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02 SET 2015
Aumentam perdas da indústria brasileira diante da concorrência
chinesa
Pesquisa da CNI com 2.146 empresários mostra que as indústrias estão perdendo cada vez mais espaço para os
produtos fabricados na China e mais empresas pararam de exportar diante da concorrência com o país
A concorrência dos produtos chineses está afetando cada vez mais as empresas brasileiras. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
(http://www.portaldaindustria.com.br/cni/) com 2.146 empresários de 15 setores mostra que 16% das indústrias perderam participação no mercado interno em função
das importações da China. No levantamento anterior, feito em 2010, o percentual era menor, de 14%. Em 2006, primeiro ano em que foi feita a pesquisa, 13% diziam
perder mercado.
A disputa também é acirrada no mercado internacional. Mais da metade das empresas exportadoras do Brasil concorrem com a China em outros países (54%) e o
percentual das que deixaram de exportar em função da concorrência com o país aumentou de 7% para 11%. Em 2006, o número das que interromperam as
exportações por causa da disputa foi bem menor, de 5%. As pequenas são as que mais sofrem. Das entrevistadas, 26% deixaram de exportar, contra 12% das
médias e 7% das grandes.
Para a CNI, o Brasil deve se tornar mais competitivo para que as indústrias não continuem perdendo espaço para produtos de outros países. A confederação
entregou ao governo federal 120 propostas de baixo impacto fiscal que podem melhorar o ambiente de negócios do país e a capacidade de competição das
empresas brasileiras. O conjunto de medidas tem como principal foco a redução e a simplificação da burocracia, o que pode trazer benefícios às empresas e à
economia em curto prazo. O pacote de recomendações elenca prioridades em quatro grandes áreas: tributária, infraestrutura, relações de trabalho e comércio
exterior, onde há janelas de saída para o cenário de baixo crescimento.
"O ajuste fiscal é necessário, mas precisamos avançar na agenda de competitividade. Neste momento devem ser priorizados os investimentos em infraestrutura,
por meio do setor privado, a desburocratização e os estímulos às exportações, como a negociação de acordos comerciais. Temas que podem ser atacados de
imediato e sem aumento dos gastos públicos", afirma o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.
Dos 15 setores com número significativo de empresas que concorrem com a China no mercado doméstico, em seis deles a perda de participação no mercado
doméstico atingiu mais de 30% das empresas. No grupo classificados como produtos diversos, a perda foi apontada por 40% dos empresários. Em seguida
aparecem os fabricantes de têxteis (39%), do segmento de metalurgia (39%), de vestuário (36%), informática, eletrônicos e ópticos (35%) e máquinas e
equipamentos (32%).
IMPORTAÇÕES - O percentual de empresas que disseram importar da China aumentou, apesar de mais de 60% declararem não comprar produtos chineses. Em
2006, 11% importavam matéria-prima. Em 2010, o percentual saltou para 17% e, em 2014, passou para 18%. A proporção de indústrias que compram produtos finais
da China passou de 6%, em 2006, para 9%, em 2010, e ficou estabilizada na última pesquisa. As companhias que disseram adquirir máquinas e equipamentos
fabricados no país passou de 5%, em 2006, para 8%, em 2010, e 9%, em 2014.
Apenas 3% das empresas industriais brasileiras possuem fábrica própria na China. E outros 2% terceirizam parte da produção para companhias chinesas. Ou seja,
no total, 5% produzem na China. O percentual é igual ao de 2010. Em 2006, era de 3%. As brasileiras dos setores de informática, eletrônicos e ópticos são as que
mais terceirizam parte da produção, empatados com os de calçados (9% do total). Já 16% dos que produzem equipamentos de transporte dizem implementar
unidades em solo chinês.
ESTRATÉGIAS PARA GANHAR MERCADO - Das indústrias brasileiras, 30% adotam estratégias diante da concorrência com produtos chineses. Entre as
estratégias, as mais citadas são o investimento na qualidade e no design dos produtos (51%), redução de custos e/ou ganhos de produtividade (50%), diferenciação
de marca/imagem/marketing (40%). Para 15% dos entrevistados, a redução drástica de preços ou da lucratividade é uma estratégia utilizada.
SAIBA MAIS - Acesse a página da Sondagem Especial China (http://www.portaldaindustria.com.br/cni/publicacoes-eestatisticas/estatisticas/2015/09/1,70794/sondesp-62-china.html) e veja os detalhes da publicação.
Por Mariana Flores
Da Agência CNI de Notícias (http://www.portaldaindustria.com.br/agenciacni/)
http://www.portaldaindustria.com.br/cni/imprensa/2015/09/1,70798/aumentam-perdas-da-industria-brasileira-diante-da-concorrencia-chinesa.html
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