Clipping
Construção sustentável é pelo menos 30% mais cara
5001399 - O GLOBO - RIO - RIO DE JANEIRO - RJ - 22/01/2015 - Pág 20
O diretor de operações da rede Arena, José Domingo, afirma que é muito mais caro realizar
uma obra com conceitos sustentáveis, mas o investimento se torna viável no longo prazo.
— Os números iniciais assustam, porque uma obra normal fica muito mais barata. Quando
se foz o orçamento é possível calcular que o projeto ficará, pelo menos, 30% mais caro.
Optar por uma construção sustentável requer mão de obra especializada e materiais mais
caros. Mas os ganhos no futuro compensam. Na hora de repensar os gastos com
manutenção e, principalmente, o impacto menor para o planeta, vale a pena — afirma
Domingo.
Segundo o diretor, o projeto dos hotéis também prevê que a água descartada seja tratada e
reutilizada nos vasos sanitários:
— O banheiro é o campeão do consumo de água. Nos dois hotéis, por exemplo, foram
instaladas duchas e torneiras que conseguem liberar menos água, mas, ao mesmo tempo, a
quantidade é muito satisfatória para o cliente.
EM BUSCA DO SELO VERDE
Também segundo o diretor de operações, após a inauguração do hotel, a empresa tentará
obter o Selo Verde da Prefeitura do Rio, que concede descontos e isenções fiscais para os
empreendimentos que adotam medidas para minimizar os impactos ambientais. Em seguida,
buscará a certificação internacional LEED, considerada, hoje, o principal reconhecimento de
construção sustentável. A rede possui ainda um hotel em Copacabana, mas que não possui
certificado de eficiência.
Engenheiro especializado em soluções sustentáveis, Chicko Sousa diz que as novas
construções privilegiam conceitos de sustentabilidade porque a opção também está se
tornando uma forma de fazer propaganda do próprio negócio:
— Com as pessoas cada vez mais conscientes das práticas ecológicas, o interesse em
prédios verdes é maior. No caso de hotéis, já há clientes que só se hospedam em edifícios
verdes. É uma tendência irreversível.
Ficha Técnica
Empresa: ANEPAC
Autor:
Estado: RJ
Categoria: Infra-estrutura e Habitação
Cidade: RIO DE JANEIRO
Tipo Veículo: JORNAL
Clipping
Um futuro melhor
5001410 - O GLOBO - BARRA - RIO DE JANEIRO - RJ - 22/01/2015 - Pág 8 à 11
Escondido em uma curva na Estrada do Pacuí está um símbolo esquecido de Vargem
Grande. Quem anda pelas ruas vazias do Pontal Country Clube pode nem saber, mas este
espaço com cerca de 250 mil metros quadrados e equipado com piscinas, quadras,
lanchonetes, salas de jogos, um pequeno lago e até uma nascente era um dos locais mais
bem frequentados da cidade, nos fins de semana das décadas de 60 e 70. No auge, chegou a ter mais de
três mil sócios. Seu carnaval ficou famoso. Suas festas entraram para a história local, e
anedotas a respeito delas ainda são contadas. Um dos antigos sócios, que pediu para não
ser identificado, chegou a entrar com um cavalo dentro da piscina, e por isso foi expulso.
Hoje os tempos são outros. Cerca de 300 associados estão em dia com a mensalidade. Em
sua folha de pagamento, o clube tem quatro funcionários. Não é incomum ver cachorros e
galinhas passeando pelas dependências. E no lago, que no passado tinha pedalinhos,
nadam patos.
O novo presidente do clube, Ulisses Vinícius Bonfim, olha o lugar com um misto de tristeza e
esperança.
— A decadência começou na década de 80, com a proliferação de condomínios pela Barra
da Tijuca. Eles têm todos os atrativos que um clube como o Pontal oferecia — conta Ulisses,
sócio desde 1972.
Segundo ele, o clube criado por Murilo Siqueira Campos tinha como objetivo atrair os
visitantes de fora da cidade, numa época em que Vargem Grande não passava de um
conjunto de sítios:
— O perfil era parecido com o do Itaipava Country Club. O clima aqui era tão ameno quanto
o da Serra, e havia a vantagem de se estar perto da praia. O nome, inclusive, era Pontal
Praia e Country Clube.
Uma das personalidades que viveram o auge do clube foi Zico. Dos 11 aos 15 anos, ele
frequentava o espaço quase todo fim de semana. Seus primeiros gois foram ali. Segundo o
craque, o clube ficava tão cheio aos domingos que era difícil conseguir lugar para jogar
futebol.
— Todo final de semana minha família ia lá. Para jogar uma pelada, ficava melhor sábado.
Domingo a fila era gigante, e eu tinha até que colocar o nome num quadro — recorda.
Se antes o clube sobrevivia com visitantes de fora, Ulisses agora aposta no público local
para ressuscitar o Pontal. Há, porém, uma dívida de cerca de R$ 2 milhões e um processo
judicial que, se for perdido, pode resultar na instalação de um condomínio em pleno clube.
— O presidente anterior vendeu, sem conversar direito com a diretoria, uma área de 20 mil
metros quadrados — conta Hamilton Castilho, que presidiu o Pontal por seis anos, até 2014.
A venda, realizada em 2008, até hoje traz dor de cabeça para a administração. Hamilton
afirma nunca ter recebido a totalidade do dinheiro da venda, R$ 1,2 milhão. A disputa sobre
o terreno ainda não foi resolvida. No espaço havia um ginásio que, no passado, abrigava a
disputa de blocos locais. O Unidos de Vargem Grande, hoje Escola de Samba Unidos das
Vargens, nasceu ali.
— Disputávamos carnaval de blocos ali. A rua que leva ao clube ficava tão cheia que era
difícil andar. Todo mundo ia ao Pontal. Era muito bonito — conta Thomaz Alberto, mestre de
bateria da escola.
Apesar dos protestos de sócios, o ginásio foi demolido e árvores, retiradas, para o início do
loteamento pelo novo dono. Em 2009, a Secretaria municipal do Ambiente embargou as
obras. Logo em seguida, a nova administração mandou demolir o muro construído para
separar o terreno vendido do restante do clube. No final do ano passado, o muro voltou.
Ficha Técnica
Empresa: ANEPAC
Autor:
Estado: RJ
Categoria: Infra-estrutura e Habitação
Cidade: RIO DE JANEIRO
Tipo Veículo: JORNAL
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