nova sede recebeu visita dos
ex-presidentes, diretoria e
funcionários
Página 5
ETE Arrudas
Arte no Canteiro
Andrade Gutierrez realiza
obras de ampliação
3
Lauro Nogueira
Diretoria do Sindicato recebeu mais de
Trabalhadores1200
exercitam
Secretário de Obras da
convidados no Expominas
segurança com humor
6
PBH fala de investimentos
Envelope fechado pode ser aberto pela ECT
ANO 10 • Nº 45 • MAR/ABR 2013
8
EDITORIAL
O RDC e seus
problemas
Inicialmente projetado para as obras da
Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil, o
RDC – Regime Diferenciado de Contratações
– vem sendo estendido para a contratação de
outras obras no País. A Lei nº 12.462 de agosto
de 2011, de iniciativa do Poder Executivo, que
pretende conferir maior agilidade, eficácia e
competitividade nas contratações públicas,
trouxe novos riscos e dúvidas para nossas
empresas.
A legislação, mesmo já completando
quase dois anos de sua implantação, ainda
é novidade e tema constante de debate
entre os empresários. A subjetividade na
interpretação da Lei, na análise das propostas
e na remuneração das empresas são pontos a
serem observados e motivos de preocupação
para o setor.
O RDC trouxe incertezas e inseguranças
para as empresas, que passaram a assumir,
no escopo da contratação, a responsabilidade
pela elaboração dos projetos. Sendo assim,
os atuais orçamentos referenciais das obras
potencializam os riscos das construtoras ao
assumirem contratos sem a possibilidade de
aditivos frente aos imprevistos. Vale ressaltar,
mais uma vez, que os baixos valores orçados
vêm comprometendo a rentabilidade das
nossas empresas.
Presidente
Alberto José Salum
1º Vice-presidente
Antônio Venâncio Neto
Vice-presidente de
Planejamento e Desenvolvimento
João Jacques Viana Vaz
Diretores
Jorge Salum
Jorge Luiz Libânio Sander
ALBERTO JOSÉ SALUM
PRESIDENTE DO SICEPOT-MG
Recente exemplo dessa modalidade de
contratação em nosso estado é a duplicação
da BR-381 Norte, em andamento, que
transfere a responsabilidade do projeto dos 11
lotes da rodovia para as empresas, num prazo
exíguo para sua elaboração. Porém, o fato de
não termos ainda nenhuma obra concluída
dentro do novo regime de contratação, adia
avaliações mais definitivas.
O governo implementou o RDC como um
dos sistemas de contratação, portanto, é
preciso atentar-nos para os riscos dessa
modalidade. O assunto será novamente
discutido em nosso Sindicato, no dia 6 de
maio, abordando temas conceituais e práticos
para que nossos associados possam conhecer
os critérios e especificidades do RDC. Porém,
as discussões não se encerram com esse
debate. Vamos continuar estudando o assunto
e acompanhando seus desdobramentos,
esperando que seu funcionamento entre
em consonância com as necessidades dos
nossos associados.
Vice-presidentes de Obras Rodoviárias
Emir Cadar Filho
Gonçalo Duque Estrada Frauche
Diretores
Edson Fernando Maciel Tavares
Marco Aurélio Rocha Sousa
Carlos Eduardo Staico de Andrade Santos
Marcos Antônio Delgado
Vice-presidente de Obras Urbanas
Jarbas Matias dos Reis
Diretores
Bruno Baeta Ligório
Danilo Felício Pereira
Vice-presidente de Saneamento
José Orlando Andrade Teixeira Júnior
Diretores
Marcos Vaz de Oliveira Moutinho
Paulo Henrique Caramati Manata
Vice-presidente de Obras de Arte Especiais
João Batista Ríspoli Alves
Diretor
Ronaldo Andrade Bichuette
Vice-presidente de Obras de
Edificações Públicas
Rômulo Rodrigues Rocha
Diretor
Eduardo Luiz Ramos Nascimento
Conselho Fiscal
EFETIVOS
Antônio Celso Ribeiro
Rafael Vasconcelos Moreira da Rocha
Eduardo Pretti Figueiredo Neves
SUPLENTES
Danilo Miguel Curi
André Luiz de Sousa Franco
Rodrigo Pinto de Sousa
Conselho Consultivo
EX-PRESIDENTES
Herbert Engler
Marcos Villela de Sant’Anna
José Guido Figueiredo Neves
Reynaldo Arthur Ramos Ferreira
Roberto Maluf Teixeira
Jamil Habib Curi
Emir Cadar
Luiz Augusto de Barros
Marcus Vinícius Salum
MEMBROS
Félix Ricardo Gonçalves Moutinho
Helvécio Neves Marins
Márcio Duarte Câmara
Edmundo Mariano da Costa Lanna
SICEPOTMG NOTÍCIAS
02
Assessoria de Comunicação Social
Sandra M. Polastri Ferreira
Assessoria de Imprensa
Gisele Serra
Coordenação Editorial
Lélio Fabiano e Associados
Jornalista Responsável
Lélio Fabiano dos Santos
MG 01143JP
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Delegados Representantes Junto à Fiemg
EFETIVOS
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SUPLENTES
João Jacques Viana Vaz
Emir Cadar
Diretor Executivo
Marcelo de Cerqueira Viana
Obras no Estado
ETE Arrudas
Arquivo Copasa
será das maiores do País
Ampliação da ETE Arrudas
Uma das maiores e mais modernas Estações de Tratamento de
Esgoto do país, a ETE Arrudas, está sendo ampliada. A empresa
Andrade Gutierrez é a responsável pelas obras na Estação que
ocupa uma área de 63,8 hectares, localizada no final da Avenida
dos Andradas, em Sabará.
As obras começaram em novembro do ano passado e deverão
estar concluídas até o fim de 2014, com investimentos de R$
186 milhões. A ampliação da capacidade da ETE foi planejada,
de acordo com a Copasa, para atender a expansão demográfica,
gerar economia de energia elétrica e diminuir a poluição do meio
ambiente. Hoje, cerca de 60% do esgoto produzido em Belo
Horizonte e 40% dos esgotos de Contagem são recebidos e
tratados na ETE Arrudas, beneficiando cerca de 1,5 milhão de
habitantes. A ampliação proporcionará um aumento de 50% na
capacidade de tratamento do esgoto.
A capacidade de tratamento atual, de 2,3 m³ por segundo
e 194,4 milhões de litros de esgoto por dia passará para 3,3
m³ por segundo e 285 milhões de litros por dia. As obras serão
realizadas no tratamento preliminar e no tratamento primário e
secundário. Na primeira etapa do tratamento são retirados os
lixos grosseiros e areia. Em seguida, é feito um processo biológico
para a remoção da poluição. Nos decantadores primários são
removidos os sólidos em suspensão sedimentáveis, sólidos
flutuantes e parte da matéria orgânica dos esgotos. Nos
secundários ocorre a separação sólido/líquido do efluente do
Área de 63,8 hectares
Empresa: Andrade Gutierrez
População beneficiada: 1,5 milhão de habitantes
Previsão de conclusão: Fim de 2014
Valor: R$ 186 milhões
Tratamento atual: 2,3 m³ por segundo
Tratamento após obras: 3,3 m³ por segundo
reator biológico, de modo a sedimentar e concentrar os flocos
biológicos (lodo) no fundo do tanque e permitir a clarificação
do líquido a ser enviado ao corpo receptor.
As intervenções para a ampliação compreendem: instalação de
raspador e parafuso classificador na caixa de areia, instalação de
peneiras no tratamento preliminar, construção de um reator de
lodo ativado com seus acessórios, ampliação da elevatória de lodo,
construção de flotadores para o lodo secundário e acessórios,
construção de digestores primários e um secundário, instalação
de sistemas de mistura e de coleta de gás, construção de dois
decantadores secundários, instalação de mais uma centrífuga,
substituição das comportas de fibras de vidro, substituição dos
stop log dos reatores de lodo ativado, adequação da interligação
entre os reatores de lodo ativado e decantadores secundários.
Além do investimento para as obras de ampliação, a ETE
Arrudas já recebeu R$ 270 milhões em investimentos, incluindo
recursos para a central termoelétrica, somando R$ 456 milhões.
03
NOTAS
Sondagens anunciam
metrô na Zona Sul de BH
Governador anuncia
investimentos
O solo de alguns pontos movimentados da Zona Sul de Belo Horizonte vem sendo objeto de trabalho de sondagem desde setembro
do ano passado com o objetivo de se estabelecer por onde passarão
as duas novas linhas do metrô, com as obras previstas para 2014. As
perfurações, mecanizadas ou manuais, usam grandes máquinas para
estudos sobre a estrutura do subsolo, através de pequenos furos
com cerca de 10 centímetros de diâmetro e profundidade variável de
30 a 50 m, dependendo do túnel a ser escavado. Com as amostras
dos solos, rochas e outras informações, será possível identificar os
obstáculos à passagem do metrô. As perfurações vão custar R$ 6,4
milhões (do Governo do Estado e PBH) e buscam dar subsídios ao
projeto de engenharia, que vai desenhar o trajeto das novas linhas
do metrô. As sondagens fazem parte dos estudos para a construção
das linhas 2 e 3, que irão até o Barreiro e à Savassi, aumentando a
capacidade de 200 mil passageiros/dia para 980 mil passageiros/dia,
passando dos atuais 28 km para 44 km de percurso. De acordo com
a Setop, as análises iniciais demonstram que o solo “não é impeditivo
aos trabalhos do metrô”. Os trechos que podem apresentar maiores
dificuldades para a construção do metrô são os mais próximos do
Ribeirão Arrudas.
O governador Antonio Anastasia apresentou para os
secretários as principais propostas de investimentos
nas áreas de seu governo em 2014. Serão investidos
R$ 28 bilhões para melhorar as condições de vida dos
mineiros e ampliar a competitividade do Estado, atraindo
empreendimentos que gerem emprego, renda e desenvolvimento. Do total, R$ 9 bilhões são provenientes de
operações de crédito e R$ 19 bilhões de recursos do
orçamento do Estado e de empresas estatais. No setor
de transportes, serão implantados, através do programa
Caminhos de Minas, 1.070 km de rodovias, em 37 trechos
e conclusão de projeto executivo para outros 39 trechos,
com investimentos de R$ 3,75 bilhões. Nesse montante,
estão incluídos R$ 263 milhões para a conclusão de
dez trechos do Proacesso, completando 216 municípios
beneficiados. A rede de metrô receberá R$ 750 milhões
na ampliação da participação da modalidade metroviária
na matriz de transporte da RMBH, contribuindo para a
melhoria da mobilidade urbana.
Palestra com
Max Geringher
O administrador
e especialista em
gestão de carreiras, Max Geringher,
dará uma palestra,
no dia 16 de maio,
aos associados do
Sicepot-MG. O encontro acontecerá
no auditório do Museu Inimá de Paula, às 19h30. A ação faz parte do calendário
de comemorações dos 45 anos do Sindicato. Max Gehringer é
administrador de empresas e escritor, autor de diversos livros
sobre carreiras e gestão empresarial. Tornou-se conhecido por
suas colunas em revistas, rádio e no programa Fantástico, da TV
Globo. Formado em Administração de Empresas, foi um dos cinco
finalistas do prêmio Top of Mind em 2005 e 2006 na categoria
Palestrante.
04
Nova sede
Diretoria e funcionários
visitam futura casa
Divulgação Sicepot-MG
A diretoria, o conselho, os ex-presidentes e os funcionários
do Sicepot-MG visitaram, no dia 1º de março, as obras da futura
sede do Sindicato, na Barão Homem de Melo, 3.080, no bairro
Estoril. A arquiteta da obra, Ana Machado, e o engenheiro
responsável da EPO, construtora que está executando o
projeto, Gilberto Vieira, apresentaram os detalhes da obra,
passando por todos os setores. O diretor-presidente da EPO,
Gilmar Dias, também acompanhou a visita.
O prédio, com seis pavimentos, terá três andares de
estacionamento para aproximadamente 350 carros e outros
três andares de serviços. Ana Machado explicou que a
fachada, seguindo o projeto, será de vidro, com iluminação
natural, seguindo uma solicitação da secretaria municipal
de Meio Ambiente. Além da fachada, os amplos espaços
privilegiam a iluminação e ventilação natural, contando
também com sistema inteligente, que acionará e desligará
luz e ar condicionado automaticamente. O ar condicionado
central poderá ser regulado em todas as salas. “O prédio
terá o selo verde. Teremos um teto verde, sistema de
irrigação automatizada nos canteiros e um reservatório
para reaproveitamento de água de chuvas com capacidade
para 36 mil litros”, enumera Ana Machado.
O presidente do Sicepot-MG, Alberto Salum, explicou que
a nova sede terá espaço para atender a todas as demandas
dos associados, incluindo três auditórios, salas multiuso e um
espaço externo para exposição de máquinas e equipamentos:
“Na atual conjuntura, é fundamental termos espaço para
atender bem os associados, funcionários, assessorias e
comissões do Sindicato. Crescemos bastante nos últimos
anos e nossa atual sede acabou ficando modesta para os
serviços que prestamos para o associado”.
Os serviços de alvenaria e rebocos foram concluídos no
dia 15 de março, finalizando toda a parte de estrutura. A
previsão de entrega das obras e mudança da sede é para o
final deste ano.
05
Saúde e Segurança
ENTREVISTA
Luciana
Serra
Trabalhadores exercitam
SEGURANÇA
com humor e alegria
Luvas, capacetes, botas e outros equipamentos ganharam
vida para demonstrar para os empregados das empresas de
construção, com humor e criatividade, o que fazer no trabalho
para evitar acidentes e manter a segurança. O Projeto Arte no
Canteiro, desenvolvido pelo SESI, para as empresas da construção,
foi levado para os canteiros de obras, com o objetivo de prevenir
acidentes de trabalho, além de combater o desperdício de materiais
nas obras.
Os equipamentos de segurança são utilizados em peças
de teatro itinerantes em mais de cem canteiros de obras
espalhados pelo Estado, atingindo um público estimado em 30
mil trabalhadores. As ferramentas ganham vida no palco como
protagonistas de várias histórias curiosas e educativas, que levam
os operários a refletir sobre a segurança em suas próprias rotinas
de trabalho. Outras questões delicadas como o alcoolismo, por
exemplo, também são abordadas nas encenações, demonstrando
o risco de morte e prejuízos físicos para o trabalhador.
O SESI é o responsável pela infraestrutura, montagem e atores,
que se apresentam para os trabalhadores durante 35 minutos.
O palco foi desenvolvido em estrutura metálica em formato de
andaime. Um guindaste de construção transporta os atores,
que são suspensos por cabos de aço e
os trabalhadores têm como arquibancada
baldes típicos da construção. A iniciativa
do Sesi nasceu da preocupação com o
aumento do número de acidentes com
os trabalhadores nos canteiros de obras,
06
número proporcional ao crescimento do mercado da construção,
o setor que mais emprega no país atualmente.
O Gestor da Qualidade e Informação João Carlos Rocha, da
Proart Engenharia, uma das empresas associadas ao SicepotMG que solicitaram a apresentação do projeto, falou sobre a
importância da iniciativa: “A peça foi muito bem recebida pelos
nossos colaboradores que ficaram extremamente satisfeitos com
a apresentação que, além de divertida e instrutiva, é muito didática
- com música e bonecos-personagens ‘conhecidos’ da turma. A
apresentação ocorreu de uma forma extremamente profissional,
bem estruturada e com uma equipe nota 10. A iniciativa foi muito
importante para a conscientização dos nossos trabalhadores”.
45 ANOS
SICEPOT-MG:
45 anos de história
Às 10 horas da manhã, do dia 9 de março de
1968, acontecia a primeira reunião da Associação
Profissional da Indústria da Construção de
Estradas, Pontes, Portos, Aeroportos, Barragens,
Terraplenagem e Pavimentação de Minas Gerais,
primeira entidade representativa do setor, pioneira
no Brasil. Já tendo sido representados pela FIEMG,
pela Associação Comercial de Minas Gerais, pelo
Sinduscon-MG e pelo Sinicon, pequenas e médias
empresas comaçaram a se organizar para ter uma
representação formal própria.
A reunião inicial teve a participação de 55
empresas construtoras e, em poucos meses, a
Associação já contava com 88 associados. A nova
entidade foi autorizada a atuar como sindicato
a partir de 1973, com a autorização do ministro
do Trabalho Júlio Barata. Os segmentos de Obras
Urbanas e Saneamento só começaram a fazer parte
do Sindicato a partir de 1984, dois anos após o
Sindicato conquistar sua independência financeira.
Atualmente, o Sindicato da Indústria da Construção
Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG)
conta com 325 associados.
Nesses 45 anos, o Sicepot-MG consolidou-se
como a entidade representativa das construtoras
de todos os portes com obras no Estado. Além da
representação junto aos órgãos contratantes, o
Sicepot-MG oferece serviços e consultorias aos seus
associados: “O Sindicato cresceu muito nesses 45
anos. Hoje conseguimos oferecer aos associados
consultorias de acordo com a demanda das empresas
e criamos grupos de trabalho para que o setor
esteja cada vez mais coeso e forte. Evoluímos
bastante e nossa mudança para uma nova sede
reflete isso. Contudo, ainda existem desafios e
gargalos a serem enfrentados. Os desafios mudam
com os anos. Hoje, temos obras que não tínhamos
há alguns anos, mas continua sendo preciso lutar
permanentemente pela rentabilidade das empresas”,
destaca o presidente Alberto Salum.
1968 – o ano do surgimento do Sicepot-MG
As Olimpíadas eram realizadas no México e o filme 2001 –
Uma Odisseia no Espaço – era lançado nos cinemas, enquanto o
Brasil lançava o Tropicalismo. Por outro lado, o ano de 1968 ficou
marcado pelo AI-5, o início do período mais negro da ditadura militar
e ponto de partida para uma série de transformações políticas e
sociais no Brasil e no mundo.
O mundo enfrentava a Guerra Fria e a Guerra do Vietnã. O Brasil vivia
em meio à ditadura militar no governo Costa e Silva. O AI-5 suprimia
toda a liberdade democrática e colocava o Congresso em recesso,
enquanto vários parlamentares tinham seus mandatos cassados.
07
ENTREVISTA
ENTREVISTA
José Lauro
Nogueira Terror
Secretário
de Obras e
Infraestrutura
da Prefeitura de
Belo Horizonte
fala de recursos
e futuras obras
na capital
mineira
O atual secretário municipal de Obras
e Infraestrutura, José Lauro Nogueira,
52 anos, é graduado em Engenharia
pelo Cefet/RJ e pós-graduado em
Finanças pela PUC/MG. Entre outros
cargos, já foi secretário municipal
adjunto de Planejamento e Controle e é
superintendente interino da Sudecap.
Como está a previsão de investimentos a
curto e longo prazos? Onde os recursos já
estão assegurados e o que falta?
Para levar à frente os programas presentes no Plano de Governo
2013-2016, a equipe da prefeitura vem construindo cenários já há vários
anos, desde a campanha de 2008. O Plano de Investimentos para obras,
projetos, desapropriações e manutenções gira em torno de R$ 5,5 bilhões
para todo o 2° mandato, podendo sofrer revisões para patamares mais
elevados. Há uma concentração natural nos dois primeiros anos. Mais
de 80% destes recursos estão assegurados.
Qual é a previsão de conclusão e como está
o andamento das obras do BRT?
Vemos dezembro de 2013 como chave para que o Sistema BRT seja
entregue para a BHTRANS, para dar início à operação nos primeiros
dois meses de 2014. As obras estão aceleradas desde o final de 2012
e os volumes de recursos aumentarão progressivamente durante o
1° semestre, para garantir as metas fundamentais. Algumas obras
complementares serão entregues no início de 2014, mas o principal
objetivo é ter o núcleo do sistema BRT pronto para início da operação
em todos os seus corredores.
Qual o papel da PBH nas obras de ampliação
do metrô?
A PBH participa da Metrominas, iniciativa liderada pelo Governo de
MG que também conta com a participação da Prefeitura de Contagem.
A PBH, em função do peso de BH no projeto, colabora nas definições
do empreendimento além de contribuir com uma parcela dos recursos
que serão investidos.
Como funcionará a parceria entre Governo e
PBH para as obras anunciadas?
Quais são os desafios da mobilidade e
infraestrutura de Belo Horizonte?
Os desafios são aqueles naturais a um grande centro urbano
comprimido por sua dimensão territorial limitada a 330 Km², que viveu
as últimas décadas sem obras de infraestrutura coerentes com o seu
potencial de desenvolvimento econômico. As exigências da mobilidade
e outros serviços básicos necessários à preservação da competitividade
da cidade nos cenários nacional e internacional demandam uma grande
concentração de esforços pensados no Plano de Governo do Prefeito
Marcio Lacerda.
08
Os convênios recentemente anunciados alocam recursos em
empreendimentos considerados prioritários. Algumas das obras
serão executadas pela PBH, enquanto outras serão gerenciadas
pelo Governo do Estado. Teremos obras no Boulevard Arrudas, Vetor
Norte, Parque Municipal, Viaduto de Santa Teresa e Via 710. (Veja
matéria na página ao lado)
O que está previsto para o orçamento
participativo deste ano?
Pelo menos R$ 200 milhões serão investidos em 2013. Em 2014,
os investimentos serão ainda maiores, pelo menos R$ 300 milhões. A
PBH vem buscando recursos financeiros para intensificar as obras neste
segmento de forma agressiva, como já anunciado pelo Prefeito.
INVESTIMENTO
BH terá R$ 177 milhões em obras até 2015
O governador Antonio Anastasia anunciou investimentos de R$ 177 milhões em obras de mobilidade, intervenções no Parque Municipal e no
Viaduto de Santa Tereza.
Do valor anunciado, R$ 145 milhões serão investidos na implantação de um novo trecho do Boulevard Arrudas, na construção de dois viadutos
e uma ponte para acesso ao Bairro Ribeiro de Abreu. O restante será investido na criação do espaço multiuso no Parque Municipal Américo Renné
Gianetti, obras na interseção da Via 710 com Avenida Cristiano Machado e revitalização do Viaduto de Santa Tereza. As obras do Parque Municipal,
da interseção da Via 710 com a Avenida Cristiano Machado e a revitalização do Viaduto Santa Tereza, ficarão sob a responsabilidade da Prefeitura
de Belo Horizonte. As demais serão executadas pelo Governo de Minas.
Boulevard Arrudas
Acesso ao Bairro Ribeiro de Abreu
Investimento: R$ 80 milhões
Obra: implantação de trecho do Boulevard Arrudas
(800 m), na Avenida dos Andradas, entre a Alameda
Ezequiel Dias e o Centro de Especialidades Médicas.
Previsão de início: julho de 2013
Conclusão: dezembro de 2014
Investimentos: R$ 35 milhões
Obra: Ponte sobre o Córrego do Onça - Rua Antônio Ribeiro de Abreu - permitindo novo acesso ao bairro Ribeiro de Abreu, diques para contenção de
terra e implantação de pista para caminhada.
Previsão de início: setembro de 2013
Conclusão: prazo de dois anos
Vetor Norte
Espaço Multiuso do Parque Municipal
Américo Renné Gianetti
Investimento: R$ 30 milhões
Obra: Dois viadutos no cruzamento das avenidas
Cristiano Machado e Waldomiro Lobo para desafogar
o trânsito na região
Previsão de início: setembro de 2013
Conclusão: outubro de 2014.
Viaduto de Santa Tereza
Investimentos: R$ 5 milhões (R$ 4,5 milhões do
Estado)
Obra: recuperação da estrutura do viaduto e o revestimento original, com pó de pedra, será refeito.
Instalação de equipamentos destinados à prática de
lazer e esportes, anfiteatro e mini-circuito de bicicleta,
além de salas multiuso. Reforma das instalações
sanitárias, revitalização da escadaria e a instalação
de um posto da Polícia Militar.
Previsão de início: agosto de 2013
Conclusão: julho de 2014
Investimentos: R$ 15 milhões (R$ 13,5 milhões do Estado)
Obra: O prédio, em formato circular, será construído com materiais que proporcionam leveza e transparência. Capacidade para receber até 3 mil pessoas,
serão 3,2 mil metros quadrados de área construída, com palco para shows e
apresentações teatrais, auditório para 250 pessoas, salas para cursos, biblioteca
com o acervo do Parque Municipal, lanchonete e um grande terraço descoberto.
Previsão de início: abril de 2013
Conclusão: setembro de 2014
Interseção da Via 710
Investimentos: R$ 12 milhões (R$ 10,8 milhões do Estado)
Obra: Será recuperado o pavimento da Avenida Pedro Serafim Ferreira e da
Rua Professor Patrocínio Filho e implantada nova alça de acesso ao viaduto
da Cristiano Machado e à Avenida Bernardo de Vasconcelos. Também inclui
a implantação da continuidade da Rua Arthur de Sá, que servirá de ligação
com o sistema a ser readequado quando da obra de implantação do sistema
viário da via 710, construção de alças e trincheiras de acesso e recuperação
do pavimento da Rua Álvares da Silva.
Previsão de início: outubro de 2013
Conclusão: outubro de 2014
09
OBRAS NA CIDADE
O BRT está chegando,
enquanto o metrô não vem
Em obras desde 2011, Belo Horizonte se prepara para receber
os corredores do BRT – Bus Rapid Transit, passando pelas Avenidas
Antônio Carlos, Pedro I, Cristiano Machado e área central da capital.
Na Avenida Antônio Carlos, o corredor terá 16 km e 25 estações,
ligando o centro de BH ao estádio do Mineirão e ao aeroporto de
Confins. Cerca de 40% das obras estão concluídas. Na área Central,
a nova via passará pelas avenidas Santos Dumont e Paraná e terá
seis estações. Na Avenida Cristiano Machado, será implantada uma
BRT em números
35 países
146 cidades no mundo
25 cidades no país
23,6 milhões de passageiros por dia no mundo
16 milhões de passageiros por dia no país (em quatro anos)
700 mil passageiros por dia em BH
930 quilômetros de corredores de ônibus no Brasil
R$ 15,1 bilhões em investimentos no Brasil
10
pista de concreto no trecho entre o Túnel da Lagoinha e a Estação
São Gabriel, com a construção de 12 estações e de novas passarelas.
A expectativa da BHTrans é transportar pelo menos 700 mil
passageiros/dia, sendo 400 mil através das Avenidas Antônio
Carlos/Pedro I e 300 mil pela Cristiano Machado.
O gerente de Coordenação da Mobilidade Urbana da BHTrans,
Rogério Carvalho, explica que o BRT foi escolhido pela capacidade de atendimento da demanda, tempo de implantação e custos
menores. “A tecnologia do BRT já é dominada no Brasil, não é um
transporte novo. E vale lembrar também que é um meio de transporte complementar, enquanto o metrô não vem”, destaca Carvalho.
O projeto prevê, ao todo, 186 km de percurso. Atualmente, estão
sendo implantados 27 km, nos corredores das avenidas Antônio
Carlos e Cristiano Machado. O projeto do BRT na Av. Pedro II, previsto
inicialmente, foi adiado, mas não descartado: a avenida terá uma
faixa exclusiva, mais simplificada do que as das avenidas Cristiano
Machado e Antônio Carlos, onde foram construídos corredores
com grande número de desapropriação. Outros estudos e projetos
contemplam a implantação da modalidade nas avenidas Amazonas,
Raja Gabaglia, Nossa Senhora do Carmo e até Contorno. “Antes de
falarmos em expansão, precisamos viabilizar recursos para que,
assim que terminarmos os atuais, possamos dar início a outros. O
horizonte para tudo isso é 2030” finaliza Carvalho.
BRT Antônio Carlos
Início: fevereiro de 2011
Conclusão: final de 2013
Extensão: 16 km – 25 estações
Capacidade: 400 mil passageiros/dia
Custo: R$ 588,2 milhões
Empresa: Cowan
Frota operacional: 210 convencionais, 166 padron e 98
articulados
divulgação BHTrans
BRT Cristiano Machado
BRT Área Central
Início: setembro de 2011
Conclusão: final de 2013
Extensão: 6 km – 10 estações
Capacidade: 300 passageiros/dia
Custo: R$ 51 milhões
Empresas: Consórcio Constran/Convap
Frota operacional: 274 convencionais, 142 padron e
77 articulados
Início: março de 2012
Conclusão: final de 2013
Extensão: 7,3 km – 6 estações
Capacidade: 135 mil passageiros/dia
Custo: R$ 58 milhões
Empresas: Consórcio Tratenge/Cetenco
Frota operacional: 644 convencionais, 340 padron e 35
articulados
11
o valor de nossa gente
Mário Sérgio,
o coringa da Sant’Anna há mais de 30 anos
Ele conta como chegou, como aprendeu e como hoje ensina os colegas
O encarregado fala com admiração da empresa, que
completou 60 anos de sua fundação em janeiro deste
ano, e da família que a dirige há três gerações. Conta
que quando entrou na Sant’Anna muitos dos que hoje a
dirigem ainda eram crianças ou adolescentes.
Recorda-se que logo no primeiro dia de trabalho, saiu
para fazer serviços de banco e, para agilizar, foi de moto.
Voltou tão rápido que ganhou o apelido de Ligeirinho.
Modesto, hoje ele afirma que a falta de movimento na
agência também contribuiu para a sua ligeireza. Já foi
responsável pelas contas das sete empresas do Grupo
Sant’Anna, onde atua como um coringa, já tendo, por
exemplo, coberto férias no Departamento Pessoal.
Mário Sérgio reconhece que o fato de entender bem
todos os processos, o faz ser muito procurado por todos,
particularmente, pelos novos funcionários que sempre
lhe pedem orientação. Para 2013, ele pretende fazer
treinamentos nas obras da empresa para que as notas e
Aos 52 anos de idade, Mário Sérgio da Rocha Faria,
documentos cheguem corretamente até ele.
encarregado administrativo, já acumula 33 anos de trabalho
Mário Sérgio é autodidata e didático, talvez por isso
na Construtora Sant’Anna. Natural de Lavras, ingressou na
tenha trabalhando com ele três menores aprendizes.
empresa aos 19 anos na própria cidade, como auxiliar de
Gosta de ensinar e não esconde o que sabe. Para facilitar
escritório. Em seu segundo trabalho, Mário já se aposentou,
seu trabalho, e o dos outros, criou, por conta própria,
mas ainda não faz planos de parar.
uma apostila detalhando o passo a passo de cada um
Durante 16 anos, acompanhou as obras da empresa em
de seus procedimentos: “Assim,
mais de dez cidades de Minas Gerais.
quando preciso me ausentar,
Sempre se mudava para a cidade com
“Não é certo guardar para si o
ninguém passa aperto sem saber
a esposa, sem a certeza de quanto
conhecimento. Temos que dividir.
como fazer. Também não é certo
tempo ali permaneceria. Já ocorreu
O conhecimento é da empresa”
guardar para si o conhecimento.
de morar apenas um mês em algumas
Temos que dividir. O conhecimento
localidades. Em 1998, mudou-se para
é da empresa”, explica Mário. Mas
Belo Horizonte com a esposa e os três
admite
que
tem
o
cuidado
ao escolher quem ficará em
filhos. A paixão pela cidade natal falou mais alto e a
seu lugar: sempre que tira férias, aplica uma prova com os
família acabou voltando, recentemente, para a casa recém
candidatos a substitutos, incluindo inclusive pegadinhas.
construída em Lavras. Agora, Mário Sérgio se divide entre
“Faço perguntas comentadas. O objetivo é avaliar, mas
BH e a cidade do Sul de Minas, morando na capital mineira
também ensinar, e temos sempre que ver se estão mesmo
no alojamento da empresa e retornando para Lavras nos
atentos”, finaliza Mário Sérgio.
fins de semana.
12
Obras
na Cidade
Comissões
de Trabalho
Comissão lança
manual de compras
O Manual de Compra de Equipamentos e Caminhões já
está disponível para os associados do Sicepot-MG. O guia
foi lançado pela Comissão de Equipamentos do Sindicato,
no dia 11 de março, integrando a comemoração de 45 anos
do Sicepot-MG e 25 anos da Comissão de Equipamentos, a
comissão de trabalho mais antiga do Sicepot-MG.
O coordenador da Comissão, Marcílio Marques, apresentou o
trabalho, que foi desenvolvido conjuntamente pelos membros
do grupo. Marques ainda ressaltou que a Comissão vem
produzindo outros materiais que ficarão disponíveis, em
breve, para o associado no site, como o Estudo da Curva de
Descarte de Equipamentos, trabalho técnico desenvolvido
pelo engenheiro Genilson Elias Pereira (Infrater Engenharia),
integrante da Comissão.
O Superintendente do Sicepot-MG, Jurandir dos Santos,
destaca que este é um trabalho único: “Não existe nenhum
manual com esse nível de qualidade, que aborda desde a
engenharia financeira até os aspectos técnicos. Temos que
fazer circular este manual, pois ele é uma vitrine da nossa
Comissão e do sério trabalho que ela presta para nossos
associados”.
O Manual foi elaborado pela primeira vez no final dos anos
80 e revitalizado no fim de 1999. A nova edição exprime novas
realidades de mercado, de aprimoramento tecnológico dos
equipamentos e avanço nas técnicas de negociação. Ele foi
reescrito pelos componentes da Comissão de Equipamentos,
baseando-se nas experiências de diversos profissionais e
aborda uma série de sugestões técnico-comerciais, para
proporcionar melhor aproveitamento do investimento, levando
em consideração as variáveis do mercado da construção, a
redução das margens de lucro e a mudança da oferta de crédito.
13
corrida sicepot
Será no dia 5 de maio, a partir das 8h30, a 3ª edição da Corrida e Caminhada no Parque JK,
para 700 participantes.
A novidade este ano é a 1ª Corrida Kids, para 180 crianças. Os adultos percorrerão 5 km e
as crianças terão a distância variável de acordo com
a idade. A verba arrecadada com a inscrição será
revertida novamente para o Projeto Querubins. As
inscrições custam R$ 60,00 para os adultos e R$
20,00 para as crianças e podem ser feitas no site
www.corridasicepotjk.com.br.
A Corrida e Caminhada Sicepot no Parque JK tem
o patrocínio master do SESI-FIEMG, os patrocínios
do Pasi e da Tracbel, os apoios da Dinâmica,
Copasa, Elemídia, Sleepy’s Store, Supernosso, o apoio
institucional da Rede Globo Minas e organização da
TBH Esportes.
Guia de Boas Práticas em
Sustentabilidade
A CBIC lançou, na sede do Seconci-Rio, o primeiro Guia
de Boas Práticas em Sustentabilidade na Indústria da
Construção. O livro, parceria entre a CBIC e a Fundação
Dom Cabral (FDC), reúne um conjunto de iniciativas
empresarias que se tornaram referência ao alcançar
resultados significativos nas áreas ambiental, econômica
e social.
O objetivo é estimular as mais de 170 mil empresas
que integram o setor, para que incorporem os conceitos e
práticas de sustentabilidade corporativa ao seu cotidiano.
O Guia organiza as boas práticas em seis grupos: Gestão
Empresarial e Governança, Relacionamento com os
Stakeholders, Melhorias no Processo Construtivo, Saúde
e Segurança do Trabalhador, Formação de Mão de Obra e
Desenvolvimento Imobiliário Urbano. Foram reunidas 29
boas práticas, em quatro regiões do país (Sul, Sudeste,
Nordeste e Centro-oeste).
O Guia de Boas Práticas em Sustentabilidade na
Indústria da Construção está disponível para download
gratuito no site da CBIC (www.cbic.org.br).
ARTIGO
OBRAS DE ARTE ESPECIAIS,
PORQUE TÃO ESPECIAIS?
José Antonio Marfará e Jurandir S. A. Silva*
A história da engenharia se confunde com a história
da humanidade. Desde a confecção das primeiras
ferramentas, do domínio do fogo, do represamento das
águas, a engenharia nas suas mais diversas formas, se
apresenta às vezes de maneira explícita, em outras de
forma sutil, singela e quase desapercebida, no curso
do desenvolvimento humano.
Nas civilizações antigas como a egípcia e maias,
por todo o globo, ao que parece, houve uma explosão
das grandes construções, cujos métodos construtivos
até hoje permanecem em alguns casos, como um
grande mistério. A necessidade de comunicação, as
trocas, a interação comercial e mesmo a ocorrências
das guerras, ao longo dos séculos, estimularam as
civilizações a abrirem caminhos
para esses encontros através de
grandes obras.
Mais recente no tempo, os
romanos ocuparam toda a Europa,
Ásia, África e Oriente Médio com
estradas pavimentadas, aquedutos
e pontes monumentais.
As construções realizadas por
artífices, únicas, por oposição às
construções “normais” (uma casa,
um prédio, p.e.), designavam as “obras de arte especiais”,
cuja expressão é especialmente aplicada naquelas que
adquirem porte e originalidade apreciável.
Portanto, o termo “obras de arte especiais”
remonta à época em que tais estruturas eram
concebidas por artífices cuja intuição e criatividade
concebiam obras maravilhosas.
Com o desenvolvimento das ciências, a física e a
matemática alcançaram patamares que propiciaram
o estudo das forças atuantes e o comportamento
de vários tipos de materiais, para obter resultados
otimizados para vencer grandes vãos e beleza
plástica expressiva.
Desde os romanos, passando pela Idade Média
e Revolução Industrial, a execução das obras de arte
especiais evoluiu com a utilização de processos e
materiais os mais diversos possíveis. Na Era Moderna,
acentuou-se o aporte tecnológico neste tipo de obra.
A Torre Eiffel, o Canal do Panamá, as pontes de NYC, o
Eurotúnel, são marcos da grande engenharia mundial
dos séculos XIX, XX e XXI.
Hoje, com advento da tecnologia aplicada aos
cálculos da engenharia, os softwares de desenho
em 3D, etc., permitem que os arquitetos, projetistas
e calculistas exerçam o verdadeiro “estado da arte”
para a concepção e viabilidade técnico-econômica, com
segurança, solidez e perenidade. Da mesma forma os
estudos geológicos, sísmicos e geotécnicos permitem
o adequado dimensionamento das fundações e
escolha dos melhores processos construtivos.
Trazendo para o cenário brasileiro, pode-se
exemplificar com a Ponte Rio-Niterói, a Ponte de Brasília,
a Ponte sobre o Rio Pinheiros em São Paulo.
No Brasil, os processos construtivos mais
escolhidos para as pontes e viadutos, têm sido a
utilização de vigas premoldadas, balanços sucessivos
(com aduelas concretadas in loco ou premoldadas)
e as pontes estaiadas.
As pontes em balanços sucessivos tiveram seus
primeiros exemplares a partir de 1930, construídas
pelo Engº Emílio Baumgart, inicialmente em concreto
armado e tendo grande incremento a partir da década
de 50 com o uso do concreto protendido.
A Ponte Rio-Niterói, já na década de 70, foi
construída com aduelas premoldadas, lançadas com
uma treliça da empresa francesa Campenon Bernard,
que as içava e posicionava para serem coladas e
protendidas. Na Rodovia dos Imigrantes, em São
Paulo, ainda na década de 70, foram lançadas vigas
pré-moldadas com utilização de treliça lançadeira da
empresa italiana SICET. A partir de então, esta técnica foi
muito difundida, em vista da sua praticidade, economia
de mão de obra, prazos reduzidos de execução das
obras, conduzindo à fabricação de treliças similares e
mais avançadas no Brasil.
A década de 90 inaugurou a era das pontes
estaiadas no Brasil, em vista da sua versatilidade e
beleza, com a possibilidade de vencer grandes vãos,
tendo como exemplos mais marcantes entre nós a
Ponte sobre o Lago Paranoá em Brasília e a ponte
sobre o Rio Pinheiros em São Paulo.
As fundações, ao par das novas técnicas
construtivas, tem evoluído em substituição ao tubulão,
para a solução de estaca escavada mecanicamente,
com uso de perfuratriz do tipo WIRTH, capaz de perfurar
rocha, com a consequente concretagem submersa ou,
por outro lado, com a utilização das
estacas metálicas cravadas.
Os concretos bombeados de alto
desempenho, as protensões utilizando
cabos de aço produzidos com controle
de qualidade cada vez mais apurado
e equipamentos apropriados para
lançamento das peças, propiciam
meso e superestruturas cada vez
mais plásticas nas pontes ou viadutos
projetados.
Por sua vez os projetos devem contemplar
estudos geológicos, geotécnicos e hidrológicos,
bem como tirar partido de todo desenvolvimento
da tecnologia de cálculo e desenho propiciados
pela engenharia computacional.
A engenharia de orçamento deve, por sua vez,
acompanhar e refletir os processos construtivos, pois
os serviços que podem, em princípio, ter similaridade
com outros de obras “normais”, aqui, no caso das
obras de arte especiais, devem e precisam ter outro
tratamento em consonância com as dificuldades
peculiares de aplicação deste concreto.
Ressalte-se, finalmente, que as obras de arte
especiais, tanto como quaisquer outras, ao longo de sua
vida útil, devem ser objeto de conserva e manutenção
preventiva. Essa manutenção passa por inspeções da
estrutura, aparelhos de apoio, juntas, fundações, pilares,
vigas, pontos de corrosão, fissuras, dentre outros,
requerendo, uma vez detectados, imediata correção.
*José Antonio Marfará é consultor e Jurandir S. A. Silva é superintendente de desenvolvimento e planejamento do Sicepot-MG
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Nossa
História
Convite para a inauguração da sede do
Sindicato, à Rua da Bahia, 1.148.
Rua Santos Barreto, 45 | Santo Agostinho | Belo Horizonte | Minas Gerais | CEP 30170-070
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Fone.: 31. 2121.0400
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