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Guia orientador de meditação bíblica diária
30 ABR – 06 MAI 2012
Comunidade Evangélica no Rio de Janeiro
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Fome por Deus 1
Jejum x Mundanismo – Parte 02
02
Mundanismo é a conexão, envolvimento, ou preocupação com as coisas desta
vida temporal, quer sejam pecaminosas, quer não. O que torna mundana a nossa
atitude em relação a coisas que não são pecaminosas em si é o alto valor que
colocamos nelas.
O jejum inclui a abstinência de qualquer coisa, mesmo que legítima, se ela
ameaça a fome de Deus. Existem muitas práticas que são corretas, normais e
perfeitamente legítimas, mas que por razões peculiares especiais, em certas
circunstâncias, devem ser controladas. Isso é jejum.
O jejum pode ser uma arma eficiente contra o mundanismo.
α–Ω
Dia 30:
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são
lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas. Os alimentos são para o
estômago, e o estômago, para os alimentos; mas Deus destruirá tanto estes como
aquele. Porém o corpo não é para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor, para o
corpo.” 1 Coríntios 6.12-13
Fome, a serva da fé
As coisas que descobrimos a respeito de nossa alma são muito valiosas para a vida de
fé. O jejum é, portanto, um servo da fé. Humilde e calmamente, ele traz para fora dos
lugares mais escuros da alma as insatisfações em relacionamentos, as frustrações do
ministério, o medo do fracasso, o vazio do tempo desperdiçado. E exatamente quando o
coração começa a se refugiar na deliciosa esperança de um jantar o jejum nos recorda:
essa noite não. No começo essa pode ser uma experiência devastadora. Será que
vamos achar a comunhão com Deus doce o suficiente e a esperança em Suas
promessas profunda o suficiente não apenas para suportar a fome, mas para nos saciar
e nos alegrar Nele? Ou vamos racionalizar nossa necessidade de jejum e recorrer à
medicação com comida? Paulo disse: “Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me
deixarei dominar por nenhuma delas” (1 Co 6.12). O jejum revela a medida do domínio
da comida sobre nós – ou da televisão, ou dos computadores, ou seja lá o que for a que
nós nos submetemos sem cessar para esconder a fraqueza de nossa fome por Deus.
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Texto extraído e adaptado do livro de John Piper, “Fome por Deus” – Editora Cultura Cristã: São Paulo,
2006, 1ª ed.
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Dia 01:
“Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer pão do
céu. Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos
deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. Porque o pão de
Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo. Então, lhe disseram: Senhor, dá-nos
sempre desse pão. Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim
jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede. (…) Eu sou o pão da vida.
Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu,
para que todo o que dele comer não pereça. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se
alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a
minha carne. (…) Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna,
e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu
sangue é verdadeira bebida. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue
permanece em mim, e eu, nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente
eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim viverá. Este é o pão que
desceu do céu, em nada semelhante àquele que os vossos pais comeram e, contudo,
morreram; quem comer este pão viverá eternamente.” João 6.31-35,48-51,54-58
“Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não
conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá
o homem, mas de tudo o que procede da boca do SENHOR viverá o homem.”
Deuteronômio 8.3
Por que Deus criou pão e fome?
Uma das razões pela quais a comida tem esse poder espantoso é que ela é
fundamental para a nossa existência. Mas por quê? Quer dizer, por que Deus criou pão
e projetou os seres humanos para precisar dele para viver? Ele poderia ter criado vida
que não tivesse necessidade de comida. Ele é Deus. Ele poderia tê-lo feito de qualquer
maneira que desejasse. Por que pão? Por que fome e sede? Ele nos criou assim para
que tivéssemos alguma ideia de quem o Filho de Deus é e o que significa ter fé Nele,
quando disse: “Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em
mim jamais terá sede” (Jo 6.35).
Deus não precisava criar seres humanos que tivessem necessidade de alimento e água.
Mas o homem não é o centro do universo. Deus é. E todas as coisas são, disse Paulo,
“dele, e por meio dele, e para ele” (Rm 11.36). “Para ele” significa que tudo existe a fim
de chamar a atenção para Ele e canalizar admiração para Ele. Em Colossenses 1.16,
Paulo diz mais especificamente que “tudo foi criado por meio dele [Cristo] e para ele
[Cristo]”. Portanto, o pão foi criado para a glória de Cristo. Fome e sede foram criados
para a glória de Cristo. E jejum foi criado para a glória de Cristo.
Portanto, o pão exalta Cristo de duas maneiras: ao ser comido com gratidão pela Sua
bondade, e ao ser abstido em favor da fome por Deus (Rm 14.6). Quando nós
comemos, experimentamos o símbolo do nosso alimento celeste – o Pão da Vida. E
quando jejuamos, dizemos: “Eu amo a Realidade, Cristo, acima do pão, Seu símbolo”.
No coração do santo, tanto comer quanto jejuar são atos de adoração. Ambos exaltam a
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Cristo. Ambos dirigem o coração – grato e desejoso – para o Doador. Cada um tem seu
lugar designado e cada um tem seu perigo. O perigo de comer é nós nos apaixonarmos
pela dádiva; o perigo do jejum é diminuirmos a dádiva e nos gloriarmos em nossa força
de vontade.
Dia 02:
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.” Mateus 5.6
“Bem-aventurados vós, os que agora tendes fome, porque sereis fartos.” Lucas 6.21a
Quem mais come, mais tem fome
Nosso objetivo e nossa oração deve ser que Deus desperte a fome pela Sua
supremacia em todas as coisas para alegria de todos os povos. O jejum testifica a
presença e atiça a chama dessa fome. É um intensificador do desejo espiritual. É um
inimigo fiel da servidão fatal a coisas inocentes. É o ato físico que declara:
“Intensamente, ó Deus, ansiamos por Ti e pela manifestação da Tua glória no mundo!”
Alguém poderia pensar que aqueles que banqueteiam com maior frequência na
comunhão com Deus seriam os menos famintos. Eles abandonam os prazeres
inocentes do mundo com mais frequência para se deixarem ficar mais diretamente na
presença de Deus por meio da revelação de sua Palavra. E ali eles comem do Pão dos
Céus e bebem da Água Viva pela meditação e pela fé. Mas paradoxalmente eles não se
tornam assim os santos menos famintos. O oposto acontece. Os mais fortes, os mais
maduros cristãos são sempre os mais famintos por Deus. Poderia parecer que aqueles
que mais comem fossem os menos famintos. Mas essa não é a maneira que as coisas
funcionam em uma fonte inesgotável, uma festa eterna e um Senhor glorioso.
Quando tomamos posição na obra consumada de Deus em Cristo, e começamos a
beber do Rio da Vida e a comer do Pão dos Céus, e descobrimos que encontramos a
meta final de todos os nossos anseios, ficamos mais e mais famintos por Deus. Quanto
mais satisfação experimentamos com Deus, maior nosso desejo por Ele.
Dia 03:
“Ai de vós, os que estais agora fartos! Porque vireis a ter fome.” Lucas 6.25a
“desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para
que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação” 1 Pedro 2.2
Por que não temos fome?
Quanto mais profundamente andamos com Cristo, mais famintos ficamos por Ele… mais
saudosos do lar nos céus… mais queremos “toda a plenitude de Deus”… mais
desejamos acabar com o pecado… mais queremos que o Noivo volte outra vez… mais
queremos que a igreja seja reavivada e purificada com a beleza de Jesus… mais
queremos um grande despertamento para a realidade de Deus nas cidades… mais
queremos ver a luz do evangelho da glória de Cristo penetrar na escuridão de todos os
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povos não alcançados do mundo… mais queremos ver os pontos de vista falsos do
mundo cederem à força da Verdade… mais queremos ver a dor aliviada, as lágrimas
enxugadas e a morte destruída… mais almejamos que todo erro seja corrigido e a
justiça e a graça de Deus encham a terra como as águas cobrem o mar.
Se não sentimos desejos fortes pela manifestação da glória de Deus não é porque
tenhamos bebido e comido demais e estejamos satisfeitos. Pelo contrário, é porque
temos petiscado à mesa do mundo. Nossa alma está empanturrada com pequenas
coisas e não há espaço para as grandes. Deus não nos criou para isso. Há um apetite
por Deus. E ele pode ser despertado. Abandonemos, então, os efeitos entorpecentes da
comida e os perigos da idolatria e digamos com um simples jejum: “Intensamente, ó
Deus, desejamos a Ti”.
Dia 04:
Para meditar
1. O que você faz quando está cansado, ou emburrado, ou deprimido? O que você
“come” para aliviar a sua dor? Qual o seu remédio?
2. Você pode afirmar que tem fome de Deus? Que você anseia intensamente por Deus
e pela manifestação da Sua glória no mundo? Ou você se sente satisfeito e saciado com
as coisas e bênçãos que Deus te proporciona e o modo como você passa os seus dias?
3. Leia a passagem de Deuteronômio 8.1-20 e medite no jejum de 40 anos do povo no
deserto e os alertas de Deus para o dia em que entrassem na terra prometida.
4. Medite também na postura de Daniel e seus amigos quando foram levados cativos
para a Babilônia e iniciou-se o processo de inclusão na cultura babilônica com a adoção
da alimentação local (Dn 1.8-16). Perceba que ficar forte e saudável comendo apenas
legumes vai contra o que a ciência, a medicina e até mesmo a sabedoria popular
afirmam. Ou seja, naquele momento Daniel e seus amigos vivenciaram uma ruptura
com as leis do mundo e provaram que quando se vive no reino de Deus as leis do
mundo não são absolutas, pelo contrário, é a Lei de Deus que está em vigor.
α–Ω
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