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Saúde
› C irurgia estética corretiva
São José do Rio Preto, 18 de Dezembro, 2011 - 1:48
Três mil pessoas na fila da plástica pelo SUS
Elton Rodrigues
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Edvaldo Santos
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Ficar bonito, quem não quer? Mas demora um pouco para quem depende do Sistema
Único de Saúde (SUS): de 1 a 8 anos. No Hospital de Base (HB), de Rio Preto, a fila para
cirurgia plástica estética corretiva é de 3,2 mil pessoas. Para zerar a fila, o HB precisaria
operar dois anos seguidos, sem ter mais paciente procurando pelo serviço, já que o
hospital faz anualmente uma média 1,5 mil cirurgias plásticas eletivas pelo SUS. A Santa
Casa de Rio Preto também faz cirurgias plásticas pelo SUS, porém o hospital não
informou a quantidade realizada neste ano, nem a fila do serviço.
O cirurgião Antônio Roberto Bozzola, do HB, afirma que os número só tende a crescer
Be lisa diz que vale u a pe na
e spe rar um ano e m e io para
corrigir as ore lhas
devido ao aumento de cirurgias de emergência e urgência, que têm prioridade e
passam na frente dos procedimentos agendados. “Nossa equipe trabalha dia e noite,
porém temos uma quantidade limitada de cirurgias custeada pelo governo e um espaço
físico também limitado, por isso mantemos a mesma média todos anos.” De acordo com
o médico, as urgências e emergências são aprovadas principalmente por traumas de face ocorridos em acidente de trânsito e
por câncer de pele devido à longa exposição ao sol. “O número de veículos no município aumentou e tornou o trânsito
caótico, portanto ocorrem mais acidentes.
Outro fator importante é que no município temos muitas pessoas de cor branca que trabalham no sol o dia todo, portanto
desenvolvem câncer de pele. Esses pacientes não podem esperar, e com isso as cirurgias eletivas vão ficando para trás”,
explica. Entre os procedimentos custeados pelo SUS, os mais procurados são a redução de mama (mamoplastia), correção de
abdômen, de orelha de abano, reconstrução da mama, pós-operatório de cirurgia bariátrica (para retirar o excesso de pele) e
septo nasal, procedimento que corrige uma parede no interior do nariz.
A fila mais longa é para a mamoplastia. O Hospital de Base estima que 800 pessoas estejam à espera desse serviço. O
tempo médio na fila é de cinco anos para quem já está cadastrado. A correção mais demorada é o pós-operatório da cirurgia
bariátrica. São necessárias de três a quatro plásticas para o ajuste da pele, e cada procedimento demora em média dois
anos. Portanto, o tempo para ficar com o corpo bem esteticamente é de seis e oito anos.
A manicure Janaína Ferrari, 23 anos, fez redução de mama em março deste ano, depois de aguardar quase quatro anos. Com
problemas na coluna devido ao peso desproporcional da mama, ela resolveu procurar o serviço pelo SUS. “A espera foi muito
longa, sim, mas sempre acreditei que tivessem outras pessoas com mais urgência do que eu. Valeu a pena esperar”, disse.
Da mama esquerda, foi retirado 1,2 quilo; da direita, 800 gramas. “Demorou muito, mas agora sou outra pessoa. Os
problemas de postura acabaram e meus seios ficaramno tamanho ideal”, afirmou.
Outra que enfrentou a fila do SUS pela mesma cirurgia foi a auxiliar de enfermagem M.F., 39 anos. Há um ano e meio, ela foi
operada, depois de uma espera de três anos, mas mesmo assim os problemas persistiram. “A espera é longa. Eles precisam
colocar mais médicos. A equipe é ótima, mas insuficiente para atender a demanda. Ainda tenho uma bifurcação na coluna por
conta do tamanho da mama, acho que não tiraram o suficiente”, completa.
No caso da enfermeira Belisa Tagliaferro, 26 anos, valeu a pena esperar um ano e meio para corrigir a orelha. Ela provou, por
meio de laudo médico, que a deformidade atrapalhava o convívio social. “Antes tinha vergonha até de prender o cabelo
porque minhas orelhas eram grandes. Agora estou satisfeita com minha aparência.” Segundo o cirurgião Bozzola, o Hospital
de Base tem uma equipe de 17 pessoas para atender os pacientes, entre cirurgias eletivas, emergência e urgência. “Até
poderíamos colocar mais pessoal para operar, mas não temos espaço físico e o SUS tem uma cota por mês”, disse.
Hamilton Pavam
Cuidado na escolha do cirurgião plástico
Para evitar resultado insatisfatório ou complicação na cirurgia é preciso conhecer a
preparação e o histórico do médico. O primeiro passo, segundo o cirurgião Carlos
Alberto Komatsu, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP),
regional São Paulo, é verificar se o profissional é cadastrado para o serviço. O site da
Sociedade oferece esse serviço de pesquisa. “O médico tem de fazer, além dos cinco
anos do curso de medicina, outros cinco anos de residência médica especializada.
Depois passa por uma prova para ser cadastrado na SBCP. Não é qualquer um que
Bozzola: HB não te m ne m e spaço
físico para m ais cirurgias
pode fazer esse tipo de procedimento”, disse.
De acordo com Komatsu, um levantamento realizado pelo Conselho Regional de
Medicina (CRM) mostra que, entre 2007 e 2008, de todos os processos éticos relacionados a problemas com cirurgia plástica
em 97% deles o médico não era cirurgião cadastrado. “O dado é preocupante e mostra que é preciso ter muito cuidado ao
escolher o médico.”
Outra iniciativa importante é buscar referências do médico. “É preciso conversar com quem já operou com ele e ver se indicam
http://www.diarioweb.com.br/novoportal/noticias/saude/85090,,Tres+mil+pessoas+na+fila+da+plastica+pelo+SUS.aspx
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e se o serviço foi bem prestado. Essa área é delicada e requer muito cuidado”, diz o cirurgião Walfredo Fogaça. “O paciente
sempre tem de ficar atento, porque a cirurgia plástica mexe com a aparência”, explica o médico Bozzola.
O preço muito baixo oferecido em uma clínica ou hospital deve ser motivo de desconfiança. “Médicos com falta de qualificação
estão operando e colocam o preço baixo, às vezes até quatro vezes menor, para atrair o cliente que só visa ao preço.
Quando o valor está muito baixo é sinal de que alguma coisa está errada. Se você não tem nenhuma recomendação, procure
evitar clínica que faz propaganda sem revelar o nome do médico”, afirmou Komatsu.
Para Fogaça um ponto importante é informar ao médico exatamente o que incomoda e qual o resultado esperado. “O médico
deve examinar e esclarecer se existe alguma técnica para resolver o problema. É fundamental explicar o que vai ser feito,
porque às vezes o paciente acha que vai ter um benefício descabido. O médico tem de ser realista e mostrar que não faz
milagre.”
Hamilton Pavam
HB cria pacote estético para pagar menos
O Hospital de Base (HB), de Rio Preto, criou há quatro anos o “Pacote Social” de
cirurgias plásticas para pessoas de baixa renda. Até este ano, já foram operadas 600
pessoas. O plano oferece cirurgias estéticas por preço menores que o valor de
mercado. O Sistema Único de Saúde (SUS) autoriza apenas os procedimentos corretivos
ou cirurgias estéticas quando o paciente prova, por laudo médico, que a deformidade
atrapalha o convívio social. No “Pacote Social” são oferecidas cirurgias de prótese de
mama e glúteo, abdômen, lipoaspiração, pálpebras, orelhas, rugas da face,
mentoplastia e rinoplastia. O preço varia entre R$ 2,3 mil a 4 mil. As operações são
feitas por médicos residentes, com a supervisão de um cirurgião plástico.
“É uma maneira de oferecer acesso às plásticas para o público de menor poder
aquisitivo. Os preços são até três vezes menores que os de uma clínica particular. Se a
pessoa juntar o 13º salário e algumas economias, ela pode passar pelo procedimento”,
Thiago Luano Ne to fe z corre ção
cirúrgica do nariz e do pe ito, pe lo
Siste m a Único de Saúde (SUS)
disse cirurgião Antonio Roberto Bozzola, do HB. Podem entrar no pacote pessoas que
tenham renda de até dois salários mínimos. É feita uma avaliação da condição
financeira e a fila é organizada pela ordem de situação econômica. “Os mais pobres são
atendidos primeiro”, explica Bozzola.
Um dos que aproveitaram o preço baixo para fazer a cirurgia é o estudante Thiago Luano Neto, 21 anos. Insatisfeito com
alguns detalhes de sua aparência, ele procurou o HB. A primeira correção foi uma ginecomastia – de peito – feita há seis
anos. “Eu tinha um peito maior que o outro e fazia natação. Parei de praticar, porque tinha vergonha de tirar a camiseta
perto de outras pessoas”, disse.
No ano passado, ele voltou a procurar o serviço, desta vez para fazer uma correção de orelha de abano e uma rinoplastia.
“Eu me sentia mal por causa do tamanho das minhas orelhas e nariz. O pessoal colocava apelidos e isso me incomodava.
Com o pacote do HB, consegui mudar minha aparência, porque não tenho condições de pagar uma clínica particular”.
Procura é grande
A procura pelo “Pacote Social” do Hospital de Base é grande. Toda a agenda para o ano que vem está cheia, e o calendário
para 2013 ainda não foi disponibilizado. “Muita gente tem nos procurado pelo preço baixo e pela boa qualidade oferecida”,
diz Bozzola. De acordo com o médico, são operadas pelos residentes entre 10 e 15 pessoas por mês. Nesse período nenhum
óbito ou graves complicações aconteceram. Quem tiver interesse pelo pacote deve procurar o setor de cirurgia plástica do
HB. As vagas para 2013 serão disponibilizadas a partir da metade do ano que vem.
Aumenta procura pelo serviço nas férias
No período das férias escolares, o aumento pelo serviço de cirurgia plástica aumenta entre 30 a 40%, de acordo com a
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Entre os adultos, do sexo masculino e feminino, a mais procurada é a lipoaspiração,
que corresponde entre 10 e 20% do total. Em seguida, vem o implante de mama, procurado pelas mulheres. Entre os
homens, a segunda mais requisitada é a correção de ginecomastia (desenvolvimento anormal da mama), seguida por plástica
de pálpebra.
“Hoje o pessoal não tem muito tempo, tem de conciliar o trabalho, férias das crianças, entre outros afazeres. Com isso, focam
no final do ano para as cirurgias”, disse o cirurgião Carlos Alberto Komatsu. Para o implante de silicone no seio, é preciso
avaliação criteriosa do corpo da mulher. A idade mínima é de 18 anos de idade. “Existem exceções, mas não dá para fazer
colocar silicone em uma menina de 13 anos, porque o corpo dela ainda está em desenvolvimento. O ideal é esperar passar
essa fase”, afirmou o cirurgião plástico Walfredo Fogaça.
Ele explica que, para casos de deformidades, não existe idade mínima, como o de um menino que tenha a mama
desenvolvida, que provoca situações constrangedoras. “A cirurgia plástica tem sido mais divulgada e conhecida, além de ter
mais profissional preparado na área. A situação economia do País melhorou e a população tem investido mais na aparência”,
diz Fogaça.
“Hoje, a mulher, que é a principal cliente, trabalha e paga suas contas, portanto não precisa de ajuda financeira do marido.
Por conta disso e da melhoria da qualidade de vida, a quantidade de cirurgias aumenta a cada ano. Prova disso é que
também houve no Brasil aumento no consumo de cosmético, que revela que o brasileiro está mais preocupado com a
beleza”, diz o médico Carlos Alberto Komatsu, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), regional São
Paulo.
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