Alexandre Guzanshe
CAPA
NOVA LINHA REFORÇARÁ
oferta de energia
PARA O ES E RJ
6
REVISTA FURNAS
ANO XXX
Nº 311
AGOSTO 2004
FURNAS supera desafios para concluir a Linha Vitória-Ouro Preto 2 em janeiro de 2005
L
icitada pela Aneel em 2001, a Li-
No segundo trecho, entre os municípios de Jequeri (MG) e Ibatiba (ES), com 130
nha de Transmissão Vitória-Ouro
km de extensão, o canteiro está localizado em Manhuaçu (MG) e já foram construídas
Petro 2, considerada emergencial para o
22 torres das 237 previstas. Na última etapa, com 126 km, entre Ibatiba e a Subestação
setor elétrico brasileiro, não despertou
de Vitória, localizada no município de Serra (ES), cujo canteiro de obra está situado
interesse entre os participantes do leilão
em Venda Nova do Emigrante (ES), das 224 torres previstas, 62 já foram instaladas.
devido ao alto grau de dificuldade para
As obras para ampliar a capacidade de transformação da Subestação Ouro Preto 2
sua implantação. FURNAS, autorizada
encontram-se em estado adiantado, já tendo sido montado o banco de transforma-
pelo governo federal, iniciou sua cons-
dor de 500/345 kV. Na Subestação de Vitória, as obras civis para a instalação de um
trução em janeiro deste ano. A linha, de
vão de linha foram iniciadas.
345 kV, com capacidade para transportar 760 MW, terá 383 km de extensão, 759
torres e atravessará 28 municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo. O empreendimento aumentará a confiabilidade do
sistema de suprimento dos estados do Rio
de Janeiro e Espírito Santo, com investimentos da ordem de R$ 154 milhões e
início de operação previsto para janeiro
do próximo ano.
Para facilitar a logística de construção em uma região de topografia acidentada, as obras foram divididas em
três frentes de trabalho. Na primeira,
cujo canteiro de obra foi implantado em
Ponte Nova (MG), o traçado vai da
Regulagem da estrutura metálica da base da torre entre Manhuaçu e Manhumirim (MG)
Subestação Ouro Preto 2, da
Cemig, localizada em Itabirito
(MG), até o município de Jequeri
(MG). Neste trecho, de 127 km,
está prevista a instalação de 220
torres de suspensão e 43 torres
de ancoragem. Mais de 400 pessoas estão trabalhando nesta
parte da obra e, até o momento,
já foram montadas 23 torres.
Na página ao lado, detalhe da
montagem de uma torre entre Ouro
Preto e Ponte Nova (MG) em terreno
com acentuado declive (foto a dir.)
REVISTA FURNAS
ANO XXX
Nº 311
AGOSTO 2004
7
CAPA
DESAFIOS
Segundo Márcio Wilian Ferreira, gerente da Divisão Técnica de Obras Leste
(DTOL.T), do Departamento de Transmissão Leste (DTL. T), um dos principais
desafios encontrados para a implantação da linha é referente ao meio ambiente. “O traçado da Vitória-Ouro Preto
2 atravessa uma região formada, em sua
maioria, por fragmentos de Mata Atlântica. Devido a isto, a abertura de picadas
necessárias para os futuros lançamentos
de cabos têm ficado em torno dos três
metros de largura”, ressaltou.
A região montanhosa, com aclives e
declives acentuados, é outra dificuldade enfrentada pelas equipes de construção da linha. “O transporte das ferra-
Montagem da base do disjuntor na Subestação Ouro Preto 2
gens, a concretagem das bases, a montagem e a revisão das torres nestas condições de terreno exigem um seguro
planejamento de operação, porque
qualquer descuido pode se transformar
em grave acidente. Veja, nós estamos
falando da manipulação e transporte de
um volume total de concreto de 15.900
metros cúbicos e de um peso de estruturas de mais de 6 mil toneladas”, lembrou
o gerente da DTOL.T.
Os desafios da construção não param por aí. Próximo à Subestação de
Vitória, FURNAS terá que implantar 632
estacas metálicas tipo CS (coluna soldada) para construir as bases das torres. “O
traçado da linha na região do município
de Serra passa por um terreno alagadiço,
e teremos que fazer estaqueamentos
com profundidade média de 30 metros
para suportar as 32 torres finais do terceiro trecho”, destacou o gerente.
Estruturas metálicas das torres de transmissão no canteiro de obras em Venda Nova do Emigrante (ES)
Vista da área da Subestação de
Vitória, onde está sendo implantado
o vão da Linha Vitória-Ouro Preto 2
8
REVISTA FURNAS
ANO XXX
Nº 311
AGOSTO 2004
Em Venda Nova do Emigrante (ES), montagem da
armadura do tubulão que integrará a base da torre
Comunicação Social
O trabalho dos comunicadores sociais que atuam ao
longo da obra está voltado para as populações diretamen-
Benefícios
te afetadas, com prioridade para aquelas com terras situa-
Segundo Maria Luiza Vieira de Castro, da Assessoria Técnica
das nos locais de movimentação de pessoal e execução de
de Transmissão (ATT.T), o empreendimento deverá gerar ao
obras. De março até julho, foram visitadas 492 pessoas, o
longo de sua construção cerca de 1.000 empregos diretos e 1.500
que corresponde a 53,8% do total.
indiretos, estimulando a atividade econômica dos municípios,
Esta primeira campanha, que tem como objetivo infor-
ampliando a confiabilidade do atendimento para o Rio de
mar sobre o cronograma das obras e divulgar os programas
Janeiro e Espírito Santo e permitindo um acréscimo de 25% na
ambientais em execução, já apresenta números bastante
demanda atual de energia deste último estado, que é da ordem
positivos. Desde o início das atividades, a ouvidoria registrou
de 1.300 MW.
que apenas 8,1% dos proprietários contatados no primeiro
A linha representa uma alternativa para o abastecimento de
trecho, 13,1% do segundo trecho, e 10,1% do terceiro trecho,
energia elétrica para o estado do Espírito Santo, que hoje depen-
apresentaram dúvidas, sugestões ou reivindicações.
de, exclusivamente, das linhas Campos-Vitória.
Linha Vitória-Ouro Preto 2
TENSÃO
CAPACIDADE DE TRANSPORTE
EXTENSÃO
Nº DE TORRES
345 kV
760 MW
383 km
759
REVISTA FURNAS
ANO XXX
Nº 311
AGOSTO 2004
9
Download

Linha Vitória-Ouro Preto 2 reforçará abastecimento