Programa e Resumos
V JORNADA CIENTÍFICA EM PESQUISA SOCIAL
26, 27 E 28 DE MAIO DE 2008
LOCAL: Centro Cultural
Campus Três poços
CADERNOS UniFOA - ESPECIAL
V JORNADA CIENTÍFICA EM PESQUISA SOCIAL
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA
FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA
ANO III - maio/2008
ISSN 1982 - 1816
EXPEDIENTE
FOA
Presidente
Dauro Peixoto Aragão
Vice-presidente
Jairo Conde Jogaib
Superintendente Geral
José Ivo de Souza
Superintendente Executivo
Eduardo Guimarães Prado
UniFOA
Reitor
Jessé de Hollanda Cordeiro Júnior
Pró-Reitora Acadêmico
Cláudia Yamada Utagawa
Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação
Maria Auxiliadora Motta Barreto
Pró-Reitora de Extensão
Teresa Cristina Seabra de Almeida
Cadernos UniFOA
Editora Executiva
Flávia Lages de Castro
Editor Científico
Marcelo da Silva Genestra
Capa e Editoração
Daniel Ventura
Curso de Serviço Social
Coordenadora
Mônica Santos Barison
Comissão Organizadora
Aurea Cristina Santos Dias
Karin Alves do Amaral Escobar
Mônica Santos Barison
Peterson Leal Pacheco
Ranieri Carli
APRESENTAÇÃO
A Jornada Cientifica em Pesquisa Social, em sua quinta edição, se constitui como
uma das estratégias do Curso de Serviço Social do UniFOA para a materialização da sua
política pedagógica, que persegue o objetivo de oferecer formação profissional pautada
na articulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão.
O evento se constitui, essencialmente, como espaço de exposição de trabalhos
científicos dos discentes, docentes e profissionais que atuam no campo social, na
perspectiva de estabelecer redes de relações junto a instituições que desenvolvem algum
tipo de pesquisa social.
Cumpre ainda o papel de despertar o interesse do aluno da graduação pela iniciação
cientifica, possibilitando o aprendizado acerca da formulação de trabalhos relativos às
atividades das disciplinas, dos projetos de pesquisa, do estágio curricular ou do Trabalho
de Conclusão de Curso.
A abertura da V Jornada de Pesquisa Social conta com o debate de temática
que se apresenta como desafio de profissionais pesquisadores na contemporaneidade: a
intersetorialidade e o processo de organização das políticas sociais.
Como nos anos anteriores, as temáticas abordadas estão vinculadas às linhas de
pesquisa do Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas do Centro Universitário e
expressam a diversidade de interesses dos participantes pelo estudo da complexidade que
configura o conjunto das relações sociais. edição especial - V Jornada Científica em Pesquisa Social 2008
Cadernos UniFOA on-line
Boa Jornada!
Comissão Organizadora
PROGRAMAÇÃO
Data: 26 de Maio
Sessão de Abertura
Debate
“A Política Social na Contemporaneidade: os Desafios da Intersetorialidade”
Palestrantes:
Profª Janete Luzia Leite - Doutora em Serviço Social, Professora Adjunta da Escola de
Serviço Social da UFRJ
Profº Mauricio Caetano Matias Soares - Mestre em Políticas Sociais –UFF, Assistente
Social do Serviço de Atenção Domiciliar MS/SAD/RJ, Pesquisador do Núcleo de Pesquisa
em Políticas Sociais, Questão Social e Serviço Social –ESS/UFRJ
Coordenação da Mesa: Profª Aurea Dias
Data: 27 de Maio
Mesa de Debates 2:
Coordenação da Mesa: Profª Ursula Adriane Fraga Amorim
Produção de Subjetividades e Saberes
“O conceito de ‘Vida Humana’ e as novas biotecnologias da reprodução: analisando
uma rede de controvérsias”
Autores: Eder Frossard de Andrade
Mateus de Oliveira Vale
Rafael Lima Ribeiro
Orientador: Julio Cesar de Almeida Nóbrega
Trabalho e Sociabilidade
“Trabalho e Quilombolas: as relações de trabalho dos residentes do quilombo São
José da Serra/Valença RJ)”
Autora: Daline Lopes Cortes
Orientadora: Aurea Dias
edição especial - V Jornada Científica em Pesquisa Social 2008
Práticas Sociais e Cidadania
“ A violência contra a criança e as construções culturais”
Autora: Juliana de Paula Novaes
Orientadora: Daniele do Val
“Terceira Idade: os novos consumidores de turismo”
Autora: Marilia Teixeira dos Santos
Orientadora: Carolina Dutra de Araujo
“Direito e Cidadania: os impactos da interdição no cotidiano de vida dos portadores
de transtornos mentais”
Autores: Joanna de Oliveira
Orientadora: Mônica Barison
Cadernos UniFOA on-line
Mesa de Debates 1:
Coordenação da Mesa: Profa Karin Amaral Alves Escobar
“Feira Livre e Cultura no Município de Volta Redonda”
Autora: Ana Flora Fernandes Cavalcanti
Orientadora: Débora R. C. Candido
Interdisciplinaridade e Trabalho Profissional
“ A Hotelaria Hospitalar como fator de redução de custos e conquistas de mercado
em hospitais particulares de Volta Redonda”
Autora: Marcela Kristal de Almeida Duarte
Orientadora: Carolina Dutra de Araujo
Data: 28 de maio
Mesa de Debates:
Coordenação da mesa: Profº Peterson Leal
“Perfil dos Idosos atendidos no Grupo de Acolhimento do Centro Gerontológico da
AAPVR”
Autora: Paula Gurgel Inácio
Orientadora: Karin Alves do Amaral
“ Ligue-Idoso – Violência e Velhice no Municipio de Volta Redonda: um estudo sobre
os usuários da ouvidoria”
Autores: Alessandra Santos Torres Dias
Emanuele Dalpra Afonso
Orientadora: Helenice Morais Sales
Colaboradores: Sandra Martins
Rubianara Cabral
Barbara de Souza Silva
“A Política de Saúde e o Tratamento Fora de Domicílio – Dilemas e possibilidades
do Município de Porto Real”
Autora: Aparecida Maria Amaral Silva
edição especial - V Jornada Científica em Pesquisa Social 2008
“ Planejamento familiar e prevenção de doenças sexualmente transmissiveis e AIDS
no município de Volta Redonda”
Autores: Camila Lopes de Souza
Leila Teixeira Pinto Carmo
Natalia Galbas Alves
Regina Celia M. Caetano
Orientadora: Roberta Oliveira Ferreira
Cadernos UniFOA on-line
Estado, Sociedade e Políticas Sociais
“A ‘Questão social’ no século XXI e a inserção do Brasil na era neoliberal”
Autores: Camila Faria
Eduardo de Souza
Isabel Castro
Joanna de Oliveira
Vinicius Ribeiro
Orientador: Rodrigo Castelo Branco
“ A realidade do idoso institucionalizado no município de Volta Redonda”
Autora: Barbara de Souza Silva
Dayane Roberta da Silva
Larissa Fagundes Costa
Silene de Assis Ribeiro
Orientadora: Karin Alves Amaral Escobar
“ Metodos de pesquisas necessárias para elaboração de políticas publicas com
crianças em situação de rua”
Autoras: Débora Tavares Rodrigues
Luci Leila S. Viana
Orientadora: Carolina Dutra de Araujo
“ O caráter conta”
Autoras: Flávia Bellei Moreira
Livia Gávio Coutinho
Suellen Bitencourt
Orientadora: Carolina Dutra de Araujo
edição especial - V Jornada Científica em Pesquisa Social 2008
Cadernos UniFOA on-line
“ Área de Lazer Publicas de Barra Mansa: um olhar sobre a acessibilidade para
portadores de necessidades especiais”
Autores: Marvio Fonseca Leite
Túlio José Leonardo Dominato
Orientadora: Carolina Dutra de Araujo
MESA DE DEBATES
A VIOLÊNCIA CONTRA A CRIANÇA E AS CONSTRUÇÕES CULTURAIS
edição especial - V Jornada Científica em Pesquisa Social 2008
Cadernos UniFOA on-line
Autora: Juliana de Paula Novaes; Daniele do Val Santa Bárbara (orientadora)
Resumo: O presente trabalho visa debater sobre os padrões culturais socialmente
construídos enquanto um importante determinante de práticas violentas gestadas contra
as crianças. O debate entre as representações culturais, a violência e a população infantil
deriva de uma produção acadêmica elaborada para uma apresentação oral na disciplina de
Seminário de Família, Infância e Adolescência, ministrada pela professora Daniele do Val
na turma do sétimo período de Serviço Social. O que se coloca em pauta na apresentação
da temática é a análise da ligação entre os termos cultura e violência contra a criança, de
modo a evidenciar a inter-relação entre os mesmo, traçando algumas linhas de raciocínio
entre a história e a pratica da cultura nas sociedades, bem como pontuar algumas questões
relevantes para o enfrentamento da violência contra a criança a partir do entendimento do
caráter heterogêneo e mutante das produções culturais.
TERCEIRA IDADE:
OS NOVOS CONSUMIDORES DO TURISMO
edição especial - V Jornada Científica em Pesquisa Social 2008
Cadernos UniFOA on-line
Autoras: Marilia Teixeira dos Santos; Carolina Dutra de Araujo (orientadora)
Resumo: O público da terceira idade busca o contato com novas pessoas, culturas
diversificadas e atitudes renovadas. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é avaliar a
estrutura do turismo atual para este público; conhecer as particularidades e necessidades
do turista idoso; incentivar e criar programas de lazer, esporte e atividades físicas que
proporcionem a melhoria da sua qualidade de vida e estimulem sua participação na
comunidade. Assim, poderá haver integração da associação de bairros e agências locais
com a Prefeitura em prol dos benefícios a serem adquiridos, como também, estimular e
incentivar as empresas e o público que se encontra prestes a se aposentar para se preparar
de uma maneira adequada, positiva e vital. Os 122 (cento e vinte e dois) idosos da amostra
foram questionados diretamente na Associação dos Aposentados e Pensionistas (Unidade
Barra do Piraí), em diversos horários, onde a pesquisadora abordou os entrevistados.
Os questionários foram estruturados em dois blocos: a) bloco 1, foram estudados os
significados de qualidade de vida (10 perguntas fechadas em escala Likert); b) bloco 2,
identificação da satisfação dos idosos com as políticas e práticas de atividades voltadas
para o lazer e entretenimento na cidade de Barra do Piraí (pergunta fechada tipo sim, não
ou não sabe).Análise dos resultados: Compreensão sobre qualidade de vida: Foi observado
que a definição que eles deram foi à busca da valorização do bem-estar na terceira idade.
Alguns aspectos importantes: o bom relacionamento, hábitos saudáveis, poder aprender
mais, de se possuir bem-estar, alegria e amor. Satisfação do idoso: Os dados levantados
levam a crer que os idosos não estão, de uma forma geral, satisfeitos com as políticas
e práticas utilizadas pela Prefeitura local. Não há um período certo na preparação para
o envelhecimento, creio que começamos a partir do momento que lidamos bem com
este envelhecimento natural, ou seja, se encararmos a velhice como mais uma etapa da
vida, já estará sendo criado o alicerce para vivenciarmos esta fase com amadurecimento,
disposição e saúde. Envelhecer é uma dádiva e não um problema, tudo dependerá do
enfoque dado.
DIREITO E CIDADANIA: OS IMPACTOS DA INTERDIÇÃO NO COTIDIANO
DE VIDA DOS PORTADORES DE TRANSTORNOS MENTAIS
edição especial - V Jornada Científica em Pesquisa Social 2008
Cadernos UniFOA on-line
Autoras: Joanna Oliveira; Mônica Santos Barison (orientadora)
Resumo: Este trabalho apresenta, parcialmente, o estudo que está sendo desenvolvido
na pesquisa “Direito e Cidadania: os impactos da interdição no cotidiano de vida dos
portadores de transtornos mentais”. Problematiza-se a relação entre a afirmação da
positividade da cidadania dos portadores de transtornos mentais e as práticas sociais
que postulam a necessidade de decretar incapacidade civil através da interdição para
protegê-los. Ou seja, identifica o paradoxo entre o movimento contemporâneo que impõe
a necessidade de se reconhecer o status de cidadania do louco e o decreto da interdição
que impossibilita o exercício dos atos civis. A pesquisa pretendeu conhecer a realidade
de vida de portadores de transtornos mentais que foram interditados, para elucidar a
existência de relações entre esta condição e o processo de garantia de seus direitos. A
pesquisa foi reconhecida como qualitativa. Utilizaram-se como instrumentos: entrevista
semi-estruturada, questionário e observação participante. O universo foi de portadores
de transtornos mentais (e seus respectivos curadores) que foram interditados na 2ª Vara
de Família da Comarca deste município. Inicialmente, realizou-se levantamento dos
processos de interdição que tramitavam na 2ª Vara de Família na ocasião do trabalho
de campo. Identificou-se a existência de 262 processos. Em seguida, foi realizada, em
1/3 deste quantitativo (86), uma busca para levantar os processos de interdição cujos
sujeitos eram portadores de transtornos mentais, identificando 19 casos. Foram utilizados
os laudos constantes para a seleção dos casos. Por fim, dentre os 19 processos, foram
escolhidos, aleatoriamente, 1/3 dos casos (06) para feitura de visita domiciliar para realizar
o levantamento de dados, segundo os objetivos da pesquisa. Reflexões foram produzidas,
a partir das falas dos sujeitos entrevistados: a interdição foi requisitada pelos familiares
para se cumprir exigências para a requisição/concessão de benefícios assistenciais ou
previdenciários ou ainda para representar o interditando junto ao INSS ou banco; os
sujeitos entrevistados identificam que a interdição significa a possibilidade de se garantir
o acesso/administração de benefícios; tais necessidades foram identificadas pelo curador
em função da falta de autonomia dos portadores de transtornos mentais de fazê-lo; o louco
é reconhecido como incapaz pela impossibilidade de se inserir no mercado de trabalho,
não tendo função, tornando-se dependente; na visão dos entrevistados, o exercício dos
atos civis não é visualizado como direito, pois não se identifica sua utilidade prática;
além disso, não é identificada a possibilidade de serem produzidas mudanças na vida dos
loucos, ao que se refere à construção de autonomia; se o portador de transtorno mental,
na visão dos entrevistados, é incapaz para o trabalho, para que favorecer a construção
de outras formas de inserção social? o tratamento oferecido aos interditados, na visão
dos entrevistados, não é identificado como mecanismo para contribuir na produção de
autonomia, mas somente para “controlar crises”; tal entendimento sobre o tratamento foi
construído em função da prática da psiquiatria, que apresentou a internação/medicação
como terapêuticas apropriadas para a assistência; de fato, verifica-se, nos casos estudados,
que a maioria recebe apenas tratamento medicamento, o que contraria os princípios e
diretrizes que organizam as políticas sociais nesta área e não possibilita a construção de
novas formas de inserção social. edição especial - V Jornada Científica em Pesquisa Social 2008
Autores: Eder Frossard de Andrade; Mateus de Oliveira Vale; Rafael Lima Ribeiro; Júlio
César de Almeida Nobre (orientador)
Resumo: Com o advento das novas biotecnologias de reprodução, passamos a conviver
com intensas turbulências no que se refere ao conceito de vida humana. Tais tecnologias
parecem produzir um mundo bastante vertiginoso para olhares habituados a conceber a
representação de humano como sendo uma fronteira natural. Essas perspectivas parecem
ancoradas em uma concepção de tecnociência e humanidade como polaridades estanques.
Na atualidade nos deparamos com uma intensa e constante mistura entre aquilo que
entendemos por humanidade e não-humanidade. Questões como a infertilidade, a
reprodução medicamente assistida, a clonagem e principalmente as pesquisas com células
embrionárias apontam para uma reprodução e condição humanas cada vez mais imbricadas
com o artifício. No presente trabalho abordamos tal cenário a partir do pensamento de
Bruno Latour. Em sua teoria das Redes Sociotécnicas, todo e qualquer fato – entendido
como puro – depende de um processo bastante conectivo, onde humanos e não-humanos
o colocam em circulação. O foco se volta para a potência de intensas traduções. Com
conceito “vida humana” não é diferente. A partir de lentes híbridas nos debruçamos sobre
uma atualidade de intensa controvérsia, onde a natureza do que chamamos humano parece
estar em jogo em meio a uma diversidade de mediações. Com o intuito de estudarmos a
dinâmica conectiva de tais controvérsias a envolver as novas biotecnologias da reprodução,
objetivamos as diferentes traduções da vida humana feitas por múltiplos actantes no
controvertido tema. Analisamos alguns periódicos de grande visibilidade e influência no
Brasil, tais como a revista Época, o Jornal do Brasil, o jornal Folha de São Paulo – todos
os três em suas versões On-Line – e a revista jurídica Consulex. Nosso recorte temporal
foi limitado entre 2007 e 2008 devido ao grande dinamismo na área de discussão.
10
Cadernos UniFOA on-line
O CONCEITO DE “VIDA HUMANA” E AS NOVAS BIOTECNOLOGIAS DA
REPRODUÇÃO: ANALISANDO UMA REDE DE CONTROVÉRSIAS
edição especial - V Jornada Científica em Pesquisa Social 2008
Autoras: Daline Lopes Côrtes; Aurea Cristina Santos Dias (orientadora)
Resumo: O interesse desta é pesquisa é o estudo das relações de trabalho dos residentes
no quilombo São José da Serra - Valença/RJ. A principal categoria teórica que subsidia
nossas análises é trabalho, por nós entendida como elemento fundante das relações sociais.
Os quilombolas têm sido histórica e cientificamente (re)conhecidas como de escravos
fugidos do regime de trabalho cativo vigente no Brasil por mais de três séculos, sendo
que atualmente, devido à heterogeneidade das origens dos quilombos, sua definição
tornou-se mais abrangente “grupos que desenvolveram práticas cotidianas de resistência
na manutenção e reprodução de seus modos de vida característicos e na consolidação de
um território próprio” (O’DWYER, 2002:18), tendo extrema relevância à auto-definição
dos sujeitos. Consideramos os quilombos, importante forma de “resistência negra” ao
regime escravocrata, que foram duramente perseguidos durante todo o período colonial.
Em 1740, o conselho Ultramarino, órgão colonial responsável pelo controle central
patrimonial, considerava quilombo “toda habitação de negros fugidos que passem de
cinco, em parte despovoada, ainda que não tenha ranchos levantados nem se achem pilões
neles” (O’DWYER, 2002:47). Mesmo hoje, após centenas de anos, essa idéia distorcida
de quilombo ainda permanece no imaginário de parte da sociedade. Insistir em tal conceito
significa negar ou tornar invisível o verdadeiro sentido e a história dos quilombos. Após
a pesquisa de campo, realizada em janeiro de 2008, foi possível observar diversos pontos
importantes da vida e do trabalho dessa população, sendo a falta de trabalho evidenciada
como problema em todas as entrevistas e conversas realizadas com os moradores do
quilombo. Como conseqüência gritante temos o esvaziamento do quilombo, que hoje tem
aproximadamente 96 moradores, segundo relatos hoje no quilombo temos um quarto da
população original. Os quilombolas jovens e adultos que residem no quilombo em sua
maioria trabalham como diaristas em fazendas bastante distantes das suas residências. O
trabalho, ponto chave dessa análise, encontra-se precarizado e escasso, segundo os relados
dos quilombolas essa situação se agravou com o declínio da lavoura de café e o inicio
do processo de titulação das terras. Aos pensarmos nas causas, podemos verificar que a
expansão da criação de gados (em detrimento das lavouras) fez com que houvesse uma
redução da mão de obra necessária, fato intensificado pelo conflito entre os quilombolas e
os fazendeiros locais que passaram a não utilizar-se da força de trabalho dos quilombolas
com retaliação pela ameaça de perderem suas terras. Deste modo a luta por trabalho
configura-se o elemento central da manutenção da comunidade.
11
Cadernos UniFOA on-line
TRABALHO E QUILOMBOLAS: AS RELAÇÕES DE TRABALHO DOS
RESIDENTES NO QUILOMBO SÃO JOSÉ DA SERRA (VALENÇA/RJ)
edição especial - V Jornada Científica em Pesquisa Social 2008
Autoras: Ana Flora Fernandes Cavalcanti; Débora R. C Candido (orientadora)
Resumo: O presente estudo tem por objetivo o levantamento de dados para a avaliação da
feira-livre de Volta Redonda na condição de patrimônio cultural imaterial. Objetiva ainda,
ponderar a influência das mudanças culturais ocorridas nas últimas décadas com relação
ao comportamento do consumidor e feirante, assim como a organização dos espaços e
a relação com a concorrência, imprimindo assim, a relação entre a feira, a cultura local,
a identidade da população/cidade e o contexto do turismo. A metodologia de pesquisa
adotada foi a realização de entrevistas junto aos feirantes e órgãos públicos relacionados
ao setor e ainda a aplicação de questionários junto ao público consumidor. A população de
amostra é em primeira instância a dos feirantes, seguida de seus clientes - moradores da
cidade e visitantes, uma vez que através deste contexto de consumo, se pretende identificar
as relações com o objeto de estudo. Além do levantamento bibliográfico, foi realizada
pesquisa documental junto ao acervo do Instituo de Pesquisa e Planejamento Urbano
(IPPU), a fim de identificar o perfil das relações estabelecidas no município e aproximar
a pesquisa do olhar da população e sua possível identidade com o tema. O capitulo inicial
faz uma contextualização da feira-livre, identificando suas principais características, suas
mudanças ao longo do tempo, além de peculiaridades. Posteriormente, analisa a feira-livre
em seu contexto atual, buscando valores como identidade, patrimônio e cultura presentes
nas relações da comunidade com o objeto de estudo. No capitulo final, busca destacar a
importância da preservação do patrimônio e sua co-relação com o turismo. Acredita-se
que este trabalho possa contribuir futuramente no planejamento de projetos que visem a
preservação e a valorização da feira-livre de Volta Redonda como Patrimônio Imaterial
Cultural da cidade e conseqüentemente na busca por soluções que visem uma melhoria
significativa no ambiente e na qualidade da experiência das pessoas que o freqüentarem
e que o constroem. Considerando a feira como parte da dinâmica do município de Volta
Redonda, que se encaixa na paisagem e no cotidiano da população, torna-se plausível
argumentar que faz parte da vida cultural da população, ultrapassando as relações de
compra e venda e indo em direção a um conjunto de hábitos e idéias interiorizadas por
estes indivíduos.
12
Cadernos UniFOA on-line
FEIRA LIVRE E CULTURA NO MUNICÍPIO DE VOLTA REDONDA
A HOTELARIA HOSPITALAR COMO FATOR DE REDUÇÃO DE CUSTOS E
CONQUISTA DE MERCADO EM HOSPITAIS PARTICULARES DE VOLTA
REDONDA
13
edição especial - V Jornada Científica em Pesquisa Social 2008
Cadernos UniFOA on-line
Autoras: Marcela Krístal de Almeida Duarte e Carolina Dutra de Araujo (orientadora)
Resumo: O artigo trata de um tema recente no mercado hospitalar, a hotelaria dentro deste
meio de hospedagem é de grande valor para a recepção do cliente e seu bom atendimento.
Através deste artigo desejamos comprovar a importância da Hotelaria Hospitalar tanto
para clientes quanto para a empresa, explorar suas formas de implantação dentro de
uma adaptação da hotelaria convencional para a hospitalar, apresentar bases para um
gestor hoteleiro fazer parte do corpo diretor de serviços de apoio à área médica e orientar
aos empresários da saúde a importância da presença deste profissional mesmo antes da
inauguração do hospital. O Estado do Rio de Janeiro, é o segundo Estado em população
com planos de saúde e a cidade de Volta Redonda, dentro da nossa região é a maior e
melhor cidade em desenvolvimento econômico e social. A Hotelaria Hospitalar, de uma
maneira sistêmica, tem oferecido resultados interessantes à empresa e ao cliente. Como
procedimentos metodológicos serão realizadas observações in loco e revisão bibliográfica.
A gestão em Hotelaria Hospitalar vem lutando a cada dia para ganhar espaço junto às
profissões antigas como enfermagem e medicina, no entanto, tem encontrado espaço para
crescer e mostrar seu valor, pensa-se que daqui a alguns anos, os hospitais sentirão tanto
a necessidade de um profissional da hotelaria para acomodar seu paciente/cliente quanto
de um médico para tratá-lo.
edição especial - V Jornada Científica em Pesquisa Social 2008
Autores: Rodrigo Castelo Branco (orientador); Camila Faria; Eduardo de Souza; Isabel
Castro; Joanna de Oliveira; Vinicius Ribeiro
Resumo: Frente aos argumentos das ideologias dominantes, observamos que a fome, a
desigualdade e o desemprego que imperam na atual conjuntura, longe de ser um problema
individual, é antes de tudo uma “questão social”, proveniente de tensões entre classes
em um sistema contraditório. Por este motivo, o objeto de estudo de nossa pesquisa se
constitui no agravamento da “questão social” em meio ao advento do neoliberalismo.
O tema é atualmente muito debatido nos meios acadêmico e político, tendo em vista os
impactos da ofensiva burguesa contra-revolucionária que atinge direta e indiretamente a
classe trabalhadora. Segundo o World Report de 2001 da ONU, 86% das riquezas estão
concentradas nas mãos de 20% dos mais ricos da população mundial, enquanto os 20%
mais pobres apropriam-se somente de 1% de toda a riqueza socialmente produzida. O
BIRD afirma que mais de 2 bilhões de seres humanos encontram-se abaixo da linha de
pobreza e miséria. O relatório Panorama Social da América Latina 2007, aponta que o
continente americano tem cerca de 190 milhoes de pessoas pobres, sendo 69 milhões
indigentes. No Brasil, recente pesquisa do IPEA (2008) comprova que os 10% mais ricos
concentram 75,4% da riqueza nacional. Devido a estes fatos, observamos que é de grande
relevância o estudo deste tema, visto que a “questão social” e suas expressões constituem
o objeto de trabalho do assistente social, ganhando centralidade nos debates travados pelos
cursos universitários mais avançados de serviço social e pela categoria profissional como
um todo. Dentre as nossas pretensões, destacamos as seguintes como centrais: construir
reflexões sólidas sobre conceitos teóricos correntes nas ciências sociais; apreender os
movimentos e mudanças da sociedade capitalista na atual fase contemporânea do
imperialismo; e, debater a “questão social”, matéria fundante do serviço social. Neste caso,
essas reflexões teóricas têm por finalidade proporcionar aos pesquisadores um melhor
embasamento a respeito de determinadas categorias teóricas. O objetivo último é formar
um profissional qualificado para intervir nas diversas expressões da “questão social”, bem
como formar pesquisadores e formuladores de políticas sociais. Na construção do corpo
teórico de nossa pesquisa, nos utilizaremos de uma bibliografia sobre financeirização,
neoliberalismo, “questão social” e trabalho. Sendo assim, apuraremos e revisaremos este
material atentando para leituras complementares afins. Cumprida esta etapa, realizaremos,
em estudos monográficos, pesquisas sobre a realidade social da região Sul Fluminense,
em particular, e do Brasil, em geral.
14
Cadernos UniFOA on-line
A “QUESTÃO SOCIAL” NO SÉCULO XXI E A INSERÇÃO DO BRASIL NA
ERA NEOLIBERAL
edição especial - V Jornada Científica em Pesquisa Social 2008
Autoras: Roberta Oliveira Ferreira (orientadora); Camila Lopes de Souza; Leila Teixeira
Pinto Carmo; Natalia Galbas Alves; Regina Célia M. Caetano.
Resumo: O projeto de pesquisa “Planejamento familiar e prevenção de DSTs e AIDS
no Município de Volta Redonda”, se desenvolveu durante os anos de 2006 e 2007.
Estabelecemos o grupo de estudos sobre o campo da saúde. Especificamente, sobre o
debate atual a respeito do planejamento familiar e a prevenção de DSTs e AIDS no Brasil
e no Município de Volta Redonda. Realizamos uma pesquisa bibliográfica a respeito do
tema pesquisado. Assim como, pesquisamos a legislação brasileira sobre o planejamento
familiar. Procedemos entrevistas com profissionais de saúde da rede municipal e usuários
dessa mesma rede. Constituíram-se como pontos de análise dessa pesquisa: a questão do
acesso a política de planejamento familiar, a trajetória histórica e o desdobramento dessa
política social no município no amplo contexto das políticas de saúde. Em Volta Redonda, há uma rede de saúde atuante no campo do planejamento familiar e na prevenção de DSTs
e AIDS (Casa da Mulher e Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) para HIV).
O município recebe subsídios da ONG Benfam que historicamente no Brasil realiza
parcerias com prefeituras para distribuição de preservativos, contraceptivos e treinamento
de profissionais de saúde no campo da saúde reprodutiva e do planejamento familiar.
Identificamos no município a atenção a saúde do casal com dificuldades de engravidar
inclusive, com encaminhamentos para centros de pesquisa e hospitais universitários para
investigação médica. No que concerne a articulação entre política de educação e saúde, não
conseguimos identificar na rede de educação qualquer trabalho de cunho institucional com
objetivo de prevenção / orientação que se remetesse a questão do planejamento familiar e
a prevenção de DSTs e AIDS nas escolas. Os profissionais de saúde sujeitos da pesquisa,
demonstraram conhecimento e criticidade a respeito da política de planejamento familiar
em Volta Redonda. Pontuando inclusive, os pontos críticos da política como: dificuldade
da população em acessar a política devido a falta de divulgação e dificuldade de se
adequar as normas das reuniões dos grupos de planejamento familiar que são realizados
nos postos durante o dia (horário de trabalho da população em geral). Os usuários do
SUS que participaram da pesquisa, demonstraram pouco conhecimento e pouca prática
de uso da estrutura municipal para a atenção ao planejamento familiar e para a prevenção
de DSTs e AIDS. Em geral, os entrevistados relataram que conheciam a distribuição de
preservativos nos postos de saúde. Avaliamos ser fundamental a articulação entre as
políticas de saúde e educação para a construção de uma rede de informação e orientação
a população, com base na concepção de prevenção em saúde. Pontuamos a necessidade
dos Assistentes Sociais presentes na política de saúde, compreenderem a importância da
política de prevenção para DSTs e AIDS e da política de planejamento familiar ocupando
os espaços existentes e trabalhando pelo desenvolvimento desse campo de atuação com
objetivo de desburocratização do acesso. 15
Cadernos UniFOA on-line
PLANEJAMENTO FAMILIAR E PREVENÇÃO DE DOENÇAS
SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E AIDS NO MUNICÍPIO
DE VOLTA RENDODA – RJ.
edição especial - V Jornada Científica em Pesquisa Social 2008
Autoras: Paula Gurgel Inácio; Karin Alves do Amaral Escobar (orientadora)
Resumo: A adoção de medidas de promoção e prevenção à saúde da população idosa
tem sido muito eficaz na busca da qualidade de vida. Esta deve ser entendida como uma
construção global referenciada a diversos aspectos do envelhecimento como fato individual
e social. As alterações sociais desempenham um importante papel e em muitas situações
a deflagração destes problemas pode ser atenuada com medidas preventivas. O grupo de
acolhimento foi pensado dentro da perspectiva de sondar as necessidades sociais e de
saúde dos idosos atendidos no Centro Gerontológico da AAPVR. Este estudo objetivou
levantar um perfil dos idosos atendidos no grupo. Utilizamos como instrumento de coleta
de dados um questionário com questões objetivas e subjetivas o qual denominamos de
avaliação multidimensional de saúde, que os idosos preenchem no grupo de acolhimento.
A amostra foi constituída de 60 idosos representando 30 % dos usuários. Alguns resultados
apontam que em relação à idade existe uma predominância na faixa etária entre 70 a
79 anos. Quanto ao sexo podemos observar uma feminização do envelhecimento. O
estado civil revela que a maioria é casada, seguida de viúvos e divorciados. Em relação
à renda observamos que 36 % dos idosos recebem um salário mínimo, 24% de dois
a quatro salários mínimos, sendo estes os dados mais significativos. Um dos grandes
desafios para as políticas públicas de atendimento aos idosos é a promoção da inclusão
social por meio da escolaridade. Percebemos que 37% deles possuem nível primário,
25% o 1º grau completo e 20% o 2º grau completo. Em relação à participação em grupo
comunitário 80% dos pesquisados não freqüentam essa atividade. Apesar dos incentivos
através de políticas públicas, percebemos que não existe uma cultura de participação
social. Observamos que 27% dos idosos residem com o cônjuge, 25% sozinhos, 19% com
os filhos e os demais 29% vivem com algum familiar. Avaliamos que do total de idosos
pesquisados 60% adotaram alguma medida de promoção à saúde. A busca pela qualidade
de vida é permanente e depende não só dos serviços oferecidos ou dos profissionais,
mais principalmente do idoso que representa o principal sujeito da mudança. Acreditamos
que as equipes ainda têm grandes desafios a serem enfrentados no dia-a-dia de trabalho:
ajustar-se às realidades da velhice abrindo novas possibilidades de intervenção.
16
Cadernos UniFOA on-line
PERFIL DOS IDOSOS ATENDIDOS NO GRUPO DE ACOLHIMENTO
DO CENTRO GERONTOLÓGICO DA AAPVR
edição especial - V Jornada Científica em Pesquisa Social 2008
Autoras: Helenice Morais Sales (orientadora); Alessandra Santos Torres Dias; Emanuele
Dalpra Afonso; Sandra Martins (colaboradora);Rubianara Cabral (colaboradora); Bárbara
de Souza Silva (colaboradora)
Resumo: O Ligue Idoso / Ouvidoria é um serviço novo, foi inaugurado em 30 de setembro
de 2005, com objetivo de receber denúncias de violação de direitos da pessoa idosa, analisar
e encaminhar para os recursos do município de Volta Redonda - RJ. É um serviço da
Secretaria Municipal de Ação Comunitária (SMAC) de Volta Redonda, sendo um serviço
da Proteção Especial de Média Complexidade. Ao realizarmos essa pesquisa estaremos
conhecendo a demanda do Serviço, pois somente conhecendo a realidade que poderemos
propor projetos para intervenção profissional. Além de fornecer um suporte técnicooperativo, o que posteriormente, também contribuirá para a legitimação do Serviço e sua
ampliação. Este trabalho é de extrema importância, tanto para que possamos conhecer a
demanda do Ligue Idoso, quanto no que diz respeito à desmistificação da velhice, a autora
Medeiros (2003) exemplifica alguns desses mitos “(...) velho não aprende, que não muda
e que é improdutivo. E que a velhice é um tempo de perdas, onde não há aquisições...”;
pois somente através de estudos que conseguiremos entender a velhice e os mitos que
culturalmente traz consigo. O objetivo principal do projeto de pesquisa é conhecer o
perfil da demanda do serviço – Ligue Idoso / Ouvidoria. A pesquisa é quali-quantitativa.
Realizamos pesquisa documental que se deu através da análise de prontuários, à partir
de uma amostragem de 10% das denúncias recebidas. Foram coletados dados tais como
bairros de maior incidência, tipo de violência denunciada, relação dos idosos com seus
agressores, etc. Foi realizada entrevista com roteiro de perguntas abertas e fechadas com
idosos usuários do Ligue Idoso. O principal objetivo é nos aproximarmos da compreensão
que estes cidadãos têm sobre a velhice, sobre direitos e políticas públicas direcionada aos
idosos.Os dados já foram sistematizados e parcialmente apresentados à comunidade, o
projeto encontra-se atualmente em fase de conclusão.
17
Cadernos UniFOA on-line
LIGUE IDOSO – VIOLÊNCIA E VELHICE NO MUNICÍPIO DE VOLTA
REDONDA : UM ESTUDO SOBRE OS USUÁRIOS DA OUVIDORIA
A POLÍTICA DE SAÚDE E O TRATAMENTO FORA DE DOMICÍLIO:
DILEMAS E POSSIBILIDADES DO MUNICÍPIO DE PORTO REAL
18
edição especial - V Jornada Científica em Pesquisa Social 2008
Cadernos UniFOA on-line
Autora: Aparecida Maria Amaral Silva; Roberta de Oliviera Ferreira (orientadora)
Resumo: O objetivo do presente trabalho é refletir sobre o tema: O Tratamento Fora de
Domicílio – TFD – na política de saúde do Brasil, e traçar o perfil dos usuários atendidos
por esse serviço no município de Porto Real. O tratamento Fora do Domicílio – TFD – é
um serviço prestado dentro da política de saúde que visa garantir, através do Sistema
Único da Saúde – SUS, tratamento médico, de média e alta complexidade, a pacientes
portadores de doenças intratáveis, por falta de condições técnicas, no município ou estado
de origem. O TFD é uma realidade na política de saúde brasileira, além de ser um desafio
na implantação do SUS, e na efetivação da proposta da saúde como direito de todos e
dever do Estado. Um problema encontrado, durante o estágio, que levou à elaboração
desse trabalho, foi a falta de conhecimento dos usuários, em relação à regulamentação
que dá acesso a esse direito, e a outros direitos que lhes são garantidos. Assim sendo, o
atendimento é solicitado como favor ou benesse, por parte do usuário e/ou do familiar. O
trabalho de pesquisa foi realizado com pacientes que fazem tratamento contra o câncer, e
os resultados da mesma indicam mudanças na realidade encontrada no campo de estágio,
na medida em que evidenciam o perfil dos usuários; e indicam também a necessidade
de aperfeiçoamento das ações que vêm sendo desenvolvidas no município. Além disso,
apontam o desafio de efetivar as propostas preconizadas na legislação do SUS, na garantia
dos direitos aos usuários e familiares que fazem tratamento fora de domicílio – TFD. E,
ainda propõe romper, hoje, no século XXI, com a idéia do atendimento para o TFD, como
favor dentro das bases do clientelismo.
edição especial - V Jornada Científica em Pesquisa Social 2008
Autores: Bárbara de Souza Silva, Dayane Roberta da Silva, Larissa Fagundes Costa e Sirlene de Assis Ribeiro; Karin Escobar (orientadora)
Resumo: O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial, no Brasil a população
idosa é o grupo que apresenta as taxas mais elevadas de crescimento. Para Veras (2003) a
longevidade da população é um fenômeno mundial que traz importantes repercussões no
campo social e econômico. Nesse sentido torna-se necessário que o Estado e a sociedade
desenvolvam políticas públicas que disponibilize à pessoa idosa uma rede de serviços e
ações capazes de reconhecer o idoso como sujeito de direitos garantindo assim o exercício
de cidadania deste segmento. Debert (1999) afirma que a velhice é caracterizada pela
dependência em função do avanço da idade ser considerado um processo de perdas. Veras
(2003) sinaliza que envelhecer sem nenhuma doença crônica se constitui mais exceção
do que regra, visto que a maioria das doenças crônicas que acometem os idosos tem
na própria idade seu maior fator de risco. Faz se necessário uma ênfase na questão da
prevenção de doenças promovendo mais autonomia nesta fase da vida. As doenças que
causam dependência geram gastos crescentes e um custo elevado para os familiares,
visto que atualmente nenhum sistema de atenção à saúde prevê uma oferta suficiente de
serviços para atender essa demanda. Estas questões podem estar relacionadas com o fato
de muitos familiares recorrerem a institucionalização como alternativa de cuidado ao
idoso. De acordo com o Estatuto do Idoso, Lei 10.741/2003, se entende como garantia
de prioridade dentre outras questões “priorização do atendimento ao idoso por sua
própria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não possuam ou
careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência”. O objetivo geral dessa
pesquisa é conhecer a realidade do idoso institucionalizado nas Instituições de Longa
Permanência para idosos/ ILPI existentes no município de Volta Redonda. Pesquisas e
estudos que possam refletir sobre esta realidade são relevantes e podem se transformar em
fontes de contribuição para a gestão dos formuladores de políticas públicas. O universo
da pesquisa será constituído de quatro instituições. Os sujeitos sociais envolvidos na
pesquisa serão os idosos. Como instrumento de coleta de dados realizaremos pesquisa
documental, questionário e entrevista. O processo de envelhecimento é humano e natural.
O envelhecimento está diretamente vinculado aos direitos humanos, visto que a velhice
significa o direito de viver.
19
Cadernos UniFOA on-line
A REALIDADE DO IDOSO INSTITUCIONALIZADO NO MUNICÍPIO DE
VOLTA REDONDA
edição especial - V Jornada Científica em Pesquisa Social 2008
Autoras: Débora Tavares Rodrigues; Luci Leila S. Viana; Vânia Mishima; Carolina Dutra
de Araujo (orientadora)
Resumo: Sem dúvida, é cada vez mais crescente o aumento das políticas públicas
diversas dentre os países que integram o Mercosul, sendo no Brasil um dos principais
focos a área de crianças em situação de rua no Brasil. Sob tal aspecto, este estudo pretende
analisar como no Brasil várias áreas e órgãos procuram intensificar sua participação nos
estudos sobre este ramo, enquanto nos demais países do bloco econômico do qual faz
parte predominam políticas assistencialistas e não mais programas sociais específicos
para a melhoria da população. Logo, a academia aliada a centros de pesquisa vêm
procurando driblar os problemas econômicos e políticos existentes na região a fim de
reverter o quadro de abandono das crianças em situação de rua. Com esta finalidade,
os temas foram apresentados e comparados, observando-se alguns problemas e suas
possibilidades de solução, discutindo os indícios da relevância deste setor em diversas
instituições nacionais, em conseqüência do crescimento da quantidade e da qualidade
de ações realizadas no país. Nas últimas décadas, principalmente, tornou-se visível em
especial nos países que compõem o Mercosul a necessidade de assistência aos impactos
sociais que várias crises econômicas e políticas deixaram como conseqüência. No Brasil,
destacou-se a atividade e o estudo na questão de crianças em situação de rua. Quando se
obtém dados que associam corretamente metodologias observacionais elaboradas para
utilização de pesquisa de campo e entrevistas estruturadas para a obtenção de dados,
descobre-se como a criança utiliza o espaço de rua e como são influenciadas por ele,
possibilitando uma discussão mais clara. Tais resultados são de suma importância para
salientar quais os estudos adequados e as alternativas de intervenção em tal situação,
enfatizando o apoio da participação comunitária a fim de atingir os melhores resultados e
pesquisas mais completas e esclarecedoras, o que significa o amadurecimento da produção
cientifica, na tentativa de sanar os efeitos dos impactos dos ajustes econômicos em países
do Mercosul no âmbito social.
20
Cadernos UniFOA on-line
MÉTODOS DE PESQUISAS NECESSÁRIAS PARA ELABORAÇÃO DE
POLÍTICAS PÚBLICAS COM CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE RUA
edição especial - V Jornada Científica em Pesquisa Social 2008
Autoras: Flávia Bellei Moreira; Lívia Gávio Coutinho; Suellen Bitencourt; Carolina
Dutra de Araujo (orientadora)
Resumo: Atualmente, no Brasil, vem sendo discutido o método de formação do indivíduo
utilizado pelas famílias, pela justiça e pela educação, pois o aumento da violência está
muito significativo. Para que seja formada uma pessoa com um caráter justo, bom e
sincero, seria recomendável que os pontos principais de uma sociedade sejam a justiça,
a educação em melhor condição para um cidadão no futuro e, por último, e não menos
importante, a responsabilidade da família, do indivíduo, e da sociedade em geral para com
o próximo. Neste artigo, o objetivo é dar uma ênfase à Política Educacional e em como o
Assistente Social poderá intervir nos casos relatados no desenvolvimento deste trabalho.
Estes casos acontecem por falta de instrução na escola? Por falta de responsabilidade
dos pais ou do próprio indivíduo? E a justiça, como deve reagir em cada um deles? Para
analisar essas questões foi realizada pesquisa bibliográfica. O caráter de uma pessoa se
constrói ao decorrer de sua vida, mas é indispensável instituir valores imprescindíveis
quando crianças para que haja um respeito mútuo dela com a sociedade quando adulto.
E a família, a escola e a constituição são peças fundamentais para a formação de uma
sociedade justa e igualitária, mas para que isso aconteça é necessário atribuir às mudanças
teóricas para a prática, evitando assim a ocorrência de casos parecidos como os citados
acima. E sendo a política educacional como um dos pressupostos capazes de intervir
na construção do caráter do indivíduo, é necessário examinar as mudanças neste campo
tomando como eixo de analise o significado que ela adquire no atual contexto das
mudanças do mundo do trabalho e da cultura e nas novas formas de financiamento como
parte de uma estratégia que rearticula e dá novo formato à relação público - privado na
área de educação. E o assistente social é uma das peças chaves realizando a garantia do
acesso, da permanência, da qualidade e da gestão democrática e participativa no âmbito da
educação. Cabe ressaltar que é necessário utilizar programas educacionais com intuito de
desenvolver nos indivíduos um ponto de vista moral crítico que ultrapassem a doutrinação
e o conformismo dos valores da sociedade.
21
Cadernos UniFOA on-line
O CARÁTER CONTA!
ÁREAS DE LAZER PÚBLICAS DE BARRA MANSA:
UM OLHAR SOBRE A ACESSIBILIDADE PARA PORTADORES DE
NECESSIDADES ESPECIAIS
22
edição especial - V Jornada Científica em Pesquisa Social 2008
Cadernos UniFOA on-line
Autores: Márvio Fonseca Leite; Túlio José Leonardo Dominato; Carolina Dutra de
Araujo (orientadora)
Resumo: O lazer é um importante componente da qualidade de vida do cidadão e no
caso dos portadores de necessidades especiais, ele possibilita a integração comunitária, o
aumento da auto-estima além do desenvolvimento e descoberta de novas potencialidades
individuais. Promover a acessibilidade no ambiente construído é proporcionar condições
de mobilidade, com autonomia e segurança, constituindo um direito universal resultante de
conquistas sociais importantes, que reforçam o conceito de cidadania. Nesta perspectiva,
será avaliada a adequação dos equipamentos públicos de lazer do município de Barra
Mansa, que podem ser utilizadas para o turismo, em relação à acessibilidade para
portadores de necessidades especiais. Acredita-se que essa seja uma questão prioritária do
governo, já que o Plano Nacional de Turismo 2007-2010: uma viagem na acessibilidade,
prioriza a inclusão de minorias sociais. As áreas analisadas em Barra Mansa serão aquelas
apontadas no Inventário da Oferta Turística como atrativos do município.
Download

V JORNADA CIENTÍFICA EM PESQUISA SOCIAL