/
*-'' SÀ
7^¥
/y-x
t-''C Ccé^ Ai
--CS
>"TL-s»
f£..: • ^S''r'A ^->-r>-->-
^mZ.~-p .
j}
H^
_,
í
,^
' ViQiTefc.
¦#
. ^^^^»
?¦''•«-J5
> \
./
v.
i
ÍS
<*^ \
jt-*yi
^j v
\_
* ^H
,
>fc.
C
^^
/
tv:
Í*F«?$K 7^3
,#
Folha litteraria, critica e recreativa
PUBLICAÇÃO SEMANAL
ASSIGNATURAS
Por rnez 200 réis
A\'NO I
|
Rio de Janeiro,
Por trimestre 500 réis
15 de Maio de 1884
Expediente
Secção Instructiva
e qualquer reclamação
ou correspondência deve ser dirigida k redaccão desta folha, á
rua de Theophilo Otí.oni h. 156,
ou á rua da líriioruavaiia n. 78,
onde se recebam assígnaturas.
MARIO
Toda
ROMANCKTE
ORIGINAL
DE
M. F. MACHADO
Licenciada polo Consófvalor o Dramático
OFFEBECIDÀ
AO
DISTINCTO—-ÒLUB VASQÜES
M
V
í
XI I
POR
M. M.
(A. Alfredo Passos.)
I
E'
a pagina triste da vida de
FOLHETIM
Por causa ia soMílsncia
N. 2
Eosina
Como assim?
Pimenta.
Seu pai fallou, fallou tantas eousas
que impressionaram meu espirito;
mas, como ainda tenho certo compromisso a desempenhar, não me
ausento.
Rosina
Elle também comigo tem feito o
que pôde, mas pouco me importa.
SCENA III
Pimenta.
Pimenta e Rosina, sahindo do Oh!
que ri dente- aurora frue o
á
direita.
amante que sente a realidade de seus
quarto
aliectos !...
Pimenta
Bons dias, prima; hoje madrugou,
Rosina
Rosina
Nutro em minh alma muita espeE'verdade,passei mala noite: os pe- rança!
(Pausaj. Mas o que disse
sadelos atormentaram-me bastante.
papai a meu respeito^?
Pimenta.
Pimenta.
Pois eu tive horríveis pesadelos... Pedio-me, antes
de ir para a reparacordado.
tiçao, que a vigiasse.
( Continuarão )
.**'"*
um ser pensante, que eu pre-jmento de que fora educado á
tendo em rápidos traços des-.mercê de uma rica viuva, chacrerer.
mada Mathikle, que colhera de
E' o terrível combate travado'seu consórcio dous filhos Carlos
entre a razão e a consciência, |e Alberina.
Jamais passara pela mente de
no qual aquella se enfraquece
a filha de sua proesta.
jMario
inflammar-se
que
para
E',emfim,uma paixão que con-tectora sentia por elle o mais
sumio, qual incêndio, a honra, ojacrysolado affecto.Nunca os seus
mais brilho ao
ganharam
futuro e a vida de dous entes,
jolhos
fixarem-se em Alberina.
i Ella, porém, consumia horas e
Mario, que contava 25 prima-;horas em doce meditação, retraveras, abandonara ha um annojtando no pensamento o idolo de
os bancos acadêmicos, distin-jsuas mas ardentes aspirações,
amor... o verdao
1
mas
intel-l
Ah
sua
sempre
pela
guindo-se
ligencia, para entregar-se exclu-jdeiro amor não se impõe, irrompe
sivamente ao sacerdócio de suaíéspontaneo do seio ; nasce na
exprofissão—a medicina. Imadrugada da juventude e
™ «teclive da exisde
seu|tinS!ie-se
a
origem
soube
Nunca
ao gehdo sopro da morte.
in-jtencia
nem
nascimento,
pretendia
(Continua.)
dagal-a ; apenas tinha conheciPimenta (segura-lhe nas mãos.)
Então, querida prima, amor e lir|meza?
Que forte teima.
Pimenta (tomando-lhe a dextra)
Rosina.
Rosina, adorada luz que fulge a;
meus olhos, dissipa as trevas de] Eternamente.(Pausa).Raul, mamai
minha existência; aclara o meu fu-jpara onde íoi?
turo, tornando-me dessa forma feliz. 1
Pimenta.
Rosina.
j Sahio daqui á
procura do Simplicio.
i
Já não te prometti que o meu amoi |
Rosina.
seria sincero?... a minha vontade}
inabalável?... O que mais queres ?! Coitado, tem de soífrer.
Rosina.
*
Pimenta.
-t!
i
SCENA
IV
Oh ! temo que meu tio, como vigi-j Os mesmos, Engracia e Simplicio,
lante acerrimo de teus açtps, nao pntra
tomando cascudos e
consinta em o nosso consórcio, por-jpUXoes de orelha,
que não tenho ainda meios parap
Engracia.
sustentar-te.
1 Maroto, sem vergonha. 9 horas da
Rosina.
Imanhã e a dormir. Está com espirito
Pouco importa. Olha, si elle nãojfeiono corpo, não ha que duvidar.
annuir-aos meus desejos, esperarei] Simplicio (espanando e
somente occasião e depois... quej^ndo cochiios). Não senhora.
elle não se queixe. Já basta de* ser
Engracia.
tão vigiada, porque as freiras do con- j
vento da Ajuda não o são com tanto< .
é
rapaz.
insistas,
Não
cuidado.
i
*:
E' fora de duvida que qualO SOMNO
quer trabalho do cérebro, qualÉmilk Yung
*quer acto psyehico,qualquer pen|samento necessita de um certo
( continuação
O distincto professor da Uni- gasto, pela substancia nervosa,
versidade de Jena, Preyer, é do gaz oxygeneoNo estado de vigília o oxygeautor de uma theoria physiolo-J
gicado somno, da qual nos deve- neo é fornecido pelo sangue, e
mos occupar, ainda que ligeira- dado o caso deste faltar, os modos
mente, porquanto a opinião de de actividade que denominamos
um physiologista, na questão de consciência, attenção, vontade,
que trata, tem sempre um valor pensamento extinguem-se. Desse
subido.
facto podemos nos certi^car comO ponto de partida da theoria primindo as carótidas ; essa comde Preyer consiste na hypothese, pressão arrasta-nos a um estado
apoiada por um grande numero similhante ao somno, podendo
le factos positivos, que a aetivi-jchegar mesmo até a completa
dade cerebral é uma espécie de syncope.
respiração, emquanto que o reSi a anemia cerebral, durante o
pouso do cérebro durante o som- somno, estivesse absolutamente
no seria uma asphyxia desse demonstrada, produzinclo-se, por
orgao.
isso, uma menor oxygenação do
Rosina.
A benção, mamai.
Engracia.
Deus a faca benta.
Rosina.
O que aconteceu, mamai'?
Engracia.
Não me perguntes, filha, não m.e
perguntes^ porque tico toda electrisada e com vontade de dar alguns
choques.
Pimenta.
A.posto, minha tia,que o Simplieio
quebrou alguma cousa lá dentro.
Engracia.
Si fosse isso, passava; mas, depois
de ter percorrido toda a casa e quintal, fui encontral-o, dormindo, debaixo do foçrão.
Rosina.
Engracia.
Seja ou nâo; o que é certo é que
elle, ha muitos annos traz comsigo
este péssimo costume. São arranjos
de meu marido, porque eu logo lhe
disse que nâo o queria em casa.
Rosina.
Já almoçou, mamai ?
Engracia.
Não, minha filha, sabes que, sou
pouco de comidas; mas corre lá
dentro e tira o que está no fogão. Eu
já vou.
Pimenta.
E eu, minha tia, vou ver si arranjo
a vida.
(Sahem)
Engracia.
Um homem já, com 16 annos,ainda
Mas, mamai, pareee-me que 6 mo-a dormir. [Examinando os trastes),
lestia.
lAqui (aponta para uma cadeira) n80
.;•:-:-.
SNSSt. Ifc'' «te*
cérebro, explicado estava o
gran- brincavam travessos num mar d'alede phenomeno ; mas Preyer não:
gria !
admitte a anemia e
pensa ser a Outr'ora fulgiam os risos... as crendiminuição do oxvgeneo do ce-j
cas...
rebro, causada polo modo ditfe-ln°! ¦¦¦ diurnos da mera criança;
"™|
rente p„r qne „d,a „
S"X
K'2'*1;
do sangue durante o somno e du-j bonança
!
rante a vigília.
hoje o espelho, o trajo, as bone°cas,
|E
Continua.) jasíitas, os risos, as crenças e as flores
jconsistem nos filhos do enlace que
Secç ao Poética
jUo enlace que ti ve,sãosó meus amores!
'Passado e
Presente
hoje sou mãi! rodeada do esposo,
jE
dos filhos dileetos, da mãi, da irmã
[no dia de annos'
ai?'r° Slnce!,°> completo na vida
Outr'ora o esp^lho.o traio a« boneeas '
áslitas quels tr^lleSel c^P^P^vida mais uma manhã?
J. M.
flores,
i"v£
formavam na quadra dos sonhos]
•»•#•***•*•»••••»*•«••••«¦¦
-.-»---.»¦..»
virgineosj 25ec:ao Recreativa
dos sonhos virgineos—rnéüs loucosj
amores í
CHARADAS
Outr'ora, no leito, sósinha, deitada
l_l_^_De christão a
sentia o deseanço das lides do dia; -^iga
primeira
tadiga ames
antes
de
ue
nascer.
nutrWft
mono oihos
Am
i?'
oim
oiameus
brincavam
tra-1 1l774^~k
o o r> arai!•,
Ca içado estou de
!
vessos,-:medir navios.
n5° m"'deSte m11'
^ cediços da, rem-me tantos
V'°nt0
remédios, que mais
Não sei si, quando nasci",
...
jsomnotive.
c,
^™phe o.
jdormia; o que è certo é
estou ha
que
annos apanhando com toda a
|muitos
Mas, smlia velha, o espanador nãoíP^horra Que braço forte tem esta
siagarra tudo.
jnhávelha! Quando levo algum carolo
iquero acordar de repente, mas não
! posso elevo a esfregar o toque de alerEngracia.
que apanhei, e dalii a pouco caio
jta
Si não agarra, mette o panno.
jnos meus sonhos—durmo! (Pausa
j Esfregando os olhos e abrindo a boca )
Simplieio
| Si não fosse criado em casa e ver
{que minha mãi ficou liberta antes de
Não trouxe.
{meu naseimento,nãò estavamais aqui
isem ganhar. (Outrotom). A sinhá
Engracia.
jvellia e impertinente de mais; (espa.,
.i^doostrastesjqueivtudoaoseulá.
üu trago ja.
Vou num instante al-|la5iar- Implica com a mobília
ter
moçar e volro proçü
rompia a examinar o;l)ó' èOipigo por dormir sempre por
e quer
(£0 iizeste, (Sahe.)
eu
cante.
Que vida, meu Deus!
[que
!...
jque ju-aga..ra.. (Cochilando). Antes
scena v
.que,,. (Encosta-se á
|qui...ze.
Iestante e adormece.)
Simplieio (só.)
iSlMabôll^1^^'
mbíornes apoia.
é Quem.te mandou, Simplieio. ser!
tão dorminhoco. Verdade é
que,antes-1
de minha mãi morrer, já eu
soffria!
(Continua.)
Download

Folha litteraria, critica e recreativa Por causa ia soMílsncia