DE JESUS PARA VOCÊ – LUZ E CONSOLAÇÃO
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FICHA CATALOGRÁFICA
F. Altamir da Cunha
De Jesus para você – Luz e Consolação
1ª edição: outubro/2013 – 6.000 exemplares
Matão/SP: Casa Editora O Clarim
192 páginas – 16 x 23 cm
ISBN – 978-85-7357-122-6
CDD – 133.9
Índice para catálogo sistemático:
133.9 Espiritismo
133.901 Filosofia e Teoria
133.91 Mediunidade
133.92 Fenômenos Físicos
133.93 Fenômenos Psíquicos
Impresso no Brasil
Presita en Brazilo
Agradecimentos
Agradecemos a Deus, Pai de infinita bondade, e aos amigos espirituais, pela inspiração e força indispensáveis à concretização de mais uma
singela obra.
Ao casal Assis Azevedo e Giseti Marques, companheiros na lide doutrinária, especialmente no Programa Espírita Caminhos de Luz (SimTV),
pelas oportunas sugestões.
Enfim, somos gratos a todos que, por conhecerem nosso trabalho
através de palestras, artigos e outros meios de divulgação dos postulados
espíritas, nos incentivaram a continuar.
Altamir da Cunha
Natal, agosto de 2012
Prefácio
O Brasil ainda é um país de poucos leitores; todavia, de muitos bons
escritores. Quando, em mais esta oportunidade, Altamir da Cunha entregou-me sua mais nova obra, que foi escrita em muitos e diferentes momentos – pois se trata de uma coletânea de alguns de seus artigos publicados
nos mais variados canais de divulgação espírita espalhados por nosso país –,
refleti acerca da necessidade desse tipo de publicação, uma vez que oportuniza elucidar vários temas em um só livro.
A clareza dos artigos, a forma simples como são escritos e, principalmente, a integração com o pensamento espírita ajuízam a responsabilidade
e a coerência do autor ao discorrer sobre assuntos ditos polêmicos.
Conheci Altamir da Cunha nos muitos trabalhos que ele dedica à lide
espírita e sempre soube de sua aguçada veia artística para a divulgação do
Espiritismo. Hoje, lendo e relendo esta obra para dar a ela minha singela
contribuição, vejo a necessidade de os assuntos expostos serem divulgados.
Discorrer sobre o amor, a paz, a busca da felicidade, o suicídio, a
morte requer não só conhecimento prévio dos diferentes temas abordados,
como, sobretudo, cuidado para não oferecer remédios prontos e “milagrosos”, a exemplo de muitos que o fazem visando apenas a retornos efêmeros.
O Espiritismo, desde que foi codificado por Kardec, visa ajudar o homem a encontrar o seu caminho e a melhor maneira de segui-lo, tendo como
referenciais máximos os ensinamentos do Cristo. Sabendo de nossas muitas
imperfeições, os espíritos superiores tiveram o cuidado de não enumerar
regras de conduta, nem tampouco esgotar seus verbos em reflexões pessimistas a respeito dos muitos erros que trazemos ainda no nosso atavismo
histórico. Ao contrário, a nossa bela doutrina nos proporciona encontrar
meios acessíveis para uma mudança efetiva em nossa vida. A capacidade de
buscarmos essa ajuda que um bom livro proporciona é uma tarefa simples
que, todavia, ainda encontra muita resistência. Afinado com essa proposta,
o autor nos entrega uma infinidade de reflexões, oferecendo aos leitores a
possibilidade de, com base nos textos expostos, fazer suas próprias meditações e seus roteiros pessoais.
Quem ousa dizer que não tem medo da morte, ou medo de perder
alguma pessoa querida? Quem não quer ter paz, ou encontrar a felicidade?
São muitas as barreiras que encontramos para, enfim, dizermos que estamos
bem. É carro ou casa que nos falta, um amor verdadeiro que não chega e
outros desejos inerentes ao ser humano que não se realizam. Altamir da
Cunha é muito feliz nesta obra, pois aborda temas que se completam, nos
mais variados pontos.
“Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis
aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.”1
O Espiritismo nos diz que as aflições do mundo não terminam com
a morte; ao contrário disso, podem ser mais funestas as nossas dores se
não aproveitarmos as muitas oportunidades oferecidas pela misericórdia
de Deus. Sem essa consciência, o caminho se torna muito mais difícil,
embora todo tempo seja sempre uma nova oportunidade para iniciarmos
a nossa mudança.
Amigos, eu ofereço o meu aval através da minha humilde reflexão
sobre esta maravilhosa obra que une filosofia, ciência e moral cristã. Somos
viajores de muitos caminhos tentando encontrar o caminho certo, escrevendo no livro da nossa própria história para assim deixarmos nossa marca no
1. João 16:33.
mundo, que servirá de exemplo para muitos outros. Altamir da Cunha apresenta a todos que comungam desse pensamento a sua contribuição, fazendo
a diferença em um mundo ainda dominado pela ignorância e pelo desamor.
Vamos deixar nossa luz brilhar, para assim encontrarmos a luz do nosso
guia e modelo, Jesus de Nazaré.
Paz em todos os corações!
Assis Azevedo
Sumário
1. Apego, morte e juízo................................................................................... 17
2. A infinitude da vida, e a esperança do reencontro.............................. 21
3. A paz do mundo e a paz do Cristo...........................................................23
4. Hora do testemunho – hora solitária......................................................27
5. A família e os deveres dos filhos com relação aos pais.......................29
6. Fanatismo e fé raciocinada........................................................................33
7. Famintos do corpo e da alma....................................................................35
8. Ante as provações.......................................................................................39
9. A dinâmica da vida......................................................................................43
10. As crises da vida........................................................................................47
11. O valor da amizade.................................................................................... 51
12. O poder da gentileza................................................................................53
13. A força do amor.........................................................................................57
14. Atitudes...................................................................................................... 61
15. A semente e o tempo...............................................................................63
De Jesus para você
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16. Erro, autoperdão e recomeço..................................................................65
17. Acredite em seus sonhos.........................................................................67
18. Religião e salvação.................................................................................... 71
19. Jesus e a Samaritana.................................................................................75
20. Sabedoria e conhecimento......................................................................79
21. Acaso ou plano de Deus?.........................................................................83
22. Fé operante – a legítima fé.....................................................................85
23. Mensagem de fé para os que pensam em suicidar-se.......................87
24. Reconciliação e liberdade........................................................................89
25. Ante a morte de um ente querido.........................................................93
26. Evangelização infantil – importância para a harmonia
familiar e social................................................................................................97
27. Caridade – expressão do amor ao próximo....................................... 101
28. Os males da ansiedade...........................................................................103
29. Espiritismo e consolação.......................................................................105
31. Ateísmo – uma negação transitória....................................................109
32. A sobrevivência da alma e a miopia do materialismo..................... 113
33. Pensamento e obsessão......................................................................... 117
34. Lei de Causa e Efeito – algumas considerações................................ 121
35. A importância da dor no processo evolutivo....................................125
36. Mortes prematuras................................................................................. 131
37. O medo da morte e suas causas..........................................................135
38. Fenômenos mediúnicos e os paradigmas da ciência........................139
F. Altamir da Cunha
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39. Desdobramento e bicorporeidade.......................................................143
40. Sonhos premonitórios............................................................................145
41. Uso de drogas — fonte de prazer ou de sofrimento?......................149
42. Morte e desencarnação..........................................................................153
43. A eficácia da prece em favor do suicida.............................................155
44. Mente e saúde.........................................................................................159
45. Justiça divina e reencarnação............................................................... 161
46. A importância da educação em face da violência urbana...............165
47. Livre-arbítrio e responsabilidade.........................................................169
48. Espiritualidade, educação e a sustentabilidade do planeta........... 171
49. Esclarecendo sobre a obsessão............................................................175
50. Inversão do sexo – causas e consequências......................................179
51. Esclarecimentos sobre inversão do sexo – causas
e consequências.............................................................................................183
De Jesus para você
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Introdução
A vida, na verdade, é uma sucessão de desafios: desafios no âmbito
familiar, profissional, social, afetivo, e muitos outros. Todos, porém, fazem
parte de um plano cuja meta é a perfeição.
O bom aluno da escola maravilhosa do mundo sem muito esforço
concluirá que jamais alcançará a perfeição sem mudanças, e que toda mudança requer persistência para que sejam superados desafios e dificuldades,
gerados pela acomodação aos vícios milenares.
São muitos os que, diante desses desafios, frequentemente interpretados como paradoxos, entregam-se ao desânimo com a justificativa: “Viver
não tem sentido!”. Tem sentido, sim; e nós tentaremos, firmados no tríplice
aspecto da Doutrina Espírita e na simplicidade do vocabulário usado neste
compêndio, motivar o leitor a encontrá-lo.
O ser humano precisa encontrar um sentido para a sua vida, motivação para agir e crescer material e espiritualmente. Quando encontrar
esse sentido, desaparecerá o sentimento de inutilidade, não mais necessitará de fugas, viverá plenamente, e os suicídios e depressões serão coisas
do passado.
Movidos pelo mais sincero propósito e inspiração da Espiritualidade,
alimentamos a esperança de conectar nosso coração ao coração do leitor,
proporcionando-lhe oportunos momentos de reflexão e questionamentos.
De Jesus para você
15
Viver é como navegar; enquanto não alcançamos o porto de chegada,
mantenhamos acesa a chama da esperança de que um dia chegaremos.
O porto de chegada é a perfeição; e, com ela, a felicidade plena que
todos almejamos.
Não temos a pretensão de que este livro seja portador de poder mágico, dando sentido à vida de todos os leitores, mas, sinceramente, se após a
leitura, um leitor apenas despertar e encontrar sentido para a sua vida, nós
nos sentiremos muito felizes.
Não é a nossa preocupação quantidade ou resultados imediatos, porque sabemos que pertencem ao futuro os frutos de nossa realização.
Fazemos nosso o pensamento da benfeitora espiritual Joanna de Ângelis: “O serviço não pode ser avaliado pelo número daqueles que hajam
aderido à tua corrente de pensamento, senão pelo que de positivo encontrem no teu ensino, mudando neles, para melhor, a estrutura comportamental e a vida”.
F. Altamir da Cunha
16
1
Apego, morte e juízo
“Mas Deus lhe disse: Insensato, esta noite te pedirão a tua
alma; e o que tens preparado, para quem será?”2
Por que o desejo insaciável de ter, se para satisfazer nossas reais carências não necessitamos de tanto?
Certamente, porque ainda não aprendemos que esse equívoco gera
sofrimento e decepção.
Alguns pares de sapatos atenderiam ao conforto e à proteção dos
nossos pés, mas não nos contentamos e guardamos dezenas de pares que
nunca usamos.
No intuito de atendermos à nossa ganância, dispomos de inúmeros
artifícios para monopolizar, quando um pouco nos bastaria.
Como se a vida na matéria durasse uma eternidade, mantemos o desejo incontrolável de acumular os bens perecíveis, até que um dia acordamos
para um acontecimento inevitável – a morte.
Olhamos para a retaguarda e observamos, tristes, tudo o que acumulamos e não pudemos transportar conosco.
2. Lucas 12:20.
De Jesus para você
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Apesar de ricos enquanto encarnados, na maioria das vezes, aportamos no plano espiritual na condição de indigentes.
Não raro, ainda na experiência corporal também aprendemos lições
inesquecíveis. Isso nos faz lembrar a história de um jornalista, postada em
uma revista espírita, que acreditamos ser muito oportuna para uma reflexão
sobre este assunto.
Dizia ele que sempre se preocupara em acumular bens materiais,
pensando no futuro da família. Com esse intuito, fazia horas extras e vendia férias; os bons resultados aconteciam gradativamente, pois, sempre
que declarava o Imposto de Renda, sentia-se satisfeito com o fato de ter
adquirido um apartamento a mais ou um carro a mais; afinal, era o pé de
meia para a família – assim pensava. Dessa forma viveu por um tempo,
envolvido no trabalho e não muito presente na família, embora com a boa
intenção de lhe dar conforto.
Um dia, ele acordou para uma triste realidade: ao fazer a declaração de Imposto de Renda, na folha correspondente aos dependentes
faltavam dois – sua filha, que antes de completar 15 anos saíra de casa
e da qual desde então não tivera mais notícias; e seu filho, que se envolvera com drogas e morrera antes de completar 18 anos. No entanto, na
declaração de bens, permanecia registrado tudo o que ele havia conseguido e que agora nenhum valor representava diante da imensa perda
que sofrera.
Em verdade, não há mal algum em acumularmos bens pensando no
futuro ou no nosso conforto, contanto que não exageremos nesse propósito,
esquecendo-nos de outros valores mais importantes.
Uma das grandes lições que não devemos esquecer é que, enquanto
existirem o apego e o desejo exagerado de posse, sofreremos frustração
e desapontamento.
A falta de planejamento e disciplina com relação à posse e ao uso dos
bens materiais algumas vezes faz o possuidor sentir-se como o sedento em
alto-mar, que dispõe de muita água, mas não consegue matar a sede.
F. Altamir da Cunha
18
É oportuno lembrar a lição valiosa que o Mestre Jesus transmitiu
à samaritana no poço de Jacó: “Qualquer que beber desta água tornará
a ter sede; mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede,
porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para
a vida eterna”.3
É uma grande ilusão instituir como objetivo principal a conquista do
que não se pode reter, pois a vida no corpo físico é apenas um estágio, após
o qual retornaremos à pátria de origem.
Apegar-se aos bens materiais e alimentar a ganância de acumulá-los
é investir os bens valiosos do presente, para resgatar um futuro de angústia
e arrependimento.
No Evangelho encontramos uma parábola de Jesus que ilustra muito
bem este assunto: “O campo de um homem rico produzira com abundância;
e ele arrazoava consigo, dizendo: Que farei? Pois não tenho onde recolher
os meus frutos. Disse então: Farei isto: derribarei os meus celeiros e edificarei outros maiores, e ali recolherei todos os meus cereais e os meus bens; e
direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos;
descansa, come, bebe, regala-te. Mas Deus lhe disse: Insensato, esta noite te
pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?”.4
Afirmou sabiamente o benfeitor Emmanuel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier: “Retire-se cada um dos excessos na satisfação egoística, fuja ao relaxamento do dever, alije as inquietações mesquinhas – e
estará preparado à sublime transformação. Em verdade, a Terra não viverá
indefinidamente, sem contas; contudo, cada aprendiz do Evangelho deve
compreender que o instante da morte do corpo físico é dia de juízo no mundo de cada homem”.5
Do que aqui foi exposto, finalizado por ensinamentos tão lúcidos
como esses, de Jesus e Emmanuel, concluímos a respeito dos efeitos nocivos
do apego aos bens transitórios e de seu acúmulo desnecessário.
3. João 4:13-14.
4. Lucas 12:15-20.
5. Emmanuel/Francisco Cândido Xavier, Vinha de Luz, Editora FEB, Cap. 23.
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O retorno ao plano espiritual através do fenômeno da morte será sempre oportunidade de ajuizarmos a respeito do bom ou mau emprego dos
talentos que a vida nos ofereceu, gerando o céu ou o inferno dentro de nós,
conforme a paz de consciência ou as tramas do remorso.
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