GOL E INFRAERO PODEM PAGAR R$ 300 MIL POR FALTA DE EQUIPAMENTO
PARA EMBARQUE DE CADEIRANTE
A GOL e a Infraero podem pagar até 300 mil reais por conta do embarque
inadequado da cadeirante Katya Hemelrijk da Silva, na madrugada segunda-feira
(1), no aeroporto de Foz do Iguaçu (PR).
A Anac (Agência de Aviação Civil) informou em seu site que notificou ambas as
empresas para que elas prestem informações sobre ocorrido. Segundo o órgão, as
irregularidades na conduta da companhia e/ou do operador podem resultar na multa.
Por falta de equipamentos que permitem o acesso de pessoas com deficiência
disponíveis no momento do embarque, a executiva precisou se arrastar por uma
escada para conseguir entrar em um avião da GOL.
O voo, de número 1076, partia de Foz do Iguaçu para Curitiba (PR). Katya tem
osteogênese imperfeita, doença conhecida como síndrome dos "ossos de cristal", e
por isso, não aceitou ser carregada pela tripulação, conforme contou em sua página
no Facebook.
Ela também se recusou a esperar quatro horas para decolar, tempo necessário para
que o aparelho que a ajudaria a entrar na aeronave estivesse pronto para uso, por
ter compromissos.
Na rede social, Katya afirmou ainda que não pretende processar a GOL e que a
companhia foi "extremamente atenciosa" com ela durante e após o incidente.
Procurada por EXAME.com, a GOL disse que ainda não recebeu a notificação da
Anac. Já a Infraero não havia se pronunciado até o fechamento desta matéria.
Responsabilidade
Na terça feira (2), a GOL informou em nota que o stair trac (elevador portátil para
cadeira de rodas capaz de “escalar” degraus) da base de Foz do Iguaçu não estava
disponível para uso na manhã do dia 1º de dezembro e "por isso não pôde ser
utilizado".
A empresa disse ainda que tentou sem sucesso conseguir o aparelho com outras
companhias aéreas e que "ofereceu outras alternativas para a cliente, que optou por
seguir sem a ajuda dos colaboradores".
A GOL disse ainda que lamenta o ocorrido e que "tomará todas as medidas
necessárias para evitar que casos como esse voltem a acontecer".
Ainda na terça-feira, a Infraero (que administra o aeroporto de Foz do Iguaçu)
comunicou em nota que, conforme resolução da Anac, atualmente os procedimentos
de embarque e desembarque são de responsabilidade das empresas aéreas.
Porém, o mesmo documento estabelece que, a partir do ano que vem, a
administração dos aeroportos é que deverá oferecer o equipamento que permite o
acesso de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida aos aviões.
A estatal afirma que, por conta da mudança em 2015, já adquiriu 15 ambulifts
(espécie de carro com elevador que transporta cadeiras de rodas), num investimento
de 9,68 milhões de reais. O aeroporto de Foz do Iguaçu, entretanto, ainda não
possui nenhum deles.
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