IARC: Revisão de 2,4-D
Junho de 2015
O grupo de trabalho da Agência Internacional de Pesquisas em Câncer (IARC em inglês)
incluiu o 2,4-D na lista de pesticidas a serem revisados de 2 a 9 de junho em Lion, França.
Os grupos de trabalho do IARC são formados por acadêmicos e pesquisadores de
especializações e conhecimentos diversos, que se encontram para discutir, por uma
semana, sobre dados disponíveis na literatura sobre vários componentes.
O IARC é uma agência sob a Organização Mundial da Saúde (WHO, em inglês) mas não
tem a responsabilidade de regulamentar pesticidas. O órgão responsável por conduzir as
avaliações de risco de pesticidas1 para fins regulatórios é o Encontro Conjunto da WHO
(Organização Mundial da Saúde) e da FAO (Agente ONU para Agricultura e Alimentação)
sobre Resíduos de Pesticidas (JMPR em inglês).
O JMPR tem revisado pesticidas desde 1963 e avaliou o 2,4-D cinco vezes. Recentemente
o JMPR concluiu que o 2,4-D não é genotóxico e não há evidência de carcinogenicidade2.
Em Maio de 2015 a Força Tarefa II de Dados de Pesquisa do 2,4-D nos Estados Unidos
submeteu ao IARC um pacote de revisões e análises da literatura para suportar ao próximo
encontro dos grupos de trabalho. Esta submissão provê detalhes sobre os 70 anos de
informação e dados disponíveis, opiniões de especialistas independentes e agentes
reguladores de pesticidas no mundo, que afirmam que o uso de 2,4-D não apresenta risco à
saúde humana e não é carcinogênico, com base no peso das evidências. Leia mais aqui.
Como resultado dos 70 anos de uso do 2,4-D (com mais de 100 rótulos do produto em mais
de 100 países) há uma quantidade incomparável de evidências científicas e relatos das
experiências reais de uso para serem consideradas pelos orgãos reguladores e outras
agências. Geralmente, os processos de registro de pesticidas levam anos pois são
conduzidas análises robustas de todas as evidências científicas, incluindo dados científicos
conduzidos sob Boas Práticas Laboratoriais (GLP em inglês), o qual é mandatório por lei3.
O 2,4-D – assim como todos os outros produtos de proteção de cultivos – tem sido avaliado
múltiplas vezes quanto à saúde e segurança pela Agência de Proteção Ambiental
Americana (EPA, em inglês), a Comissão Européia, a Agência Canadense de
Regulamentação de Pesticidas, a Organização Mundial da Saúde e outros agentes
regulatórios no mundo. Eles continuam a estudar o 2,4-D e concordam que o 2,4-D é
seguro se usado de acordo com recomendações de rótulo e bula.
Agência de Proteção Ambiental Americana 4:
“Estudos em ratos e camundongos indicaram que não há significância estatística na
resposta de tumores em ambas as espécies; adicionalmente, o 2,4-D não é
mutagênico, sinalizador de baixo potencial de carcinogenicidade. A agência
determinou, com base em várias revisões dos estudos epidemiológicos, além dos
estudos em animais, que os dados existentes não sustentam a conclusão de que há
ligação entre câncer em humanos e a exposição ao 2,4-D.”
www.24d.reviews
1
Autoridade de Segurança Alimentar Européia5:
“… há concordância, portanto, de que é improvável que o 2,4-D, como é atualmente
produzido, tenha potencial genotóxico ou apresente risco carcinogênico a humanos.”
Agência Canadense de Regulamentação de Pesticidas6:
“Nenhum outro agente regulador internacional considera o 2,4-D carcinogênico a
humanos. Com base em todas os dados relevantes disponíveis, esta agência concorda
com esta posição.”
Sociedade Americana do Câncer7:
“O IARC não se pronuncia quanto à probabilidade de um agente causar câncer.
Carcinógenos não causam câncer o tempo todo, sob todas as circunstâncias. Alguns
podem somente ser carcinogênicos se a pessoa é exposta de uma certa forma (por
exemplo, ingerindo ao invés de tocando). Outros podem somente causar câncer em
indivíduos com certa predisposição genética. Alguns agentes podem levar ao câncer
após pouca exposição enquanto outros requerem exposição intensa por muitos anos.
É necessário que haja referência destas especificidades.”
Dr. Katherine von Stackelberg, Escola de Saúde Pública de Harvard8:
“A combinação das evidências indica que não é muito improvável que a exposição ao 2,4-D
e/ou MCPA estão associadas ao risco de desenvolvimento de NHL ou outros cânceres
linfohematopoiéticos.”
Dr. David Garabrant, Prof. Martin Philbert, Escola de Saúde Pública da
Universidade de Michigan9:
“Apesar de vários e minuciosos estudos em animais, tanto in vitro quanto in vivo, os
experimentos não apresentam evidências que sustentam a teoria de que o 2,4-D ou
qualquer um de seus sáis ou ésteres causam danos ao DNA do ponto de vista fisiológico.
Estudos em roedores demonstram uma lacuna nos efeitos carcinogênicos e oncogênicos,
sob a administração do 2,4-D numa dieta de longa duração. Estudos epidemiológicos
oferecem evidências escassas de que a exposição ao 2,4-D está associada a sarcoma dos
tecidos moles, doença de Hodgkin ou qualquer outro câncer. De forma geral, as evidências
disponíveis dos estudos epidemiológicos não são adequadas para se concluir que a
exposição ao 2,4-D é associada à causa de qualquer forma de câncer.”
Traduzido do original em inglês em 25 de Maio de 2015
www.24d.reviews
2
Referências:
World Health Organization (1996). Pesticide Residues In Food -1996, 2,4-D. Report of the
Joint Meeting of the FAO Panel of Experts on Pesticide Residues in Food and the
Environment and the World Health Organization Expert Group on Pesticide Residues.
1
World Health Organization (1996). Pesticide Residues In Food -1996, 2,4-D. Report of the
Joint Meeting of the FAO Panel of Experts on Pesticide Residues in Food and the
Environment and the World Health Organization Expert Group on Pesticide Residues.
2
3
http://24d.org/backgrounders/body.aspx?pageID=30&contentID=124
EPA Memorandum, October 14, 2014, “Response to public comments received regarding
new uses of Enlist DUOTM on corn and soybeans” EPA-HQ-OPP-2014-0195-2414
4
European Food Safety Agency (2014). Conclusion on the peer review of the pesticide risk
assessment of the active substance 2,4-D. EFSA Journal 12(9):3812.
5
Health Canada Pest Management Regulatory Agency (2008). 2,4-D Re-evaluation
Decision & Information Note, May 16, 2008.
6
http://www.cancer.org/cancer/cancercauses/othercarcinogens
/generalinformationaboutcarcinogens/known-and-probable-human-carcinogens
7
von Stackelberg, K. (2013). A Systematic Review of Carcinogenic Outcomes and Potential
Mechanisms from Exposure to 2,4-D and MCPA in the Environment. Journal of toxicology
2013, 371610.
8
Garabrant, D.H., Philbert, M.A. (2002). Review of 2,4-dichlorophenoxyacetic acid (2,4-D)
epidemiology and toxicology. Crit Rev Toxicol 32:233–257.
9
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3
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