ANEXO II
REGULAMENTAÇÃO DO TRANSPORTE DE MERCADORIAS PERIGOSAS POR
CAMINHO DE FERRO
NOTA GERAL: A presente regulamentação aplica-se ao transporte nacional e internacional ferroviário de mercadorias perigosas. As suas
disposições têm a mesma redacção que as correspondentes disposições do Regulamento Relativo ao Transporte Ferroviário
Internacional de Mercadorias Perigosas (RID). Em todo o texto da presente regulamentação, para evidenciar esta
identidade de conteúdo, é utilizada sempre a sigla “RID”. Nos casos em que, por razões do âmbito geográfico da operação
de transporte a realizar, existam disposições particulares aplicáveis exclusivamente ao transporte nacional, as mesmas são
especificadas como DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS AO TRANSPORTE NACIONAL referentes aos
parágrafos, secções, capítulos ou partes em questão. Nomeadamente, é o caso da utilização exclusiva da língua portuguesa
nos documentos em vez das línguas oficiais do RID, permitida pelo artigo 5º do decreto-lei que aprova esta regulamentação.
PARTE 1
Disposições Gerais
-1-
-2-
CAPÍTULO 1.1
CAMPO DE APLICAÇÃO E APLICABILIDADE
1.1.1
Estrutura
O RID compreende sete partes. Cada parte subdivide-se em capítulos e cada capítulo em secções e subsecções
(ver quadro das matérias).
No interior de cada parte, o número da parte está incorporado nos números dos capítulos, secções e subsecções;
por exemplo, a Secção 1 do Capítulo 2 da Parte 4 é numerada "4.2.1".
1.1.2
Campo de aplicação
Para os fins do artigo 1.º do Anexo C, o RID especifica:
a)
as mercadorias perigosas cujo transporte internacional é excluído;
b)
as mercadorias perigosas cujo transporte internacional é autorizado e as condições impostas a essas
mercadorias (incluindo as isenções), em especial no que se refere:
–
à classificação das mercadorias, incluindo os critérios de classificação e os métodos de ensaio que
lhes digam respeito;
–
à utilização das embalagens (incluindo a embalagem em comum);
–
à utilização das cisternas (incluindo o seu enchimento);
–
aos procedimentos de expedição (incluindo a marcação e a etiquetagem dos volumes, a sinalização
dos meios de transporte, bem como a documentação e as informações prescritas);
–
às disposições relativas à construção, ao ensaio e à aprovação das embalagens e das cisternas;
–
à utilização dos meios de transporte (incluindo a carga, o carregamento em comum e a descarga).
Para o transporte, na acepção do RID, serão aplicadas, para além das disposições do Anexo C, as disposições
pertinentes de outros anexos à COTIF, nomeadamente as disposições do Anexo B respeitantes ao transporte
efectuado ao abrigo de um contrato de transporte.
1.1.3
Isenções
1.1.3.1
Isenções ligadas à natureza da operação de transporte
As prescrições do RID não se aplicam:
a)
ao transporte de mercadorias perigosas efectuado por pessoas singulares quando as mercadorias em
questão estão acondicionadas para a venda a retalho e se destinam ao seu uso pessoal ou doméstico ou
para actividades de lazer ou desportivas, na condição de serem tomadas medidas para impedir qualquer
fuga de conteúdo em condições normais de transporte. Quando estas mercadorias são líquidos
inflamáveis transportados em recipientes recarregáveis cheios por, ou para, um particular, a quantidade
total não deve ultrapassar os 60 litros por recipiente. As mercadorias perigosas em GRG, grandes
embalagens ou cisternas não são consideradas como estando embaladas para a venda a retalho;
b)
ao transporte de máquinas ou de equipamentos não especificados no RID que comportem
acessoriamente mercadorias perigosas na sua estrutura ou nos seus circuitos de funcionamento, na
condição de serem tomadas medidas para impedir qualquer fuga de conteúdo em condições normais
de transporte;
c)
ao transporte efectuado por empresas mas acessoriamente à sua actividade principal, tal como para
aprovisionamento de estaleiros de construção ou de engenharia civil ou para os trajectos de retorno a
partir desses estaleiros, ou para trabalhos de medição, de reparação ou de manutenção, em quantidades
que não ultrapassem 450 litros por embalagem nem as quantidades máximas totais especificadas em
1.1.3.6. Devem ser tomadas medidas para impedir qualquer fuga de conteúdo em condições normais
-3-
de transporte. A presente isenção não se aplica à classe 7. Os transportes efectuados por essas
empresas para o seu próprio aprovisionamento ou para a sua distribuição externa ou interna não são
contudo abrangidos pela presente isenção;
d)
ao transporte efectuado por serviços de intervenção ou sob o seu controlo, na medida em que seja
necessário para intervenções de emergência, em particular os transportes efectuados para conter,
recuperar e deslocar para local seguro as mercadorias perigosas envolvidas num acidente ou incidente;
e)
aos transportes de emergência destinados a salvar vidas humanas ou a proteger o ambiente, na
condição de terem sido tomadas todas as medidas para garantir que esses transportes se efectuem em
completa segurança;
f)
o transporte de reservatórios fixos de armazenagem, vazios, por limpar, que tenham contido gases da
classe 2 dos grupos A, O ou F, matérias dos grupos de embalagem II ou III das classes 3 ou 9, ou
pesticidas dos grupos de embalagem II ou III da classe 6.1, nas seguintes condições:
-
todas as aberturas, com excepção dos dispositivos de descompressão (quando estiverem
instalados), sejam hermeticamente fechadas;
-
tenham sido tomadas medidas para impedir qualquer fuga de conteúdo nas condições normais de
transporte; e
-
a carga seja fixada em berços, cestos ou outros dispositivos de manuseamento ou fixada ao vagão
ou contentor de forma a não oscilar nem se deslocar nas condições normais de transporte.
Não são abrangidos pela presente isenção os reservatórios fixos de armazenagem que tenham contido
matérias explosivas dessensibilizadas ou matérias cujo transporte seja proibido pelo RID.
NOTA: Para as matérias radioactivas, ver 1.7.1.4.
1.1.3.2
Isenções ligadas ao transporte de gases
As prescrições do RID não se aplicam ao transporte:
a) dos gases contidos nos reservatórios de um meio de transporte e que se destinem à sua propulsão ou ao
funcionamento de qualquer dos seus equipamentos (frigoríficos, por exemplo);
b) dos gases contidos nos reservatórios de carburante dos veículos transportados. A torneira de alimentação
situada entre o reservatório de carburante e o motor deve estar fechada e o contacto eléctrico deve estar
cortado;
c) dos gases dos grupos A e O (de acordo com 2.2.2.1) se a sua pressão no recipiente ou na cisterna, a uma
temperatura de 20 °C, não ultrapassar 200 kPa (2 bar) e se o gás não for um gás liquefeito nem um gás
liquefeito refrigerado. Isto é válido para todos os tipos de recipientes ou de cisternas, por exemplo, também
para as diferentes partes das máquinas ou da aparelhagem;
d) dos gases contidos no equipamento utilizado para o funcionamento dos veículos (por exemplo, os
extintores), mesmo enquanto peças sobressalentes (por exemplo, os pneus cheios). Esta isenção abrange
igualmente os pneus cheios transportados enquanto carga;
e) os gases contidos no equipamento especial dos vagões e necessários ao funcionamento desse equipamento
especial durante o transporte (sistema de arrefecimento, aquários, aparelhos de aquecimento, etc.) bem
como os recipientes sobressalentes para esses equipamentos e os recipientes a substituir, vazios por limpar,
transportados no mesmo vagão;
f)
os gases contidos nos produtos alimentares ou nas bebidas.
-4-
1.1.3.3
Isenções ligadas ao transporte de carburantes líquidos
As prescrições do RID não se aplicam ao transporte de carburante contido nos reservatórios de um meio de
transporte e que se destine à sua propulsão ou ao funcionamento de qualquer dos seus equipamentos
(frigoríficos, por exemplo). A válvula de alimentação situada entre o motor e o reservatório de carburante dos
motociclos e dos ciclomotores com motor auxiliar, com carburante contido nos reservatórios, deve estar fechada
durante o transporte. Além disso, tais motociclos e ciclomotores com motor auxiliar devem ser carregados de pé
e ser fixados para evitar quedas.
1.1.3.4
Isenções ligadas a disposições especiais ou às mercadorias perigosas embaladas em quantidades
limitadas ou em quantidades exceptuadas
NOTA: Para as matérias radioactivas, ver 1.7.1.4.
1.1.3.4.1 Certas disposições especiais do Capítulo 3.3 isentam parcial ou totalmente o transporte de mercadorias perigosas
específicas das prescrições do RID. A isenção aplica-se quando a disposição especial é indicada na coluna (6) do
Quadro A do Capítulo 3.2 relativamente às mercadorias perigosas da respectiva rubrica.
1.1.3.4.2 Certas mercadorias perigosas podem ser objecto de isenções sob reserva de que sejam satisfeitas as condições do
Capítulo 3.4.
1.1.3.4.3 Certas mercadorias perigosas podem ser objecto de isenções sob reserva de que sejam satisfeitas as condições do
Capítulo 3.5.
1.1.3.5
Isenções ligadas às embalagens vazias por limpar
As embalagens vazias (incluindo os GRG e as grandes embalagens), por limpar, que tenham contido matérias
das classes 2, 3, 4.1, 5.1, 6.1, 8 e 9 não estão submetidas às prescrições do RID se tiverem sido tomadas medidas
apropriadas para compensar os eventuais riscos. Os riscos consideram-se compensados se tiverem sido tomadas
medidas para eliminar todos os riscos das classes 1 a 9.
1.1.3.6
Quantidade máxima total por vagão ou grande contentor
1.1.3.6.1 (Reservado)
1.1.3.6.2 (Reservado)
1.1.3.6.3 Em conformidade com o disposto no 1.1.3.1 c), quando as mercadorias perigosas, pertencentes à mesma
categoria de transporte, são transportadas no mesmo vagão ou grande contentor, a quantidade máxima total é
indicada na coluna (3) do seguinte quadro:
-5-
Categoria
de
transporte
Matérias ou objectos
grupo de embalagem ou código/grupo de classificação ou
Nº ONU
Quantidade
máxima total por
vagão ou grande
contentor
(1)
0
(2)
Classe 1: 1.1 L, 1.2 L, 1.3 L e Nº ONU 0190
Classe 3: Nº ONU 3343
Classe 4.2: matérias pertencentes ao grupo de embalagem I
Classe 4.3: Nºs ONU 1183, 1242, 1295, 1340, 1390, 1403, 1928, 2813, 2965,
2968,
2988, 3129, 3130, 3131, 3134, 3148, 3396, 3398 e 3399
Classe 5.1: Nº ONU 2426
Classe 6.1: Nºs ONU 1051, 1600, 1613, 1614, 2312, 3250 e 3294
Classe 6.2: Nºs ONU 2814 e 2900
Classe 7: Nºs ONU 2912 a 2919, 2977, 2978 e 3321 a 3333
Classe 8: Nº ONU 2215 (ANIDRIDO MALEICO, FUNDIDO)
Classe 9: Nºs ONU 2315, 3151, 3152 e 3432, bem como os aparelhos que
contenham essas matérias ou misturas
bem como as embalagens vazias por limpar que tenham contido matérias que figuram
nesta categoria de transporte, com excepção das classificadas no Nº ONU
2908
Matérias e objectos pertencentes ao grupo de embalagem I e que não figuram na
categoria de transporte 0, bem como as matérias e objectos das classes:
Classe 1: 1.1 B a 1.1 Ja, 1.2 B a 1.2 J, 1.3 C, 1.3 G, 1.3 H, 1.3 J, 1.5 Da
a
Classe 2: grupos T, TCa, TO, TF, TOC e TFC
aerossóis: grupos C, CO, FC, T, TF, TC, TO, TFC e TOC
Classe 4.1: Nºs ONU 3221 a 3224
Classe 5.2: Nºs ONU 3101 a 3104
Matérias e objectos pertencentes ao grupo de embalagem II e que não figuram nas
categorias de transporte 0, 1 ou 4, bem como as matérias e objectos das
classes:
Classe 1: 1.4B a 1.4G e 1.6N
Classe 2: grupo F
aerossóis: grupo F
Classe 4.1: Nºs ONU 3225 a 3230
Classe 5.2: Nºs ONU 3105 a 3110
Classe 6.1: Matérias e objectos pertencentes ao grupo de embalagem III
Classe 9: Nº ONU 3245
Matérias e objectos pertencentes ao grupo de embalagem III e que não figuram nas
categorias de transporte 0, 2 ou 4, bem como as matérias e objectos das
classes:
Classe 2: grupos A e O
aerossóis: grupos A e O
Classe 3: Nº ONU 3473
Classe 4.3: Nº ONU 3476
Classe 8: Nºs ONU 2794, 2795, 2800, 3028 e 3477
Classe 9: Nºs ONU 2990 e 3072
Classe 1: 1.4S
Classe 4.1: Nºs ONU 1331, 1345, 1944, 1945, 2254 e 2623
Classe 4.2: Nºs ONU 1361 e 1362 grupo de embalagem III
Classe 7: Nºs ONU 2908 a 2911
Classe 9: Nº ONU 3268
bem como as embalagens vazias por limpar que tenham contido matérias perigosas,
excepto as que figuram na categoria de transporte 0
(3)
0
1
2
3
4
a
20
333
1 000
ilimitada
Para os Nºs ONU 0081, 0082, 0084, 0241, 0331, 0332, 0482, 1005 e 1017, a quantidade máxima total por vagão ou grande contentor
será de 50 kg.
No quadro acima, por "quantidade máxima total por vagão ou grande contentor", entende-se:
–
para os objectos, a massa bruta em quilogramas (para os objectos da classe 1, a massa líquida em
quilogramas de matéria explosiva; para as mercadorias perigosas contidas nas máquinas ou equipamentos
-6-
especificados no RID, a quantidade total de mercadorias perigosas contida no interior em quilogramas ou
litros, consoante o caso);
–
para as matérias sólidas, os gases liquefeitos, os gases liquefeitos refrigerados e os gases dissolvidos, a massa
líquida em quilogramas;
–
para as matérias líquidas e os gases comprimidos, a capacidade nominal do recipiente (ver definição em
1.2.1) em litros.
1.1.3.6.4 Quando são transportadas no mesmo vagão ou grande contentor mercadorias perigosas pertencentes a
categorias de transporte diferentes, a soma de:
–
a quantidade de matérias e de objectos da categoria de transporte 1 multiplicada por "50",
–
a quantidade de matérias e de objectos da categoria de transporte 1 mencionados na nota de rodapé
quadro do 1.1.3.6.3, multiplicada por "20",
–
a quantidade de matérias e de objectos da categoria de transporte 2 multiplicada por "3", e
–
a quantidade de matérias e de objectos da categoria de transporte 3,
–
não deve ultrapassar "1 000".
a
do
1.1.3.6.5 Para os fins da presente subsecção, não devem ser tomadas em conta as mercadorias perigosas que são isentas
em conformidade com os 1.1.3.2 a 1.1.3.5.
1.1.3.7
Isenções ligadas ao transporte de pilhas de lítio
As prescrições do RID não se aplicam:
a) às pilhas de lítio instaladas num veículo que efectua uma operação de transporte e que são destinadas à sua
propulsão ou ao funcionamento de um dos seus equipamentos;
b) às pilhas de lítio contidas num equipamento para o funcionamento deste equipamento utilizado ou
destinado a uma utilização durante o transporte (por exemplo, um computador portátil).
1.1.4
Aplicabilidade de outros regulamentos
1.1.4.1
Generalidades
1.1.4.1.1 O transporte internacional no território de um Estado-Membro pode ser sujeito a regulamentos ou proibições
impostos pelo artigo 3.º do Anexo C, por razões que não se relacionem com a segurança durante o transporte.
Esses regulamentos ou proibições devem ser publicados sob forma apropriada.
1.1.4.1.2 (Reservado)
1.1.4.1.3 (Reservado)
1.1.4.2
Transporte numa cadeia de transporte que comporte um percurso marítimo ou aéreo
1.1.4.2.1 Os volumes, os contentores, as cisternas móveis, os contentores-cisternas e os vagões que contenham um
carregamento completo de volumes com as mesmas mercadorias perigosas, que não satisfaçam completamente
as prescrições de embalagem, de embalagem em comum, de marcação e de etiquetagem dos volumes ou de
sinalização e de marcação de contentores e cisternas do RID, mas que estejam conformes com as prescrições do
Código IMDG ou das Instruções Técnicas da OACI, são admitidos para os transportes numa cadeia de
transporte que comporte um percurso marítimo ou aéreo, nas seguintes condições:
-7-
a) Os volumes devem ter marcação e etiquetas de perigo em conformidade com as disposições do Código
IMDG ou das Instruções Técnicas da OACI, se a marcação e as etiquetas não forem conformes com o RID;
b) As disposições do Código IMDG ou das Instruções Técnicas da OACI são aplicáveis à embalagem em
comum no mesmo volume;
c) Para os transportes numa cadeia de transporte que comporte um percurso marítimo, os contentores, as
cisternas móveis, os contentores-cisternas ou os vagões que contenham um carregamento completo de
volumes com as mesmas mercadorias perigosas, se não tiverem sinalização e painéis laranja conformes com
o Capítulo 5.3 do RID, devem ter placas-etiquetas e painéis conformes com o Capítulo 5.3 do Código
IMDG. Para as cisternas móveis e os contentores-cisternas vazios, por limpar, esta disposição aplica-se até à
transferência subsequente para uma estação de limpeza, inclusive.
Esta derrogação não é válida para as mercadorias classificadas como mercadorias perigosas nas classes 1 a 9 do
RID, e consideradas como não perigosas em conformidade com as disposições aplicáveis do Código IMDG ou
das Instruções Técnicas da OACI.
NOTA: Para o transporte em conformidade com o 1.1.4.2.1, ver também 5.4.1.1.7. Para o transporte em contentores, ver
também 5.4.2.
1.1.4.2.2 (Reservado)
1.1.4.2.3 (Reservado)
1.1.4.3
Utilização de cisternas móveis de tipo OMI aprovadas para os transportes marítimos
As cisternas móveis de tipo OMI (tipos 1, 2, 5 e 7) que não satisfaçam as prescrições dos Capítulos 6.7 ou 6.8,
mas que tenham sido construídas e aprovadas antes de 1 de Janeiro de 2003 em conformidade com as
disposições do Código IMDG (incluindo as medidas transitórias) (Emenda 29-98), podem ser utilizadas até 31
de Dezembro de 2009 na condição de que satisfaçam as prescrições em matéria de ensaios e de controlos
aplicáveis do Código IMDG (Emenda 29-98) e que as instruções indicadas nas colunas (12) e (14) do Capítulo
3.2 do Código IMDG (Emenda 33-06) sejam completamente satisfeitas. Podem continuar a ser utilizadas depois
de 31 de Dezembro de 2009 se satisfizerem as prescrições em matéria de ensaios e de controlos aplicáveis do
Código IMDG, mas na condição de que as instruções das colunas (10) e (11) do Capítulo 3.2 e do Capítulo 4.2
do RID sejam respeitadas.1
1.1.4.4
Transporte combinado rodo-ferroviário
As mercadorias perigosas também pode ser deslocadas por transporte combinado rodo-ferroviário, em
conformidade com as disposições abaixo.
Os veículos afectos ao transporte combinado rodo-ferroviário, bem como o seu conteúdo, devem satisfazer as
prescrições do ADR.
Contudo, não se admitem:
1
–
as matérias explosivas da classe 1, do grupo de compatibilidade A (Nºs ONU 0074, 0113, 0114, 0129, 0130,
0135, 0224 e 0473);
–
as matérias auto-reactivas da classe 4.1, que necessitam de regulação de temperatura (Nºs ONU 3231 a
3240);
A Organização Marítima Internacional (OMI) publicou a circular DSC/Circ.12 (e seus rectificativos), intitulada “Guidance on the Continued Use of Existing
IMO Type Portable Tanks and Road Tank Vehicles for the Transport of Dangerous Goods” (Indicações relativas à continuação de utilização das cisternas
móveis e dos veículos-cisternas rodoviários de tipo OMI existentes para transporte de mercadorias perigosas). O texto dessa circular está disponível em inglês no
sítio Internet da OMI com o seguinte endereço: www.imo.org.
-8-
–
os peróxidos orgânicos da classe 5.2, que necessitam de regulação de temperatura (Nºs ONU 3111 a 3120);
–
o trióxido de enxofre, puro a pelo menos 99,95%, sem inibidor, transportado em cisternas (Nº ONU 1829).
NOTA: No que respeita à afixação de painéis e à sinalização laranja dos vagões utilizados no transporte combinado rodoferroviário, ver 5.3.1.3.2 e 5.3.2.1.6. No que se refere às menções a incluir no documento de transporte, ver 5.4.1.1.9.
1.1.4.5
Transporte encaminhado por outro modo diferente da tracção ferroviária
1.1.4.5.1 Se o vagão que efectua um transporte submetido às prescrições do RID é encaminhado numa parte do trajecto
por outro modo diferente da tracção ferroviária, os regulamentos nacionais ou internacionais que regulam
eventualmente, nessa parte do trajecto, o transporte de mercadorias perigosas pelo modo de transporte utilizado
para o encaminhamento do vagão são apenas aplicáveis à referida parte do trajecto.
1.1.4.5.2 Os Estados-Membros da COTIF podem acordar fazer aplicar as disposições do RID na parte do trajecto em
que o vagão é encaminhado por outro modo, diferente da tracção ferroviária, complementadas, se necessário,
por prescrições adicionais, salvo se essas disposições entrarem em contradição com as cláusulas de convenções
internacionais que regulem o transporte de mercadorias perigosas pelo modo de transporte utilizado para o
encaminhamento do vagão na referida parte do trajecto.
Esses acordos devem ser notificados ao Secretariado da OTIF pelo Estado-Membro que iniciou o acordo. O
Secretariado da OTIF dará conhecimento deste facto a todos os Estados-Membros.2
1.1.4.5.3 (Reservado)
2
Os acordos celebrados em conformidade com esta subsecção podem ser consultados na página electrónica da OTIF (www.otif.org).
-9-
- 10 -
CAPÍTULO 1.2
DEFINIÇÕES E UNIDADES DE MEDIDA
1.2.1
Definições
NOTA: Nesta secção figuram todas as definições de ordem geral ou específica.
No RID, entende-se por:
A
"Aço de referência", um aço com uma resistência à tracção de 370 N/mm2 e um alongamento à ruptura de
27%;
"Aço macio", um aço cujo limite mínimo da resistência à ruptura por tracção está compreendido entre 360
N/mm2 e 440 N/mm2;
NOTA: Para as cisternas móveis, ver Capítulo 6.7.
"ADN", o Acordo Europeu relativo ao transporte internacional de mercadorias perigosas por via navegável
interior;
"ADR", o Acordo Europeu relativo ao transporte internacional de mercadorias perigosas por estrada, incluindo
os acordos particulares assinados por todos os países interessados no transporte;
"AIEA", a Agência Internacional de Energia Atómica (P.O. Box 100, A-1400 VIENA);
"Aerossol", um recipiente não recarregável que satisfaça as prescrições do 6.2.6, de metal, vidro ou matéria
plástica, contendo um gás comprimido, liquefeito ou dissolvido sob pressão, com ou sem um líquido, pasta ou
pó, e equipado com um dispositivo de escape que permita expulsar o conteúdo sob a forma de partículas sólidas
ou líquidas em suspensão num gás, sob a forma de espuma, de pasta ou de pó, ou no estado líquido ou gasoso;
"Aprovação, autorização"
"Aprovação multilateral" ou "autorização multilateral", para o transporte das matérias da classe 7, a
aprovação ou autorização concedida pela autoridade competente do país de origem da expedição ou do
modelo, consoante o caso, e pela autoridade competente de cada país no território do qual a remessa deve
ser transportada. A expressão "no território" exclui expressamente o sentido de "sobre o território"; ou
seja, as prescrições em matéria de aprovação, de acordo e de notificação não se aplicam a um país sobre
cujo território as matérias radioactivas são transportadas numa aeronave, desde que não esteja prevista
nenhuma escala neste país;
"Aprovação unilateral", para o transporte das matérias da classe 7, a aprovação de um modelo que deve
ser concedida apenas pela autoridade competente do país de origem do modelo.
Se o país de origem não é um Estado-Membro da COTIF, a aprovação implica uma validação da
autorização pela autoridade competente do primeiro Estado-Membro da COTIF a ser tocado pela
expedição (ver 6.4.22.6);
"ASTM", a American Society for Testing and Materials (ASTM International, 100 Barr Harbor Drive, PO Box
C700, West Conshohocken, PA, 19428-2959, United States of America);
"Autoridade competente", a(s) autoridade(s) ou qualquer (quaisquer) outro(s) organismo(s) designado(s) como
tal (tais) em cada Estado e em cada caso particular segundo o direito nacional;
- 11 -
"Avaliação de conformidade", o processo que consiste na verificação da conformidade de um produto de
acordo com as disposições das secções 1.8.6 e 1.8.7 relativas à aprovação de tipo, à supervisão do fabrico, e ao
controlo e aos ensaios iniciais;
B
"Barrica de madeira", uma embalagem de madeira natural, de secção circular, com paredes arqueadas, provida
de aduelas, fundos e aros;
"Bobine" (classe 1), um dispositivo de matéria plástica, de madeira, de cartão, de metal ou de qualquer outro
material adequado, formado por um eixo central e, se for o caso, por paredes laterais em cada extremidade do
eixo. Os objectos e as matérias devem poder ser enrolados no eixo e podem ser retidos pelas paredes laterais;
C
"Caixa", uma embalagem de faces completas, rectangulares ou poligonais, de metal, madeira, contraplacado,
aglomerado de madeira, cartão, matéria plástica ou outro material apropriado. Podem ser feitos pequenos
orifícios para facilitar o manuseamento ou a abertura, ou para satisfazer os critérios de classificação, na condição
de que tal não comprometa a integridade da embalagem durante o transporte;
"Caixa móvel", ver "Contentor";
"Caixa móvel cisterna", um equipamento que deve ser considerado como contentor-cisterna;
"Capacidade de um reservatório ou de um compartimento de reservatório", para as cisternas, o volume
interior total do reservatório ou do compartimento do reservatório expresso em litros ou metros cúbicos.
Quando for impossível encher completamente o reservatório ou o compartimento de reservatório devido à sua
forma ou construção, essa capacidade reduzida deve ser utilizada na determinação do grau de enchimento e na
marcação da cisterna;
"Capacidade máxima", o volume interior máximo dos recipientes ou das embalagens, incluindo as grandes
embalagens e os grandes recipientes para granel (GRG), expresso em metros cúbicos ou litros;
"Capacidade nominal do recipiente", o volume nominal, expresso em litros, de matéria perigosa contida no
recipiente. Para as garrafas de gases comprimidos, o conteúdo nominal será a capacidade em água da garrafa;
"Carga máxima admissível" (para os GRG flexíveis), a massa líquida máxima para o transporte da qual o
GRG é concebido e que é autorizado a transportar;
"Carregador", a empresa que carrega as mercadorias perigosas num vagão ou num grande contentor;
"Carregamento completo", qualquer carregamento proveniente de um só expedidor ao qual é reservado o uso
exclusivo de um grande contentor e no qual todas as operações de carga e de descarga são efectuadas em
conformidade com as instruções do expedidor ou do destinatário;
NOTA: O termo correspondente para a classe 7 é "uso exclusivo".
"Cartucho de gás", um recipiente não recarregável contendo, sob pressão, um gás ou uma mistura de gases.
Pode estar ou não equipado com uma válvula;
"CEE-ONU", a Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa (Palais des Nations, 8-14 avenue de la
Paix, CH-1211 GENEBRA 10);
"CEN", ver "EN";
"CGA", a Compressed Gas Association (4221 Walney Road, 5th Floor, Chantilly VA 20151-2923, United States
of America);
"CGEM", ver "Contentor para gás de elementos múltiplos";
- 12 -
"Cisterna", um reservatório, munido dos seus equipamentos de serviço e de estrutura. Quando o termo é
utilizado isoladamente, compreende os contentores-cisternas, as cisternas móveis, os vagões-cisternas e as
cisternas desmontáveis, tal como são definidos na presente secção, bem como as cisternas que constituem
elementos de vagões-baterias ou de CGEM;
NOTA: Para as cisternas móveis, ver 6.7.4.1.
"Cisterna desmontável", uma cisterna que, sendo construída para se adaptar aos dispositivos especiais do
vagão, só pode ser retirada dele depois da desmontagem dos seus meios de fixação;
"Cisterna fechada hermeticamente", uma cisterna destinada ao transporte de líquidos com uma pressão de
cálculo de pelo menos 4 bar, ou destinada ao transporte de matérias sólidas (pulverulentas ou granuladas)
qualquer que seja a pressão de cálculo, cujas aberturas se fecham hermeticamente, e que:
– não possui válvulas de segurança, discos de ruptura ou outros dispositivos análogos de segurança, nem
válvulas de depressão ou válvulas com dispositivo automático de arejamento; ou
– não possui válvulas de segurança, discos de ruptura ou outros dispositivos análogos de segurança, mas
possui válvulas de depressão ou válvulas com dispositivo automático de arejamento, em conformidade
com as prescrições do 6.8.2.2.3; ou
– possui válvulas de segurança precedidas de um disco de ruptura, em conformidade com o 6.8.2.2.10, mas
não possui válvulas de depressão ou válvulas com dispositivo automático de arejamento; ou
– possui válvulas de segurança precedidas de um disco de ruptura, em conformidade com o 6.8.2.2.10, e
válvulas de depressão ou válvulas com dispositivo automático de arejamento, em conformidade com as
prescrições do 6.8.2.2.3;
"Cisterna fixa", uma cisterna com capacidade superior a 1 000 litros fixada permanentemente num vagão (que
passa então a ser um vagão-cisterna) ou que é parte integrante do chassi desse vagão;
"Cisterna móvel", uma cisterna multimodal que esteja conforme com as definições do Capítulo 6.7 ou do
Código IMDG, indicada por uma instrução de transporte como cisterna móvel (código T) na coluna (10) do
Quadro A do Capítulo 3.2 e, quando utilizada no transporte de matérias da classe 2, com capacidade superior a
450 litros;
"Cisterna para resíduos operada sob vácuo", um contentor-cisterna ou uma caixa móvel cisterna utilizada
principalmente para o transporte de resíduos perigosos, construída e/ou equipada de modo especial para facilitar
a carga e a descarga de resíduos segundo as prescrições do Capítulo 6.10. Uma cisterna que satisfaça
integralmente as prescrições dos Capítulos 6.7 ou 6.8 não é considerada como cisterna para resíduos operada sob
vácuo;
"Código IMDG", o Código Marítimo Internacional das Mercadorias Perigosas, regulamento de aplicação do
Capítulo VII, Parte A da Convenção Internacional de 1974 para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar
(Convenção SOLAS), publicado pela Organização Marítima Internacional (OMI) em Londres;
"Componente inflamável" (para aerossóis), líquidos inflamáveis, sólidos inflamáveis ou gases ou misturas de
gases inflamáveis, tal como definidos no Manual de Ensaios e Critérios, Parte III, subsecção 31.1.3, Notas 1 a 3.
Esta definição não abrange as matérias pirofóricas, as matérias susceptíveis de auto-aquecimento e as matérias
que reagem em contacto com a água. O calor químico da combustão pode ser determinado com um dos
seguintes métodos ASTM D 240, ISO/FDIS 13943: 1999 (E/F) 86.1 a 86.3 ou NFPA 30B.
"Contentor", um equipamento de transporte (estrutura ou outro equipamento análogo):
­
que tenha carácter permanente e seja por conseguinte suficientemente resistente para poder ser
utilizado repetidamente;
- 13 -
­
especialmente concebido para facilitar o transporte de mercadorias, sem ruptura de carga, por um
ou vários modos de transporte;
­
munido de dispositivos que facilitam a estiva e o manuseamento, designadamente aquando da sua
transferência de um meio de transporte para outro;
­
concebido de modo a facilitar o enchimento e o esvaziamento;
­
de um volume interno de pelo menos 1 m3, excepto os contentores para o transporte de matérias
radioactivas.
Além disso:
"Pequeno contentor", um contentor cujas dimensões exteriores totais (comprimento, largura, altura)
são inferiores a 1,50 m ou cujo volume interior é inferior ou igual a 3 m3;
"Grande contentor",
a) um contentor que não corresponde à definição de pequeno contentor;
b) no sentido da CSC, um contentor com dimensões tais que a superfície delimitada pelos quatro ângulos
inferiores exteriores seja:
i) de pelo menos 14 m2 (150 pés quadrados), ou
ii) de pelo menos 7 m2 (75 pés quadrados) se estiver provido de peças de canto nos ângulos
superiores;
"Contentor coberto", um contentor descoberto munido de um toldo para proteger a mercadoria
carregada;
"Contentor descoberto", um contentor de tecto descoberto ou um contentor de tipo plataforma;
"Contentor fechado", um contentor totalmente fechado, com tecto rígido, paredes laterais rígidas,
paredes de extremidade rígidas e estrado. O termo engloba os contentores de tecto de abrir, desde que o
tecto esteja fechado durante o transporte;
Uma “caixa móvel” é um contentor que, segundo a norma EN 283:1991, apresenta as seguintes
características:
­
tem uma resistência mecânica concebida apenas para o transporte num vagão ou num veículo em
circulação terrestre ou para navegação interior;
­
não pode ser empilhado;
­
pode ser transferido do veículo rodoviário sobre patolas e recarregado pelos seus próprios meios
a bordo do veículo;
NOTA: O termo "contentor" não compreende as embalagens usuais, nem os grandes recipientes para granel (GRG), nem os
contentores-cisternas, nem os vagões. No entanto, um contentor pode ser utilizado como embalagem para o transporte de matérias
radioactivas.
"Contentor-cisterna", um equipamento de transporte que satisfaz a definição de contentor e compreende um
reservatório e equipamentos, incluindo os equipamentos que permitem as movimentações do contentor-cisterna
sem modificação importante da posição de equilíbrio, utilizado para o transporte de matérias gasosas, líquidas,
pulverulentas ou granulares e com capacidade superior a 0,45 m3 (450 litros), quando destinado ao transporte de
matérias da classe 2;
- 14 -
NOTA: Os grandes recipientes para granel (GRG) que satisfazem as disposições do Capítulo 6.5 não são considerados como
contentores-cisternas.
"Contentor coberto", ver "Contentor";
"Contentor descoberto", ver "Contentor";
"Contentor fechado", ver "Contentor";
"Contentor para gás de elementos múltiplos" (CGEM), um equipamento de transporte que compreende
elementos ligados entre si por um tubo colector e montados num quadro. Os elementos seguintes são
considerados como elementos de um contentor de gás de elementos múltiplos: as garrafas, os tubos, os
tambores sob pressão e os quadros de garrafas, bem como as cisternas com capacidade superior a 450 litros para
os gases da classe 2;
NOTA: Para os CGEM destinados ao transporte multimodal, ver Capítulo 6.7.
"Contentor para granel", um invólucro de retenção (incluindo um forro ou revestimento) destinado ao
transporte de matérias sólidas que estejam directamente em contacto com o invólucro de retenção. O termo não
compreende nem as embalagens, nem os grandes recipientes para granel (GRG), nem as grandes embalagens
nem as cisternas.
Os contentores para granel são:
–
de carácter permanente e por conseguinte suficientemente resistentes para poderem ser utilizados
repetidamente;
–
especialmente concebidos para facilitar o transporte de mercadorias, sem ruptura de carga, por um ou vários
modos de transporte;
–
munidos de dispositivos que facilitam o manuseamento;
–
com capacidade de pelo menos 1 m3.
Os contentores para granel podem ser, por exemplo, contentores, contentores para granel offshore, vagonetas,
cubas para granel, caixas móveis, contentores tremonha, contentores com rodas, compartimentos de carga de
vagões;
"Contentor para granel offshore", um contentor para granel especialmente concebido para servir de maneira
repetida para o transporte com proveniência ou destino em instalações offshore ou entre essas instalações. Deve
ser concebido e construído segundo as regras relativas à aprovação de contentores offshore manuseados no alto
mar enunciadas no documento MSC/Circ.860 publicado pela Organização Marítima Internacional (OMI);
"Conteúdo radioactivo", para o transporte das matérias da classe 7, as matérias radioactivas assim como
qualquer sólido, líquido ou gás contaminado ou activado que se encontre no interior da embalagem;
"Corpo" (para todas as categorias de GRG excepto os GRG compósitos), o recipiente propriamente dito,
incluindo os orifícios e os seus fechos, e excluindo o equipamento de serviço;
"CSC", a Convenção Internacional sobre a Segurança dos Contentores (Genebra, 1972) conforme emendada e
publicada pela Organização Marítima Internacional (OMI), em Londres;
D
"Destinatário", o destinatário segundo o contrato de transporte. Se o destinatário designa um terceiro em
conformidade com as disposições aplicáveis ao contrato de transporte, este último é considerado como o
destinatário no sentido do RID. Se o transporte se efectua sem contrato de transporte, a empresa que recebe as
mercadorias perigosas à chegada deve ser considerada como o destinatário;
- 15 -
"Dispositivo de manuseamento" (para os GRG flexíveis), qualquer corrente, correia, argola ou estrutura
fixada ao corpo do GRG ou constituindo o prolongamento do material em que aquele é fabricado;
"Documento de transporte", a declaração de expedição, segundo o contrato de transporte [ver Regras
uniformes relativas ao contrato de transporte internacional ferroviário de mercadorias (CIM - Apêndice B à
COTIF)], a declaração de vagão, segundo o contrato geral de utilização de vagões (GCU)1 ou qualquer outro
documento de transporte que satisfaça as disposições do 5.4.1;
E
"Embalador", a empresa que enche as mercadorias perigosas nas embalagens, incluindo as grandes embalagens
e os grandes recipientes para granel (GRG) e, se for o caso, prepara os volumes para fins de transporte;
"Embalagem", um ou vários recipientes e todos os restantes elementos ou materiais necessários para permitir
que os recipientes preencham a sua função de retenção e todas as restantes funções de segurança (ver também
"Embalagem combinada", "Embalagem compósita (matéria plástica)", "Embalagem compósita (vidro, porcelana ou grés)",
"Embalagem interior", "Grande recipiente para granel (GRG)", "Embalagem intermédia", "Grande embalagem", "Embalagem
metálica leve", "Embalagem exterior", "Embalagem recondicionada", "Embalagem reconstruída", "Embalagem reutilizada",
"Embalagem de socorro" e "Embalagem estanque aos pulverulentos");
“Embalagem combinada", uma combinação de embalagens para fins de transporte, constituída por uma ou
várias embalagens interiores acondicionadas numa embalagem exterior nos termos prescritos em 4.1.1.5;
NOTA: O "elemento interior" das "embalagens combinadas" designa-se sempre por "embalagem interior" e não por "recipiente
interior". Uma garrafa de vidro é um exemplo desse tipo de "embalagem interior".
"Embalagem compósita (matéria plástica)", uma embalagem constituída por um recipiente interior de
matéria plástica e por uma embalagem exterior (metal, cartão, contraplacado, etc.). Uma vez montada, esta
embalagem mantém-se como um conjunto indissociável, e como tal é cheia, armazenada, expedida e esvaziada;
NOTA: Ver NOTA em "Embalagem compósita (vidro, porcelana ou grés)".
"Embalagem compósita (vidro, porcelana ou grés)", uma embalagem constituída por um recipiente interior
de vidro, porcelana ou grés e por uma embalagem exterior (metal, madeira, cartão, matéria plástica, matéria
plástica expandida, etc.). Uma vez montada, esta embalagem mantém-se como um conjunto indissociável, e
como tal é cheia, armazenada, expedida e esvaziada;
NOTA: O "elemento interior" de uma "embalagem compósita" designa-se normalmente por "recipiente interior". Por exemplo, o
"elemento interior" de uma embalagem compósita do tipo 6HA1 (matéria plástica) é um "recipiente interior" deste tipo, dado que
não é normalmente concebido para preencher uma função de "retenção" sem a sua "embalagem exterior" e, por essa razão, não é
uma "embalagem interior".
"Embalagem de socorro", uma embalagem especial na qual são colocados, com vista a um transporte
destinado à sua recuperação ou eliminação, volumes de mercadorias perigosas que tenham sido danificados, que
apresentem defeitos ou que tenham fugas, ou então mercadorias perigosas que se tenham espalhado ou
derramado da sua embalagem;
"Embalagem estanque aos pulverulentos", uma embalagem que não deixa passar conteúdos secos, incluindo
as matérias sólidas finamente pulverizadas produzidas durante o transporte;
"Embalagem exterior", a protecção exterior de uma embalagem compósita ou de uma embalagem combinada,
com os materiais absorventes, materiais de enchimento e todos os restantes elementos necessários para conter e
proteger os recipientes interiores ou as embalagens interiores;
1
Edição de 1 de Julho de 2006, publicado pelos serviços do GCU, Avenue des Arts, 53, BE-1000 BRUXELAS.
- 16 -
"Embalagem interior", uma embalagem que tem de ser munida de uma embalagem exterior para fins de
transporte;
"Embalagem intermédia", uma embalagem colocada entre embalagens interiores, ou objectos, e uma
embalagem exterior;
"Embalagem metálica leve", uma embalagem de secção circular, elíptica, rectangular ou poligonal (igualmente
cónica), bem como uma embalagem com a parte superior cónica ou em forma de balde, de metal (por exemplo,
folha-de-flandres), com uma espessura de parede inferior a 0,5 mm, com o fundo plano ou convexo, munida de
um ou de vários orifícios e não abrangida pelas definições dadas para tambor e para jerricane;
"Embalagem recondicionada", uma embalagem, em especial
a)
um tambor metálico:
i)
que tenha sido limpo para que os materiais de construção retomem o seu aspecto inicial, tendo sido
eliminados todos os conteúdos anteriores, bem como a corrosão interna e externa, os revestimentos
exteriores e as etiquetas;
ii)
que tenha sido restaurado na sua forma e no seu perfil de origem, tendo sido rectificados e tornados
estanques os rebordos (em caso de necessidade) e tendo sido substituídas todas as juntas de
estanquidade que não façam parte integrante da embalagem; e
iii) que tenha sido inspeccionado após limpeza, mas antes de ser pintado de novo; as embalagens que se
apresentem visivelmente picadas ou que apresentem uma importante redução da espessura do
material, uma fadiga do metal, roscas ou fechos danificados ou outros defeitos importantes devem
ser recusadas;
b)
um tambor ou jerricane de matéria plástica:
i)
que tenha sido limpo de forma a que os materiais de construção retomem o aspecto original, e do
qual tenham sido eliminados todos os conteúdos anteriores, bem como os revestimentos exteriores e
as etiquetas;
ii)
no qual tenham sido substituídas todas as juntas de estanquidade que não façam parte integrante da
embalagem; e
iii) que tenha sido inspeccionado após limpeza, com recusa das embalagens que apresentem danos
visíveis, tais como rupturas, dobras ou fissuras, ou cujos fechos ou roscas estejam danificados ou
apresentem outros defeitos importantes;
"Embalagem reconstruída", uma embalagem, em especial
a)
um tambor metálico:
i)
resultante da produção de um tipo de embalagem ONU que satisfaça as disposições do Capítulo 6.1
a partir de um tipo não conforme com essas disposições;
ii)
resultante da transformação de um tipo de embalagem ONU que satisfaça as disposições do Capítulo
6.1 num outro tipo conforme com essas disposições; ou
iii) resultante da substituição de certos elementos que façam parte integrante da estrutura (tais como os
tampos superiores não amovíveis);
b)
um tambor de matéria plástica:
i)
resultante da transformação de um tipo ONU num outro tipo ONU (1H1 em 1H2, por exemplo); ou
ii)
resultante da substituição de certos elementos que façam parte integrante da estrutura.
- 17 -
Os tambores reconstruídos estão submetidos às prescrições do Capítulo 6.1 que se aplicam aos tambores novos
do mesmo tipo;
"Embalagem reutilizada", uma embalagem que, após exame, foi declarada isenta de defeitos que possam
afectar a sua aptidão para suportar os ensaios funcionais. Esta definição inclui em especial as que são cheias de
novo com mercadorias compatíveis, idênticas ou análogas, e transportadas no âmbito de cadeias de distribuição
dependentes do expedidor do produto;
"Empresa", qualquer pessoa singular, qualquer pessoa colectiva com ou sem fins lucrativos, qualquer
associação ou qualquer agrupamento de pessoas sem personalidade jurídica com ou sem fins lucrativos, bem
como qualquer organismo relacionado com uma autoridade pública, quer tenha personalidade jurídica própria,
quer dependa de uma autoridade com essa personalidade;
"EN" (Norma), uma norma europeia publicada pelo Comité Europeu de Normalização (CEN) (CEN, 36, rue
de Stassart, B-1050 BRUXELAS);
"Enchedor", a empresa que enche as mercadorias perigosas numa cisterna (vagão-cisterna, vagão com cisterna
desmontável, cisterna móvel ou contentor-cisterna) e/ou num vagão, grande contentor ou pequeno contentor
para granel, ou num vagão-bateria ou CGEM;
"Ensaio de estanquidade", um ensaio de estanquidade de uma cisterna, de uma embalagem ou de um GRG,
bem como do equipamento ou dos dispositivos de fecho;
NOTA: Para as cisternas móveis, ver Capítulo 6.7.
"Equipamento de estrutura"
a)
da cisterna de um vagão-cisterna, os elementos de reforço, de fixação, de protecção ou de estabilização que
são exteriores ou interiores ao reservatório;
b)
da cisterna de um contentor-cisterna, os elementos de reforço, de fixação, de protecção ou de estabilização
que são exteriores ou interiores ao reservatório;
c)
dos elementos de um vagão-bateria ou de um CGEM, os elementos de reforço, de fixação, de protecção ou
de estabilização que são exteriores ou interiores ao reservatório ou ao recipiente;
d)
de um GRG, para todos os GRG excepto os GRG flexíveis, os elementos de reforço, de fixação, de
manuseamento, de protecção ou de estabilização do corpo (incluindo a palete base para os GRG
compósitos com recipiente interior de matéria plástica);
NOTA: Para as cisternas móveis, ver Capítulo 6.7.
"Equipamento de serviço"
a)
de uma cisterna, os dispositivos de enchimento, de descarga, de arejamento, de segurança, de aquecimento e
de isolamento térmico, bem como os instrumentos de medida;
b)
dos elementos de um vagão-bateria ou de um CGEM, os dispositivos de enchimento e de descarga,
incluindo o tubo colector, os dispositivos de segurança, bem como os instrumentos de medida;
c)
de um GRG, os dispositivos de enchimento e de descarga e, conforme os casos, os dispositivos de
descompressão ou de arejamento, dispositivos de segurança, de aquecimento e de isolamento térmico, bem
como os instrumentos de medida;
NOTA: Para as cisternas móveis, ver Capítulo 6.7.
"Estrado" (classe 1), uma folha de metal, de matéria plástica, de cartão ou de outro material apropriado,
colocado em embalagens interiores, intermédias ou exteriores e que permite uma arrumação apertada nessas
- 18 -
embalagens. A superfície do estrado pode ser concebida de forma que as embalagens ou os objectos possam ser
inseridos, mantidos em segurança e separados uns dos outros;
"Expedidor", a empresa que expede mercadorias perigosas para si mesma ou para um terceiro. Quando o
transporte é efectuado na base de um contrato de transporte, expedidor segundo esse contrato é considerado
como o expedidor;
F
"Fecho", um dispositivo que serve para fechar a abertura de um recipiente;
"Forro", uma manga ou um saco independente colocado no interior do corpo, mas não fazendo parte
integrante de uma embalagem, incluindo uma grande embalagem ou um GRG, incluindo os meios de obturação
das suas aberturas;
G
"Garantia da conformidade" (matéria radioactiva), um programa sistemático de medidas aplicado por uma
autoridade competente e que visa garantir que as disposições do RID são respeitadas na prática;
"Garantia da qualidade", um programa sistemático de controlos e de inspecções aplicado por qualquer
organização ou qualquer organismo e que visa dar uma garantia adequada de que as prescrições de segurança do
RID são respeitadas na prática;
"Garrafa", um recipiente sob pressão transportável com capacidade em água que não exceda 150 litros (ver
também "Quadro de garrafas");
"Gás", uma matéria que:
a) a 50 °C tem uma pressão de vapor superior a 300 kPa (3 bar); ou
b) é inteiramente gasosa a 20 ºC à pressão normal de 101,3 kPa;
“Gerador de aerossol", ver “Aerossol”;
"GHS", ver "SGH";
"Gestor da infra-estrutura ferroviária", qualquer entidade pública ou empresa responsável, nomeadamente,
pelo estabelecimento ou a manutenção da infra-estrutura ferroviária e pela gestão dos sistemas de regulação e
segurança;
"Grade", uma embalagem exterior com paredes incompletas;
"Grande contentor", ver "Contentor";
"Grande embalagem", uma embalagem que consiste numa embalagem exterior contendo objectos ou
embalagens interiores e que
a) é concebida para um manuseamento mecânico;
b) tem uma massa líquida superior a 400 kg ou uma capacidade superior a 450 litros, mas cujo volume não
ultrapassa 3 m3;
"Grande recipiente para granel" (GRG), uma embalagem transportável, rígida ou flexível, diferente das que
são especificadas no Capítulo 6.1,
a)
com uma capacidade:
i)
não superior a 3 m3, para as matérias sólidas e líquidas dos grupos de embalagem II e III;
- 19 -
ii)
não superior a 1,5 m3, para as matérias sólidas do grupo de embalagem I embaladas em GRG
flexíveis, de matéria plástica rígida, compósitos, de cartão ou de madeira;
iii) não superior a 3 m3, para as matérias sólidas do grupo de embalagem I embaladas em GRG
metálicos;
iv) não superior a 3 m3, para as matérias radioactivas da classe 7;
b)
concebida para um manuseamento mecânico;
c)
que pode resistir às solicitações produzidas aquando do manuseamento e do transporte, o que deve ser
confirmado pelos ensaios especificados no Capítulo 6.5;
NOTA 1:
As cisternas móveis ou contentores-cisternas que satisfazem as prescrições dos Capítulos 6.7 ou 6.8,
respectivamente, não são considerados como grandes recipientes para granel (GRG).
NOTA 2:
Os grandes recipientes para granel (GRG) que satisfazem as prescrições do Capítulo 6.5 não são considerados
contentores no sentido do RID.
"GRG compósito com recipiente interior de matéria plástica", um GRG constituído por elementos de
estrutura sob a forma de invólucro exterior rígido envolvendo um recipiente interior de matéria plástica,
incluindo todo o equipamento de serviço ou outro equipamento de estrutura. É construído de tal modo que,
uma vez montado, o invólucro exterior e o recipiente interior constituem um conjunto indissociável, que é
utilizado como tal nas operações de enchimento, de armazenagem, de transporte ou de descarga;
NOTA: A expressão "matéria plástica", quando é utilizada a propósito dos GRG compósitos em relação aos recipientes
interiores, compreende outros materiais polimerizados como, por exemplo, a borracha.
"GRG de cartão", um GRG constituído por um corpo de cartão com ou sem tampa superior e inferior
independente, se necessário por um forro (mas sem embalagens interiores), e pelo equipamento de serviço e
equipamento de estrutura apropriados;
"GRG de madeira", um GRG constituído por um corpo de madeira, rígido ou dobrável, com forro (mas sem
embalagens interiores), e pelo equipamento de serviço e equipamento de estrutura apropriados;
"GRG de matéria plástica rígida", um GRG constituído por um corpo de matéria plástica rígida, que pode
incluir uma estrutura e ser dotado de um equipamento de serviço apropriado;
"GRG flexível", um GRG constituído por um corpo de filme, de tecido ou de outro material flexível ou ainda
de combinações de materiais deste tipo, e, se necessário, de um revestimento interior ou de um forro, dotado
dos equipamentos de serviço e dispositivos de manuseamento apropriados;
"GRG flexível, manutenção regular de um", ver "Manutenção regular de um GRG flexível";
"GRG rígido, manutenção regular de um", ver "Manutenção regular de um GRG rígido";
"GRG metálico", um GRG constituído por um corpo metálico, bem como pelo equipamento de serviço e
equipamento de estrutura apropriados;
"GRG protegido" (para os GRG metálicos), um GRG equipado com uma protecção suplementar contra os
choques. Esta protecção pode revestir, por exemplo, a forma de uma parede de camadas múltiplas (construção
tipo sanduíche) ou de uma parede dupla, ou de uma armação com cobertura, em rede metálica;
"GRG reconstruído", um GRG metálico, um GRG de matéria plástica rígida ou um GRG compósito:
a)
resultante da produção de um tipo ONU conforme a partir de um tipo não conforme; ou
b)
resultante da transformação de um tipo ONU conforme num outro tipo conforme.
- 20 -
Os GRG reconstruídos são submetidos às mesmas prescrições do RID que um GRG novo do mesmo tipo (ver
também a definição de modelo tipo no 6.5.6.1.1);
"GRG reparado", um GRG metálico, um GRG de matéria plástica rígida ou um GRG compósito que, por ter
sofrido um choque ou por qualquer outra razão (por exemplo, corrosão, fragilização ou qualquer outro indício
de enfraquecimento em relação ao modelo tipo ensaiado) foi restaurado por forma a voltar a estar conforme
com o modelo tipo ensaiado e a ser submetido com sucesso aos ensaios do modelo tipo. Para fins do RID, a
substituição do recipiente interior rígido de um GRG compósito por um recipiente em conformidade com as
especificações de origem do fabricante é considerado como uma reparação. A expressão, contudo, não
compreende a manutenção regular de um GRG rígido. O corpo de um GRG de matéria plástica rígida e o
recipiente interior de um GRG compósito não são reparáveis. Os GRG flexíveis não são reparáveis, salvo com o
acordo da autoridade competente;
"Grupo de embalagem", para fins de embalagem, um grupo ao qual são afectadas certas matérias em função
do grau de perigo que apresentam para o transporte. Os grupos de embalagem têm os seguintes significados, que
são precisados na parte 2:
grupo de embalagem I: matérias muito perigosas;
grupo de embalagem II: matérias medianamente perigosas;
grupo de embalagem III: matérias levemente perigosas;
NOTA: Certos objectos contendo matérias perigosas são também afectados a um grupo de embalagem.
I
"IAEA", ver "AIEA”;
"IBC", ver "Grande recipiente para granel";
"ICAO", ver "OACI”;
"IMDG", ver "Código IMDG”;
"IMO", ver "OMI";
"Índice de segurança-criticalidade (ISC) de um pacote, de uma sobrembalagem ou de um contentor
contendo matérias cindíveis", para o transporte das matérias da classe 7, um valor que serve para limitar a
acumulação de pacotes, sobrembalagens ou contentores contendo matérias cindíveis;
"Índice de transporte (IT) de um pacote, de uma sobrembalagem ou de um contentor, ou de uma
matéria LSA-I ou de um objecto SCO-I não embalado", para o transporte das matérias da classe 7, um valor
que serve para limitar a exposição a radiações;
"Intensidade de radiação", para o transporte das matérias da classe 7, o débito de dose correspondente
expresso em milisievert por hora;
"Instruções Técnicas da OACI", as Instruções técnicas para a segurança do transporte aéreo das mercadorias
perigosas em complemento do Anexo 18 da Convenção de Chicago relativa à aviação civil internacional
(Chicago, 1944), publicadas pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) em Montreal;
"Invólucro de confinamento", para o transporte de matérias da classe 7, o conjunto dos componentes da
embalagem que, de acordo com as especificações de concepção, visam assegurar a retenção das matérias
radioactivas durante o transporte;
"ISO" (Norma), uma norma internacional publicada pela Organização Internacional de Normalização (ISO)
(ISO, 1, rue de Varembé, CH-1204 GENEBRA 20);
- 21 -
J
"Jerricane", uma embalagem de metal ou de matéria plástica, de secção rectangular ou poligonal, munida de um
ou de vários orifícios;
L
"Líquido", uma matéria que, a 50 ºC, tem uma tensão de vapor de no máximo 300 kPa (3 bar) e, não sendo
completamente gasosa a 20 ºC e a 101,3 kPa, que
a)
tem um ponto de fusão ou um ponto de fusão inicial igual ou inferior a 20 ºC a uma pressão de 101,3
kPa; ou
b)
é líquida segundo o método de ensaio ASTM D 4359-90; ou
c)
não é pastosa segundo os critérios aplicáveis ao ensaio de determinação da fluidez (ensaio do
penetrómetro) descrito em 2.3.4;
NOTA: É considerado como "transporte no estado líquido", no sentido das prescrições para as cisternas:
-
o transporte de líquidos segundo a definição acima;
-
o transporte de matérias sólidas apresentadas a transporte no estado fundido.
M
"Manual de Ensaios e de Critérios", a quarta edição revista da publicação das Nações Unidas das
“Recomendações relativas ao transporte de mercadorias perigosas, Manual de Ensaios e de Critérios”
(ST/SG/AC.10/11/Rev.4, conforme modificado pelos documentos ST/SG/AC.10/11/Rev.4/Amend.1 e
ST/SG/AC.10/11/Rev.4/Amend.2), publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque e
Genebra;
"Manutenção regular de um GRG flexível", a execução de operações regulares num GRG flexível de matéria
plástica rígida ou de matéria têxtil, tais como:
–
limpeza; ou
–
substituição de elementos que não façam parte integrante do GRG, tais como forros e ataduras de fecho,
por elementos em conformidade com as especificações de origem do fabricante;
sob reserva de que essas operações não afectem a função de retenção do GRG flexível nem a sua conformidade
com o modelo tipo;
"Manutenção regular de um GRG rígido", a execução de operações regulares num GRG metálico, num
GRG de matéria plástica rígida ou num GRG compósito, tais como:
–
limpeza;
–
retirada e reinstalação ou substituição dos fechos no corpo (incluindo as juntas apropriadas), ou do
equipamento de serviço, em conformidade com as especificações de origem do fabricante, na condição de
que seja verificada a estanquidade do GRG; ou
–
reparação do equipamento de estrutura que não desempenhe directamente uma função de retenção de uma
mercadoria perigosa ou de conservação da pressão de descarga, de maneira que o GRG fique novamente
conforme com o modelo tipo ensaiado (afinação das bases ou dos dispositivos de elevação, por exemplo),
sob reserva de que a função de retenção do GRG não seja afectada;
"Massa bruta máxima admissível"
- 22 -
–
(para todas as categorias de GRG, excepto para os GRG flexíveis), a soma da massa do GRG, do
equipamento de serviço ou de estrutura e da massa líquida máxima;
–
(para as cisternas), a tara da cisterna e a carga mais pesada cujo transporte é autorizado;
NOTA: Para as cisternas móveis, ver Capítulo 6.7.
"Massa de um volume", salvo indicação em contrário, a massa bruta do volume. A massa dos contentores e
das cisternas utilizadas para o transporte das mercadorias não está compreendida nas massas brutas;
"Massa líquida máxima", a massa líquida máxima do conteúdo de uma embalagem simples ou a massa
combinada máxima das embalagens interiores e do seu conteúdo, expressa em quilogramas;
"Matérias de origem animal", carcaças de animais, partes de corpos de animais ou alimentos para animais de
origem animal;
"Matérias plásticas recicladas", matérias recuperadas a partir de embalagens industriais usadas que foram
limpas e preparadas para serem submetidas à reciclagem;
"Mercadorias perigosas", as matérias e objectos cujo transporte é proibido segundo o RID ou autorizado
apenas nas condições aí previstas;
"Modelo", para o transporte de matérias da classe 7, a descrição de uma matéria radioactiva sob forma especial,
de uma matéria radioactiva de baixa dispersão, de um pacote ou de uma embalagem, que permita identificar o
artigo com precisão. A descrição pode comportar especificações, planos, relatórios de conformidade com as
prescrições regulamentares e outros documentos pertinentes;
N
"Nome técnico", uma denominação química reconhecida, se for o caso uma denominação biológica
reconhecida, ou uma outra denominação utilizada correntemente nos manuais, revistas e textos científicos e
técnicos (ver 3.1.2.8.1.1);
"N.O.S.", not otherwise specified, ver "Rubrica n.s.a."
"N.S.A.", non spécifié par ailleurs, ver "Rubrica n.s.a."
"Número ONU" ou "Nº ONU", o número de identificação de quatro algarismos das matérias ou objectos
extraído do Regulamento Tipo da ONU;
O
"OACI", a Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO, 999 University Street, Montreal, Quebec H3C
5H7, Canada);
"OMI", a Organização Marítima Internacional (IMO, 4 Albert Embankment, Londres SE1 7SR, United
Kingdom);
"ONU", a Organização das Nações Unidas (UN Headquarters, First Avenue at 46th Street, Nova Iorque, NY
10017, United States of America, e UNOG, Palais des Nations, CH-1211 GENEBRA 10);
"Operador de contentor-cisterna, de cisterna móvel ou de vagão-cisterna", a empresa em nome da qual o
contentor-cisterna, a cisterna móvel ou o vagão-cisterna são registados ou admitidos ao transporte;
"Organismo de inspecção", um organismo de inspecção e ensaios independente, reconhecido pela autoridade
competente;
- 23 -
"OTIF", a Organização Intergovernamental para os Transportes Internacionais Ferroviários (OTIF,
Gryphenhübeliweg 30, CH-3006 BERNA);
P
"Pacote" (classe 7), a embalagem e o seu conteúdo radioactivo, tal como eles se apresentam no momento do
transporte;
"Pequeno contentor", ver "Contentor";
"Pequeno recipiente contendo gás", ver "Cartucho de gás";
"Ponto de inflamação", a temperatura mais baixa de um líquido à qual os seus vapores formam com o ar uma
mistura inflamável;
"Pressão de cálculo", uma pressão teórica pelo menos igual à pressão de ensaio, podendo, em função do grau
de perigo apresentado pela matéria transportada, ultrapassar mais ou menos a pressão de serviço, e que serve
unicamente para determinar a espessura das paredes do reservatório, independentemente de qualquer dispositivo
de reforço exterior ou interior;
NOTA: Para as cisternas móveis, ver Capítulo 6.7.
"Pressão de descarga", a pressão máxima efectivamente desenvolvida na cisterna durante a descarga sob
pressão;
"Pressão de enchimento", a pressão máxima efectivamente desenvolvida na cisterna durante o enchimento
sob pressão;
"Pressão de ensaio", a pressão que deve ser exercida durante o ensaio de pressão na inspecção inicial ou
periódica;
NOTA: Para as cisternas móveis, ver Capítulo 6.7.
"Pressão de serviço", a pressão estabilizada de um gás comprimido à temperatura de referência de 15 °C num
recipiente sob pressão cheio;
NOTA: Para as cisternas, ver "Pressão máxima de serviço (pressão manométrica)".
"Pressão de utilização normal máxima", para o transporte de matérias da classe 7, a pressão máxima acima
da pressão atmosférica ao nível médio do mar que seria atingida no interior do invólucro de confinamento no
decurso de um ano, nas condições de temperatura e de radiação solar correspondentes às condições do meio
ambiente, na ausência de arejamento, de arrefecimento exterior através de um sistema auxiliar, ou de controlo
operacional durante o transporte.
"Pressão estabilizada", a pressão a que chega o conteúdo de um recipiente sob pressão em equilíbrio térmico
e de difusão;
"Pressão máxima de serviço (pressão manométrica)", o mais elevado dos três valores seguintes:
– valor máximo da pressão efectiva autorizada na cisterna durante uma operação de enchimento (pressão
máxima autorizada de enchimento);
– valor máximo da pressão efectiva autorizada na cisterna durante uma operação de descarga (pressão
máxima autorizada de descarga);
– pressão manométrica efectiva à qual a cisterna é submetida pelo seu conteúdo (incluindo os gases
estranhos que possa conter) à temperatura máxima de serviço.
- 24 -
Salvo condições particulares prescritas no Capítulo 4.3, o valor numérico desta pressão de serviço (pressão
manométrica) não deve ser inferior à tensão de vapor da matéria de enchimento a 50 ºC (pressão absoluta).
Para as cisternas munidas de válvulas de segurança (com ou sem disco de ruptura), com excepção das cisternas
destinadas ao transporte de gases da classe 2, comprimidos, liquefeitos ou dissolvidos, a pressão máxima de
serviço (pressão manométrica) é no entanto igual à pressão prescrita para o funcionamento dessas válvulas de
segurança;
NOTA 1:
Para as cisternas móveis, ver Capítulo 6.7.
NOTA 2:
Para os recipientes criogénicos fechados, ver a NOTA do 6.2.1.3.6.5
Q
"Quadro de garrafas", um conjunto de garrafas, mantidas agrupadas e ligadas entre si por um tubo colector, e
transportadas como conjunto indissociável. A capacidade total em água não deve ultrapassar 3 000 litros,
excepto para os quadros destinados ao transporte de gases tóxicos da classe 2 (grupos que comecem pela letra T
em conformidade com 2.2.2.1.3), em que essa capacidade deve ser limitada a 1 000 litros;
R
"Reacção perigosa"
a) uma combustão ou uma libertação de calor considerável;
b) a emanação de gases inflamáveis, asfixiantes, comburentes ou tóxicos;
c) a formação de matérias corrosivas;
d) a formação de matérias instáveis;
e) uma elevação perigosa da pressão (apenas para as cisternas);
"Recipiente", um invólucro de retenção destinado a receber ou a conter matérias ou objectos, incluindo os
meios de fecho quaisquer que eles sejam. Esta definição não se aplica aos reservatórios;
"Recipiente" (classe 1), uma caixa, uma garrafa, um tambor, um jarro ou um tubo, incluindo os meios de fecho
quaisquer que eles sejam, utilizados como embalagem interior ou intermédia;
"Recipiente criogénico", um recipiente sob pressão transportável isolado termicamente para o transporte de
gases liquefeitos refrigerados com uma capacidade em água que não exceda 1 000 litros;
"Recipiente interior", um recipiente que tem de ser provido de uma embalagem exterior para preencher a sua
função de retenção;
"Recipiente interior rígido" (para os GRG compósitos), um recipiente que conserve a sua forma geral quando
estiver vazio sem que os fechos estejam accionados e sem o apoio do invólucro exterior. Qualquer recipiente
interior que não seja "rígido" é considerado como "flexível";
"Recipiente sob pressão", um termo genérico que cobre as garrafas, os tubos, os tambores sob pressão, os
recipientes criogénicos fechados e os quadros de garrafas;
"Regulamento Tipo da ONU", o Regulamento Tipo anexo à décima quinta edição revista das
Recomendações relativas ao transporte de mercadorias perigosas (ST/SG/AC.10/1/Rev.15), publicado pela
Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque e Genebra;
"Remessa", um ou vários volumes, ou um carregamento de mercadorias perigosas apresentados a transporte
por um expedidor;
- 25 -
"Requerente", no caso de avaliação da conformidade, o fabricante ou o respectivo representante autorizado
num Estado-Membro e no caso de ensaios periódicos e inspecções excepcionais, o laboratório de ensaios, o
operador ou respectivo representante autorizado num Estado-Membro;
NOTA: Excepcionalmente, um terceiro (por exemplo um operador de acordo com a definição do parágrafo 1.2.1) pode solicitar
uma avaliação da conformidade.
"Reservatório", o invólucro que contém a matéria (incluindo as aberturas e os meios de obturação);
NOTA 1:
Esta definição não se aplica aos recipientes.
NOTA 2:
Para as cisternas móveis, ver Capítulo 6.7.
"Resíduos", matérias, soluções, misturas ou objectos que não podem ser utilizados enquanto tais, mas que são
transportados para serem reciclados, depositados num local de descarga ou eliminados por incineração ou por
outros métodos;
"Rubrica colectiva", um grupo definido de matérias ou de objectos (ver 2.1.1.2, B, C e D);
"Rubrica n.s.a.” (não especificado de outro modo, ou non spécifié par ailleurs), uma rubrica colectiva à qual
podem ser afectadas matérias, misturas, soluções ou objectos, que:
a)
b)
não são mencionados expressamente no Quadro A do Capítulo 3.2, e
apresentam propriedades químicas, físicas ou perigosas que correspondem à classe, ao código de
classificação, ao grupo de embalagem e ao nome e à descrição da rubrica n.s.a.;
S
"Saco", embalagem flexível de papel, filme de matéria plástica, têxtil, tecido ou outro material apropriado;
"SGH", o Sistema Geral Harmonizado de classificação e de etiquetagem de produtos químicos, segunda edição
revista, (ST/SG/AC.10/30/Rev.2), também designado pela sigla inglesa "GHS", publicado pela Organização das
Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque e Genebra;
"Sistema de isolamento", para o transporte das matérias da classe 7, o conjunto dos elementos da embalagem
e das matérias cindíveis especificado pelo modelo aprovado ou autorizado pela autoridade competente para
garantir a segurança-criticalidade.
"Sobrembalagem", um invólucro utilizado (no caso da classe 7, por um mesmo expedidor) para conter um ou
vários volumes consolidados numa só unidade mais fácil de manusear e de estivar durante o transporte.
Exemplos de sobrembalagens:
a) um estrado de carregamento, como por exemplo uma palete sobre a qual vários volumes são colocados ou
empilhados e fixados por uma banda de matéria plástica, uma capa de filme retráctil ou extensível ou por
outros meios apropriados; ou
b) uma embalagem exterior de protecção, como por exemplo uma caixa ou uma grade;
"Sólido",
a)
uma matéria cujo ponto de fusão ou ponto de fusão inicial é superior a 20 ºC a uma pressão de 101,3
kPa; ou
b)
uma matéria que não é líquida segundo o método de ensaio ASTM D 4359-90 ou que é pastosa segundo
os critérios aplicáveis ao ensaio de determinação da fluidez (ensaio do penetrómetro) descrito em 2.3.4;
- 26 -
T
"Tambor", uma embalagem cilíndrica de fundo plano ou convexo, de metal, cartão, matéria plástica,
contraplacado ou outro material apropriado. Esta definição engloba as embalagens com outras formas, como
por exemplo as embalagens redondas com uma parte superior cónica ou as embalagens em forma de balde. As
"barricas de madeira" e os "jerricanes" não são abrangidos por esta definição;
"Tambor sob pressão", um recipiente sob pressão transportável soldado, com uma capacidade em água
superior a 150 litros e que não exceda 1 000 litros (por exemplo, um recipiente cilíndrico munido de aros de
rolamento, ou esferas sobre patins);
"Taxa de enchimento", a relação entre a massa de gás e a massa de água a 15 °C que encheria por completo
um recipiente sob pressão pronto para uso;
"TDAA", ver "Temperatura de decomposição auto-acelerada”
"Tecido de matéria plástica" (para os GRG flexíveis), um material fabricado a partir de bandas ou de
monofilamentos de uma matéria plástica apropriada, alongados por tracção;
"Temperatura crítica",
a) a temperatura à qual devem ser desencadeados procedimentos de emergência quando houver falha do
sistema de regulação de temperatura;
b) (no sentido das disposições relativas aos gases), a temperatura acima da qual uma matéria não pode existir no
estado líquido;
"Temperatura de decomposição auto-acelerada", a temperatura mais baixa à qual se pode produzir uma
decomposição auto-acelerada para uma matéria contida numa embalagem tal como é utilizada durante o
transporte. As prescrições para determinar a TDAA e os efeitos de aquecimento sob confinamento encontramse no Manual de Ensaios e de Critérios, II Parte;
"Temperatura de regulação", a temperatura máxima à qual o peróxido orgânico ou a matéria auto-reactiva
pode ser transportado em segurança;
"Transportador", a empresa que efectua o transporte com ou sem contrato de transporte;
"Transporte", a deslocação das mercadorias perigosas, incluindo as paragens impostas pelas condições de
transporte e incluindo a permanência das mercadorias perigosas nos vagões, cisternas e contentores impostas
pelas condições de tráfego antes, durante e depois da deslocação.
Esta definição abrange também a permanência temporária intermédia das mercadorias perigosas para fins de
transferência de modo ou de meio de transporte (transbordo), na condição de que os documentos de transporte
onde constem o local de envio e o local de recepção sejam apresentados quando solicitados e na condição de
que os volumes e as cisternas não sejam abertos durante a permanência intermédia, excepto para fins de controlo
pelas autoridades competentes;
"Transporte a granel", o transporte de matérias sólidas ou de objectos não embalados em vagões ou
contentores. A expressão não se aplica às mercadorias transportadas como volumes, nem às matérias
transportadas em cisternas;
"Transporte combinado rodo-ferroviário", o transporte de veículos rodoviários carregados em vagões;
"Tubo" (classe 2), um recipiente sob pressão transportável, sem soldadura e com uma capacidade em água
superior a 150 litros e que não exceda 3 000 litros;
U
"UIC", a União Internacional dos Caminhos de Ferro (UIC, 16 rue Jean Rey, F-75015 PARIS);
- 27 -
"UNECE", ver “CEE-ONU”;
"Uso exclusivo", para o transporte das matérias da classe 7, a utilização por um único expedidor, de um vagão
ou grande contentor, relativamente ao qual todas as operações iniciais, intermédias e finais de carga e descarga
são efectuadas de acordo com as instruções do expedidor ou do destinatário.
V
"Vagão", um veículo ferroviário desprovido de meios de tracção, apto a circular com as suas próprias rodas
sobre vias férreas e destinado a transportar mercadorias;
"Vagão-bateria", um vagão que compreende elementos ligados entre si por um tubo colector e montados de
forma permanente num vagão. Os elementos seguintes são considerados como elementos de um vagão-bateria:
as garrafas, os tubos, os tambores sob pressão e os quadros de garrafas, bem como as cisternas com capacidade
superior a 450 litros para os gases da classe 2;
"Vagão-cisterna", um vagão utilizado para transportar líquidos, gases ou matérias pulverulentas ou granulares,
que compreende uma superestrutura com uma ou várias cisternas e os seus equipamentos, e um chassi munido
dos seus próprios equipamentos (rolamento, suspensão, choque, tracção, travões e inscrições);
NOTA: Os vagões com cisternas desmontáveis também são considerados vagões-cisternas.
"Vagão fechado", um vagão com paredes e tecto fixos ou amovíveis;
"Vagão coberto", um vagão descoberto munido de um toldo para proteger a mercadoria carregada;
"Vagão completo", o uso exclusivo de um vagão, quer a sua capacidade de carga seja utilizada na totalidade ou
não;
NOTA: O termo correspondente para a classe 7 é "uso exclusivo".
"Vagão descoberto", um vagão com ou sem paredes frontais ou laterais, cuja superfície de carga é aberta;
"Válvula com dispositivo atmosférico comandado por tensão", um dispositivo de ventilação existente nos
reservatórios com descarga pelo fundo, o qual é ligado à válvula inferior e que, em condições normais de
utilização, só é aberto durante as operações de carga ou descarga para a ventilação dos reservatórios.
"Válvula de depressão", um dispositivo com elemento sensível à pressão, de funcionamento automático, para
proteger a cisterna contra uma depressão interior inadmissível;
"Válvula de segurança", um dispositivo com elemento sensível à pressão, de funcionamento automático, para
proteger a cisterna contra uma sobrepressão interior inadmissível;
"Volume", o produto final da operação de embalagem pronto para a expedição, constituído pela própria
embalagem ou grande embalagem ou GRG com o respectivo conteúdo. O termo compreende os recipientes
para gás, tal como definidos na presente secção, bem como os objectos que, devido às suas dimensões, massa ou
configuração, podem ser transportados não embalados ou em berços, grades ou dispositivos de manuseamento.
Excepto para o transporte de matérias radioactivas, o termo não se aplica às mercadorias transportadas a granel
nem às matérias transportadas em cisternas.
NOTA: Para as matérias radioactivas, ver 2.2.7.2, 4.1.9.1.1 e Capítulo 6.4.
- 28 -
1.2.2
Unidades de medida
São aplicáveis no RID as seguintes unidades de medida a:
Unidade suplementar
Grandeza
Unidade SIb
admitida
Comprimento
m (metro)
Superfície
m2 (metro quadrado)
Volume
m3 (metro cúbico)
l c (litro)
Tempo
s (segundo)
min. (minuto)
h (hora)
d (dia)
Massa
kg (quilograma)
g (grama)
t (tonelada)
Massa volúmica
kg/m3
kg/1
Temperatura
K (kelvin)
ºC (grau Celsius)
Diferença de temperatura K (kelvin)
ºC (grau Celsius)
Força
N (newton)
Pressão
Pa (pascal)
bar (bar)
Tensão
Trabalho
Energia
Quantidade de calor
Potência
Viscosidade cinemática
Viscosidade dinâmica
Actividade
Equivalente de dose
N/m2
N/mm2
kWh (quilowatt.hora)
J (joule)
eV (electrovolt)
mm2/s
mPa.s
W (watt)
m2/s
Pa.s
Bq (becquerel)
Sv (sievert)
a Para
Relação entre as
unidades
1 l = 10-3 m3
1 min = 60 s
1 h=3 600s
1 d=86 400s
1 g = 10-3 kg
1 t = 103 kg
1 kg/l = 103kg/m3
0 ºC = 273,15 K
1 ºC = 1 K
1 N = 1 kg.m/s2
1 Pa = 1 N/m2
1 bar = 105 Pa
1 N/mm2= 1 MPa
1 kWh = 3,6 MJ
1 J=1 N.m= 1 W.s
1 eV=0,1602.10-18J
1 W=1J/s= 1N.m/s
1 mm2/s= 10-6m2/s
1 mPa.s= 10-3Pa.s
a conversão em unidades SI das unidades anteriormente utilizadas são aplicáveis os seguintes valores arredondados:
Força
1 kgf
= 9,807 N
1N
= 0, 102 kgf
Tensão
1 kg/mm2 = 9,807 N/mm2
1 N/mm2 = 0,102 kg/mm2
Pressão
= 10-5 bar
= 1, 02. 10-5 kg/cm2 = 0, 75. 10-2 torr
1 Pa
= 1 N/m2
5
2
1 bar
= 10 Pa
= 1,02 kg/cm
= 750 torr
= 0, 9807 bar
= 736 torr
1 kg/cm2 = 9,807.104 Pa
= 1,33. 10-3bar
= 1,36. 10-3 kg/cm2
1 torr
= 1,33. 102 Pa
Trabalho, energia, quantidade de calor
1J
= 1 N.m
= 0,278. 10-6kWh = 0,102 kgm
= 0,239. 10-3 kcal
= 367. 103 kgm
= 860 kcal
1 kWh = 3,6. 106 J
1 kgm
= 9,807 J
= 2,72. 10-6 kWh = 2,34. 10-3 kcal
= 1,16. 10-3 kWh = 427 kgm
1 kcal
= 4,19. 103 J
Potência
1W
= 0,102 kgm/s
= 0, 86 kcal/h
1 kgm/s = 9,807 W
= 8,43 kcal/h
1 kcal/h = 1,16 W
= 0,119 kgm/s
Viscosidade cinemática
1 m2/s = 104 St (Stokes)
1 St
= 10-4 m2/s
Viscosidade dinâmica
1 Pa. s = 1 N. s/m2
= 10 P (Poise)
= 0,102 kg. s/m2
= 1,02. 10-2 kg. s/m2
1P
= 0,1 Pa. s
= 0,1 N. s/m2
= 9,807 N. s/m2
= 98,07 P
1 kg. s/m2 = 9,807Pa. s
- 29 -
b
O Sistema Internacional de Unidades (SI) é o resultado das decisões da Conferência Geral de Pesos e Medidas (endereço: Pavillon de
Breteuil, Parc de St-Cloud, F-92 310 Sèvres).
c
A abreviatura "L" para o litro é igualmente autorizada, em vez da abreviatura "l", no caso de utilização de máquina de escrever.
Os múltiplos e os submúltiplos decimais de uma unidade de medida podem formar-se por meio dos seguintes
prefixos ou símbolos, colocados antes do nome ou do símbolo da unidade:
Factor
1 000 000 000 000 000 000 =
1 000 000 000 000 000 =
1 000 000 000 000 =
1 000 000 000 =
1 000 000 =
1 000 =
100 =
10 =
0,1 =
0,01 =
0,001 =
0,000 001 =
0,000 000 001 =
0,000 000 000 001 =
0,000 000 000 000 001 =
0,000 000 000 000 000 001 =
1.2.2.2
1018
1015
1012
109
106
103
102
101
10-1
10-2
10-3
10-6
10-9
10-12
10-15
10-18
Trilião
Milhar de bilião
Bilião
Milhar de milhão
Milhão
Milhar
Cento
Dez
Décimo
Centésimo
Milésimo
Milionésimo
Bilionésimo
Trilionésimo
Quadrilionésimo
Quinquilionésimo
Prefixo
Símbolo
exa
peta
tera
giga
mega
quilo
hecto
deca
deci
centi
mili
micro
nano
pico
femto
atto
E
F
T
G
M
k
h
da
d
c
m
μ
n
p
f
a
Salvo indicação explícita em contrário, o símbolo "%" representa, no RID:
a) para as misturas de matérias sólidas ou de matérias líquidas, bem como para as soluções e para as matérias
sólidas molhadas por um líquido, a parte da massa indicada em percentagem relativamente à massa total da
mistura, da solução ou da matéria molhada;
b) para as misturas de gases comprimidos, no caso de enchimento sob pressão, a parte do volume indicada em
percentagem relativamente ao volume total da mistura gasosa, ou, no caso de enchimento segundo a massa,
a parte da massa indicada em percentagem relativamente à massa total da mistura;
c) para as misturas de gases liquefeitos, bem como de gases dissolvidos, a parte da massa indicada em
percentagem relativamente à massa total da mistura.
1.2.2.3
As pressões de qualquer género referentes aos recipientes (por exemplo, pressão de ensaio, pressão interior,
pressão de abertura das válvulas de segurança) são sempre indicadas como pressão manométrica (excesso de
pressão em relação à pressão atmosférica); em contrapartida, a pressão de vapor é sempre expressa como
pressão absoluta.
1.2.2.4
Quando o RID prevê um grau de enchimento para os recipientes, este reporta-se sempre a uma temperatura das
matérias de 15 ºC, a não ser que seja indicada outra temperatura.
- 30 -
CAPÍTULO 1.3
FORMAÇÃO DAS PESSOAS INTERVENIENTES NO TRANSPORTE DE MERCADORIAS PERIGOSAS
1.3.1
Campo de aplicação
As pessoas empregadas ao serviço dos intervenientes citados no Capítulo 1.4, cujo domínio de actividade
compreende o transporte de mercadorias perigosas, devem receber uma formação que satisfaça as exigências que
o seu domínio de actividade e de responsabilidade imponha aquando do transporte de mercadorias perigosas. A
formação deve tratar também das disposições específicas que se aplicam à segurança pública do transporte de
mercadorias perigosas enunciadas no Capítulo 1.10.
NOTA 1:
No que se refere à formação do conselheiro de segurança, ver 1.8.3.
NOTA 2:
(Reservado)
NOTA 3:
No que se refere à formação relativa à classe 7, ver também 1.7.2.5.
NOTA 4:
A formação deve ser realizada antes de assumidas as responsabilidades relativas ao transporte de mercadorias
perigosas.
1.3.2
Natureza da formação
Esta formação deve ter o seguinte conteúdo, consoante as responsabilidades e as funções da pessoa envolvida.
1.3.2.1
Formação geral
O pessoal deve conhecer bem as prescrições gerais da regulamentação relativa ao transporte de mercadorias
perigosas.
1.3.2.2
Formação específica
O pessoal deve receber uma formação detalhada, adaptada exactamente às suas funções e responsabilidades,
incidindo nas prescrições da regulamentação relativa ao transporte de mercadorias perigosas.
No caso em que o transporte de mercadorias perigosas faça intervir uma operação de transporte multimodal, o
pessoal deve ser posto ao corrente das prescrições relativas aos outros modos de transporte.
O pessoal do transportador e do gestor da infra-estrutura ferroviária deve, adicionalmente, ter uma formação
que contemple as particularidades do transporte ferroviário. Essa formação deve assumir a forma de uma
formação de base e de uma formação complementar específica.
a)
Formação de base para todo o pessoal:
Todo o pessoal recebe uma formação sobre o significado das etiquetas de perigo e da sinalização laranja. O
pessoal deve, além disso, conhecer o processo de comunicação de anomalias.
b)
Formação complementar específica para o pessoal que participa directamente no transporte de mercadorias
perigosas:
Adicionalmente à formação de base definida em a), o pessoal deve receber uma formação adequada ao seu
domínio de actividade.
As matérias da formação complementar, classificadas em três grupos definidos no 1.3.2.2.2, são ministradas
ao pessoal, de acordo com a distribuição das mesmas estabelecida no 1.3.2.2.1.
1.3.2.2.1 O quadro seguinte adequa os grupos de pessoal às seguintes categorias individuais:
- 31 -
Categoria
1
2
3
Descrição da categoria
Pessoal que participa directamente no
transporte de mercadorias perigosas
Pessoal encarregue do controle técnico dos
vagões utilizados para o transporte de
mercadorias perigosas
Pessoal encarregue do comando do serviço
de circulação e de manobra e pessoal de
gestão do gestor da infra-estrutura ferroviária
Pessoal
Maquinistas, manobradores ou pessoal
com funções equivalentes
Inspectores ou pessoal com funções
equivalentes
Responsáveis pela circulação, agentes
responsáveis por manobras de
equipamentos de mudança de via,
agentes de centros de circulação ou
pessoal com funções equivalentes
1.3.2.2.2 A formação complementar específica deve compreender, pelo menos, as matérias seguintes:
a) Maquinistas ou pessoal com funções equivalentes pertencentes ao grupo 1:
–
formas de acesso às informações necessárias relativas à composição do comboio, à presença de
mercadorias perigosas e à sua localização no comboio;
–
tipos de anomalias;
–
actuação em situações críticas em caso de anomalia, medidas de protecção do próprio comboio e
do tráfego sobre as vias adjacentes.
b) Manobradores ou pessoal com funções equivalentes do grupo 1:
–
significado das etiquetas de manobra, segundo os modelos 13 e 15 do RID (ver 5.3.4.2);
–
distâncias de protecção em presença de mercadorias da classe 1, em conformidade com a secção
7.5.3 do RID;
–
tipos de anomalias.
c) Inspectores ou pessoal com funções equivalentes do grupo 2:
–
realização de inspecções segundo o Anexo XII (Condições para a inspecção técnica de troca de
vagões) ao Acordo sobre a troca e a utilização de vagões entre empresas ferroviárias (RIV);
–
execução das orientações da ficha UIC 471-3 (unicamente para o pessoal afecto às inspecções
descritas no 1.4.2.2.1 do RID);
–
identificação de anomalias.
d) Responsáveis pela circulação, agentes responsáveis por manobras de equipamentos de mudança de via,
agentes de centros de circulação ou pessoal com funções equivalentes do grupo 3:
1.3.2.3
–
tratamento de situações críticas em caso de anomalia;
–
planos de emergência internos para as gares de triagem, em conformidade com o Capítulo 1.11 do
RID.
Formação em matéria de segurança
O pessoal deve receber uma formação que trate dos riscos e perigos apresentados pelas mercadorias perigosas,
que deve ser adaptada à gravidade do risco de ferimentos ou de exposição resultante de um incidente durante o
transporte de mercadorias perigosas, incluindo a carga e a descarga.
- 32 -
A formação proporcionada terá por objectivo sensibilizar o pessoal para os procedimentos a seguir no
manuseamento em condições de segurança e às intervenções de emergência.
1.3.2.4
(Suprimido)
1.3.3
Documentação
Deve ser conservada pelo empregador e pelo empregado uma descrição detalhada da formação ministrada, que
deve ser verificada no início de qualquer novo emprego. A formação deve ser complementada periodicamente
por cursos de reciclagem que tenham em conta as modificações ocorridas na regulamentação.
- 33 -
- 34 -
CAPÍTULO 1.4
OBRIGAÇÕES DE SEGURANÇA DOS INTERVENIENTES
DISPOSIÇÃO APLICÁVEL AO TRANSPORTE NACIONAL
A presente regulamentação explicita neste capítulo certas obrigações que incumbem aos diferentes intervenientes, sem prejuízo da
especificação constante no artigo 13º do decreto-lei que aprova esta regulamentação.
1.4.1
Medidas gerais de segurança
1.4.1.1
Os intervenientes no transporte de mercadorias perigosas devem tomar as medidas apropriadas consoante a
natureza e a dimensão dos perigos previsíveis, a fim de evitar danos e, se for o caso, minimizar os seus efeitos.
Devem, em qualquer caso, respeitar as prescrições do RID, no que lhes diz respeito.
1.4.1.2
Quando houver um risco directo para a segurança pública, os intervenientes devem avisar imediatamente as
forças de intervenção e de segurança e devem pôr à sua disposição as informações necessárias à sua acção.
1.4.1.3
O RID pode explicitar certas obrigações que incumbem aos diferentes intervenientes.
Se um Estado-Membro considerar que tal não implica uma redução da segurança, pode, na sua legislação
nacional, transferir as obrigações que incumbem a um determinado interveniente para um ou vários outros
intervenientes, na condição de que sejam abrangidas as obrigações dos 1.4.2 e 1.4.3. Essas derrogações devem
ser comunicadas pelo Estado-Membro ao Secretariado da OTIF, que as levará ao conhecimento dos outros
Estados-Membros.
As prescrições dos 1.2.1, 1.4.2 e 1.4.3 relativas às definições dos intervenientes e as suas respectivas obrigações
não prejudicam as disposições do direito nacional respeitantes às consequências jurídicas (responsabilidade civil,
responsabilidade criminal, etc.) que decorram do facto de o interveniente em questão ser, por exemplo, uma
pessoa colectiva, uma pessoa que trabalha por conta própria, um empregador ou um empregado.
1.4.2
Obrigações dos principais intervenientes
NOTA: Para as matérias radioactivas, ver também 1.7.6.
1.4.2.1
Expedidor
1.4.2.1.1 O expedidor de mercadorias perigosas tem a obrigação de apenas entregar para transporte remessas que estejam
conformes com as prescrições do RID. No quadro do 1.4.1, deve, em especial:
a) assegurar-se de que as mercadorias perigosas são classificadas e autorizadas para transporte em
conformidade com o RID;
b) fornecer ao transportador as informações e os dados e, se for o caso, os documentos de transporte e os
documentos de acompanhamento (autorizações, aprovações, notificações, certificados, etc.) exigidos, tendo
em conta, em especial, as disposições do Capítulo 5.4 e dos quadros da Parte 3;
c) utilizar apenas embalagens, grandes embalagens, grandes recipientes para granel (GRG) e cisternas (vagõescisternas, cisternas desmontáveis, vagões-baterias, CGEM, cisternas móveis e contentores-cisternas)
aprovados e aptos para o transporte das mercadorias em questão e exibindo os painéis laranja e as placasetiquetas ou etiquetas prescritas pelo RID;
d) observar as prescrições sobre o modo de envio e sobre as restrições de expedição;
e) garantir que mesmo as cisternas vazias, por limpar e não desgaseificadas (vagões-cisternas, cisternas
desmontáveis, vagões-baterias, CGEM, cisternas móveis e contentores-cisternas), ou os vagões, grandes
contentores e pequenos contentores utilizados para granel vazios, por limpar, sejam sinalizados e tenham
painéis laranja de maneira apropriada e que as cisternas vazias, por limpar, estejam fechadas e apresentem as
mesmas garantias de estanquidade como se estivessem cheias.
- 35 -
1.4.2.1.2 No caso em que o expedidor recorre aos serviços de outros intervenientes (embalador, carregador, enchedor,
etc.), deve tomar medidas apropriadas para garantir que a remessa satisfaz as prescrições do RID. Contudo, nos
casos dos 1.4.2.1.1, a), b), c) e e), pode fazer fé nas informações e dados que tenham sido postos à sua disposição
por outros intervenientes.
1.4.2.1.3 Quando o expedidor actua em nome de uma terceira pessoa, esta última deve informar por escrito o expedidor
que estão em causa mercadorias perigosas e pôr à sua disposição todas as informações e documentos necessários
ao desempenho das suas obrigações.
1.4.2.2
Transportador
1.4.2.2.1 No quadro do 1.4.1, o transportador que aceita as mercadorias perigosas para transporte no local de partida
deve, em especial, por meio de verificações representativas:
a) verificar que as mercadorias perigosas a transportar são autorizadas para transporte em conformidade
com o RID;
b) assegurar-se de que a documentação prescrita é anexada ao documento de transporte e encaminhada;
c) assegurar-se visualmente de que os vagões e a carga não apresentam defeitos manifestos, fugas ou
fissuras, falta de dispositivos de equipamento, etc.;
d) assegurar-se de que a data do próximo ensaio para os vagões-cisternas, vagões-baterias, cisternas
desmontáveis, cisternas móveis, contentores-cisternas e CGEM não é ultrapassada;
NOTA: No entanto, as cisternas, os vagões-baterias e os CGEM podem ser transportados após o termo da data de validade,
nas condições do 4.1.6.10 (no caso de vagões-baterias e os CGEM contendo os recipientes de sob pressão como elementos),
4.2.4.4, 4.3.2.4.4, 6.7.2.19.6, 6.7.3.15.6 ou 6.7.4.14.6.
e) verificar que os vagões não estão em excesso de carga;
f)
assegurar-se de que são colocados as placas-etiquetas e os painéis laranja prescritos para os vagões.
Isto deve ser feito, se for o caso, na base dos documentos de transporte e dos documentos de acompanhamento,
por um exame visual do vagão ou dos contentores e, se for o caso, da carga.
Considera-se que são satisfeitas as disposições deste parágrafo se for aplicada a secção 51 da ficha UIC 471-3 O
("Inspecções de remessas de mercadorias perigosas - Inspections of dangerous goods consignments").
1.4.2.2.2 O transportador, nos casos dos 1.4.2.1.1, a), b), e) e f), pode contudo fazer fé nas informações e dados que
tenham sido postos à sua disposição por outros intervenientes.
1.4.2.2.3 Se o transportador constatar, de acordo com o 1.4.2.2.1, uma infracção às prescrições do RID, não deverá
encaminhar a remessa até que seja posta em conformidade.
1.4.2.2.4 Se, durante o transporte, for constatada uma infracção que possa comprometer a segurança da operação, a
remessa deve ser interrompida tão cedo quanto possível, tendo em conta os imperativos da segurança rodoviária,
da segurança da imobilização da remessa e da segurança pública.
O transporte só poderá ser recomeçado após a remessa ter sido posta em conformidade. A(s) autoridade(s)
competente(s) envolvida(s) no resto do percurso pode(m) conceder uma autorização para a prossecução da
operação de transporte.
1
Edição da ficha UIC, aplicável a partir de 1 de Janeiro de 2009.
- 36 -
Se não puder ser estabelecida a conformidade requerida e se não for concedida uma autorização para o resto do
percurso, a(s) autoridade(s) competente(s) assegurará(ão) ao transportador a assistência administrativa necessária.
O mesmo acontecerá no caso em que o transportador informar essa(s) autoridade(s) que o carácter perigoso das
mercadorias entregues para transporte não lhe foi comunicado pelo expedidor e que deseja, nos termos do
direito aplicável, em especial ao contrato de transporte, descarregá-las, destruí-las ou torná-las inofensivas.
1.4.2.2.5 O transportador deve garantir que o gestor da infra-estrutura ferroviária na qual circula pode aceder, a qualquer
momento no decurso do transporte, de forma rápida e sem entraves, aos dados que lhe permitem satisfazer os
requisitos constantes do 1.4.3.6 b).
NOTA: As modalidades de transmissão dos dados são fixadas pelas regras de utilização da infra-estrutura ferroviária.
1.4.2.3
Destinatário
1.4.2.3.1 O destinatário tem a obrigação de não diferir a aceitação da mercadoria sem motivos imperiosos, e de verificar,
após a descarga, que são respeitadas as prescrições do RID que lhe dizem respeito.
No quadro do 1.4.1, deve, em especial:
a) efectuar, nos casos previstos no RID, a limpeza e a descontaminação dos vagões e contentores que estejam
prescritas;
b) garantir que os vagões e contentores, uma vez inteiramente descarregados, limpos e descontaminados,
deixam de ter as placas-etiquetas e os painéis laranja.
Os vagões ou contentores só podem ser devolvidos ou reutilizados se satisfizerem as prescrições acima
indicadas.
1.4.2.3.2 No caso em que o destinatário recorre aos serviços de outros intervenientes (descarregador, estação de limpeza,
estação de descontaminação, etc.) deve tomar medidas apropriadas para garantir que as prescrições do 1.4.2.3.1
são respeitadas.
1.4.2.3.3 (Reservado)
1.4.3
Obrigações dos outros intervenientes
Os outros intervenientes e as suas respectivas obrigações são listados em seguida de forma não exaustiva. As
obrigações dos outros intervenientes decorrem da secção 1.4.1 acima desde que eles saibam ou pudessem ter
sabido que as suas tarefas se exercem no quadro de um transporte submetido ao RID.
1.4.3.1
Carregador
1.4.3.1.1 No quadro do 1.4.1, o carregador tem, em especial, as seguintes obrigações:
a) só entregar mercadorias perigosas ao transportador se estas forem autorizadas para transporte em
conformidade com o RID;
b) verificar, quando da entrega para transporte de mercadorias perigosas embaladas ou de embalagens
vazias por limpar, se a embalagem está danificada. Não pode entregar para transporte um volume cuja
embalagem esteja danificada, especialmente não estanque, e que haja fuga ou possibilidade de fuga da
mercadoria perigosa, até que o dano tenha sido reparado; esta mesma obrigação é válida para as
embalagens vazias por limpar;
c) quando carrega mercadorias perigosas num vagão, num grande contentor ou num pequeno contentor,
observar as prescrições particulares relativas à carga e ao manuseamento;
d) quando entrega directamente as mercadorias perigosas ao transportador, observar as prescrições
relativas às placas-etiquetas e aos painéis laranja do vagão ou do grande contentor;
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e) quando carrega volumes, observar as proibições de carregamento em comum, tendo também em conta
as mercadorias perigosas já presentes no vagão ou no grande contentor, bem como as prescrições
respeitantes à separação dos produtos alimentares, outros objectos de consumo ou alimentos para
animais.
1.4.3.1.2 O carregador, nos casos dos 1.4.3.1.1 a), d) e e), pode fazer fé nas informações e dados que tenham sido postos à
sua disposição por outros intervenientes.
1.4.3.2
Embalador
No quadro do 1.4.1, o embalador deve, em especial:
a) observar as prescrições relativas às condições de embalagem, ou às condições de embalagem em comum; e
b) quando prepara os volumes para fins de transporte, observar as prescrições respeitantes às marcas e
etiquetas de perigo nos volumes.
1.4.3.3
Enchedor
No quadro do 1.4.1, o enchedor tem, em especial, as seguintes obrigações:
a) assegurar-se, antes do enchimento das cisternas, de que estas e os seus equipamentos se encontram em bom
estado técnico;
b) assegurar-se de que a data do próximo ensaio para os vagões-cisternas, vagões-baterias, cisternas
desmontáveis, cisternas móveis, contentores-cisternas e CGEM não é ultrapassada;
c) só encher as cisternas com mercadorias perigosas autorizadas para transporte nessas cisternas;
d) quando do enchimento da cisterna, respeitar as disposições relativas às mercadorias perigosas em
compartimentos contíguos;
e) quando do enchimento da cisterna, respeitar a taxa de enchimento máximo admissível ou a massa máxima
admissível de conteúdo por litro de capacidade, quanto à mercadoria que é sujeita a enchimento;
f)
após o enchimento da cisterna, verificar a estanquidade dos dispositivos de fecho;
g) garantir que, quanto à mercadoria que foi sujeita a enchimento, nenhum resíduo perigoso adira ao exterior
das cisternas;
h) quando da preparação das mercadorias perigosas para fins de transporte, garantir que os painéis laranja e as
placas-etiquetas ou etiquetas prescritas sejam apostos nas cisternas, nos vagões e nos grandes e pequenos
contentores, em conformidade com as prescrições;
1.4.3.4
i)
deve, antes e após o enchimento dos vagões-cisternas com gases liquefeitos, respeitar as prescrições de
controle especiais aplicáveis;
j)
quando do enchimento de vagões ou contentores com mercadorias perigosas a granel, assegurar-se da
aplicação das disposições pertinentes do Capítulo 7.3.
Operador de um contentor-cisterna ou de uma cisterna móvel
No quadro do 1.4.1, o operador de um contentor-cisterna ou de uma cisterna móvel deve, em especial:
a) garantir a observância das prescrições relativas à construção, ao equipamento, aos ensaios e à marcação;
b) garantir que a manutenção dos reservatórios e dos seus equipamentos seja efectuada de forma a que o
contentor-cisterna ou a cisterna móvel, submetidos às solicitações normais de exploração, satisfaçam as
prescrições do RID, até ao próximo ensaio;
- 38 -
c) fazer efectuar um controlo excepcional quando a segurança do reservatório ou dos seus equipamentos puder
ser comprometida por uma reparação, uma modificação ou um acidente.
1.4.3.5
Operador de um vagão-cisterna
No quadro do 1.4.1, o operador de um vagão-cisterna deve, em especial:
a) garantir que a manutenção das cisternas e dos seus equipamentos seja efectuada de forma a que o vagãocisterna, submetido às solicitações normais de exploração, satisfaça as prescrições do RID, até à próxima
inspecção;
b) fazer efectuar um controle especial quando a segurança do reservatório ou dos seus equipamentos puder ser
comprometida por uma reparação, uma modificação ou um acidente.
1.4.3.6
Gestor da infra-estrutura ferroviária
No quadro do 1.4.1, o gestor da infra-estrutura ferroviária deve, em especial:
a) assegurar que os planos de emergência internos para as gares de triagem sejam estabelecidos em
conformidade com o Capítulo 1.11;
b) assegurar a existência permanente de um acesso rápido e sem entraves aos meios de informação seguintes:
– – a composição do comboio;
– – os números ONU das mercadorias perigosas transportadas;
– – a posição dos vagões no comboio;
– – a massa do carregamento.
Estas informações só podem ser disponibilizadas aos serviços que delas necessitem por motivos de
segurança, segurança pública ou intervenção de emergência.
NOTA: As modalidades de transmissão dos dados são fixadas pelas regras de utilização da infra-estrutura ferroviária.
- 39 -
- 40 -
CAPÍTULO 1.5
DERROGAÇÕES
DISPOSIÇÃO APLICÁVEL AO TRANSPORTE NACIONAL
Nos termos dos artigos 6º a 8º do decreto-lei que aprova a presente regulamentação, o IMTT, I.P. pode autorizar certos transportes
no território português em derrogação às prescrições desta regulamentação, na condição de que a segurança não seja comprometida.
1.5.1
Derrogações temporárias
1.5.1.1
As autoridades competentes dos Estados-Membros podem acordar directamente entre si autorizar certos
transportes no seu território em derrogação temporária às prescrições do RID, na condição de que a segurança
não seja comprometida. Essas derrogações devem ser comunicadas pela autoridade que tomou a iniciativa da
derrogação temporária ao Secretariado da OTIF, que as levará ao conhecimento dos Estados-Membros1.
NOTA: O "arranjo especial" segundo o 1.7.4 não é considerado como uma derrogação temporária segundo a presente secção.
1.5.1.2
A duração da derrogação temporária não deve ultrapassar cinco anos a contar da data da sua entrada em vigor. A
derrogação temporária expira automaticamente quando da entrada em vigor de uma modificação pertinente do
RID.
1.5.1.3
Os transportes realizados na base de derrogações temporárias são operações de transporte nos termos do Anexo
C da COTIF.
1.5.2
Remessas militares
No caso das remessas militares, isto é, das remessas de matérias ou de objectos da classe 1 que pertençam ou
sejam da responsabilidade das forças armadas, são aplicáveis prescrições derrogatórias (ver 5.2.1.5, 5.2.2.1.8,
5.3.1.1.2, 5.4.1.2.1 f) e 7.2.4, disposição especial W2).
1
Os acordos especiais celebrados ao abrigo da presente secção podem ser consultados no sítio Web da OTIF (www.otif.org).
- 41 -
- 42 -
CAPÍTULO 1.6
MEDIDAS TRANSITÓRIAS
1.6.1
Generalidades
1.6.1.1
Salvo prescrição em contrário, as matérias e objectos do RID podem ser transportadas até 30 de Junho de 2009
segundo as disposições do RID1 que lhes são aplicáveis até 31 de Dezembro de 2008.
NOTA: No que se refere às menções a incluir no documento de transporte, ver 5.4.1.1.12.
1.6.1.2
a) As etiquetas de perigo e as placas-etiquetas que, até 31 de Dezembro de 2004, eram conformes com os
modelos nºs 7A, 7B, 7C, 7D ou 7E prescritos nessa data poderão ser utilizadas até 31 de Dezembro de 2010.
b) As etiquetas de perigo e as placas-etiquetas que, até 31 de Dezembro de 2006, eram conformes com os
modelos nº 5.2 prescrito nessa data poderão ser utilizadas até 31 de Dezembro de 2010.
1.6.1.3
As matérias e objectos da classe 1, pertencentes às forças armadas de um Estado-Membro, embaladas antes de 1
de Janeiro de 1990, em conformidade com as disposições do RID2 em vigor nessa altura, podem ser
transportados após 31 de Dezembro de 1989, desde que as embalagens se apresentem intactas e sejam
declaradas no documento de transporte como mercadorias militares embaladas antes de 1 de Janeiro de 1990.
Devem ser respeitadas as restantes disposições aplicáveis a partir de 1 de Janeiro de 1990 para esta classe.
1.6.1.4
As matérias e objectos da classe 1, embaladas entre 1 de Janeiro de 1990 e 31 de Dezembro de 1996, em
conformidade com os requisitos do RID3 em vigor nessa altura, podem ser transportados após 31 de Dezembro
de 1996, desde que as embalagens se apresentem intactas e sejam declaradas no documento de transporte como
mercadorias da classe 1 embaladas entre 1 de Janeiro de 1990 e 31 de Dezembro de 1996.
1.6.1.5
Os grandes recipientes para granel (GRG), construídos segundo as prescrições dos marginais 405 (5) e 555 (3)
aplicáveis antes de 1 de Janeiro de 1999, mas não conformes com as prescrições dos marginais 405 (5) e 555 (3)
aplicáveis após 1 de Janeiro de 1999, poderão ainda ser utilizados.
DISPOSIÇÃO APLICÁVEL AO TRANSPORTE NACIONAL
As matérias e objectos da classe 1 embaladas em Portugal antes de 1 de Julho de 1997 em conformidade com as prescrições do
Regulamento anexo ao Decreto-Lei nº 144/79, de 23 de Maio, poderão ser transportadas depois dessa data em transporte nacional,
na condição de que as embalagens estejam intactas e de que sejam declaradas no documento de transporte como mercadorias da classe
1 embaladas em Portugal antes de 1 de Julho de 1997.
1.6.1.6
Os grandes recipientes para granel (GRG) construídos antes de 1 de Janeiro de 2003, em conformidade com o
marginal 1612 (1), aplicável até 30 de Junho de 2001, mas que não satisfaçam as disposições do 6.5.2.1.1
aplicáveis a partir de 1 de Julho de 2001, no que se refere à altura das marcas de letras, números e símbolos,
podem ainda ser utilizados.
1.6.1.7
As aprovações de tipo dos tambores, jerricanes e embalagens compósitas de polietileno de alta ou média massa
molecular, concedidas até 1 de Julho de 2005 segundo as disposições do 6.1.5.2.6 aplicáveis até 31 de Dezembro
de 2004 mas que não satisfaçam as disposições do 4.1.1.19, continuam a ser válidas até 31 de Dezembro de 2009.
Todas as embalagens construídas e marcadas na base dessas aprovações de tipo poderão ainda ser utilizadas até
ao termo da sua duração de utilização determinada no 4.1.1.15.
1
Edição do RID em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2007.
2
Edição do RID em vigor a partir de 1 de Maio de 1985.
3
Edições do RID em vigor a partir de 1 de Janeiro de 1990, 1 de Janeiro de 1993 e 1 de Janeiro de 1995.
- 43 -
1.6.1.8
Os painéis laranja existentes, que satisfaçam as disposições do 5.3.2.2 aplicáveis até 31 de Dezembro de 2004,
poderão ainda ser utilizados.
1.6.1.9
(Reservado)
1.6.1.10 As pilhas e baterias de lítio fabricadas antes de 1 de Julho de 2003 que tenham sido ensaiadas em conformidade
com as disposições aplicáveis até 31 de Dezembro de 2002 e que não tenham sido ensaiadas segundo as
disposições aplicáveis a partir de 1 de Janeiro de 2003, bem como os aparelhos que contenham essas pilhas ou
baterias de lítio, poderão ainda ser transportados até 30 de Junho de 2013, se todas as outras disposições
aplicáveis forem satisfeitas.
1.6.1.11 As homologações de tipo dos tambores, jerricanes e embalagens compósitas de polietileno de alta ou média
massa molecular, bem como dos GRG de polietileno de alta massa molecular, emitidas antes de 1 de Julho de
2007 em conformidade com as disposições do 6.1.6.1 a) aplicáveis até 31 de Dezembro de 2006, mas que não
satisfaçam as disposições do 6.1.6.1 a) aplicáveis a partir de 1 de Janeiro de 2007, continuam a ser válidas.
1.6.1.12 (Reservado)
1.6.1.13 Os vagões matriculados ou colocados em serviço pela primeira vez antes de 1 de Janeiro de 2009, não é
necessário aplicar as disposições do 5.3.2.2.1 e 5.3.2.2.2, que estipulam que o painel, os números e as letras
devem ficar apostos seja qual for a orientação do vagão, até 31 de Dezembro de 2009.
1.6.1.14 Os GRG fabricados antes de 1 de Janeiro de 2011, em conformidade com as disposições aplicáveis até 31 de
Dezembro de 2010 e em conformidade com um modelo tipo que não tenha cumprido o ensaio de vibração do
6.5.6.13 podem ainda ser utilizados.
1.6.1.5
Não é necessário apor a marca da carga máxima de empilhamento autorizada nos termos do parágrafo 6.5.2.2.2
nos GRG fabricados, reconstruídos ou reparados antes de 1 de Janeiro de 2011. Esses GRG que não ostentem a
marcação nos termos do 6.5.2.2.2 ainda poderão ser utilizados após 31 de Dezembro de 2010, desde que a
marcação nos termos do 6.5.2.2.2 seja aposta, no caso de serem reconstruídos ou reparados após esta data.
1.6.1.16 As matérias de origem animal contendo agentes patogénicos da categoria B, diferentes daqueles que
corresponderiam à categoria A se estivessem em cultura (ver 2.2.62.1.12.2), pode ser transportadas em
conformidade com as disposições determinadas pela autoridade competente até 31 de Dezembro de 20144.
1.6.1.17 As matérias das classes 1 a 9, com excepção das afectadas aos Nºs ONU 3077 ou 3082, às quais os critérios de
classificação do 2.2.9.1.10 não foram aplicados e que não são marcadas em conformidade com o 5.2.1.8 e o
5.3.6, ainda podem ser transportados até 31 de Dezembro de 2010 sem a aplicação das disposições relativas ao
transporte das matérias perigosas para o ambiente.
1.6.1.18 As disposições das secções 3.4.9 a 3.4.13 só é obrigatória a partir de 1 de Janeiro de 2011.
1.6.2
Recipientes sob pressão e recipientes para a classe 2
1.6.2.1
Os recipientes construídos antes de 1 de Janeiro de 1997 e que não satisfaçam os requisitos do RID aplicáveis a
partir de 1 de Janeiro de 1997, mas cujo transporte era permitido sob os requisitos do RID aplicável até 31 de
Dezembro de 1996 podem ainda ser utilizados após essa data, desde que preencham os requisitos para a revisão
periódica das instruções de embalagem P200 e P203.
1.6.2.2
As garrafas segundo a definição do 1.2.1 que tenham sido submetidas a uma inspecção inicial ou a uma
inspecção periódica antes de 1 de Janeiro de 1997 poderão ser transportadas vazias por limpar, sem etiqueta, até
à data do próximo enchimento ou da próxima inspecção periódica.
4
Existem disposições pertinentes aplicáveis aos animais mortos infectados, por exemplo no Regulamento CE nº 1774/2002 do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 3 de Outubro de 2002, que estabelece regras sanitárias relativas aos subprodutos animais não destinados ao consumo humano (Jornal Oficial das
Comunidades Europeias nº L 273 de 10 de Outubro de 2002, página 1).
- 44 -
1.6.2.3
Os recipientes destinados ao transporte das matérias da classe 2, que tenham sido construídos antes de 1 de
Janeiro de 2003, poderão continuar a ter, depois de 1 de Janeiro de 2003, a marcação conforme com as
disposições aplicáveis até 31 de Dezembro de 2002.
1.6.2.4
Os recipientes sob pressão que tenham sido concebidos e construídos em conformidade com códigos técnicos
que tenham deixado de ser reconhecidos segundo o 6.2.5 poderão ainda ser utilizados.
1.6.2.5
Os recipientes sob pressão e os seus fechos concebidos e construídos em conformidade com as normas
aplicáveis no momento da sua construção (ver 6.2.4) em conformidade com as disposições do RID aplicáveis na
altura poderão ainda ser utilizados.
1.6.2.6
Os recipientes sob pressão para as matérias que não sejam da classe 2, construídos antes de 1 de Julho de 2009
em conformidade com as disposições do 4.1.4.4 em vigor até 31 de Dezembro de 2008 mas que não estejam
conformes com as disposições do 4.1.3.6 aplicáveis a partir de 1 de Janeiro de 2009, poderão ainda ser utilizados
na condição de que as disposições do 4.1.4.4 em vigor até 31 de Dezembro de 2008 sejam respeitadas.
1.6.2.7
Os Estados-Membros poderão continuar a aplicar as disposições do 6.2.1.4.1 a 6.2.1.4.4 aplicáveis até 31 de
Dezembro de 2008 em vez das dos 1.8.6, 1.8.7, 6.2.2.9, 6.2.3.6 a 6.2.3.8 até 30 de Junho de 2011.
1.6.3
Vagões-cisternas e vagões-baterias
1.6.3.1
Os vagões-cisternas construídos antes da entrada em vigor das disposições aplicáveis a partir de 1 de Outubro de
1978 poderão ser mantidos em serviço se os equipamentos do reservatório satisfizerem as disposições do
Capítulo 6.8. A espessura da parede dos reservatórios, excepto para os gases liquefeitos refrigerados da classe 2,
deve ser a adequada a, pelo menos, uma pressão de 0,4 MPa (4 bar) (pressão manométrica) para aço macio ou de
200 kPa (2 bar) (pressão manométrica) para alumínio e ligas de alumínio.
1.6.3.2
As inspecções periódicas dos vagões-cisternas mantidos em serviço sob estas disposições transitórias, deverão
ser realizadas em conformidade com as disposições do 6.8.2.4 e 6.8.3.4 e com os pertinentes requisitos
específicos para as diferentes classes. Se as anteriores disposições anteriores não prescrevem uma pressão de
ensaio maior, uma pressão de ensaio de 200 kPa (2 bar) (pressão manométrica) é suficiente para todos os
reservatórios de alumínio e ligas de alumínio.
1.6.3.3
Os vagões-cisternas que satisfaçam as disposições transitórias do 1.6.3.1 e 1.6.3.2 poderão ser utilizados até 30 de
Setembro de 1998 no transporte de mercadorias perigosas para que tenham sido aprovados. Este período
transitório não abrange os vagões-cisternas destinados ao transporte de matérias da classe 2, nem os vagõescisternas cuja espessura das paredes e os equipamentos cumprem os requisitos do Capítulo 6.8.
1.6.3.4
Os vagões-cisternas construídos antes de 1 de Janeiro de 1988, em conformidade com as disposições aplicáveis
até 31 de Dezembro de 1987, que não sejam conformes com as disposições aplicáveis a partir de 1 de Janeiro de
1988, poderão ainda ser utilizados. A presente disposição também se aplica aos vagões-cisternas que não tenham
a indicação do material do reservatório prescrita no 1.6.1 do Apêndice XI a partir de 1 de Janeiro de 1988.
1.6.3.5
Os vagões-cisternas construídos antes de 1 de Janeiro de 1993 em conformidade com as disposições aplicáveis
até 31 de Dezembro de 1992 mas que não sejam conformes com as disposições aplicáveis a partir de 1 de
Janeiro de 1993, poderão ainda ser utilizados depois dessa data.
1.6.3.6
Os vagões-cisternas construídos antes de 1 de Janeiro de 1995 e não conformes com as disposições aplicáveis até
essa data, mas construídos de acordo com as disposições do RID aplicáveis até essa data, poderão ainda ser
utilizados.
1.6.3.7
Os vagões-cisternas destinados ao transporte de matérias líquidas inflamáveis com um ponto de inflamação entre
55 °C e 60 °C, construídos antes de 1 de Janeiro de 1997 segundo as disposições dos 1.2.7, 1.3.8 e 3.3.3 do
Apêndice XI aplicáveis até 31 de Dezembro de 1996, mas não conformes com as disposições desses parágrafos
aplicáveis a partir de 1 de Janeiro de 1997, poderão ainda ser utilizados.
- 45 -
1.6.3.8
Os vagões-cisternas, os vagões-baterias e os vagões com cisternas desmontáveis destinados ao transporte das
matérias da classe 2, construídos antes de 1 de Janeiro de 1997, poderão ostentar as marcações previstas nas
disposições aplicáveis até 31 de Dezembro de 1996, até à próxima inspecção periódica.
Quando, devido a emendas ao RID, certas designações oficiais de transporte dos gases tenham sido modificadas,
não é necessário modificar as designações na placa ou no próprio reservatório (ver 6.8.3.5.2 ou 6.8.3.5.3), na
condição de que as designações dos gases nos vagões-cisternas, vagões-baterias e vagões com cisternas
desmontáveis ou nas placas [ver 6.8.3.5.6 b) ou c)] sejam adaptadas quando da próxima inspecção periódica.
1.6.3.9
(Reservado)
1.6.3.10 (Reservado)
1.6.3.11 Os vagões-cisternas construídos antes de 1 de Janeiro de 1997 segundo as disposições aplicáveis até 31 de
Dezembro de 1996, mas que não sejam conformes com as disposições do 3.3.3 e 3.3.4 do Apêndice XI
aplicáveis a partir de 1 de Janeiro de 1997, poderão ainda ser utilizados.
1.6.3.12 Os vagões-cisternas destinados ao transporte de matérias com o Nº ONU 2401 PIPERIDINA, construídos
antes de 1 de Janeiro de 1999, segundo as disposições do 3.2.3 do Apêndice XI aplicáveis até 31 de Dezembro
de 1998, mas não conformes com as disposições aplicáveis a partir de 1 de Janeiro de 1999, poderão ainda ser
utilizados até 31 de Dezembro de 2009.
1.6.3.13 (Suprimido)
1.6.3.14 Os vagões-cisternas construídos antes de 1 de Janeiro de 1999, segundo as disposições do 5.3.6.3 do Apêndice
XI, e não conformes com as disposições do 5.3.6.3 do Apêndice XI aplicáveis a partir de 1 de Janeiro de 1999,
poderão ainda ser utilizados.
1.6.3.15 Os vagões-cisternas construídos antes de 1 de Julho de 2007 em conformidade com as disposições aplicáveis até
31 de Dezembro de 2006, mas que todavia não sejam conformes com as disposições do 6.8.2.2.3 aplicáveis a
partir de 1 de Janeiro de 2007, poderão ainda ser utilizados até à próxima inspecção periódica.
1.6.3.16 Para os vagões-cisternas e vagões-baterias que tenham sido construídos antes de 1 de Janeiro de 2007 mas que
todavia não satisfaçam as disposições dos 4.3.2, 6.8.2.3, 6.8.2.4 e 6.8.3.4 relativas ao dossiê de cisterna, a
conservação dos ficheiros para o dossiê de cisterna deve começar o mais tardar na próxima inspecção periódica.
1.6.3.17 Os vagões-cisternas destinados ao transporte das matérias da classe 3, grupo de embalagem I, com uma pressão
de vapor a 50°C de no máximo 175 kPa (1,75 bar) (absoluta), construídas antes de 1 de Julho de 2007 em
conformidade com as disposições aplicáveis até 31 de Dezembro de 2006 e às quais tenha sido atribuído o
código-cisterna L1.5BN em conformidade com as disposições aplicáveis até 31 de Dezembro de 2006, poderão
ainda ser utilizadas no transporte das referidas matérias até 31 de Dezembro de 2022.
1.6.3.18 Os vagões-cisternas e vagões-baterias que tenham sido construídos antes de 1 de Janeiro de 2003 segundo as
disposições aplicáveis até 30 de Junho de 2001, mas que não sejam conformes com as disposições aplicáveis a
partir de 1 de Julho de 2001, poderão ainda ser utilizados.
A afectação dos códigos-cisterna nas aprovações do protótipo e as marcações pertinentes deverão ser efectuadas
antes de 1 de Janeiro de 2011.
A marcação dos códigos alfanuméricos das disposições especiais TC, TE e TA, em conformidade com o 6.8.4,
deve ser efectuada por ocasião da afectação dos códigos-cisterna ou por ocasião de um dos ensaios segundo o
6.8.2.4 que tenha lugar depois dessa afectação, mas o mais tardar até 31 de Dezembro de 2010.
1.6.3.19 (Reservado)
1.6.3.20 Os vagões-cisternas construídos antes de 1 de Julho de 2003 segundo as disposições aplicáveis até 31 de
Dezembro de 2002, mas que não satisfaçam as disposições do 6.8.2.1.7 aplicáveis a partir de 1 de Janeiro de 2003
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e a disposição especial TE15 do 6.8.4 b) aplicável a partir de 1 de Janeiro de 2003 até 31 de Dezembro de 2006,
poderão ainda ser utilizados.
1.6.3.21 Os vagões-cisternas construídos antes de 1 de Janeiro de 2003, segundo as disposições aplicáveis até 30 de Junho
de 2001, que satisfaçam as disposições do 6.8.2.2.10, com excepção da exigência de um manómetro ou de um
outro indicador apropriado, poderão ser considerados como fechados hermeticamente até à próxima inspecção
periódica, segundo o 6.8.2.4.2, mas o mais tardar até 31 de Dezembro de 2010.
1.6.3.22 Os vagões-cisternas com reservatórios em ligas de alumínio, construídos antes de 1 de Janeiro de 2003 segundo
as disposições aplicáveis até 31 de Dezembro de 2002 e não conformes com as disposições aplicáveis a partir de
1 de Janeiro de 2003, poderão ainda ser utilizados.
1.6.3.23 (Suprimido)
1.6.3.24 Os vagões-cisternas destinados ao transporte de gases dos Nºs ONU 1052, 1790 e 2073, construídos antes de 1
de Janeiro de 2003 segundo as disposições aplicáveis até 31 de Dezembro de 2002 e não conformes com as
disposições do 6.8.5.1.1 b) aplicáveis a partir de 1 de Janeiro de 2003, poderão ainda ser utilizados.
1.6.3.25 Não é necessário indicar a data do ensaio de estanquidade, prescrito no 6.8.2.4.3, na placa da cisterna prescrita
no 6.8.2.5.1 antes de ter sido efectuado o primeiro ensaio de estanquidade que tenha lugar depois de 1 de Janeiro
de 2005.
Não é necessário indicar, na placa da cisterna, o tipo de ensaio ("P" ou "L") prescrito no 6.8.2.5.1 antes de ser
efectuado o primeiro ensaio que deva ter lugar depois de 1 de Janeiro de 2007.
Não e necessário indicar a letra "L", prescrita pelo 6.8.2.5.2, antes de ser efectuada a primeira inspecção que deva
ter lugar depois de 1 de Janeiro de 2009.
1.6.3.26 Os vagões-cisternas construídos antes de 1 de Janeiro de 2007 em conformidade com as disposições aplicáveis
até 31 de Dezembro de 2006, mas que todavia não estejam em conformidade com as disposições aplicáveis a
partir de 1 de Janeiro de 2007 no que se refere à marcação da pressão exterior de cálculo em conformidade com
o 6.8.2.5.1, poderão ainda ser utilizados.
1.6.3.27 a)
Os vagões-cisternas e os vagões-baterias destinados ao transporte
– – de gases da classe 2 com os códigos de classificação que contenha(m) a(s) letra(s) T, TF, TC, TO, TFC
ou TOC, e
– – de matérias das classes 3 a 8, em estado líquido, às quais foram atribuídos os códigos-cisterna L15CH,
L15DH ou L21 DH na coluna 12 do Quadro A do Capítulo 3.2,
construídos antes de 1 de Janeiro de 2005 e não conformes com as disposições da disposição especial TE22
do 6.8.4 aplicáveis a partir de 1 de Janeiro de 2005, poderão ainda ser utilizados. Todavia, estes vagões
devem ser reequipados, o mais tardar até 31 de Dezembro de 2010, com os dispositivos definidos na
disposição especial TE22, cuja absorção de energia mínima não deve ser superior a 500 kJ para cada lado
frontal do vagão.
Contudo, para os vagões-cisternas e os vagões-baterias poderem ser sujeitos à inspecção periódica prevista
nos 6.8.2.4.2 ou 6.8.3.4.6, entre 1 de Janeiro de 2011 e 31 de Dezembro de 2012, esta reequipagem deve ser
realizada, o mais tardar, até 31 de Dezembro de 2012.
b)
Os vagões-cisternas e os vagões-baterias destinados ao transporte
– – de gases da classe 2 com os códigos de classificação contendo apenas a letra F, e
– – de matérias das classes 3 a 8, em estado líquido, às quais foram atribuídos os códigos-cisterna L10BH,
L10CH ou L10DH na coluna 12 do Quadro A do Capítulo 3.2,
- 47 -
construídos antes de 1 Janeiro 2007 e não conformes com as disposições da disposição especial TE22 do
6.8.4 aplicáveis a partir de 1 Janeiro 2007, poderão ainda ser utilizados.
1.6.3.28 Os vagões-cisternas, construídos antes de 1 de Janeiro de 2005, segundo as disposições aplicáveis até 31 de
Dezembro de 2004, mas que não sejam conformes com as disposições do segundo parágrafo do 6.8.2.2.1,
devem ser reequipados, o mais tardar, aquando da próxima transformação ou reparação, desde que tal seja
possível na prática e que os trabalhos efectuados obriguem à desmontagem dos órgãos visados.
1.6.3.29 Os vagões-cisternas construídos antes de 1 de Janeiro de 2005 e não conformes com as disposições do 6.8.2.2.4
aplicáveis a partir de 1 de Janeiro de 2005, poderão ainda ser utilizados.
1.6.3.30 (Reservado)
1.6.3.31 Os vagões-cisternas e as cisternas constituindo elementos de vagões-baterias que tenham sido, concebidos e
construídos em conformidade com um código técnico que era reconhecido no momento da sua construção, de
acordo com as disposições do 6.8.2.7 aplicáveis nessa altura, poderão ainda ser utilizados.
1.6.3.32 Os vagões-cisternas destinados ao transporte
–
– de gases da classe 2 com os códigos de classificação que contenha(m) a(s) letra(s) T, TF, TC, TO, TFC ou
TOC, e
–
– de matérias líquidas das classes 3 a 8, às quais foram atribuídos os códigos-cisterna L15CH, L15DH ou
L21 DH na coluna 12 do Quadro A do Capítulo 3.2,
construídos antes de 1 Janeiro 2007 e não conformes com as disposições da disposição especial TE 25 do 6.8.4
b) aplicáveis a partir de 1 Janeiro 2007, poderão ainda ser utilizados.
Os vagões-cisternas destinados ao transporte de gases dos Nºs ONU 1017 CLORO, 1749 TRIFLUORETO DE
CLORO 2189 DICLOROSSILANO, 2901 CLORETO DE BROMO e 3057 CLORETO DE
TRIFLUORACETILO, cuja espessura da parede inferior não satisfaça a disposição especial TE 25 b), devem ser
reequipados, o mais tardar até 31 de Dezembro de 2014, com dispositivos conformes com a disposição especial
TE 25 a), c) ou d).
1.6.3.33 Os vagões-cisternas e os vagões-baterias, construídos antes de 1 Janeiro de 1986, segundo as disposições
aplicáveis até 31 Dezembro de 1985, e não conformes com as disposições do 6.8.3.1.6 respeitantes aos tampões
de choque, poderão ainda ser utilizados.
1.6.3.34 (Reservado)
1.6.3.35 Os Estados-Membros não necessitam de aplicar as disposições de 1.8.6, 1.8.7 e 6.8.4 TA4 e TT9 antes de 1 de
Julho de 2011.
1.6.3.36 (Reservado)
1.6.3.37 (Reservado)
1.6.3.38 (Reservado)
1.6.3.39 (Reservado)
1.6.3.40 (Reservado)
1.6.4
Contentores-cisternas, cisternas móveis e CGEM
1.6.4.1
Os contentores-cisternas que tenham sido construídos antes de 1 de Janeiro de 1988 segundo as disposições
aplicáveis até 31 de Dezembro de 1987, mas que não sejam conformes com as disposições aplicáveis a partir de
1 de Janeiro de 1988, poderão ainda ser utilizados.
- 48 -
1.6.4.2
Os contentores-cisternas que tenham sido construídos antes de 1 de Janeiro de 1993 segundo as disposições
aplicáveis até 31 de Dezembro de 1992, mas que não sejam conformes com as disposições aplicáveis a partir de
1 de Janeiro de 1993, poderão ainda ser utilizados.
1.6.4.3
Os contentores-cisternas que tenham sido construídos antes de 1 de Janeiro de 1999 segundo as disposições
aplicáveis até 31 de Dezembro de 1998, mas que não sejam conformes com as disposições aplicáveis a partir de
1 de Janeiro de 1999, poderão ainda ser utilizados.
1.6.4.4
Os contentores-cisternas destinados ao transporte de matérias líquidas inflamáveis com um ponto de inflamação
entre 55 °C e 60 °C, construídos antes de 1 de Janeiro de 1997 segundo as disposições dos 1.2.7, 1.3.8 e 3.3.3 do
Apêndice X aplicáveis até 31 de Dezembro de 1996, mas não conformes com as disposições aplicáveis a partir
de 1 de Janeiro de 1997, poderão ainda ser utilizados.
1.6.4.5
Quando, devido a emendas ao RID, certas designações oficiais de transporte dos gases tenham sido modificadas,
não é necessário modificar as designações na placa ou no próprio reservatório (ver 6.8.3.5.2 ou 6.8.3.5.3), na
condição de que as designações dos gases nos contentores-cisternas e nos CGEM ou nas placas [ver 6.8.3.5.6 b)
ou c)] sejam adaptadas quando da próxima inspecção periódica.
1.6.4.6
Os contentores-cisternas construídos antes de 1 de Janeiro de 2007 em conformidade com as disposições
aplicáveis até 31 de Dezembro de 2006, mas que todavia não estejam em conformidade com as disposições
aplicáveis a partir de 1 de Janeiro de 2007 no que se refere à marcação da pressão exterior de cálculo em
conformidade com o 6.8.2.5.1, poderão ainda ser utilizados.
1.6.4.7
Os contentores-cisternas que tenham sido construídos antes de 1 de Janeiro de 1997 segundo as disposições
aplicáveis até 31 de Dezembro de 1996, mas não conformes com as disposições dos 3.3.3 e 3.3.4 do Apêndice X
aplicáveis a partir de 1 de Janeiro de 1997, poderão ainda ser utilizados.
1.6.4.8
Os contentores-cisternas construídos antes de 1 de Janeiro de 1999, segundo as disposições do 5.3.6.3 do
Apêndice X, e não sejam conformes com as disposições do 5.3.6.3 do Apêndice X aplicáveis a partir de 1 de
Janeiro de 1999, poderão ainda ser utilizados.
1.6.4.9
Os contentores-cisternas e os CGEM concebidos e construídos em conformidade com um código técnico
reconhecido à data da sua construção, de acordo com as disposições do 6.8.2.7 aplicáveis nessa altura, poderão
ainda ser utilizados.
1.6.4.10 (Suprimido)
1.6.4.11 (Reservado)
1.6.4.12 Os contentores-cisternas e os CGEM que tenham sido construídos antes de 1 de Janeiro de 2003, segundo as
disposições aplicáveis até 30 de Junho de 2001, mas não conformes com as disposições aplicáveis a partir de 1 de
Julho de 2001, poderão ainda ser utilizados.
1.6.4.13 Os contentores-cisternas que tenham sido construídos antes de 1 de Julho de 2003 segundo as disposições
aplicáveis até 31 de Dezembro de 2002 mas que não satisfaçam as disposições do 6.8.2.1.7 aplicáveis a partir de 1
de Janeiro de 2003 e a disposição especial TE15 do 6.8.4 b) aplicável de 1 de Janeiro de 2003 a 31 de Dezembro
de 2006, poderão ainda ser utilizados.
1.6.4.14 Os contentores-cisternas destinados ao transporte de gases dos Nºs ONU 1052, 1790 e 2073, construídos antes
de 1 de Janeiro de 2003 segundo as disposições aplicáveis até 31 de Dezembro de 2002 e não conformes com as
disposições do 6.8.5.1.1 b) aplicáveis a partir de 1 de Janeiro de 2003, poderão ainda ser utilizados.
1.6.4.15 Não é necessário indicar, na placa da cisterna, o tipo de ensaio ("P" ou "L") prescrito no 6.8.2.5.1 antes de ser
efectuado o primeiro ensaio que deva ter lugar depois de 1 de Janeiro de 2007.
1.6.4.16 (Suprimido)
- 49 -
1.6.4.17 Os contentores-cisternas que tenham sido construídos antes de 1 de Julho de 2007 em conformidade com as
disposições aplicáveis até 31 de Dezembro de 2006, mas que todavia não sejam conformes com as disposições
do 6.8.2.2.3 aplicáveis a partir de 1 de Janeiro de 2007, poderão ainda ser utilizados até à próxima inspecção
periódica.
1.6.4.18 Para os contentores-cisternas e CGEM que tenham sido construídos antes de 1 de Janeiro de 2007 mas que
todavia não satisfaçam as disposições dos 4.3.2, 6.8.2.3, 6.8.2.4 e 6.8.3.4 relativas ao dossiê de cisterna, a
conservação dos ficheiros para o dossiê de cisterna deve começar o mais tardar na próxima inspecção periódica.
1.6.4.19 Os contentores-cisternas destinados ao transporte das matérias da classe 3, grupo de embalagem I, com uma
pressão de vapor a 50°C de no máximo 175 kPa (1,75 bar) (absoluta), construídos antes de 1 de Julho de 2007
em conformidade com as disposições aplicáveis até 31 de Dezembro de 2006 e aos quais tenha sido atribuído o
código-cisterna L1.5BN em conformidade com as disposições aplicáveis até 31 de Dezembro de 2006, poderão
ainda ser utilizados no transporte das referidas matérias até 31 de Dezembro de 2016.
1.6.4.20 Os contentores-cisternas para resíduos operados sob vácuo, construídos antes de 1 de Julho de 2005 segundo as
disposições aplicáveis até 31 de Dezembro de 2004, mas que não sejam conformes com as disposições do
6.10.3.9 aplicáveis a partir de 1 de Janeiro de 2005, poderão ainda ser utilizados.
1.6.4.21 (Reservado)
1.6.4.22 (Reservado)
1.6.4.23 (Reservado)
1.6.4.24 (Reservado)
1.6.4.25 (Reservado)
1.6.4.26 (Reservado)
1.6.4.27 (Reservado)
1.6.4.28 (Reservado)
1.6.4.29 (Reservado)
1.6.4.30 As cisternas móveis e CGEM "UN" que não satisfaçam as disposições de concepção aplicáveis a partir de 1 de
Janeiro de 2007 mas que tenham sido construídos em conformidade com um certificado de aprovação de tipo
emitido antes de 1 de Janeiro de 2008 poderão ainda ser utilizados.
1.6.4.31 Para as matérias às quais a disposição especial TP35 está afectada na coluna (11) do Quadro A do Capítulo 3.2, a
instrução de transporte em cisternas móveis T14 prescrita no RID aplicável até 31 de Dezembro de 2008 pode
ainda ser aplicada até 31 de Dezembro de 2014.
1.6.4.32 Quando o reservatório de um contentor-cisterna já foi dividido em secções com uma capacidade máxima de
7 500 litros por meio de divisórias ou de quebra-ondas antes de 1 de Janeiro de 2009, não é necessário
acrescentar à capacidade o símbolo “S” nas indicações requeridas no título do 6.8.2.5.1 até que o ensaio
periódico seguinte em conformidade com o 6.8.2.4.2 seja efectuado.
1.6.4.33 Sem prejuízo das disposições do 4.3.2.2.4, os contentores-cisternas destinados ao transporte de gases liquefeitos
ou de gases liquefeitos refrigerados, que correspondam às disposições de construção do RID aplicáveis mas que
estavam divididos em secções com uma capacidade superior a 7 500 litros por meio de divisórias ou de quebraondas antes de 1 de Julho de 2009, podem ainda ser cheios a mais de 20% ou a menos de 80% da sua
capacidade.
1.6.4.34 Os Estados-Membros não necessitam de aplicar as disposições do 1.8.6, 1.8.7 e 6.8.4 TA4 e TT9, antes de 1 de
Julho de 2011.
- 50 -
1.6.5
(Reservado)
1.6.6
Classe 7
1.6.6.1
Pacotes cujo modelo não necessitou de aprovação por parte da autoridade competente nos termos das
edições de 1985 e de 1985 (revista em 1990) do Nº 6 da Colecção de Segurança da AIEA
Os pacotes isentos, os pacotes industriais do tipo 1, do tipo 2 e do tipo 3 e os pacotes do tipo A cujo modelo
não necessitou de aprovação por parte da autoridade competente e que satisfaçam as prescrições das edições de
1985 e de 1985 (revista em 1990) do Regulamento de transporte das matérias radioactivas da AIEA (Colecção de
Segurança Nº 6) poderão ainda ser utilizados na condição de serem submetidos ao programa obrigatório de
garantia da qualidade em conformidade com as disposições aplicáveis do 1.7.3 e aos limites de actividade e às
restrições relativas às matérias do 2.2.7.2.2, 2.2.7.2.4.1, 2.2.7.2.4.4, 2.2.7.2.4.5, 2.2.7.2.4.6, disposição especial 336
do Capítulo 3.3 e 4.1.9.3.
Qualquer embalagem modificada, a menos que seja para melhorar a segurança, ou fabricada depois de 31 de
Dezembro de 2003 deve satisfazer as disposições do RID. Os pacotes preparados para transporte até 31 de
Dezembro de 2003 nos termos das edições de 1985 e de 1985 (revista em 1990) do Nº 6 da Colecção de
Segurança poderão ainda ser transportados. Os pacotes preparados para transporte depois dessa data devem
satisfazer as disposições do RID.
1.6.6.2
Pacotes aprovados nos termos das edições de 1973, 1973 (versão revista), 1985 e 1985 (revista em 1990)
do Nº 6 da Colecção de Segurança da AIEA
1.6.6.2.1 As embalagens fabricadas segundo um modelo aprovado pela autoridade competente nos termos das
disposições das edições de 1973 ou de 1973 (versão revista) do Nº 6 da Colecção de Segurança da AIEA
poderão ainda ser utilizadas sob reserva de uma aprovação multilateral do modelo de pacote, da execução do
programa obrigatório de garantia da qualidade em conformidade com as disposições aplicáveis do 1.7.3, e dos
limites de actividade e das restrições relativas às matérias do 2.2.7.2.2, 2.2.7.2.4.1, 2.2.7.2.4.4, 2.2.7.2.4.5,
2.2.7.2.4.6, disposição especial 337 do Capítulo 3.3 e 4.1.9.3. Não é permitido iniciar-se um novo fabrico destas
embalagens. As modificações do modelo de embalagem ou da natureza ou quantidade do conteúdo radioactivo
autorizado que, segundo o que for determinado pela autoridade competente, tenham influência significativa na
segurança devem satisfazer as disposições do RID. Em conformidade com o 5.2.1.7.5, deve ser atribuído um
número de série e aposto no exterior de cada embalagem.
1.6.6.2.2 As embalagens fabricadas segundo um modelo aprovado pela autoridade competente nos termos das
disposições das edições de 1985 ou de 1985 (versão revista) do Nº 6 da Colecção de Segurança da AIEA
poderão ainda ser utilizadas sob reserva de uma aprovação multilateral do modelo de pacote, da execução do
programa obrigatório de garantia da qualidade em conformidade com as disposições do 1.7.3, e dos limites de
actividade e das restrições relativas às matérias do 2.2.7.2.2, 2.2.7.2.4.1, 2.2.7.2.4.4, 2.2.7.2.4.5, 2.2.7.2.4.6,
disposição especial 337 do Capítulo 3.3 e 4.1.9.3. As modificações do modelo de embalagem ou da natureza ou
quantidade do conteúdo radioactivo autorizado que, segundo o que for determinado pela autoridade
competente, tenham influência significativa na segurança devem satisfazer as disposições do RID. Todas as
embalagens cujo fabrico se inicie depois de 31 de Dezembro de 2006 devem satisfazer as disposições do RID.
1.6.6.3
Matérias radioactivas sob forma especial aprovadas nos termos das edições de 1973, 1973 (versão
revista), 1985 e 1985 (revista em 1990) do Nº 6 da Colecção de Segurança da AIEA
As matérias radioactivas sob forma especial fabricadas segundo um modelo que tenha obtido a aprovação
unilateral de uma autoridade competente nos termos das edições de 1973, 1973 (versão revista), 1985 e 1985
(revista em 1990) do Nº 6 da Colecção de Segurança da AIEA poderão ainda ser utilizadas se satisfizerem o
programa obrigatório de garantia da qualidade em conformidade com as disposições aplicáveis do 1.7.3. As
matérias radioactivas sob forma especial fabricadas depois de 31 de Dezembro de 2003 devem satisfazer as
disposições do RID.
- 51 -
- 52 -
CAPÍTULO 1.7
DISPOSIÇÕES GERAIS RELATIVAS À CLASSE 7
1.7.1
Campo de aplicação
NOTA 1: Em caso de acidente ou de incidente no decurso do transporte de matérias radioactivas, os planos de intervenção, tal
como estabelecidos pelos organismos nacionais ou internacionais competentes devem ser observados a fim de proteger as pessoas, os bens
e o ambiente. As recomendações neste âmbito são apresentadas no documento “Planning and Preparing for Emergency Response to
Transport Accidents Involving Radioactive Material”, colecção Normas de Segurança No TS-G-1.2 (ST-3), AIEA, Viena
(2002).
NOTA 2:
Os procedimentos de emergência devem ter em conta a possibilidade de formação de outras matérias perigosas que
poderá resultar da reacção entre o conteúdo de uma remessa e o ambiente em caso de acidente.
1.7.1.1
O RID estabelece normas de segurança que permitem um controlo, a um nível aceitável, dos riscos radiológicos,
dos riscos de criticalidade e dos riscos térmicos a que ficam expostas as pessoas, os bens e o ambiente devido ao
transporte de matérias radioactivas. Baseia-se no Regulamento para o transporte seguro de matérias radioactivas
da AIEA, Edição de 2005, Colecção de Normas de Segurança,TS-R-1, AIEA, Viena (2005). As notas de
informação sobre a edição de 1996 do documento TS-R-1 figuram no documento "Advisory Material for the
IAEA Regulations for the Safe Transport of Radioactive Material", Colecção de Normas de Segurança Nº TS-G1.1 (ST-2), AIEA, Viena, (2002).
1.7.1.2
O RID tem por objectivo proteger as pessoas, os bens e o ambiente contra os efeitos das radiações durante o
transporte de matérias radioactivas. Essa protecção é assegurada pelos seguintes meios:
a) confinamento do conteúdo radioactivo;
b) controlo da intensidade de radiação externa;
c) prevenção da criticalidade;
d) prevenção dos danos causados pelo calor.
Dá-se satisfação a essas exigências: em primeiro lugar, modulando os limites de conteúdo nos pacotes e nos
vagões, bem como as normas de aptidão aplicadas aos modelos de pacotes segundo o risco apresentado pelo
conteúdo radioactivo; em segundo lugar, impondo prescrições na concepção e na exploração dos pacotes e na
conservação das embalagens, tendo em conta a natureza do conteúdo radioactivo; finalmente, prescrevendo
controlos administrativos, incluindo, se for caso disso, uma aprovação pela autoridade competente.
1.7.1.3
.O RID aplica-se ao transporte ferroviário de matérias radioactivas, incluindo o transporte acessório à utilização
das matérias radioactivas. O transporte compreende todas as operações e condições associadas à movimentação
das matérias radioactivas, tais como a concepção das embalagens, o seu fabrico, a sua conservação e a sua
reparação, e a preparação, a remessa, a carga, o encaminhamento, incluindo a armazenagem em trânsito, a
descarga e a recepção no local de destino final dos carregamentos de matérias radioactivas e de pacotes. Aplicase às normas de aptidão no RID uma abordagem que se caracteriza por três graus genéricos de severidade:
a) condições de transporte de rotina (sem incidentes);
b) condições normais de transporte (incidentes menores);
c) condições de transporte com acidentes.
1.7.1.4
As disposições do RID não se aplicam ao transporte de:
a) Matérias radioactivas que fazem parte integrante do meio de transporte;
- 53 -
b) Matérias radioactivas deslocadas no interior de uma instalação submetida a regulamentações específicas de
segurança em vigor nessa instalação e na qual a movimentação não se efectua por estradas ou por caminhosde-ferro públicos;
c) Matérias radioactivas implantadas ou incorporadas no organismo de uma pessoa ou de um animal vivo para
fins de diagnóstico ou de terapêutica;
d) Matérias radioactivas contidas em produtos de consumo autorizadas pelas autoridades competentes, após a
sua venda ao utilizador final;
e) As matérias naturais e minerais contendo radionuclidos naturais, que se encontram no estado natural ou que
apenas tenham sido tratados para fins que não a extracção dos radionuclidos e que não sejam destinados a
ser tratados com vista à utilização desses radionuclidos, na condição de que a actividade mássica dessas
matérias não exceda dez vezes os valores indicados em 2.2.7.2.2.1 b) ou calculados de acordo com 2.2.7.2.2.2
a 2.2.7.2.2.6.;
f)
1.7.1.5
Objectos sólidos não radioactivos para os quais as quantidades de matérias radioactivas presentes sobre
qualquer superfície não ultrapassem o limite fixado na definição de “contaminação” no 2.2.7.1.2.
Disposições específicas do transporte de pacotes isentos
Os pacotes isentos definidos no 2.2.7.2.4.1 estão sujeitos apenas às disposições das partes 5 a 7 enumeradas a
seguir:
a) as prescrições aplicáveis enunciadas nos 5.1.2, 5.1.3.2, 5.1.4, 5.2.1.2, 5.2.1.7.1 a 5.2.1.7.3, 5.2.1.9, 5.4.1.1.1 a),
g) e h) e 7.5.11 CW 33 (5.2);
b) as prescrições aplicáveis aos pacotes isentos especificados no 6.4.4; e
c) se o pacote isento contiver matérias cindíveis, o mesmo deve cumprir as condições exigidas para beneficiar
de uma das excepções previstas no 2.2.7.2.3.5 assim como a prescrição enunciada no 6.4.7.2.
Os pacotes isentos estão sujeitos às disposições relevantes de todas as outras partes do RID.
1.7.2
Programa de protecção radiológica
1.7.2.1
O transporte de matérias radioactivas deve reger-se por um programa de protecção radiológica, que é um
conjunto de disposições sistemáticas com o objectivo de assegurar que as medidas de protecção radiológica
sejam devidamente tomadas em consideração.
1.7.2.2
As doses individuais devem ser inferiores aos limites de doses pertinentes. A protecção e a segurança devem ser
optimizadas de forma a que o valor das doses individuais, o número de pessoas expostas e a probabilidade de
sofrer uma exposição sejam mantidos o mais baixo que seja razoavelmente possível, tendo conta os factores
económicos e sociais, com esta restrição de que as doses individuais sejam submetidas a limitações de dose. É
necessário adoptar uma aproximação rigorosa e sistemática que tenha em conta as interacções entre o transporte
e outras actividades.
1.7.2.3
A natureza e a amplitude das medidas a implementar neste programa devem ser proporcionadas ao valor e à
probabilidade das exposições às radiações. O programa deve englobar as disposições dos 1.7.2.2, 1.7.2.4 e
1.7.2.5. A documentação relativa ao programa deve ser posta à disposição, quando solicitada, para inspecção pela
autoridade competente relevante.
1.7.2.4
No caso das exposições profissionais resultantes de actividades de transporte, quando se estima que a dose
eficaz:
a) se situará provavelmente entre 1 e 6 mSv num ano, é necessário aplicar um programa de avaliação de doses
através de uma vigilância dos locais de trabalho ou de uma vigilância individual;
- 54 -
b) ultrapassará provavelmente 6 mSv num ano, é necessário proceder a uma vigilância individual.
Quando se procede a uma vigilância individual ou a uma vigilância dos locais de trabalho, é necessário possuir
registos apropriados.
NOTA: No caso das exposições profissionais resultantes de actividades de transporte, quando se estima que a dose eficaz não
ultrapassará, muito provavelmente, 1 mSv num ano, não é necessário aplicar os procedimentos de trabalho especiais, proceder a uma
vigilância forçada, implementar programas de avaliação das doses ou possuir registos individuais.
1.7.2.5
Os trabalhadores (ver 7.5.11, CW 33, Nota 3) devem receber formação adequada que incida sobre a
radioprotecção incluindo as precauções a tomar para restringir a exposição no trabalho e a exposição de outras
pessoas que poderiam sofrer os efeitos das acções dos mesmos.
1.7.3
Garantia da qualidade
Na concepção, no fabrico, nos ensaios, no estabelecimento dos documentos, na utilização, na manutenção e na
inspecção respeitantes a todas as matérias radioactivas sob forma especial, todas as matérias radioactivas
levemente dispersáveis e todos os pacotes, e às operações de transporte e de armazenagem em trânsito, com o
objectivo de garantir a sua conformidade com as disposições aplicáveis do RID, devem ser estabelecidos e
aplicados programas de garantia da qualidade baseados em normas internacionais, nacionais ou outras que sejam
aceitáveis pela autoridade competente. Deve ser mantida à disposição da autoridade competente uma
comprovação indicando que as especificações do modelo foram inteiramente respeitadas. O fabricante, o
expedidor ou o utilizador deve estar em condições de fornecer à autoridade competente os meios para que sejam
feitas inspecções durante o fabrico e a utilização, e de lhe provar que:
a) os métodos de fabrico e os materiais utilizados estão em conformidade com as especificações do modelo
aprovado;
b) todas as embalagens são inspeccionadas periodicamente e, se for caso disso, reparadas e conservadas em
bom estado, de forma a que continuem a satisfazer todas as prescrições e especificações pertinentes, mesmo
após utilização repetida.
Quando for necessária aprovação ou autorização da autoridade competente, essa aprovação ou autorização deve
ter em conta e depender da adequação do programa de garantia da qualidade.
1.7.4
Arranjo especial
1.7.4.1
Por arranjo especial, entende-se as disposições, aprovadas pela autoridade competente, em virtude das quais
pode ser transportada uma remessa que não satisfaça todas as prescrições do RID aplicáveis às matérias
radioactivas.
NOTA: O arranjo especial não é considerado como uma derrogação temporária segundo 1.5.1.
1.7.4.2
As remessas que não seja possível tornar conformes com quaisquer disposições aplicáveis à classe 7 só podem
ser transportadas sob arranjo especial. Depois de se ter assegurado que não é possível conformar-se com as
disposições relativas à classe 7 do RID e que o respeito das normas de segurança fixadas pelo RID foi
demonstrado por outros meios, a autoridade competente pode aprovar operações de transporte ao abrigo de um
arranjo especial para uma remessa única ou para uma série de remessas múltiplas que estão previstas. O nível
geral de segurança durante o transporte deve ser pelo menos equivalente ao que seria assegurado se todas as
prescrições aplicáveis fossem respeitadas. Para as remessas internacionais deste tipo, é necessária uma aprovação
multilateral.
1.7.5
Matéria radioactiva com outras propriedades perigosas
Além das propriedades radioactivas e cindíveis, será também necessário ter em conta quaisquer riscos
subsidiários apresentados pelo conteúdo do pacote, tais como explosividade, inflamabilidade, piroforicidade,
toxicidade química e corrosividade, na documentação, na etiquetagem, na marcação, na sinalização, na
- 55 -
armazenagem, na segregação e no transporte, com vista a serem respeitadas todas as disposições pertinentes do
RID aplicáveis às mercadorias perigosas.
1.7.6
Não-conformidade
1.7.6.1
Em caso de não-conformidade de qualquer um dos limites do RID aplicável à intensidade de radiação ou à
contaminação,
a)
b)
o expedidor deve ser informado dessa não-conformidade
i)
pelo transportador se a não-conformidade for constatada durante o transporte; ou
ii)
destinatário se a não-conformidade for constatada à recepção;
o transportador, o expedidor ou o destinatário, consoante o caso, deve:
i)
tomar medidas imediatas para atenuar as consequências da não-conformidade;
ii)
investigar sobre a não-conformidade e sobre as suas causas, as suas circunstâncias e as suas
consequências;
iii)
tomar medidas apropriadas para remediar as causas e as circunstâncias que estejam na origem da
não-conformidade e para obstar ao reaparecimento de circunstâncias análogas às que estiveram na origem
da não-conformidade; e
iv)
dar a conhecer à(s) autoridade(s) competente(s) as causas da não-conformidade e as medidas
correctivas ou preventivas que tenham sido tomadas ou que o devam ser; e
c)
a não-conformidade deve ser levada logo que possível ao conhecimento do expedidor e da(s) autoridade
(s) competente(s), respectivamente, e deve sê-lo imediatamente quando se produzir uma situação de
exposição de emergência ou estiver em vias de se produzir.
- 56 -
CAPÍTULO 1.8
MEDIDAS DE CONTROLO E DE APOIO AO CUMPRIMENTO DAS PRESCRIÇÕES DE SEGURANÇA
1.8.1
Controlos administrativos das mercadorias perigosas
1.8.1.1
As autoridades competentes dos Estados-Membros podem, em qualquer momento, levar a efeito operações
locais de controlo para verificar se as prescrições relativas ao transporte das mercadorias perigosas são
respeitadas, incluindo as exigências de segurança pública segundo o 1.10.1.5.
Essas operações devem contudo ser efectuadas sem pôr em perigo as pessoas, os bens e o ambiente e sem
perturbação considerável do trânsito ferroviário.
1.8.1.2
Os intervenientes no transporte de mercadorias perigosas (Capítulo 1.4) devem, no quadro das suas respectivas
obrigações, fornecer sem demora às autoridades competentes e aos seus agentes as informações necessárias à
realização das operações de controlo.
1.8.1.3
As autoridades competentes podem também, nas instalações das empresas que intervêm no transporte de
mercadorias perigosas (Capítulo 1.4), para fins de controlo, proceder a inspecções, consultar os documentos
necessários e recolher amostras de mercadorias perigosas ou de embalagens para exame, na condição de que isso
não constitua um risco para a segurança. Os intervenientes no transporte de mercadorias perigosas (Capítulo 1.4)
devem disponibilizar, para fins de controlo, os vagões, os componentes dos vagões, bem como os equipamentos
e as instalações, na medida em que isso seja possível e razoável. Podem, se o considerarem necessário, designar
uma pessoa da empresa para acompanhar o representante da autoridade competente.
1.8.1.4
Se as autoridades competentes constatarem que as prescrições do RID não são respeitadas, podem proibir uma
expedição ou interromper um transporte até que sejam corrigidas as deficiências constatadas, ou ainda prescrever
outras medidas apropriadas. A imobilização pode ser feita no próprio local ou num outro escolhido pela
autoridade por razões de segurança. Estas medidas não devem perturbar de maneira desproporcionada o trânsito
ferroviário.
1.8.2
Entreajuda administrativa
1.8.2.1
Os Estados-Membros asseguram reciprocamente uma entreajuda administrativa para a implementação do
presente Regulamento.
1.8.2.2
Quando um Estado-Membro tiver motivos para constatar no seu território que a segurança do transporte de
mercadorias perigosas é comprometida na sequência de infracções muito graves ou repetidas praticadas por uma
empresa com sede no território de outro Estado-Membro do RID, deve assinalar essas infracções às autoridades
competentes desse outro Estado-Membro. As autoridades competentes do Estado-Membro em cujo território as
infracções muito graves ou repetidas foram constatadas, podem solicitar às autoridades competentes do
Estado-Membro em cujo território a empresa tem a sua sede que tomem medidas apropriadas em relação ao ou
aos infractores. A transmissão de dados pessoais só é permitida se for necessária para o tratamento de infracções
muito graves ou repetidas.
1.8.2.3
As autoridades competentes que forem interpeladas comunicam às autoridades competentes do Estado-Membro
em cujo território as infracções foram constatadas quais as medidas que, se for caso disso, foram tomadas
relativamente à empresa.
1.8.3
Conselheiro de segurança
1.8.3.1
As empresas cuja actividade inclua operações de transporte ferroviário de mercadorias perigosas, ou operações
de embalagem, de carga, de enchimento ou de descarga ligadas a esses transportes, devem nomear um ou vários
conselheiros de segurança, adiante designados por "conselheiros", para o transporte de mercadorias perigosas,
encarregados de colaborar na prevenção de riscos para as pessoas, para os bens ou para o ambiente, inerentes
àquelas operações.
- 57 -
1.8.3.2
As autoridades competentes dos Estados-Membros podem prever que estas prescrições não se aplicam às
empresas:
a) cujas actividades incluam o transporte de mercadorias perigosas em meios de transporte pertencentes às
forças armadas ou sob a sua responsabilidade; ou
b) cujas actividades relevantes incidem em quantidades que não excedam, por vagão, os limites fixados nos
1.1.3.6 e 1.7.1.4, bem como nos Capítulos 3.3, 3.4 e 3.5; ou
c) que não efectuam, a título de actividade principal ou acessória, transportes de mercadorias perigosas ou
operações de carga ou de descarga ligadas a estes transportes, mas que efectuam ocasionalmente transportes
nacionais de mercadorias perigosas ou operações de carga ou de descarga ligadas a esses transportes,
apresentando um reduzido perigo ou risco de poluição.
DISPOSIÇÃO APLICÁVEL AO TRANSPORTE NACIONAL
As empresas que efectuam transporte nacional, além de estarem isentas da obrigação de nomeação de conselheiro de segurança na
situação a que se refere a alínea a) deste parágrafo, estão igualmente isentas quando efectuam ocasionalmente transporte nacional de
mercadorias perigosas, ou operações de carga ou de descarga ligadas a esse transporte, até ao limite de 50 toneladas por ano, ou
quando apenas sejam destinatárias de operações de transporte nacional de mercadorias perigosas.
1.8.3.3
Sob a direcção do responsável da empresa, o conselheiro tem como função essencial recorrer a todos os meios e
promover todas as acções, dentro do âmbito das actividades relevantes da empresa, para facilitar a execução
dessas actividades no respeito das disposições aplicáveis e em condições óptimas de segurança.
As tarefas do conselheiro, adaptadas às actividades da empresa, são especialmente as seguintes:
–
verificar o cumprimento das prescrições relativas ao transporte de mercadorias perigosas;
–
aconselhar a empresa nas operações relacionadas com o transporte de mercadorias perigosas;
–
elaborar um relatório anual destinado à direcção da empresa ou, se for caso disso, à autoridade competente,
sobre as actividades da empresa no âmbito do transporte de mercadorias perigosas. O relatório é conservado
durante cinco anos e mantido à disposição da autoridade competente.
As tarefas do conselheiro incluem igualmente o acompanhamento das seguintes práticas e procedimentos
relativos às actividades relevantes da empresa:
–
os procedimentos visando o respeito das prescrições relativas à identificação das mercadorias perigosas
transportadas;
–
a prática da empresa em matéria de avaliação de requisitos especiais das mercadorias perigosas transportadas
quando da aquisição de meios de transporte;
–
os procedimentos que permitam verificar o material utilizado no transporte de mercadorias perigosas ou nas
operações de carga ou de descarga;
–
a formação apropriada dos empregados da empresa envolvidos e o registo dessa formação nos respectivos
processos individuais;
–
a implementação de procedimentos de emergência apropriados aos eventuais acidentes ou incidentes que
possam afectar a segurança durante o transporte de mercadorias perigosas ou durante as operações de carga
ou de descarga;
–
a análise e, quando necessário, a elaboração de relatórios sobre os acidentes, os incidentes ou as infracções
graves verificados durante o transporte de mercadorias perigosas ou durante as operações de carga ou de
descarga;
- 58 -
1.8.3.4
–
a implementação de medidas apropriadas para evitar a repetição de acidentes, de incidentes ou de infracções
graves;
–
a tomada em conta das prescrições legislativas e dos requisitos especiais relativos ao transporte de
mercadorias perigosas na selecção e utilização de subcontratados ou outros intervenientes;
–
a verificação de que o pessoal afecto ao transporte de mercadorias perigosas ou à carga ou descarga dessas
mercadorias dispõe de procedimentos de execução e de instruções pormenorizadas;
–
a implementação de acções de sensibilização aos riscos ligados ao transporte de mercadorias perigosas ou à
carga ou descarga dessas mercadorias;
–
a implementação de procedimentos de verificação da presença, a bordo dos meios de transporte, dos
documentos e dos equipamentos de segurança que devem acompanhar os transportes, e da conformidade
desses documentos e equipamentos com a regulamentação;
–
a implementação de procedimentos de verificação do respeito das prescrições relativas às operações de carga
e de descarga;
–
a existência do plano de protecção física previsto no 1.10.3.2.
A função de conselheiro pode ser exercida pelo responsável da empresa, por uma pessoa que desempenhe outras
tarefas na empresa ou por uma pessoa que não pertença a esta última, na condição de que o interessado esteja
efectivamente em situação de cumprir as tarefas de conselheiro.
DISPOSIÇÃO APLICÁVEL AO TRANSPORTE NACIONAL
Quando o responsável da empresa não assuma as funções de conselheiro de segurança, deve pôr à disposição da pessoa que tiver sido
nomeada para o efeito todos os elementos, meios e informações indispensáveis ao desempenho das suas funções, respeitando a sua
autonomia técnica e independência profissional e cumprindo as suas indicações.
1.8.3.5
Todas as empresas envolvidas comunicam, se lhes for pedido, a identidade do seu conselheiro à autoridade
competente.
DISPOSIÇÃO APLICÁVEL AO TRANSPORTE NACIONAL
No transporte nacional, de acordo com o previsto na alínea b) do nº 8 do artigo 13º do decreto-lei que aprova esta regulamentação, é
obrigatória a comunicação por escrito ao IMTT, I.P. da identidade do conselheiro de segurança nomeado, bem como da sua
desvinculação, no prazo de cinco dias úteis a contar do acto da nomeação ou desvinculação, respectivamente.
1.8.3.6
Sempre que, durante um transporte ou uma operação de carga ou de descarga efectuados pela empresa
envolvida, ocorra um acidente que afecte as pessoas, os bens ou o ambiente, o conselheiro elabora um relatório
de acidente destinado à direcção da empresa, ou, se for caso disso, à autoridade competente, depois de ter
recolhido todas as informações úteis para esse fim. Esse relatório não substitui os relatórios elaborados pela
direcção da empresa que sejam exigidos por outra legislação internacional ou nacional.
DISPOSIÇÃO APLICÁVEL AO TRANSPORTE NACIONAL
No transporte nacional, de acordo com o previsto nas alíneas f) e g) do nº 8 do artigo 13º do decreto-lei que aprova esta
regulamentação, é obrigatória a elaboração do relatório de acidente no prazo de vinte dias úteis a contar da data da ocorrência do
acidente, e o seu envio à ANPC no prazo de cinco dias úteis a contar da data da elaboração.
1.8.3.7
O conselheiro deve ser titular de um certificado de formação profissional válido para o transporte por estrada.
Esse certificado é emitido pela autoridade competente.
1.8.3.8
Para a obtenção do certificado, o candidato deve receber formação e ser aprovado num exame reconhecido pela
autoridade competente.
DISPOSIÇÃO APLICÁVEL AO TRANSPORTE NACIONAL
Para a obtenção do certificado, o candidato deve possuir uma formação académica mínima correspondente ao 12.º ano de escolaridade
ou, não possuindo esta última, deter uma experiência profissional específica em áreas afins das funções a desempenhar pelos
conselheiros de segurança que o IMTT, I.P., considere adequadas.
- 59 -
1.8.3.9
A formação tem por objectivo essencial fornecer ao candidato um conhecimento suficiente dos riscos inerentes
aos transportes de mercadorias perigosas, um conhecimento suficiente das disposições legislativas,
regulamentares e administrativas, bem como um conhecimento suficiente das tarefas definidas no 1.8.3.3.
1.8.3.10 O exame é organizado pela autoridade competente ou por um organismo examinador designado por ela. O
organismo examinador não deve ser uma entidade formadora.
A designação do organismo examinador é feita sob forma escrita. Esta aprovação pode ter uma duração limitada
e baseia-se nos seguintes critérios:
–
competência do organismo examinador;
–
especificações das modalidades de exame propostas pelo organismo examinador;
–
medidas destinadas a assegurar a imparcialidade dos exames;
–
independência do organismo em relação às pessoas singulares ou colectivas que empregam conselheiros de
segurança.
1.8.3.11 O exame tem por objectivo verificar se os candidatos possuem o nível de conhecimentos necessário para exercer
as tarefas de conselheiro de segurança previstas no 1.8.3.3, a fim de obter o certificado previsto no 1.8.3.7 e deve
incidir pelo menos nas seguintes matérias:
a) conhecimento dos tipos de consequências que podem advir de um acidente que envolva mercadorias
perigosas e o conhecimento das principais causas de acidentes;
b) disposições decorrentes da legislação nacional e de convenções e acordos internacionais, relacionadas,
nomeadamente, com:
–
a classificação das mercadorias perigosas (procedimento de classificação das soluções e misturas,
estrutura da lista de matérias, classes de mercadorias perigosas e princípios da sua classificação, natureza
das mercadorias perigosas transportadas, propriedades físicas, químicas e toxicológicas das mercadorias
perigosas);
–
as disposições gerais para as embalagens, os veículos-cisternas e os contentores-cisternas (tipos,
codificação, marcação, construção, ensaios e inspecções iniciais e periódicas);
–
a marcação, a etiquetagem e a sinalização laranja (marcação e etiquetagem dos volumes, aposição e
remoção das placas-etiquetas e dos painéis laranja);
–
–
as menções no documento de transporte (informações exigidas);
o modo de envio, as restrições de expedição (transporte em vagão, carregamento completo, transporte a
granel, transporte em grandes recipientes para granel, transporte em contentores, transporte em cisternas
fixas ou desmontáveis);
–
o transporte de passageiros;
–
as proibições e precauções de carregamento em comum;
–
a separação das mercadorias;
–
as quantidades limitadas e as quantidades isentas;
–
a movimentação e a estiva (carga e descarga - taxas de enchimento -, estiva e separação);
–
a limpeza e/ou a desgasificação antes da carga e depois da descarga;
- 60 -
a tripulação e a formação profissional;
–
–
os documentos de bordo (documentos de transporte, cópias de eventuais derrogações, outros
documentos);
–
as emissões operacionais ou fugas acidentais de matérias poluentes;
–
as prescrições relativas ao material de transporte.
1.8.3.12 Exame
1.8.3.12.1 O exame consiste numa prova escrita que pode ser completada por um exame oral.
1.8.3.12.2 É interdita a utilização na prova escrita de quaisquer documentos além da regulamentação internacional ou
nacional.
1.8.3.12.3 Só podem ser utilizados dispositivos electrónicos se forem fornecidos pelo organismo examinador. O candidato
não poderá em nenhum caso introduzir dados suplementares no dispositivo electrónico. Só poderá responder às
questões colocadas.
1.8.3.12.4 O exame consiste numa prova escrita, que compreende duas partes:
a) Cada candidato é chamado a responder a um questionário, composto, no mínimo, por 20 perguntas de
desenvolvimento incidindo pelo menos nas matérias visadas na lista do 1.8.3.11. Contudo, é possível utilizar
perguntas de escolha múltipla. Neste caso, duas perguntas de escolha múltipla equivalem a uma pergunta de
desenvolvimento. Entre essas matérias, deve ser dada uma atenção especial aos temas seguintes:
– medidas gerais de prevenção e de segurança;
– classificação das mercadorias perigosas;
– disposições gerais de embalagem, incluindo os veículos-cisternas, vagões-cisternas, etc.;
– a marcação, a etiquetagem, a sinalização e os painéis laranja;
– as menções no documento de transporte;
– a movimentação e a estiva;
– a formação profissional da tripulação;
– os documentos de bordo e os documentos de transporte;
– as prescrições relativas ao material de transporte.
b) Cada candidato realiza ainda um estudo de caso relacionado com as tarefas do conselheiro visadas no
1.8.3.3, para demonstrar que dispõe das qualificações requeridas para desempenhar as funções de
conselheiro.
1.8.3.13 Os Estados-Membros podem estabelecer que os candidatos que pretendem trabalhar para empresas
especializadas no transporte de certos tipos de mercadorias perigosas só sejam questionados sobre as matérias
ligadas à sua actividade. Esses tipos de mercadorias são os seguintes:
–
classe 1;
–
classe 2;
–
classe 7;
- 61 -
–
classes 3, 4.1, 4.2, 4.3, 5.1, 5.2, 6.1, 6.2, 8 e 9;
–
Nºs ONU 1202, 1203, 1223, 3475 e o carburante de aviação classificado nos Nºs ONU 1268 ou 1863.
O certificado previsto no 1.8.3.7 deve indicar com clareza que só é válido para certos tipos de mercadorias
perigosas visados na presente subsecção e sobre os quais o conselheiro foi questionado, nas condições definidas
no 1.8.3.12.
Os certificados de formação de conselheiros de segurança, emitidos antes de 1 de Janeiro de 2009 para os Nºs
ONU 1202, 1203 e 1223 são igualmente válidos para o Nº ONU 3475 e o carburante de aviação classificado sob
os Nºs ONU 1268 ou 1863.
1.8.3.14 A autoridade competente ou o organismo examinador estabelece progressivamente uma bateria das questões que
foram incluídas nos exames.
1.8.3.15 O certificado previsto no 1.8.3.7 é emitido em conformidade com o modelo que figura no 1.8.3.18 e é
reconhecido por todos os Estados-Membros do RID.
1.8.3.16 Validade e renovação do certificado
1.8.3.16.1 O certificado é válido pelo período de cinco anos. A validade do certificado é renovada por períodos de cinco
anos se o seu titular tiver recebido formação e tiver sido aprovado num exame de reciclagem durante o ano que
precede o termo de validade do certificado. O exame deve ser reconhecido pela autoridade competente.
1.8.3.16.2 O exame tem por finalidade verificar se o titular possui os conhecimentos necessários para exercer as tarefas
visadas no 1.8.3.3. Os conhecimentos necessários são os definidos no 1.8.3.11 b), e devem incidir nas inovações
técnicas, jurídicas, ou relativas às matérias a transportar, que foram introduzidas na legislação desde a emissão ou
desde a última renovação do certificado, devendo essas inovações ser definidas periodicamente pela autoridade
competente. O exame deve ter lugar e deve ser supervisionado nas mesmas condições que as indicadas nos
1.8.3.10 e 1.8.3.12 a 1.8.3.14. Contudo, não é necessário que o titular realize o estudo de caso mencionado no
1.8.3.12.4 b).
1.8.3.17 Consideram-se satisfeitas as disposições dos 1.8.3.1 a 1.8.3.16 se forem aplicadas as condições apropriadas da
Directiva 96/35/CE do Conselho, de 3 de Junho de 1996, relativa à designação e à qualificação profissional dos
conselheiros de segurança para o transporte de mercadorias perigosas por estrada, por caminho-de-ferro ou por
via navegável1 e da Directiva 2000/18/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de Abril de 2000,
relativa às exigências mínimas aplicáveis ao exame dos conselheiros de segurança para o transporte de
mercadorias perigosas por estrada, por caminho-de-ferro ou por via navegável2.
1
Jornal Oficial das Comunidades Europeias, Nº L 145 de 19 de Junho de 1996, página 10.
2
Jornal Oficial das Comunidades Europeias, Nº L 118 de 19 de Maio de 2000, página 41.
- 62 -
1.8.3.18 Modelo de certificado
Certificado de formação dos conselheiros de segurança
do transporte de mercadorias perigosas
Certificado Nº:
Sinal distintivo do Estado emissor do certificado: ...................................................................
Apelido: ............................................................................................................................................
Nome: ...............................................................................................................................................
Data e local de nascimento: ...........................................................................................................
Nacionalidade:...................................................................................................................................
Assinatura do titular: .......................................................................................................................
Válido até...............................para as empresas que efectuem transporte de mercadorias perigosas, bem como para
as empresas que efectuem operações de carga ou de descarga ligadas a esse transporte:
por estrada
por caminho de ferro
por via navegável
Emitido por: .....................................................................................................................................
Data: .........................................…
Assinatura: .................................
Renovado até: .........................…..
Por: ..........................................
Data: .............................................
Assinatura: ................................
- 63 -
1.8.4
Lista das autoridades competentes e organismos por elas designados
Os Estados-Membros comunicam ao Secretariado da OTIF os nomes das autoridades e dos organismos
designados por elas que são competentes segundo o direito nacional para a aplicação do RID, mencionando para
cada caso a disposição relevante do RID, bem como os endereços a que devem ser submetidas as respectivas
solicitações.
O Secretariado da OTIF estabelece a partir das informações recebidas uma lista e conserva-a actualizada,
comunicando essa lista e as suas modificações aos Estados-Membros.
DISPOSIÇÃO APLICÁVEL AO TRANSPORTE NACIONAL
As autoridades competentes nacionais responsáveis pela aplicação das diferentes disposições do RID encontram-se listadas no Anexo
III do decreto-lei que aprova esta regulamentação.
1.8.5
Notificação das ocorrências envolvendo mercadorias perigosas
1.8.5.1
Se ocorrer um acidente ou um incidente grave, por ocasião da carga, do enchimento, do transporte ou da
descarga de mercadorias perigosas no território de um Estado-Membro, o carregador, o enchedor, o
transportador, o destinatário ou até mesmo o gestor da infra-estrutura ferroviária, respectivamente, devem
assegurar que um relatório estabelecido segundo o modelo prescrito no 1.8.5.4 seja apresentado à autoridade
competente do Estado-Membro envolvido.
DISPOSIÇÃO APLICÁVEL AO TRANSPORTE NACIONAL
Em transporte nacional, considera-se satisfeita esta obrigação se for apresentado o relatório de acidente prescrito no 1.8.3.6.
1.8.5.2
Esse Estado-Membro deve pelo seu lado, se necessário, transmitir um relatório ao Secretariado da OTIF para
fins de informação aos outros Estados-Membros do RID.
1.8.5.3
Considera-se que existe uma ocorrência implicando a obrigação de relatório em conformidade com o 1.8.5.1 se
houver derrame das mercadorias perigosas ou se tiver havido um risco iminente de danos corporais, perda de
produto, danos materiais ou para o ambiente ou se tiver havido intervenção das autoridades, e se forem
satisfeitos um ou vários dos seguintes critérios:
Existe ocorrência com "danos corporais" quando se tratar de uma ocorrência em que se verificaram uma morte
ou ferimentos directamente ligados às mercadorias perigosas transportadas e em que os ferimentos
a) necessitem de um tratamento médico intensivo;
b) necessitem de uma permanência no hospital de pelo menos um dia; ou
c) provoquem uma incapacidade para o trabalho durante pelo menos três dias consecutivos.
Existe "perda de produto" quando se derramaram mercadorias perigosas
a) das categorias de transporte 0 ou 1 em quantidades iguais ou superiores a 50 kg ou 50 l;
b) da categoria de transporte 2 em quantidades iguais ou superiores a 333 kg ou 333 l; ou
c) das categorias de transporte 3 ou 4 em quantidades iguais ou superiores a 1 000 kg ou 1 000 l.
O critério de perda de produto aplica-se também se houver um risco iminente de perda de produto nas
quantidades acima mencionadas. Como regra geral, considera-se que se verifica esta condição se, devido a danos
estruturais, o meio de confinamento já não estiver capaz para a continuação do transporte ou se, por qualquer
outra razão, já não for garantido um nível de segurança suficiente (por exemplo, devido à deformação das
cisternas ou contentores, ao capotamento de uma cisterna ou à presença de um incêndio numa vizinhança
imediata).
- 64 -
Se estiverem envolvidas mercadorias perigosas da classe 6.2, a obrigação de apresentar um relatório aplica-se
independentemente das quantidades.
Numa ocorrência envolvendo matérias da classe 7, os critérios de perda de produto são os seguintes:
a) qualquer libertação de matérias radioactivas no exterior dos pacotes;
b) exposição que conduza à ultrapassagem dos limites fixados nos regulamentos relativos à protecção dos
trabalhadores e do público contra as radiações ionizantes (Quadro II da Colecção Segurança no115 da AIEA
- "Normas fundamentais internacionais de protecção contra as radiações ionizantes e de segurança das
fontes de radiação"); ou
c) motivos para admitir que tenha havido uma degradação sensível de uma qualquer função garantida por um
pacote no plano da segurança (retenção, protecção, protecção térmica ou criticalidade), a qual tenha tornado
a embalagem imprópria para a continuação do transporte sem medidas de segurança complementares.
NOTA: Ver as prescrições de 7.5.11 CW33 (6) para as remessas não susceptíveis de ser entregues.
Existe "dano material" ou "dano para o ambiente", quando se derramam mercadorias perigosas,
independentemente da quantidade, e quando o montante estimado dos danos ultrapassa os 50 000 Euros. Para
este efeito, não são tidos em conta os danos sofridos pelo meio de transporte directamente envolvido contendo
mercadorias perigosas ou pela infra-estrutura modal.
Existe "intervenção das autoridades" quando, no contexto de uma ocorrência envolvendo mercadorias perigosas,
há intervenção directa das autoridades ou serviços de emergência e quando se procedeu à evacuação de pessoas
ou ao fecho de vias destinadas à circulação pública (estradas/vias férreas) durante pelo menos três horas devido
ao perigo apresentado pelas mercadorias perigosas.
Em caso de necessidade, a autoridade competente pode solicitar informações adicionais.
1.8.5.4
Modelo de relatório sobre ocorrências durante o transporte de mercadorias perigosas
Relatório sobre ocorrências durante o transporte de mercadorias perigosas, em conformidade com a secção 1.8.5
do RID/ADR
Transportador/Gestor da infra-estrutura ferroviária:
Endereço:
Nome da pessoa a contactar: ...................................... N° de telefone: ............................. N° de fax: .....................
(A autoridade competente retirará esta folha de rosto antes de transmitir o relatório)
- 65 -
1. Modo
□ Ferroviário
Número do vagão (facultativo)
□ Rodoviário
Matrícula do veículo (facultativa)
2. Data e local da ocorrência
Ano: ……….…….
Mês: ………….……….. Dia: …………….……. Hora: …………..…………..
Estrada
Caminho de ferro
□ Gare
□ Aglomerado urbano
□ Gare de triagem/gare de formação dos comboios □ Local de carga/descarga/transbordo
□ Local de carga/descarga/transbordo
□ Estrada
Localidade / País:
Localidade / País:
.................……………….......
……………………………..
ou
□ Plena via
Designação da linha: ………………
Quilómetro: ………………………
3. Topografia
□ Declive/inclinação
□ Túnel
□ Ponte/passagem inferior/passagem subterrânea
□ Cruzamento
4. Condições meteorológicas particulares
□ Chuva
□ Neve
□ Gelo
□ Nevoeiro
□ Trovoada
□ Tempestade
Temperatura: … °C
5. Descrição da ocorrência
□ Descarrilamento/Despiste
□ Colisão
□ Capotamento
□ Fogo
□ Explosão
□ Perda
□ Defeito técnico
Outros detalhes da ocorrência:
- 66 -
6. Mercadorias perigosas envolvidas
N°
Classe Grupo de Quantidade estimada
ONU
embalagem de produto perdido
(1)
(kg ou l)(2)
Meio de
confinamento(3)
Material do Tipo de defeito do
meio de
meio de
confinamento confinamento (4)
Indicar também o nome técnico no caso das (2) Para a classe 7, indicar os valores em conformidade
mercadorias perigosas afectas a uma rubrica colectiva com os critérios enunciados no 1.8.5.3.
a que se aplique a disposição especial 274.
(3) Indicar o número apropriado
(4) Indicar o número apropriado:
1 Embalagem
1 Perda
2 GRG
2 Fogo
3 Grande embalagem
3 Explosão
4 Pequeno contentor
4 Defeito estrutural
5 Vagão
6 Veículo
7 Vagão-cisterna
8 Veículo-cisterna
9 Vagão-bateria
10 Veículo-bateria
11 Vagão com cisternas desmontáveis
12 Cisterna desmontável
13 Grande contentor
14 Contentor-cisterna
15 CGEM
16 Cisterna móvel
7. Causa da ocorrência (se não oferecer dúvida)
□ Defeito técnico
□ Segurança da carga
□ Causa operacional (caminho de ferro)
□ Outras:
..................................................................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................................................................
8. Consequências da ocorrência
Danos corporais ligados às mercadorias perigosas:
□ Mortos (número: ............ )
□ Feridos (número: ............ )
(1)
Perda de produto:
□ Sim
□ Não
□ Risco iminente de perda de produto
Danos materiais ou para o ambiente:
□ Montante estimado dos danos ≤ 50 000 Euros
□ Montante estimado dos danos > 50 000 Euros
Intervenção das autoridades:
□ Sim
□ Evacuação de pessoas durante pelo menos três horas devido à presença de
mercadorias perigosas
□ Fecho de vias de circulação durante pelo menos três horas devido à presença de
mercadorias perigosas
□ Não
Em caso de necessidade, a autoridade competente pode solicitar informações adicionais.
- 67 -
1.8.6
Inspecções administrativas para a realização de avaliações de conformidade, inspecções periódicas e
inspecções excepcionais prescritas no 1.8.7
1.8.6.1
A autoridade competente pode aprovar os organismos de inspecção para as avaliações da conformidade, as
inspecções periódicas, as inspecções excepcionais e a supervisão do serviço interno de inspecção visados no
1.8.7.
1.8.6.2
A autoridade competente deve assegurar o acompanhamento dos organismos de inspecção e revogar ou limitar a
aprovação concedida se a mesma constatar que um organismo aprovado já não está em conformidade com a
aprovação e as prescrições do 1.8.6.4 ou não aplica os procedimentos especificados nas disposições do RID.
1.8.6.3
Se a aprovação for revogada ou limitada ou se o organismo de inspecção tiver cessado a actividade, a autoridade
competente toma as medidas adequadas para garantir que os registos sejam processados por um outro
organismo de inspecção ou mantidos disponíveis.
1.8.6.4
O organismo de inspecção deve:
a) dispor de pessoal a trabalhar num quadro organizacional adequado, capaz, competente e qualificado para
cumprir correctamente as suas tarefas técnicas;
b) ter acesso às instalações e aos materiais necessários;
c) trabalhar de forma imparcial e protegido contra qualquer influência que pudesse impedi-lo;
d) garantir a confidencialidade comercial das actividades comerciais e das actividades protegidas por direitos
exclusivos, exercidas pelos fabricantes e outras entidades;
e) separar da melhor forma as actividades de inspecção propriamente ditas das outras actividades;
f)
dispor de um sistema de qualidade documentado;
g) assegurar que sejam executados os ensaios e as inspecções previstos na norma aplicável e no RID;
h) manter um sistema eficaz e adequado de relatórios e de registos em conformidade com o 1.8.7.
Além disso, o organismo de inspecção deve estar acreditado em conformidade com a norma EN ISO/IEC
17020:2004, tal como especificado no 6.2.3.6 e nas disposições especiais TA4 e TT9 do 6.8.4.
Um organismo de inspecção que inicie uma nova actividade pode ser aprovado temporariamente. Antes da
designação temporária, a autoridade competente deve assegurar-se de que o organismo de inspecção cumpre as
prescrições da norma EN ISO/IEC 17020:2004. O organismo de inspecção deve ser acreditado no decorrer do
primeiro ano de actividade para poder continuar esta nova actividade.
1.8.7
Procedimentos para a avaliação da conformidade e a inspecção periódica
NOTA: Na presente secção, por "organismos competentes" entende-se os organismos visados no 6.2.2.9 quando certificam os
recipientes sob pressão "UN", no 6.2.3.6 quando homologam os recipientes sob pressão "não-UN" e no 6.8.4, disposições especiais
TA4 e TT9.
1.8.7.1
Disposições gerais
1.8.7.1.1 Os procedimentos da secção 1.8.7 devem ser aplicados em conformidade com o quadro do 6.2.3.6 para a
homologação dos recipientes sob pressão "não-UN" e em conformidade com as disposições especiais TA4 e
TT9 do 6.8.4 para a homologação das cisternas, vagões-baterias e dos CGEM.
Os procedimentos da secção 1.8.7 podem ser aplicados em conformidade com o quadro 6.2.2.9 para a
certificação dos recipientes sob pressão "UN".
1.8.7.1.2 Todos os pedidos relativos:
- 68 -
a) à aprovação de tipo em conformidade com o 1.8.7.2; ou
b) à supervisão do fabrico em conformidade com o 1.8.7.3 e as inspecções e ensaios iniciais em conformidade
com o 1.8.7.4; ou
c) às inspecções periódicas ou excepcionais a realizar, em conformidade com o 1.8.7.5.
d) devem ser dirigidos pelo requerente a uma autoridade competente única, respectivo representante ou um
organismo de inspecção aprovado da sua escolha.
1.8.7.1.3 O pedido deve incluir:
a) o nome e a morada do requerente;
b) no caso da avaliação da conformidade para a qual o requerente não é o fabricante, o nome e a morada deste
último;
c) uma declaração escrita segundo a qual o mesmo pedido não foi formulado junto de outra autoridade
competente, respectivo representante ou organismo de inspecção;
d) a documentação técnica pertinente especificada no 1.8.7.7;
e) uma declaração a autorizar a autoridade competente, respectivo representante ou organismo de inspecção a
aceder, para fins de inspecção, aos locais de fabrico, de inspecção, de ensaio e de armazenagem e
concedendo-lhe todas as informações necessárias.
1.8.7.1.4 Quando tem capacidade para comprovar a conformidade com o 1.8.7.6, perante a autoridade competente ou o
respectivo organismo de inspecção delegado, o requerente pode estabelecer um serviço interno de inspecção que
pode realizar toda ou parte das inspecções e dos ensaios, quando isso for especificado no 6.2.2.9. ou 6.2.3.6.
1.8.7.2
Aprovação de tipo
1.8.7.2.1 O requerente deve:
a) no caso de recipientes sob pressão, colocar à disposição do organismo competente as amostras
representativas da produção considerada. O organismo competente pode solicitar amostras suplementares se
isso for necessário para o programa de ensaio;
b) no caso de cisternas, vagões-baterias ou CGEM, deve ser dado acesso ao protótipo para o ensaio de tipo.
1.8.7.2.2 O organismo competente deve:
a) examinar a documentação técnica indicada no 1.8.7.7.1 para confirmar que a concepção está conforme as
disposições pertinentes do RID, e que o protótipo ou o lote de protótipos foi fabricado em conformidade
com a documentação técnica e é representativo do modelo tipo;
b) realizar as inspecções e assistir aos ensaios prescritos no RID, para estabelecer que as disposições foram
aplicadas e respeitadas, e que os procedimentos adoptados pelo fabricante cumprem as prescrições;
c) verificar o ou os certificados emitidos pelo ou pelos fabricantes dos materiais em função das disposições
pertinentes do RID;
d) se necessário, aprovar os procedimentos para a montagem permanente das partes ou verificar se foram
previamente aprovadas e se o pessoal responsável pela montagem permanente das partes e pelos ensaios não
destrutivos possui qualificação ou aprovação;
e) acordar com o requerente sobre a localização e os centros de ensaios onde devem ser realizados as
inspecções e os ensaios necessários.
O organismo competente apresenta ao requerente um relatório de exame de tipo.
- 69 -
1.8.7.2.3 Quando o tipo cumpre todas as disposições aplicáveis a autoridade competente, o respectivo representante ou o
organismo de inspecção, emite um certificado de aprovação de tipo:
O certificado deve incluir:
a) o nome e a morada do emissor;
b) o nome e a morada do fabricante;
c) uma referência à versão do RID e às normas utilizadas para o exame de tipo;
d) todas as prescrições resultantes do exame;
e) os dados necessários à identificação do tipo e das variantes, tal como definidos pelas normas pertinentes; e
f)
a referência aos relatórios de exame de tipo.
Uma lista de partes pertinentes da documentação técnica deve ser anexada ao certificado (ver 1.8.7.7.1).
1.8.7.3
Supervisão do fabrico
1.8.7.3.1 O processo de fabrico deve ser sujeito a uma inspecção pelo organismo competente, com vista a determinar a
conformidade da produção do produto com as disposições da aprovação de tipo.
1.8.7.3.2 O requerente deve tomar todas as medidas necessárias no sentido de assegurar a conformidade do processo de
fabrico com as prescrições aplicáveis do RID e do certificado de aprovação de tipo e respectivos anexos.
1.8.7.3.3 O organismo competente deve:
a) verificar a conformidade com a documentação técnica prescrita no 1.8.7.7.2;
b) verificar a conformidade do processo de fabrico de produtos com as prescrições e a documentação aplicável;
c) verificar a rastreabilidade dos materiais e inspeccionar os certificados dos materiais em função das
especificações;
d) se necessário, verificar se o pessoal que realiza a montagem permanente das partes
destrutivos possui qualificação ou aprovação.
os ensaios não
e) acordar com o requerente sobre a localização onde as inspecções e os ensaios necessários devem ser
realizados; e
f)
1.8.7.4
apresentar os resultados da inspecção.
Inspecção e ensaios iniciais
1.8.7.4.1 O requerente deve:
a)
colocar as marcas prescritas no RID; e
b)
fornecer ao organismo competente a documentação técnica prescrita no 1.8.7.7.
1.8.7.4.2 O organismo competente deve:
a) realizar as inspecções e os ensaios necessários para verificar se o produto foi fabricado em conformidade
com a aprovação de tipo e as disposições pertinentes;
b) verificar, em função do equipamento de serviço, os certificados fornecidos pelos fabricantes destes
equipamentos;
- 70 -
c) apresentar ao requerente um relatório das inspecções e dos ensaios iniciais relativamente aos ensaios e
verificações realizados e à documentação técnica verificada; e
d) emitir um certificado por escrito de conformidade da fabricação e colocar a sua marca registada quando o
fabrico está em conformidade com as disposições.
O certificado e o relatório podem abranger um determinado número de equipamentos do mesmo tipo
(certificado ou relatório para um grupo de equipamentos).
1.8.7.4.3 O certificado deve incluir pelo menos:
a) o nome e a morada do organismo competente;
b) o nome e a morada do fabricante e o nome e a morada do requerente se este não for o fabricante;
c) uma referência à versão do RID e às normas utilizadas para as inspecções e os ensaios iniciais;
d) os resultados das inspecções e dos ensaios;
e) os dados para a identificação dos produtos inspeccionados, pelo menos o número de série ou, para as
garrafas não recarregáveis, o número do lote; e
f)
1.8.7.5
o número da aprovação de tipo.
Inspecções periódicas e excepcionais
O organismo competente deve:
a) proceder à identificação e verificar a conformidade com a documentação;
b) realizar as inspecções e assistir aos ensaios a fim de verificar se as prescrições são cumpridas;
c) emitir relatórios sobre os resultados das inspecções e dos ensaios, que podem abranger um determinado tipo
de equipamentos; e
d)
1.8.7.6
garantir que as marcas requeridas são colocadas;
Supervisão do serviço interno de inspecção do requerente
1.8.7.6.1 O requerente deve:
a) instaurar um serviço interno de inspecção com um sistema de qualidade que abranja as inspecções e os
ensaios documentados no 1.8.7.7.5 e que seja objecto de supervisão;
b) respeitar as obrigações decorrentes do sistema de qualidade tal como aprovado, e garantir a manutenção do
seu cumprimento e da sua eficácia;
c) designar pessoal formado e competente para o serviço interno de inspecção; e
d) colocar o símbolo distintivo do organismo de inspecção quando há lugar ao mesmo;
1.8.7.6.2 O organismo de inspecção deve realizar uma auditoria inicial. Se esta auditoria for satisfatória, o organismo de
inspecção emite uma autorização para um período máximo de três anos, devendo ser cumpridas as disposições
seguintes:
a) Esta auditoria deve confirmar se as inspecções e os ensaios realizados sobre o produto estão em
conformidade com as prescrições do RID;
b) O organismo de inspecção pode autorizar o serviço interno de inspecção a colocar o símbolo distintivo do
organismo de inspecção em cada produto aprovado;
- 71 -
c) A autorização pode ser renovada após uma auditoria satisfatória no ano que preceder o termo da data da sua
duração. O novo período começa na data do termo da duração da autorização; e
d) os auditores do organismo de inspecção devem ter competências para a realização da avaliação da
conformidade do produto abrangido pelo sistema da qualidade.
1.8.7.6.3 O organismo de inspecção deve efectuar auditorias periódicas durante o período da autorização, com vista a
assegurar a manutenção e aplicação do sistema da qualidade por parte do requerente. Devem ser cumpridas as
seguintes disposições:
a) em cada ano, devem realizar-se duas auditorias, no mínimo;
b) o organismo de inspecção pode requerer auditorias suplementares, acções de formação, alterações técnicas,
alterações ao sistema da qualidade, bem como limitar ou proibir as inspecções e os ensaios a efectuar pelo
requerente;
c) o organismo de inspecção deve avaliar quaisquer alterações introduzidas ao sistema da qualidade e deliberar
se o sistema da qualidade continua a satisfazer os requisitos da auditoria inicial ou se é necessário efectuar
uma reavaliação completa;
os auditores do organismo de inspecção devem ter competência para avaliar a conformidade do produto
abrangido pelo sistema de qualidade.
1.8.7.6.3 O organismo de inspecção realiza auditorias periódicas durante a vigência da validade da autorização, para obter
a garantia de que o requerente mantém e aplica o sistema de qualidade. Devem ser cumpridas as disposições
seguintes:
a) Devem ser realizadas pelo menos duas auditorias em cada período de doze meses;
b) O organismo de inspecção pode exigir visitas suplementares, acções de formação, modificações técnicas ou
modificações do sistema de qualidade e limitar ou interditar as inspecções e os ensaios a realizar pelo
requerente;
c) O organismo de inspecção deve avaliar todas as modificações do sistema de qualidade e determinar se o
sistema de qualidade modificado cumpre sempre as prescrições da auditoria inicial ou se é necessária uma
reavaliação completa;
d) Os auditores do organismo de inspecção devem ter competência para avaliar a conformidade do produto
abrangido pelo sistema da qualidade; e
e) O organismo de inspecção deve remeter para o requerente um relatório de visita ou de auditoria e, caso tiver
sido realizado um ensaio, um relatório de ensaio.
1.8.7.6.4 Em caso de não-conformidade com as prescrições pertinentes, o organismo de inspecção garante que se proceda
a medidas correctivas. Se não forem tomadas medidas correctivas atempadamente, o mesmo suspenderá ou
retirará a permissão concedida ao serviço interno de inspecção para a realização das respectivas actividades. A
notificação de suspensão ou de retirada da permissão é comunicada à autoridade competente. É entregue ao
requerente um relatório indicando em pormenor os motivos para os quais o organismo de inspecção tomou tais
decisões.
1.8.7.7
Documentação
A documentação técnica deve permitir a avaliação da conformidade com as prescrições pertinentes.
1.8.7.7.1 Documentação para a aprovação de tipo
O requerente deve comunicar, de modo adequado:
a) a lista das normas utilizadas para a concepção e o fabrico;
b) uma descrição do tipo com todas as variantes;
- 72 -
c) as instruções de acordo com a coluna pertinente do Quadro A do Capítulo 3.2 ou uma lista das mercadorias
perigosas a transportar para os equipamentos dedicados;
d) um ou vários planos de implantação;
e) os planos pormenorizados com as dimensões utilizadas para os cálculos, do equipamento, do equipamento
de serviço, do equipamento de estrutura, da marcação e/ou da etiquetagem necessária para a verificação da
conformidade;
f)
as notas de cálculo, os resultados e as conclusões;
g) a lista dos equipamentos de serviço e dos respectivos dados técnicos pertinentes e das informações sobre os
dispositivos de segurança, incluindo o cálculo do débito de descompressão se for caso disso;
h) a lista dos materiais exigidos pela norma de construção utilizada para cada parte, subparte, revestimento,
equipamento de serviço e equipamento de estrutura, assim como as especificações correspondentes para os
materiais ou a declaração de conformidade do RID correspondente;
i)
a qualificação aprovada dos procedimentos de montagem permanente;
j)
a descrição dos procedimentos de tratamento térmico; e
k) os procedimentos, descrições e relatórios de todos os ensaios pertinentes enumerados nas normas ou no
RID para a aprovação de tipo e para o fabrico.
1.8.7.7.2 Documentação para a supervisão do fabrico
O requerente deve colocar à disposição, de modo adequado:
a) os documentos enumerados no 1.8.7.7.1;
b) os procedimentos de fabrico, incluindo os procedimentos dos ensaios;
c) os relatórios de fabrico;
d) as qualificações homologadas do pessoal responsável pela montagem permanente;
e) as qualificações homologadas do pessoal responsável pelos ensaios não destrutivos;
f)
os relatórios dos ensaios destrutivos e não destrutivos;
g) os registos dos tratamentos térmicos; e
h) os relatórios de calibração.
1.8.7.7.3 Documentação para os ensaios iniciais
O requerente deve colocar à disposição, de modo adequado:
a) os documentos enumerados no 1.8.7.7.1 e 1.8.7.7.2;
b) os certificados dos materiais para o equipamento e todas as subpartes;
c) as declarações de conformidade e os certificados dos materiais do equipamento de serviço; e
d) uma declaração de conformidade com a descrição do equipamento e de todas as variantes adoptadas desde a
aprovação de tipo;.
1.8.7.7.4 Documentação para as inspecções periódicas e excepcionais
O requerente deve colocar à disposição, de modo adequado:
- 73 -
a) Para os recipientes sob pressão, os documentos com as prescrições especiais quando as normas relativas à
construção e às inspecções e aos ensaios periódicos o impõem;
b) Para as cisternas:
i) o dossiê da cisterna; e
ii) um ou vários documentos mencionados de 1.8.7.7.1 a 1.8.7.7.3.
1.8.7.7.5 Documentação para a avaliação do serviço interno de inspecção
O requerente de um serviço interno de inspecção deve colocar à disposição a documentação relativa ao sistema
de qualidade, de modo adequado:
a) A estrutura organizacional e as responsabilidades;
b) As regras relativas às inspecções e aos ensaios, o controlo da qualidade, a garantia da qualidade e os
procedimentos, assim como as medidas sistemáticas que serão utilizadas;
c) Os registos de avaliação da qualidade, tais como relatórios de inspecção, dados de ensaio e dados de
calibração, bem como os certificados;
d) Avaliação pela direcção da eficácia do sistema de qualidade com base nos resultados das auditorias em
conformidade com o 1.8.7.6;
e) O procedimento que descreva como devem ser preenchidos os requisitos dos clientes e da regulamentação;
f)
O procedimento de inspecção dos documentos e da respectiva revisão;
g) Os procedimentos a seguir para os produtos que não estejam em conformidade; e
h) Os programas de formação e os procedimentos de qualificação que se aplicam ao pessoal.
1.8.7.8
Equipamentos fabricados, homologados, inspeccionados e alvos de ensaio em conformidade com as
normas
Consideram-se cumpridas as prescrições do 1.8.7.7 se as normas seguintes, sempre que necessário, forem
aplicadas:
Subsecção e
parágrafo
aplicáveis
Referências
Título do documento
1.8.7.7.1 a 1.8.7.7.4
EN 12972:2007
Cisternas destinadas ao transporte de matérias perigosas – Ensaio,
inspecção e marcação de cisternas metálicas
- 74 -
CAPÍTULO 1.9
RESTRIÇÕES AO TRANSPORTE ESTABELECIDAS PELAS AUTORIDADES COMPETENTES
1.9.1
1.9.2
Qualquer Estado-Membro do RID pode aplicar, ao transporte ferroviário internacional de mercadorias perigosas
efectuado no seu território, certas disposições suplementares não contidas no RID, desde que essas disposições
suplementares
–
estejam em conformidade com o 1.9.2,
–
não contrariem as disposições do 1.1.2 b),
–
constem da legislação nacional do Estado-Membro aplicável ao transporte ferroviário nacional de
mercadorias perigosas efectuado no seu território,
–
não resultem na interdição do transporte ferroviário das mercadorias perigosas visadas por essas disposições
em todo o território do Estado-Membro.
As disposições suplementares visadas no 1.9.1 são as seguintes:
a) requisitos de segurança ou restrições suplementares para o transporte, aquando da
–
utilização de certas obras de arte, tais como pontes ou túneis1,
–
utilização de instalações de transporte combinado como, por exemplo, instalações de transbordo, ou
–
chegada ou saída de portos, gares ou outros terminais de transporte.
b) disposições ao abrigo das quais o transporte de certas mercadorias perigosas é interdito nas linhas que
apresentam riscos particulares ou locais, tais como linhas que atravessam zonas residenciais, regiões
ambientalmente sensíveis, zonas comerciais ou zonas industriais onde se situam instalações perigosas, ou
está sujeito a condições particulares de exploração (por exemplo, velocidade reduzida, duração do trajecto
determinada, interdição de cruzamento, etc.). As autoridades competentes deverão fixar, na medida do
possível, itinerários alternativos que substituam as linhas encerradas ou sujeitas a condições particulares.
c) disposições excepcionais que fixem o itinerário excluído ou o itinerário a seguir, ou as disposições a
respeitar, para as paragens temporárias, em caso de condições atmosféricas extremas, sismos, acidentes,
manifestações, agitações civis ou levantamentos armados.
1.9.3
A aplicação das disposições suplementares constantes do 1.9.2 a) e b) pressupõe que a autoridade competente
dispõe de prova da sua necessidade.2
1.9.4
A autoridade competente do Estado-Membro que aplique no seu território quaisquer disposições suplementares
no âmbito das alíneas a) e d) do 1.9.2 deverá informar, com antecedência, o Secretariado da OTIF sobre essas
disposições, que as levará ao conhecimento dos Estados-Membros do RID.
1.9.5
Sem prejuízo do disposto nos parágrafos anteriores, os Estados-Membros podem determinar prescrições de
segurança específicas para o transporte internacional de mercadorias perigosas por caminho-de-ferro, desde que
o RID não contemple essa área, nomeadamente no que diz respeito
–
1
2
à circulação de comboios,
Para o transporte através do túnel sob a Mancha e túneis com características idênticas ao da Mancha, ver também as alíneas a) e b) do nº 2 do artigo 5º da
Directiva 96/49/CE relativa ao transporte ferroviário de mercadorias perigosas, publicada no Jornal Oficial das Comunidades Europeias Nº L 235, de 17 de
Setembro de 1996, página 25.
As orientações gerais para o cálculo de risco do transporte ferroviário de mercadorias perigosas, adoptadas a 24 de Novembro de 2005 pela Comissão de Peritos
do RID, podem ser consultadas no sítio Web da OTIF (www.otif.org).
- 75 -
–
às regras de funcionamento de operações acessórias ao transporte, tais como manobras e estacionamento,
–
à gestão das informações sobre as mercadorias perigosas transportadas,
desde que constem na legislação nacional e se apliquem também ao transporte ferroviário nacional de
mercadorias perigosas no território do Estado-Membro.
Estas prescrições específicas não abarcarão as áreas cobertas pelo RID, nomeadamente as mencionadas nas
alíneas a) e b) do 1.1.2.
- 76 -
CAPÍTULO 1.10
DISPOSIÇÕES RELATIVAS À SEGURANÇA PÚBLICA
NOTA: Para os fins do presente capítulo, entendem-se como relevantes para a segurança pública as medidas ou precauções a
tomar com vista a minimizar o roubo ou a utilização imprópria e intencional de mercadorias perigosas que possam pôr em perigo as
pessoas, os bens ou o ambiente.
1.10.1
Disposições gerais
1.10.1.1 Todas as pessoas que participam no transporte de mercadorias perigosas devem tomar em conta as prescrições
de segurança pública previstas no presente capítulo, correspondentes às suas responsabilidades.
1.10.1.2 As mercadorias perigosas só devem ser entregues para transporte a transportadores devidamente identificados.
1.10.1.3 Nas instalações de permanência temporária, nos cais de acostagem e nas gares de triagem, as zonas utilizadas
para permanência temporária de veículos durante o transporte de mercadorias perigosas devem ser
adequadamente controladas, bem iluminadas, e, onde seja possível e apropriado, não devem ser acessíveis ao
público.
1.10.1.4 Cada membro da tripulação de um comboio que transporte mercadorias perigosas deve, durante o transporte,
ter consigo um documento de identificação que inclua a sua fotografia.
1.10.1.5 Os controlos de segurança de acordo com o 1.8.1 devem também incidir sobre a aplicação das medidas de
segurança física.
1.10.1.6 (Reservado)
1.10.2
Formação em matéria de segurança pública
1.10.2.1 A formação inicial e a reciclagem mencionadas no Capítulo 1.3 devem também incluir a sensibilização à
segurança pública. A formação de reciclagem relativa à segurança pública não deve estar ligada unicamente às
modificações regulamentares.
1.10.2.2 A sensibilização à segurança pública deve incidir na natureza dos riscos para a segurança pública, a forma de os
reconhecer e os métodos a utilizar para os reduzir, bem como as medidas a tomar em caso de violações da
segurança pública. Deve incluir a sensibilização sobre eventuais planos de protecção física tendo em conta as
responsabilidades e as funções de cada um na aplicação desses planos.
1.10.3
Disposições relativas ao transporte de mercadorias perigosas de alto risco
1.10.3.1 Por “mercadorias perigosas de alto risco”, entende-se aquelas que, se forem desviadas intencionalmente da sua
utilização inicial para fins terroristas, podem causar efeitos graves, tais como perdas numerosas de vidas humanas
ou destruições massivas. É apresentada no quadro 1.10.5 a lista das mercadorias perigosas de alto risco.
1.10.3.2 Planos de protecção física
1.10.3.2.1 Os transportadores, os expedidores e as outras pessoas mencionadas no 1.4.2 e 1.4.3 intervenientes no
transporte de mercadorias perigosas de alto risco (ver quadro 1.10.5) devem adoptar e aplicar efectivamente um
plano de protecção física que compreenda pelo menos os elementos definidos no 1.10.3.2.2.
1.10.3.2.2 Um plano de protecção física deve incluir pelo menos os seguintes elementos:
a) Atribuição específica de responsabilidades em matéria de protecção física a pessoas competentes e
qualificadas que tenham a autoridade apropriada;
b) Registo das mercadorias perigosas ou dos tipos de mercadorias perigosas envolvidas;
c) Avaliação das operações correntes e dos riscos para a segurança pública que daí resultam, incluindo as
paragens impostas pelas operações de transporte, a permanência das mercadorias perigosas nos vagões,
- 77 -
cisternas e contentores imposta pelas condições de tráfego antes, durante e depois da deslocação, e o
armazenamento intermédio temporário das mercadorias perigosas para fins de transferência modal ou de
meio de transporte (transbordo), consoante o caso;
d) Claro enunciado das medidas que devem ser tomadas para reduzir os riscos para a segurança pública, tendo
em conta as responsabilidades e as funções do interveniente, incluindo:
–
as actividades de formação;
–
as políticas de protecção física (p. ex: as medidas em caso de ameaça agravada e o controlo em caso de
recrutamento de empregados ou de afectação de empregados a certos postos, etc.);
–
as práticas operacionais (p. ex: escolha e utilização de itinerários, quando conhecidos, acesso às
mercadorias perigosas em armazenamento temporário definido em c), proximidade de infra-estruturas
vulneráveis, etc.);
– os equipamentos e recursos a utilizar para reduzir os riscos para a segurança pública;
e) Procedimentos eficazes e actualizados para assinalar e fazer face a ameaças à segurança pública, violações da
segurança pública ou incidentes conexos;
f)
Procedimentos de avaliação e de teste dos planos de protecção física e procedimentos de verificação e de
actualização periódicas dos planos;
g) Medidas com vista a garantir a integridade das informações relativas ao transporte contidas no plano de
protecção física; e
h) Medidas com vista a garantir que a distribuição das informações relativas à operação de transporte contidas
no plano de protecção física seja limitada às pessoas que delas tenham necessidade. Essas medidas não
devem todavia impedir a comunicação das informações prescritas no RID.
NOTA: Os transportadores, os expedidores e os destinatários devem colaborar entre si, bem como com as autoridades competentes,
para trocar informações relativas a eventuais ameaças, para aplicar medidas de protecção física apropriadas e para reagir aos
incidentes que ponham em perigo a segurança pública.
1.10.3.3 Devem estar instalados no comboio ou no vagão que transporte mercadorias perigosas de alto risco (ver quadro
1.10.5) dispositivos, equipamentos ou sistemas de protecção que impeçam o seu roubo bem como da sua carga,
e devem ser tomadas medidas que assegurem a permanente operacionalidade e eficácia desses dispositivos de
protecção. A aplicação dessas medidas não pode comprometer as intervenções de socorro em caso de
emergência.
NOTA: Quando apropriado e quando os equipamentos necessários estiverem já instalados, devem ser utilizados sistemas de
telemetria ou outros métodos ou dispositivos de seguimento que permitam monitorizar os movimentos das mercadorias perigosas de
alto risco (ver quadro 1.10.5).
1.10.4
As prescrições dos 1.10.1, 1.10.2 e 1.10.3 não se aplicam quando as quantidades transportadas em volumes num
vagão ou num grande contentor não excedam as previstas no 1.1.3.6.3, excepto para as matérias explosivas da
classe 1 da Divisão 1.4 com os Nºs ONU 0104, 0237, 0255, 0267, 0289, 0361, 0365, 0366, 0440, 0441, 0455,
0456 e 0500. Além disso, as prescrições dos 1.10.1, 1.10.2 e 1.10.3 também não se aplicam quando as
quantidades transportadas em cisterna ou a granel num vagão ou contentor não sejam superiores às previstas no
1.1.3.6.3.
1.10.5
As mercadorias perigosas de alto risco são as mencionadas no quadro seguinte e que sejam transportadas em
quantidades por unidade de transporte superiores às que aí se indicam.
- 78 -
Quadro 1.10.5: Lista das mercadorias perigosas de alto risco
Classe
Divisão
Matérias ou objectos
Cisterna
(l)c
1
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
2
3
4.1
4.2
4.3
5.1
6.1
6.2
7
8
a
b
c
d
1.10.6
Matérias e objectos explosivos
Matérias e objectos explosivos
Matérias e objectos explosivos do
grupo de compatibilidade C
Matérias e objectos explosivos dos Nºs
ONU 0104, 0237, 0255, 0267, 0289,
0361, 0365, 0366, 0440, 0441, 0455,
0456 e 0500
Matérias e objectos explosivos
Gases inflamáveis (códigos de
classificação contendo apenas a letra F)
Gases tóxicos (códigos de classificação
contendo as letras T, TF, TO, TFC ou
TOC) (à excepção dos aerossóis)
Líquidos inflamáveis dos grupos de
embalagem I e II
Líquidos explosivos dessensibilizados
Matérias explosivas dessensibilizadas
Matérias do grupo de embalagem I
Matérias do grupo de embalagem I
Líquidos comburentes do grupo de
embalagem I
Percloratos, nitrato de amónio, adubos
de nitrato de amónio e nitrato de
amónio em emulsão, suspensão ou gel
Matérias tóxicas do grupo de
embalagem I
Matérias infecciosas da categoria A
(Nºs ONU 2814 e 2900)
Matérias radioactivas
Matérias corrosivas do grupo de
embalagem I
a
a
a
Quantidade
Granel Embalagens
(kg)d
(kg)
a
0
a
0
a
0
a
a
0
0
3 000
a
0
a
b
0
a
0
3 000
a
b
0
a
a
a
0
0
3 000
3 000
3 000
a
b
a
b
a
b
3 000
3 000
b
0
a
0
a
0
0
3 000 A1 (sob forma especial) ou
3 000 A2, consoante o caso, em
pacotes de tipo B(U), B(M) ou C
a
b
3 000
Sem objecto.
As disposições do 1.10.3 não são aplicáveis, qualquer que seja a quantidade.
Um valor indicado nesta coluna só se aplica se for autorizado o transporte em cisternas em conformidade com a coluna (10) ou (12) do
Quadro A do Capítulo 3.2. Para as matérias que não são autorizadas para o transporte em cisternas, a indicação nesta coluna é sem
objecto.
Um valor indicado nesta coluna só se aplica se for autorizado o transporte a granel em conformidade com a coluna (10) ou (17) do
Quadro A do Capítulo 3.2. Para as matérias que não são autorizadas para o transporte a granel, a indicação nesta coluna é sem objecto.
Para as matérias radioactivas, as disposições do presente Capítulo são consideradas como satisfeitas quando
forem aplicadas as disposições da Convenção sobre a Protecção Física das Matérias Nucleares, bem como as
recomendações da AIEA que se lhe referem (INFCIRC/225/Rev.4).
- 79 -
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CAPÍTULO 1.11
PLANOS DE EMERGÊNCIA INTERNOS PARA AS GARES DE TRIAGEM
Devem ser estabelecidos planos de emergência internos para o transporte de mercadorias perigosas nas gares de
triagem.
Os planos de emergência têm por objectivo garantir que, em caso de acidentes ou incidentes nas gares de
triagem, todos os intervenientes cooperem de forma coordenada e que as consequências do acidente ou do
incidente sobre a vida humana ou sobre o ambiente se façam sentir o mínimo possível.
As disposições deste capítulo são consideradas satisfeitas se a Ficha UIC 201 (Transporte de mercadorias
perigosas - Gares ferroviárias de triagem - Guia para a realização de planos de emergência) for aplicada1.
1
Edição de 1 de Março de 2003.
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PARTE 1 Disposições Gerais