Hospital AC Camargo
23/08/2012
Terra Notícias - SP
Tópico: HOSPITAL AC CAMARGO
Editoria: Notícias
Pg: 09:09:00
Jornal: hospitais culpam greve da Anvisa por falta de remédio
NÃO ASSINADO
A Associação Nacional dos Hospitais Privados diz que 75% de seus 46 associados
sentem algum efeito da greve em seus estoques de materiais, reagentes e remédios. No
hospital AC Camargo, referência no tratamento de câncer, um quimioterápico oral não foi
entregue pelo laboratório, que não conseguiu importá-lo por causa da paralisação da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa ), iniciada há um mês. O órgão é
responsável por autorizar a entrada de medicamentos no País. As informações são do
jornal Folha de S. Paulo.
O diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, afirma que não há desabastecimento de
medicamentos no País em decorrência da greve dos servidores da agência. "Podemos
afirmar categoricamente: não está faltando medicamento no Brasil por retenção de carga
em decorrência da paralisação", disse. De acordo com ele, após decisão judicial que
determinou que 70% dos servidores trabalhem durante a greve, a situação de avaliação
das cargas importadas de medicamentos e outros produtos essenciais para a saúde está
"praticamente dentro da normalidade". Questionado sobre o que poderia justificar a falta
de medicamentos indicada pelos hospitais de São Paulo, Barbano disse que a situação
deverá ser analisada para entender os motivos específicos.
O movimento grevista
Iniciados em julho, os protestos e as paralisações de servidores de órgãos públicos
federais aumentaram no mês de agosto. Pelo menos 25 categorias estão em greve,
tendo o aumento salarial como uma das principais reinvindicações. De acordo com a
Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), o
movimento atinge 28 órgãos, com 370 mil servidores sem trabalhar. O número, no
entanto, é contestado pelo governo.
Estão em greve servidores da Polícia Federal, Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Arquivo
Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, do Meio
Ambiente e da Justiça, entre outros. O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências
Nacionais de Regulação (Sinagências) informou que dez agências reguladoras aderiram
ao movimento.
O Ministério do Planejamento declarou que está analisando qual o "espaço orçamentário"
para negociar com as categorias. O governo tem até o dia 31 de agosto para enviar o
projeto de lei orçamentária ao Congresso Nacional. O texto deve conter a previsão de
gastos para 2013.
No dia 25 de julho, a presidente Dilma Rousseff assinou decreto para permitir a
continuidade dos serviços em áreas consideradas delicadas. O texto prevê que ministros
que comandam setores em greve possam diminuir a burocracia para dar agilidade a
alguns processos, além de fechar parcerias com Estados e municípios para substituir os
funcionários parados.
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