ID: 52619370
28-02-2014 | Outlook
Tiragem: 17461
Pág: 5
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Ocasional
Área: 24,35 x 26,43 cm²
Âmbito: Economia, Negócios e.
Corte: 1 de 2
Três caminhos para chegar
a uma cidade inteligente
A IBM lançou um concurso global e Faro foi uma das cinco cidades na Europa que viram o seu
projecto aceite. O ‘Smarter Cities Challenge’ é uma iniciativa de responsabilidade social
que permite às cidades vencedores beneficiar dos conselhos dos consultores da IBM que se
deslocam a cada cidade durante três semanas – um serviço de consultoria no valor de 400 mil
dólares. Faro candidatou-se com um projecto na área da economia do mar e venceu.
Hoje conhece os resultados, que o Diário Económico revela em primeira mão.
Por Mónica Silvares
Inovação
Turismo
A principal estratégia para inovar será criar uma plataforma de dados que
permita troca aberta de informações e de colaboração a todos níveis da economia. Esta plataforma, para os 16
municípios da região, seria a base de todas as outras estratégias sugeridas para o desenvolvimento de Faro, poderia usar a
rede de fibra óptica já instalada e ser financiada com fundos comunitários. Esta mega-plataforma seria organizada em três portais: um público para os municípios comunicarem com os residentes e entre si; um privado para as empresas a operar na região e, finalmente, um académico para a universidade e outros institutos.
Os vários intervenientes teriam acesso a esta plataforma contribuindo com dados, mas também para aceder a informação, o que
permitiria em muito agilizar os serviços que os municípios prestam.
Estes três ‘players’ são também convidados a actuar na formação e
capacitação do mercado de trabalho de forma a aumentar competências, especialização e inovação. A sugestão passa por criar uma
Business School de Engenharia Biotecnológica para garantir que os
recursos saem da universidade prontos para o mercado de trabalho
e criar um centro de gestão de carreiras para gerir oportunidades de
trabalho e estágios. Uma melhor articulação entre universidades e
empresas através de estágios, programas de formação será também fundamental para reduzir a taxa de desemprego e criar novas
oportunidades de negócio. A criação de uma estratégia de
comunicação é outra parte do plano que envolve o
desenvolvimento de aplicações, jogos e tecnologias de aprendizagem virtual. Com esta
aposta no desenvolvimento de mão-de-obra especializada seria
possível contrariar a sazonalidade do emprego
no Algarve.
Personalizar a oferta turística
no Algarve. A abordagem de ‘one size fits
all’ tem os dias contados, já que, cada vez mais, as
pessoas utilizam a internet para planear as viagens de acordo com as suas preferências pessoais e não de acordo que
“com o que a indústria do turismo pensa que o turista precisa”.
E o Algarve até já está envolvido em, pelo menos três tipos de
turismo personalizado: turismo médico, ecológico e autêntico.
A sugestão é criar um recurso de viagem personalizada que permitiria, por exemplo, ter conversas online com os turistas antes
da sua chegada ao Algarve, usando por exemplo o Facebook, ou
outras redes sociais; retirar dessas conversas as suas necessidades e desejos e usando referencias de viagens anteriores (através
de um acesso autorizados a blogs e twiter) desenvolver uma agenda personalizado. A Marca Algarve ainda não atingiu o seu potencial em termos turísticos. É fundamental que se invista no posicionamento da marca na internet e nas redes sociais, aconselham os
consultores. O Algarve “tem de saber concorrer com outros destinos mais conhecidos ou que utilizam técnicas de marketing mais
sofisticadas” para chegar aos turistas, por isso, é necessário promover as novas actividades na região, recursos naturais, tours, restaurantes. Depois dos turistas partirem há que continuar a estratégia de comunicação através das redes sociais, não só para promover o destino mas também para monitorar a experiência. Desenvolver um livro de memórias digital personalizados para cada turista ou grupo é outra das sugestões deixadas.
FARO
Criar novas
empresas e emprego, aumentar as receitas dos
negócios já instalados e melhor uso dos recursos são algumas das vantagens de criar “uma cadeia de valor
de colaboração regional, para o Mar do Algarve, gerido como plataforma de serviços partilhados
por uma parceria público-privada, agregando os municípios do Algarve e outras entidades públicas e privadas”. O Algarve não pode tirar partido da energia das ondas ou eólica, nem tão pouco
apostar no surf – como a costa Oeste de Portugal – mas tem outras mais valias que pode explorar.
Tem um ambiente excelente para a aquacultura, permitindo o dobro da taxa de crescimento de reservas de marisco face ao Norte do país. A Ria Formosa era ideal para essa actividade, mas também para a produção de sal e de actividades turísticas já que é uma reserva ecológica. Além do turismo e da aquacultura, aposta também poderia recair na pesca, tanto tradicional como desportiva. Ou ainda na biotecnologia azul, energias renováveis a partir do mar e mineração submarina. Neste último ponto a Universidade do Algarve desempenha um papel fundamental servindo de base para a investigação e desenvolvimento no sector marítimo. A cadeia de valor
sugerida fará “o acompanhamento e a gestão das infra-estruturas públicas mais críticas
do Algarve a partir de uma única autoridade, que ficará responsável pela criação de
condições para melhor atender todas as actividades ligadas ao mar, mas também
facilitar a ligação com a Agricultura (uma outra área económica emergente)
que, à semelhança da indústria das pescas, necessita de uma eficiente cadeia de abastecimento com base tecnológica”. A plataforma seria
gerida e monitorizada por um Observatório Operacional.
Mar
Faro
em números
Faro é uma cidade
com 44 mil habitantes.
O turismo representa
75% da economia local.
No 4º trimestre
de 2013, o Algarve teve
uma taxa de
desemprego superior
à média nacional
(17,5%).
O Algarve tem
reservados em exclusivo
320 milhões de euros
no próximo quadro
comunitário.
ID: 52619370
28-02-2014 | Outlook
Tiragem: 17461
Pág: 1
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Ocasional
Área: 7,28 x 1,75 cm²
Âmbito: Economia, Negócios e.
Corte: 2 de 2
INOVAÇÃO
Os caminhos e estratégias para Faro
se tornar uma cidade inteligente
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Três caminhos para chegar a uma cidade inteligente