COMPORTAMENTO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS E OUTROS ITENS DE JANEIRO A JULHO NO
TRIÊNIO 2013/2015
Superintendência de Produção da Informação e do Conhecimento (SINC)
Gerência de Estatística e Indicadores
A Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio por meio do
Índice de Preço ao Consumidor (IPC) realizou durante o mês de agosto uma pesquisa
com base nos dados coletados para os meses de janeiro a julho dos anos de 2013 a 2015,
com o intuito de mostrar o comportamento inflacionário de determinados produtos
alimentícios e de outros grupos. Foram analisados itens de alimentação, artigos de
residência, habitação, saúde e transporte.
O gráfico abaixo expõe os produtos que compõem a cesta básica. Dentre os
itens, destaca-se o tomate, que nos sete primeiros meses de 2013 já acumulava 45,71%
de inflação. Este fato se deu devido às condições climáticas que prejudicaram a
plantação e a colheita, a menor oferta de mão-de-obra e a redução da área de cultivo em
relação à safra de 2011/2012. Já em 2014, o índice inflacionário foi de 11,77%, ocorrido
em virtude do clima satisfatório e da retração no consumo. Em 2015, as poucas chuvas e
a crise hídrica nas áreas de plantio prejudicaram a colheita do tomate, que já atinge
18,90% no acumulado do ano.
Outro item que teve grande inflação em 2013 foi a banana prata, com 15,79%. O
aumento dos preços dos combustíveis e consequentemente o reajuste no valor do frete
justificam esse valor. Alta temperatura e tempo seco afetaram a produção de bananas
em 2014, porém até julho o acumulado chegava apenas a 3,06%. Este ano, o cultivo da
banana prata apresenta baixa oferta em virtude do período de estiagem e racionamento
na irrigação. Isto posto, contribuiu para o aumento no preço na ordem de 7,10%.
O feijão carioca-rajado teve em 2013 15,04% de acumulado percentual, em
razão da pouca oferta decorrente da queda na produção nacional e da redução na compra
de estoque pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 2012. No ano
seguinte, 2014, a oferta regular e a compra dos produtos por meio de uma Aquisição do
Nota técnica, Maceió, n. 31, set. 2015, Disponível em: dados.al.gov.br.
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Governo Federal (AGF)1 fez com que o montante fosse somente de 1,88%. Em 2015, o
índice inflacionário apresenta 5,67%, pois com a seca na Região Nordeste a safra fica
abaixo de sua previsão inicial.
Já os demais itens não tiveram valores expressivos em comparação com os
outros anos.
Fonte: Seplag – AL/Sinc/IPC.
No gráfico 2, ao analisar o produto cebola, nota-se que nos últimos três anos
esse foi o item que apresentou maior variação inflacionária. No ano de 2013 nos seus
primeiros sete meses houve uma quebra de produção, acarretando a necessidade,
principalmente da Argentina, por causa da menor oferta, isso fez com que o índice
inflacionário ficasse em 30,33%. Para o mesmo período de 2014, a produção nacional
foi suficiente para suprir a demanda, o que gerou o acumulado até o mês de julho
daquele ano 3,37%. Já no ano vigente (2015), a inflação da cebola já chega a 67,15%.
Neste ano vários fatores como o aumento no preço dos combustíveis, preço dos insumos
em alta, o período de entressafra e as grandes quantidades de chuvas nos locais das
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Instrumento da Política de Garantia de Preços Mínimos – PGPM, mediante a aquisição da produção
quando o preço de mercado estiver abaixo do preço mínimo estabelecido para a safra vigente de qualquer
produto da pauta da PGPM.
Nota técnica, Maceió, n. 31, set. 2015, Disponível em: dados.al.gov.br.
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plantações prejudicaram a produção e influenciaram na alta do preço deste bulbo (em
algumas situações foi necessário importar o produto).
O limite extra de crédito que o governo, através do Conselho Monetário
Nacional (CMN), liberou em junho de 2013 para os agricultores, objetivando a compra
de equipamentos agrícolas e melhoramento da infraestrutura nas propriedades rurais não
foi suficiente para segurar a inflação da batata inglesa do período, que chegou a 11,82%,
pois houve quebra de safra no ano e também foram praticados preços altos para
recuperar o prejuízo registrado na safra anterior. Em 2014 houve aumento da safra e os
preços não elevaram tanto, tendo 5,70% de acumulado. A batata inglesa segue o mesmo
caminho de crescimento da cebola no ano de 2015. O reajuste na tarifa de energia, a
elevação dos preços do combustível são variáveis que incidem na hora em que o
produtor vai taxar o preço das suas mercadorias. Em vista disso, a inflação da batata
inglesa acumula 26,12% este ano.
Fonte: Seplag – AL/Sinc/IPC.
Dos itens selecionados dos outros grupos da pesquisa do IPC/Maceió-AL, as
passagens aéreas foram as que mais apresentaram elevação nos preços. Em 2013 os
preços não sofreram aumento tão expressivo (7,76%) até o mês de julho, quanto nos 2
anos subsequentes. Para o mesmo tempo em 2014 a realização da copa do mundo no
Nota técnica, Maceió, n. 31, set. 2015, Disponível em: dados.al.gov.br.
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Brasil fez com que a demanda por voos aumentasse e consequentemente os preços das
passagens, gerando um acumulado de 17,35% neste item. Em 2015, devido a
diminuição de promoções e altas do dólar e do combustível (querosene de aviação), este
mesmo índice apresenta valor até o mês de julho de 50,46%.
Em relação à energia elétrica, em 2013, Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) aprovou uma redução nas tarifas de 17,98% no estado de Alagoas. No ano de
2014, até o mês analisado não houve modificação nos preços. No ano corrente, a crise
hídrica e o aumento de encargo setorial em função da produção de energia termoelétrica
ocasionou, até julho, alta de 10,01%.
A Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) reajustou as taxas de água e
esgoto nos anos de 2013 e 2014 em 8,17% e 10,36% respectivamente com intuito de
recompor as perdas financeiras por meio do IPCA e para cobrir as elevações dos custos
operacionais. Em 2015 este indicador acumula inflação de 29,58% até o mês de julho,
em decorrência da alta dos custos operacionais como a energia elétrica, que é o maior
insumo empregado na produção de água e na coleta de esgoto, bem como a variação
cambial que aumenta os custos com produtos destinados ao tratamento de água.
Fonte: Seplag – Al/Sinc/IPC.
Nota técnica, Maceió, n. 31, set. 2015, Disponível em: dados.al.gov.br.
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REFERÊNCIAS
SEPLAG. Pesquisa de preço de produtos diversos. Maceió/2013/2014/2015.
ANEEL. Lei 12783/ 2013. Medidas provisórias 591/2012 e 605/2013.
Sites Consultados:

Canal Rural – www.canalrural.com.br

Estadão – www.economia.estadao.com.br

G1 (Globo) – www.g1.com

O Globo – www.oglobo.globo.com

Revista Digital de Notícias – www.revistadigital.com.br

Revista Fórum – www.revistaforum.com.br

Terra – www.economia.terra.com.br

Tnh1 (Tudo na Hora/NE) – www.tnh1.ne10.uol.com.br

Tribuna Hoje – www.tribunahoje.com

Valor – www.valor.com.br

Veja – www.veja.abril.com.br
Nota técnica, Maceió, n. 31, set. 2015, Disponível em: dados.al.gov.br.
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