CAPA
USINA
O presidente Luiz Inácio
Foz do
Chapecó
ministros de Minas e
Energia, Fazenda e
Aqüicultura e Pesca
participaram do evento
de concretagem do
vertedouro
Fotos:
Almir Chieregato / Eny Miranda / Luiz Fajardo
RECEBE PRESIDENTE LULA
Lula da Silva e os
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Caçamba para lançamento
de concreto se aproxima
da estrutura do
vertedouro
O
presidente Luiz Inácio Lula
da Silva visitou no dia 5 de
outubro, o canteiro de obras da
Hidrelétrica Foz do Chapecó, onde
participou da solenidade de início da concretagem estrutural do
vertedouro. O evento contou com
as presenças dos ministros Nelson
Construção
Hubner (Minas e Energia), Guido
Mantega (Fazenda), Altemir
O empreendimento está localizado entre os municípios de
Gregolin (Aqüicultura e Pesca) do
Águas de Chapecó (SC) e Alpestre (RS) e conta com investimentos
governador de Santa Catarina,
de, aproximadamente, R$ 2,2 bilhões. A usina terá 855 MW de
Luiz Henrique da Silveira; de par-
potência instalada e 432 MW médios de energia assegurada, o
lamentares federais, lideranças
que seria suficiente para atender cerca de 25% de todo o
políticas regionais e municipais; e
consumo de energia de Santa Catarina ou em torno de 18%
diretores do consórcio Foz do
do
Chapecó Energia, formado pelas
a previsão é de que sua energia esteja à disposição do país em
empresas CPFL (51%), FURNAS
agosto de 2010.
(40%) e CEEE-GT (9%).
Rio Grande do Sul. A construção deve durar 50 meses e
Durante este período, além de arrecadar impostos – previsão
Em seu pronunciamento, o pre-
de R$ 16 milhões em ISS, os municípios da região serão benefi-
sidente Lula destacou a importân-
ciados com a execução de 32 programas socioambientais e com
cia da construção de usinas hidre-
a geração de, aproximadamente, 6 mil empregos. Hoje, 2,2 mil
létricas para atender à demanda
operários trabalham na obra. Após a entrada em operação da
atual e futura de energia. “Tenho
hidrelétrica, serão repassados também mais de R$ 12 milhões por
imensa alegria de estar aqui ven-
ano por meio da compensação financeira pela utilização dos
do o começo de uma grande obra
recursos hídricos, divididos entre os municípios, estados e União.
que vai gerar energia para o Brasil, criar empregos e ajudar finan-
Inovações
ceiramente as prefeituras e os es-
Quando máquinas e homens chegaram para instalar o
tados de Santa Catarina e Rio Gran-
canteiro de obras da Hidrelétrica Foz do Chapecó, em janeiro
de do Sul. Nada é melhor para o
deste ano, oficialmente também se abria para o setor de geração de
país do que construir uma hidre-
FURNAS uma nova fronteira. Primeira usina da Empresa na região Sul,
létrica, que gera uma energia pu-
Foz do Chapecó está inserida no Programa de Aceleração do
ramente limpa, barata e que pode
Crescimento (PAC) do governo federal. A usina traz, ainda,
ser explorada por muito tempo”.
inovações de projeto, construção e gestão.
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É a primeira hidrelétrica no país a ter
barragem de enrocamento com núcleo
asfáltico. A concepção do projeto como central de desvio, onde a casa de força e a barragem encontram-se localizadas em áreas distintas, aliadas ao desnível natural gerado
pela grande volta do rio Uruguai, permite
ganhos significativos de energia. Além de
atuar como sócio investidor, FURNAS também desempenha as atividades de engenharia do proprietário e foi contratada pelo
consórcio para prestar serviços de controle
tecnológico dos materiais empregados.
Logística
Segundo Clóvis Ribeiro, gerente do
Departamento de Construção de Geração de
Corumbá (DGB.C) responsável pelas obras, um
dos desafios para a implantação da usina foi a
mobilização simultânea para as frentes de
Pedro Solsona Seuba, o Pedrinho, que
começou a trabalhar em 1959 nas
obras de FURNAS
trabalho. Estão sendo construídos refeitórios,
centrais de concreto e de britagem, pátios de prémoldados, oficinas etc. “As frentes estão instaladas a uma distância de mais de 400 metros,
separadas pelas águas do rio Uruguai. Enquanto na margem esquerda fazemos as escavações para
a casa de força, na margem direita trabalhamos a barragem e vertedouro. Este é um
projeto diferenciado, pois as estruturas separadas exigem uma logística de apoio ágil e
eficiente”, ressaltou.
A conclusão das obras da ponte de serviço que unirá as duas frentes está prevista para março
de 2008. Enquanto isso, homens e equipamentos são transportados diariamente por duas balsas
que se revezam no percurso. Com grande capacidade de carga, elas garantem o suprimento
necessário para manter o cronograma das escavações e do concreto. “As balsas são essenciais neste
momento para o andamento das obras. Sem elas, seria muito difícil manter os três turnos de trabalho
já que transportam tudo, desde equipamentos pesados até os diversos materiais de almoxarifado
utilizados nesta fase da construção”, assinalou o gerente do DGB.C.
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edro Solsona Seuba, o Pedrinho, técnico eletromecânico (67 anos), começou a trabalhar na
Usina de Furnas (MG) em 1959, contratado pela Companhia Agro-Brasileira. Após dois anos
e meio, passou para o quadro efetivo da Empresa e, como ajudante técnico, atuou na montagem
eletromecânica das primeiras unidades geradoras. “Naquela época, FURNAS estava formando seu
quadro profissional; recebemos diversos treinamentos na Cemig (MG) e no Arsenal da Marinha
(RJ). Fiquei entre seis e sete anos na Usina de Furnas”, relembra.
Após a conclusão das montagens, Pedrinho foi enviado para a Usina de Estreito (MG/SP), hoje
Luiz Carlos Barreto de Carvalho (MG/SP). De lá, para a Usina de Porto Colômbia (MG/SP) e depois
para a Usina de Marimbondo (MG/SP). Já com uma grande experiência em eletromecânica,
recebeu uma proposta da iniciativa privada que o levou a atuar na Usina de Itaipu, onde ficou
até 1991. Após as obras, voltou, via empreiteira, a se relacionar com FURNAS. Desta vez, em Serra
da Mesa (GO) e depois passou a trabalhar no Departamento de Apoio e Controle Técnico (DCT.C),
em Goiânia(GO). Recentemente, foi convidado pelo diretor técnico da Usina Foz de Chapecó,
Miguel Zerbini, para voltar ao canteiro de obras. “Minha vida sempre foi trabalhar em
montagens eletromecânicas de hidrelétricas. Enquanto tiver saúde, continuarei atuando nas
obras que me chamarem”, destacou.
Cronograma
As obras civis estão sendo executadas dentro do
cronograma estabelecido. Parte das atividades de
momento, 21% das obras iniciais civis e da montagem eletromecânica previstas.
instalação dos alojamentos, escritórios, refeitórios,
Os volumes totais de escavação comum, em rocha a
estações de tratamento de água e esgoto, oficinas de
céu aberto e subterrânea chegam, respectivamente, a
manutenção, estradas de acesso, área de lazer etc, já
mais de 1,7 milhão de m³, 3,4 milhão de m³ e 200 mil
está concluída. Também já foi finalizada a implan-
m³, para a construção do vertedouro, canal de adução,
tação da ensecadeira de primeira fase do vertedouro.
casa de força e canal de fuga. Esta quantidade equivale
Na margem esquerda, prosseguem em ritmo acelera-
a uma fila de 9 mil km, composta por cerca de 1 milhão
do as escavações do túnel de desvio, da casa de força
de caminhões basculantes. O volume total de concreto
e do canal de adução. De acordo com Francisco
que será utilizado na obra supera a casa dos 580
Cordero Donha Filho, gerente responsável pela en-
milhões de m³, equivalente a quase sete vezes o que foi
genharia do proprietário, já foram realizados, até o
aplicado na construção do Maracanã.
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Usina Foz do Chapecó recebe presidente Lula