PAULISTA, Maria Inês
Doutoranda em educação
Universidade Nove de Julho – UNINOVE - SP
Orientador: Prof.Dr. Carlos Bauer
[email protected]
Escola
Nova
Piratininga:
reconstituição
da
formação
profissional
dos
trabalhadores no período da ditadura militar no Brasil - 1979-1985
Resumo
O presente trabalho visa a investigar a formação profissional dos trabalhadores da
Escola Nova Piratininga, desde sua fundação nos anos de 1970, época da ditadura
militar do Brasil e seu percurso até os anos 90. O objetivo principal é verificar a
concepção de formação adotada pela instituição fundada por um grupo de sindicalistas
que fazia oposição ao sindicato metalúrgico estabelecido. Ela oferecia cursos
profissionalizantes apoiado em conhecimentos técnicos, formação política e ensino
acadêmico aos trabalhadores. A formação do trabalhador exige um nível de
especialização e de análise crítica da sociedade na busca da identificação das
demandas sociais que constituem o centro de sua prática. Assim, pretendemos
reconstituir a trajetória desta escola e de seus principais agentes, através do contexto
histórico. As fontes orais com as narrativas de trabalhadores e professores que
vivenciaram este processo da criação, e a documentação oficial, permitirá resgatar as
principais tendências, dentre as quais focalizam a resistência política e as mudanças
ocorridas na formação dos novos militantes que possuíam como principal
preocupação, uma sociedade mais justa e democrática.
Palavras-chave: instituições escolares, formação profissional, educação
Introdução
A formação profissional dos trabalhadores brasileiros representou uma
preocupação para o Estado brasileiro desde a implantação do parque industrial criado
pelo governo de Getúlio Vargas em 1930. Esse governo deu início à sua
modernização, e foi a partir deste processo que se efetuou a centralização de poder.
Transformou as funções, no sentido de realocar a sede da soberania nacional e o
comando das políticas econômicas e sociais nas mãos do Estado federal.
Destaca Raichelis (1988), que é a partir desse período, que se constitui
propriamente o dito Estado burguês, em que burguesia e proletariado no Brasil entram
numa relação política de dominantes e dominados, tendo em vista a reprodução de
seus interesses.
O período que se abre a partir de 1930 significa não só a definição de
um projeto industrializante, mas, fundamental e estreitamente
vinculadas a esse aspecto, a emergência e criação do próprio Estado
burguês, assentado no aparecimento e afirmação na cena política
brasileira das classes fundamentais ao desenvolvimento do modo de
produção capitalista e à sua reprodução. (RAICHELIS, 1988, p. 34)
Se anteriormente, a produção se assentava basicamente na produção agrícola,
agora ela inicia um período de crescente consolidação da indústria como fonte de
dinamismo da economia nacional, engendrando uma tardia e lenta incorporação dos
padrões produtivos e tecnológicos oriundos dos países centrais (cf. Mello, 1984).
A industrialização retardatária e subordinada ao capitalismo em sua fase
monopolista apresenta outras especificidades, “fundamentais para o entendimento da
constituição e inserção da classe operária no capitalismo brasileiro”, como diz Antunes
(1982), sustentado na análise marxiana:
No Brasil o processo de industrialização nasce dentro de um contexto
onde predomina a grande indústria, entendida aqui como o “organismo
de produção inteiramente objetivo que o trabalhador encontra pronto e
acabado como condição material de produção” e onde a mecanização e
a coletivização do trabalho substituem o trabalho manual,
individualizado ou parcelar de formas anteriores [...] efetivando a
subordinação real do trabalho ao capital (Antunes, 1982:49-50).
Em 1931, o governo editou a Lei de Sindicalização, por meio do Ministério do
Trabalho, Indústria e Comércio e tornou obrigatória a aprovação dos estatutos dos
sindicatos trabalhistas e patronais, engessando e controlando os sindicatos e
enfraquecendo os movimentos operários. O Estado interferiu, tornando-se o centro
das decisões, tolhendo o operariado com uma legislação trabalhista que, se de um
lado concedia benefícios, de outro limitava a ação política. O condicionamento estatal
do sindicalismo, sem dúvida, limitou a independência das classes trabalhadoras ao
longo de sua história.
A política de desenvolvimento econômico orientou a intervenção estatal até
meados dos anos de 1950, mudando seu caráter no governo de Juscelino Kubitschek,
com a implementação de um Plano de Metas que incorporava a chamada
industrialização pesada, cuja base era formada pelas empresas transnacionais,
estatais e privadas nacionais, especialmente a de bens de consumo duráveis, da
indústria automobilística e naval. (cf. Oliveira, 1984; Mello, 1984; Mattoso, 1995).
A economia brasileira incorporou-se ao padrão de acumulação monopolista,
conforme aponta Oliveira, na fase inicial do novo padrão de acumulação no país, duas
forças adquiriram nova qualidade no processo econômico e político: o capital externo e
o Estado, como pressupostos e agentes na definição da necessidade de novas fontes
de financiamento da acumulação capitalista.
O capital estrangeiro passou a comandar os setores mais importantes da
produção prioritariamente a indústria de bens de consumo duráveis e a indústria
automobilística. Este investimento se efetivou mediante a utilização de processos
produtivos, máquinas e equipamentos para potenciar a exploração do trabalho. Houve
incremento da produtividade industrial, mas os níveis salariais permaneceram sem
crescimento real, como assinalam vários estudos da época. A afirmação de Oliveira é
esclarecedora:
O capital estrangeiro tem a virtualidade, em si mesmo, de trazer [...]
aquele fator que a ausência de acumulação prévia tornava débil na
economia brasileira: tem a virtualidade de transformar, de poder
potenciar o trabalho vivo, isto é a exploração do trabalho mediante a
utilização de um trabalho morto acumulado (Oliveira, 1984:116-117).
Essa política procurava atrair investimento externo para alavancar o
desenvolvimento industrial e inserir a economia brasileira na nova divisão internacional
do trabalho pautada pela internacionalização da produção. Esta é uma particularidade
histórica brasileira, que ficou muito evidente neste período; a exclusão das classes
trabalhadoras nos processos de decisão econômica, social e política do país,
impedidas por meio de mecanismos manipuladores ou de coerção de conquistar um
espaço próprio de expressão e participação.
Entretanto, é necessário salientar que apesar da exclusão desta camada da
população, ela sempre se manifestou e algumas vezes de maneira bem contundente.
Nas décadas de 1910 e 1920, particularmente, as greves e os movimentos sociais se
acirravam, e a mais significativa aconteceu em 1917, em São Paulo, com a
paralisação de pelo menos 40 mil trabalhadores, de acordo com Gohn (2003). Claro
está que outras reivindicações aconteceram durante os anos seguintes, a classe
trabalhadora muitas vezes foi protagonista de protestos, greves e movimentos, e as
conquistas se realizavam morosamente. Se o governo de Vargas teve como mote a
regularização do estado burguês e consolidação das leis trabalhistas, o governo de
Kubistchek passou a ter um papel ordenador na economia, investindo em infraestrutura e produção de bens e serviços e estabelecendo associações com empresas
estrangeiras e segundo Oliveira (1984), definindo claramente um esquema de
acumulação e concedendo-lhes generosos favores.
Os anos de 1961 a 1964 foram marcados pela abertura das organizações
sociais,
de
estudantes,
trabalhadores
causando
preocupação
em
setores
conservadores da sociedade como; os banqueiros, a os empresários, a Igreja Católica,
os militares e a classe média. Todos temiam uma guinada do Brasil para o lado
socialista. O Golpe de 1964 de acordo com Bauer (2010) consumava a realização dos
anseios de setores civis conservadores e militares da sociedade brasileira que já havia
tentando, em outras oportunidades, chegar ao poder através da via do golpe de
Estado. Dessa vez os golpistas conseguiram êxito porque receberam decisivo apoio
das camadas médias urbanas, da pequena burguesia, do clero católico e de
praticamente todos os setores empresariais brasileiros.
A mudança provocada pelo novo regime consubstanciou as formas de
dominação burguesa com o arbítrio do poder político culminando no uso extremado da
força repressora através de torturas físicas e psicológica, prisões e mortes aos
oponentes do regime. O arrocho salarial e o descontentamento das camadas médias e
de trabalhadores urbanos e rurais e a pressão internacional causaram modificações no
quadro político e social propiciando o golpe militar de 1964.
O traço fundamental naquele momento foi a exclusão das classes
populares de qualquer participação efetiva e a repressão política e
ideológica desencadeada pelo Estado, através da política sindical
controladora e da legislação trabalhista manipuladora. (Antunes,
1982:73).
Os governos militares estiveram no poder de 1964 a 1985, implantaram um
conjunto de medidas, no âmbito da vida social e político-econômica, expressas através
de uma política salarial e sindical, com implicações imediatas. Esta política dificultou
as relações de trabalho num primeiro momento e depois no longo prazo todo o
conjunto da sociedade brasileira impedindo qualquer participação dos opositores e da
sociedade civil na vida política nacional.
Os sindicatos foram descaracterizados como instrumentos de defesa dos
interesses coletivos e se afirmaram como agências assistenciais-recretivas, cumprindo
alguns rituais de homologação e desenvolvendo práticas de cooptação e controle dos
trabalhadores. Como afirma Martins (1979: 91), “a proposta sindical do Estado Novo
encontra sua efetivação na conjuntura política de 1964”, pois ocorreu o aprimoramento
dos dispositivos legais que deu aos sindicatos o papel de reguladores do conflito
social. Paralelamente, o regime militar efetuou intervenções nos sindicatos cassou
suas lideranças e suprimiu o direito de greve.
A evolução da ditadura é apanhada por alguns autores segundo três
momentos distintos, de natureza indicativa e aproximativa, quais sejam:
1) abril de 1964 a dezembro de 1968 (governo Castelo Branco e parte
do governo Costa e Silva); 2) dezembro de 1968 a 1974 (fim do governo
de Castelo Branco, o intermezzo de a Junta Militar e todo o governo
Médici); 3) o período Geisel (1974-1979) e o governo Figueiredo de
1979 a 1985). (Netto, 1991a: 34-35)
O estado autocrático-burguês radicalizou-se, Ianni (1981), impôs mecanismos
repressivos e concentrou toda a ação reguladora das relações sociais. Abertamente,
assumiu caráter antinacional e antidemocrático, em crescente distanciamento diante
da sociedade civil, sobre a qual recaiu generalizado processo de criminalização. Este
processo político e ideológico institucionalizou-se nas constituições, atos institucionais,
leis e ordens do aparelho ditatorial.
A sociedade civil, porém respondeu com passeatas, greves, e a despeito das
particularidades que caracterizaram as várias paralisações em seus processos e
resultados alcançados, o objetivo central sobre o qual incidiu a ação operária foi, sem
dúvida, o arrocho salarial, ainda que outras reivindicações estivessem presentes. Ao
lutarem por melhores salários, o movimento grevista pôs em cheque um dos pontos
nevrálgicos de uma política econômica que, sustentada na exploração relativa e
absoluta do trabalho, possibilitou um padrão de acumulação do capital sem
precedentes no país, cuja vigência justificava as mais variadas formas de opressão e
controle sobre a classe operária.
Assim, a partir de uma motivação de base econômica, as greves assumiram
uma “nítida dimensão política”, pelo questionamento à política econômica; o seu
próprio fazer-se representou a negação absoluta da lei antigreve, apontando para a
supressão dos mecanismos repressivos do Estado (cf. Antunes, 1988:55-56).
A Oposição Sindical surgiu e se desenvolveu estruturalmente ligada ao
sindicato oficial, ainda que em oposição a ele, e nunca como uma ação paralela, como
afirma Batistoni (2001), “Assim a OSM (Oposição Sindical Metalúrgica) não é um novo
sindicato, mas é uma frente de sindicalistas que lutam por ele, orientando o combate
dos trabalhadores, no sindicato atual e na fábrica". [...] O papel da OSM é o de
desmantelar a atual estrutura e construir uma nova, independente dos patrões e
governo, a partir da organização da fábrica. [...] “A OSM luta por um sindicalismo
independente, que em certa medida ela já pratica na experiência das Comissões de
Fábricas” (Teses Aprovadas, p.43, grifos da autora).
A OSM, ao longo de sua trajetória reafirmava a necessidade de uma
intervenção política e para tal precisava de ferramentas para combater as causas dos
problemas da classe operária que vinham desde a estrutura sindical corporativa dos
anos de 1930, tendo como conseqüência o seu engessamento.
Três correntes orientavam o sindicalismo brasileiro na década de 1970, a dos
pelegos tradicionais, a dos sindicalistas independentes e a das oposições sindicais.
Cada uma dessas correntes comportava diferenças no seu interior. Em nosso trabalho
especificamente vamos abordar a história de uma das ferramentas utilizadas pela
OSM, em pleno regime militar, com forma de ação de um sindicalismo independente e
combativo, na busca de aprimorar o operariado tanto tecnicamente como
politicamente.
A ferramenta que vamos analisar é a Escola Nova Piratininga, cujo objetivo era
a formação profissional de trabalhadores que junto ao processo de aperfeiçoamento
técnico tivessem uma sólida formação política e que viessem a atuar dentro das
fábricas, conscientizando os trabalhadores e fomentando a luta por seus direitos. Do
ponto de vista metodológico, traçamos o caminho a seguir: indicamos os métodos
utilizados, a abordagem, a delimitação dos sujeitos, o corte temporal e o referencial
para a análise dos resultados. Trabalhamos primeiramente com pesquisa bibliográfica,
documentos
da
oposição
sindical
metalúrgica
e
realizamos
entrevistas
semiestruturadas. Elas foram feitas presencialmente, aplicadas a partir de um roteiro
com perguntas abertas, apresentadas por ordem, gravadas com a autorização prévia
dos entrevistados e transcritas posteriormente.
Na análise e estudo de algumas instituições como a Escola Nova Piratininga, que
não possuía uma certificação oficial e uma estrutura pedagógica formal, realizar a
História Oral foi essencial. Conforme nos assevera Meihy (1998), “De início a história
oral combinou três funções complementares: registrar relatos, divulgar experiências
relevantes e estabelecer vínculos com o imediato urbano, promovendo assim um
incentivo à história local e imediata” (MEIHY, 1998, p.22).
Para ALBERTI (1989), esta dificuldade está relacionada ao fato da história oral
não pertencer a um campo estrito do conhecimento, “sua especificidade está no
próprio fato de se prestar a diversas abordagens, de se mover num terreno
pluridisciplinar”. A própria autora quando se propõe a conceituar a história oral, usa a
palavra “arriscando”, quando o faz.
A história oral possibilita a construção e a reconstituição da história por meio dos
relatos individuais ou coletivos. O fato de ser considerada como um campo
multidisciplinar possibilita que algumas disciplinas, (entre elas a antropologia,
psicologia, psicanálise, sociologia, etc.), possam dar suas contribuições teóricas,
especialmente no tratamento e na análise da informação oral. Para este trabalho, o
resgate por meio da história oral configurou também um pequeno tributo a todos os
que colaboraram no planejamento e realização da escola, que mesmo depois de
encerrar sua trajetória, serviu de modelo e inspiração para o trabalho o Centro de
Educação, Estudos e Pesquisa.
A Escola Nova Piratininga
A Escola Nova Piratininga surgiu como centro profissionalizante em 1979 num
bairro industrial localizado na região central de São Paulo. Sua realização efetiva foi
nesta data, mas suas sementes foram sendo cultivadas desde o golpe militar de 1964,
com a derrota das organizações sociais. A peculiaridade e relevância da escola na
construção de um modelo alternativo de educação, desenvolvido por trabalhadores
para os trabalhadores.
Os idealizadores da escola eram compostos de um grupo de metalúrgicos
especializados, isto é tinham formação técnica especializada, como caldeireiros,
ferramenteiros, inspetores de qualidades, sendo que alguns deles eram membros da
Pastoral Operária, outros eram lideranças de Movimentos Populares e que faziam
parte da Oposição do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
O movimento oposicionista era formado por metalúrgicos que se opunham aos
interventores colocados nas indústrias pelo estado e pelo patronato cujo papel era o
de organizar e controlar os trabalhadores, adaptando-os e colaborando para que eles
aceitassem todas as resoluções, salários e condições de trabalho impostas. Eles
também tinham como missão, observar e posteriormente retirar das indústrias, os
trabalhadores mais combativos ou perigosos, como eles denominavam, por não
concordarem com a política econômica e social praticada nas indústrias.
De uma maneira geral, a população brasileira, era orientada a formar uma ideia
de país que estava crescendo, e resolvendo seus principais problemas sociais,
quando na realidade, o que se percebia era o abismo cada vez maior que se abria
entre as classes sociais, a falta de liberdade e o controle exercido sobre a população
através da repressão e da violência.
Neste contexto conturbado da história brasileira, a Escola Nova Piratininga
inicia suas atividades. Para a sua concreta realização, os idealizadores contaram com
recursos financeiros vindos da Alemanha de uma Instituição denominada “Pão para o
Mundo” (1), da ICCO (2), CEBEMO (3) e da Caritas (4) italiana e brasileira. A principal
articuladora na captação destes recursos foi a professora Maria Nilde Mascellani (5),
educadora católica, coordenadora do Serviço do Ensino Vocacional da Secretaria
Estadual da Educação.
Notadamente eram dois os objetivos da escola; o pedagógico relacionado ao
ensino profissional e o da formação para a cidadania, o político /social. Góes (2001)
ressalta que o primeiro pretendia propiciar a atualização profissional política de
militantes sindicais, operários perseguidos pelas “listas negras” (6) que corriam entre
as empresas para nomear os operários tidos como “perigosos” combativos, e
trabalhadores “engajados”; era preciso reciclar profissionalmente e dar elementos de
formação política, e desse modo, formar novos quadros e, deles, novas lideranças. O
segundo pretendia contribuir para a difusão de uma nova visão dos trabalhadores
baseada nos princípios de solidariedade, liberdade e fraternidade, voltada para a
construção de uma nova sociedade, sem exploração e opressão.
A oposição sindical tinha um projeto político pedagógico de formar através dos
cursos profissionalizantes, cidadãos engajados na luta política. Os objetivos eram
amplos, ultrapassando a alfabetização, a formação profissional e a competência
técnica. Estas serviriam de alavanca para conseguir um emprego nas grandes
indústrias, nas empresas metalúrgicas e assim, difundir as ideias e lutar por elas,
chegar a um novo sindicalismo e a uma nova realidade social.
De acordo com entrevista realizada com o ex-metalúrgico José da Costa Prado
(7) “formar profissionalmente e politicamente trabalhadores para intervirem no seu
local de trabalho [...] para estar na escola, tinha que ser militante, tinha que ser uma
pessoa com compromisso social; [...] lá dava curso não só para trabalhadores de São
Paulo, mas vinha trabalhador do Amazonas, de Minas, do Rio Grande do Sul”.
A escola contou com um quadro de profissionais diversificados, todos ligados a
uma oposição ao regime político da época. Nomes como Eder Sader, Maria Nilde
Mascellani, Paulo de Tarso Venceslau, Sérgio Mota, Sueli Bossam, Sebastião Lopes
Neto, Vito Giannotti, Nadia Gebara, foram educadores atuantes e comprometidos a
fornecer uma educação integral aos trabalhadores de todos os estados do país.
Com os recursos financeiros obtidos o grupo de trabalhadores e militantes da
OSM alugou um conjunto de salas e o maquinário necessário para os primeiros cursos
programados. A oficina podia ser comparada a uma indústria de porte médio de
usinagem manual ou de máquinas como fresa plainas, furadeira e tornos e gráfica.
Alguns alunos vinham aprender uma nova profissão, outros faziam uma reciclagem e
atualização de seus aprendizados, contando com um plantão de tira dúvidas.
No depoimento da prof. Nadia Gebara podemos entender como foi implantada
a proposta pedagógica no inicio das atividades da Escola Piratininga: “tratava-se de
um local de prática profissional, os operários usavam em horários mais disponíveis,
uma espécie de plantão de duvidas, [...] eram períodos em que o pessoal vinha e
usava as máquinas e eram orientados pelos professores. Eles ajudavam o pessoal a
se preparar para fazer algum teste, a relembrar, porque você fica três ou quatro anos
numa empresa, você adquire experiência num campo, mas você deixa de se atualizar
noutros campos e na hora do teste, o pessoal quer, a empresa quer a tua experiência,
ele quer a tua atualização.
As aulas regulares e o plantão de dúvidas, entretanto, não serviam apenas
para dar formação profissional, mas para educar politicamente o trabalhador. Quanto
mais especializado em suas profissões como caldeireiros, ferramenteiros, inspetores
de qualidade, e fresadores e torneiros, em melhores e maiores empresas trabalhavam.
Era um jeito de aprender uma profissão com um olhar crítico da sociedade, onde se
discutia a questão da conjuntura daquela época, discutia os rumos das lutas dos
trabalhadores, em que o Socialismo era uma proposta que orientava todo o grupo
envolvido no projeto. Paralelamente às aulas profissionalizantes de ensino técnico,
ocorriam as aulas de esclarecimento político.
Numa época de recessão econômica e repressão política, ser um ativista
sindical era perigoso e difícil, estar desempregado significava estar fora da luta. Por
isso, formas clandestinas de se conseguir um trabalhar numa grande empresa e militar
dentro dela também ocorriam, conforme o depoimento de José da Costa Prado:
“a gente queria entrar numa fábrica de porte médio, a gente, através de uma
amizade, às vezes a gente conseguia num papel o teste que ia ser aplicado naquela
fábrica, trazido por algum companheiro que passara por ele. Aí a gente ia na escola,
fazia o teste e se preparava para quando fosse lá na fábrica fazer o teste melhor e
assim garantir o emprego. O Mota, pelo jeito de ser, atuava em várias áreas, era o
instrutor de ajustagem, de fresa, de torno, de solda, tudo a gente ia pedir ao Mota”...
Durante seu período de vigência, a Escola Piratininga teve três endereços
diferentes; o primeiro suas atividades se desenvolveram à Rua Melo Barreto no bairro
do Brás, de 1979 a 1985. Em seguida ela funcionou na Rua Riachuelo, zona central da
cidade, até 1989 e finalmente de 1989 a 1996 na Rua Silveira Martins também na
região central da cidade. Interessa assinalar estas mudanças de endereço, sempre no
centro de uma cidade grande como São Paulo não para facilitar o acesso dos alunos
que vinham muitas vezes de bairros distantes, mas como forma de integração à
metrópole e a aproximação dos locais onde funcionavam as sedes sindicais.
Desde sua concepção a escola contou com uma série de dificuldades diversas;
primeiro, pelas dificuldades financeiras, capacidade física do local onde funcionava a
escola, depois a organização de trabalho em função do horário de alguns alunos, o
preço do material utilizado para a confecção das peças nas máquinas, e a diferença
de conhecimentos, idade e credo dos alunos de cada turma.
Os alunos eram oriundos principalmente da Juventude Operária Católica
(JOC), dos Movimentos Sociais e dos Sindicatos mais combativos do país. Essas
entidades enviavam trabalhadores entre 17 e 32 anos de idade, que por vezes não
tinham categoria funcional quase nenhuma ou nenhuma, eram ajudantes sem
qualificação, para efetuarem um curso de seis meses, de horário integral na Escola
Piratininga. Muitos destes trabalhadores vinham de outras cidades, outros estados,
dificultando a sua vida e de suas famílias.
Em alguns casos o sindicato local bancava a sobrevivência da família deste
trabalhador, segundo palavras de José da Costa Prado, “estava desempregado e veio
se qualificar aqui e se capacitar politicamente e voltava para sua cidade para intervir
na fábrica”...era portanto um trabalho integrado entre estas entidades envolvidas e os
trabalhadores.
Segundo Leonildo Rodrigues de Assis, professor da escola; “cada turma tinha
em média 15 alunos, escolhidos a dedo, digamos assim, no Brasil todo. Em São Paulo
eles montavam uma espécie de república, viviam em conjunto em bairros diferentes,
em momentos diferentes. A gente fazia contato com os movimentos organizados em
várias regiões do país e pedia que mandassem militantes daquelas regiões, que
tivessem potencial para organizar o local de trabalho. Nossa relação era com o
coletivo onde tinha origem, onde o aluno fazia parte; era com esse coletivo que a
gente fazia reuniões periódicas e discutia o andamento, o progresso, a situação de
cada aluno. Esses alunos vinham, na maioria, de participação, de militância, a maioria
de igreja e das cidades do interior, seja de São Paulo, ou de outros estados”.
Como parte do processo de ensino e de aprendizagem, as aulas, o currículo e
a metodologia desta escola foram desenvolvidos de maneira diferente em vários
aspectos. Os cursos eram ministrados por quantidade de horas e contavam com
atividades intra e extraclasse. As aulas de conhecimentos gerais eram ministradas em
sala, geralmente no período da manhã, onde os alunos se colocavam como numa
assembléia, era o coletivo, conforme relata o prof. Leonildo. Esses conhecimentos
gerais incluíam: a Leitura e Interpretação de textos, a Matemática, Oratória e Discurso,
Leitura e discussão de notícias de jornal, Liderança Sindical, Relaxamento, História,
Geografia e tentavam trabalhar o ser humano, o operário de forma integral.
As aulas práticas eram dadas na oficina aplicando os conhecimentos teóricos,
a partir de um ensino mais individualizado, em que os alunos realmente produziam
peças, consertavam máquinas, trabalhando com solda e polimento, materiais usados
nas indústrias da época. Simulavam o trabalho da fábrica para melhorar o
desempenho do trabalhador, pois quanto mais especializado, melhores cargos teriam
e mais poderiam influenciar outros trabalhadores para sua causa. A escola não
contava com um modelo de aprendizagem, cada professor possuía a liberdade de
empregar sua metodologia e fazer mudanças, o que se cumpria com mais rigor era o
número de horas para cada curso. A distribuição de horas variava de acordo com o
grupo, de um acordo entre eles. Podia durar de três a seis meses, havia turmas que
estudavam seis horas diárias, outros, oito horas e outros com doze horas.
Os cursos contavam com atividades fora da sala de aula em um módulo que se
chamava “Formação do Coletivo”, em que os alunos divididos em grupo deveriam
traçar um mapa de seu caminho até a escola. Segundo a Prof.ª Nadia Gebara, o
objetivo era de ensinar a desenhar e usar a cartografia e promover o conhecimento da
cidade para ajudar nas atividades de militância política, como a distribuição de
panfletos e jornais da oposição sindical na porta das fábricas. A distribuição acontecia
sempre muito cedo, quase de madrugada e os alunos participavam de livre vontade,
era espontâneo e mostrava o interesse deles no movimento social.
Uma contribuição importante na luta dos trabalhadores da oposição sindical foi
sem dúvida o Jornal Luta Sindical, publicado e distribuído pelos militantes na busca do
esclarecimento e engajamento do maior número de pessoas para as questões que
consideravam essencial para os trabalhadores, a consciência de classe, para além da
questão salarial.
Este modelo de escola criado pela OSM sofreu devido à falta de liberdade
imposta pelo regime militar, as dificuldades financeiras, pois a escola não cobrava
mensalidades dos alunos e seus custos eram altos, eles davam ajuda na alimentação
e moradia dos alunos, e os recursos das entidades internacionais demoravam a
chegar. A escola atingiu seu auge nos anos de 1985, quando se estruturou, passando
a contar com um coordenador de ensino, cursos regulares de período integral, equipe
de professores fixos e envolvidos no projeto que pretendia formar bons profissionais e
cidadãos conscientes, vivendo deste período até 1990, seu momento maior de uma
experiência educacional marcante.
Em 1990, a escola se transferiu para outro endereço, instalando-se em um
prédio muito grande e velho, nas palavras de Sebastião Lopes Neto: tratava-se de um
prédio grande, 800 metros quadrados, mas que o dono só alugaria se fosse inteiro,
para nós da escola, era muito grande, estava abandonado e cheio de lixo, mas preciso
por estar bem localizado. Afinal depois de algum tempo, o espaço livre da escola foi
aproveitado para atividades de outros movimentos sociais, como a montagem do
comitê da futura prefeita de São Paulo, Luiza Erundina (8) e também para amparar a
Regional da CUT (9).
As dificuldades financeiras enfrentadas pela Escola Piratininga no começo da
década de 1990, em grande parte foi sustentada pela então prefeita eleita Luiza
Erundina. Ela valorizava o trabalho dos sindicalistas e o esforço para manter e gerir a
escola, mas ao término de seu mandato em 1993, e com a eleição de um prefeito de
ideais contrários aos dos idealizadores da escola, teve início o seu fim. De acordo com
o relato de José Costa Prado: naquele momento a prefeitura começou a atrasar os
pagamentos que tinha como acordo com a escola, não repassava as verbas e a gente
convivia com uma inflação de 52% ao mês, começamos a atrasar o pagamento de luz,
aluguel, de professores..., nós fomos obrigados a vender a nossa ferramentaria, a
gráfica, e ainda ficamos com dívida... isso nós agradecemos a essa política anti-social,
antitrabalhadora...
É com tristeza que outros sindicalistas falam do término das atividades da
escola em 1996. Cícero Umbelino da Silva relata em seu depoimento que não foi sem
luta e resistência que houve o fechamento da escola: a escola foi obrigada a vender
todo o equipamento, tornos, fresa, os maquinários para arrecadar dinheiro para pagar
os processos, inclusive os trabalhistas, claro que o pessoal tinha razão, por que não
recebeu integralmente aquilo que a lei determina, mas a gente tinha um acordo,
vendemos as máquinas e pagamos o que tinha de ser pago. Aí foi o fim da Escola
Nova Piratininga, por que a escola se desestruturou definitivamente.
Conclusão
A noção que temos de educação aqui, rapidamente formulada, não é a formal e
institucionalizada pelo estado, mas aquela que foi pensada e se desenvolveu no
interior de uma instituição fora do sistema e que a projetou e a entendeu como parte
da construção de mecanismos de educação social. A educação que utilizou a
compreensão da sociedade, a cidadania, de forma que abarcasse o entendimento da
política, da economia e do papel social do trabalhador na sociedade.
O recorte temporal que abordamos foi um dos mais críticos da história
brasileira, deixando seqüelas não resolvidas mesmo depois de tantos anos. A
desigualdade produzida pelo capitalismo e pelo regime autoritário que assolaram o
país por mais de vinte anos, está longe de ser resolvida, mas o que se pretendeu
mostrar foi o trabalho de pessoas anônimas, que com dedicação promoveram um tipo
diferente de educação e que não deve ser esquecida.
A Oposição Sindical Metalúrgica, naquele momento histórico, se caracterizava
como uma frente política de trabalhadores, que se empenhava no enfrentamento de
classe, buscando romper com a estrutura sindical, lutando contra o corporativismo,
como um organismo depositário de consciência política. Esta definição se encontra
registrada no documento: “Contribuição da Coordenação para o Debate do Bloco de
Questões OSM-SP, 05/83.
As relações entre capital-trabalho estavam em transformação com a introdução
de novas práticas empresariais e velhos mecanismos de repressão, tanto por parte do
regime ditatorial quanto da estrutura sindical aplicada, que visavam o controle da força
de trabalho e a manutenção da exploração dos trabalhadores. Consequentemente, os
conflitos e as formas de resistência foram se aprimorando, seja na base da força bruta,
das greves e das lutas armadas, seja através do desenvolvimento técnico, político e
social destes trabalhadores que se organizavam na oposição sindical, com a
conscientização por meio do esclarecimento, da educação e da politização.
A Escola Nova Piratininga desempenhou papel de relevância dentro deste
contexto, pois através dela, muitos recursos foram captados nas entidades
filantrópicas de países da Europa e ajudaram na manutenção dos trabalhadores,
compra de equipamentos, maquinário e matéria prima, além de incrementar outras
ações, como o jornal e panfletos que eram distribuídos nas portas da fábricas.
Dentre as diferentes adversidades que a escola enfrentou, uma fazia parte do
próprio heterogêneo grupo de trabalhadores que estavam em formação. Umas das
grandes dificuldades encontradas nas aulas teóricas ministradas em assembléias era
a divergência religiosa, em que muitos alunos oriundos de origem religiosa, faziam
questão de rezar todo início de aula, outros de convicções marxistas, leninista eram
contra, entrando em conflitos filosófico-ideológicos bastante alterados. Estes conflitos,
porém eram previstos e aproveitados, para mesmo no calor de uma discussão, servir
de base para uma dinâmica em grupo, onde os orientadores explicavam que a
diversidade ajuda a ter uma melhor compreensão de mundo, ela não deve servir de
obstáculo para se levantar uma bandeira única, com objetivo comum de reivindicações
e melhoria dos trabalhadores.
Outra dificuldade era o material didático, produzido pelos professores e pelos
alunos nas máquinas da gráfica visto que o currículo também era diferenciado. Muitos
alunos por sua vez, chegavam atrasados à aula, pois saíam de madrugada para fazer
distribuição e mobilização de materiais em porta de fábrica, a panfletagem.
Entretanto, apesar das dificuldades, a concepção de ensino se baseava na
construção coletiva do conhecimento, ou seja, aproveitar todo o conhecimento prévio
do trabalhador e implementar novos, a partir de uma linguagem dialética, valorizando o
ser humano e não se preocupando apenas em adestrá-lo a algum trabalho fabril. O
resultado se mostrava surpreendente em muitos casos, pois permitia transformar os
trabalhadores em princípio sem uma formação em trabalhadores capacitados e
conscientes. O que nos leva a refletir nas possibilidades que a educação possui de
modificar e incentivar toda a sociedade.
Notas
(1) Pão para o Mundo, é uma ação das Igrejas Evangélicas regionais da Alemanha que tem
como objetivo fazer justiça com os pobres. www.polis.org.br/links/000000535.htm
(2) ICCO é uma organização intereclesiástica de cooperação para o desenvolvimento de um
mundo onde não haja mais pobreza e injustiça. http://www.icco.nl/delivery/icco/pt/
(3) COBEMO Central de Mediação Co-financiamento de programas de desenvolvimento e ajuda
para os países pobres. www.protestant.nl/encyclopedie/themas/cebemo
(4) Rede Caritas Internationalis, rede da Igreja Católica de atuação social com sede em Roma.
Organismo da CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil foi criada em 12 de novembro
de 1956. www.caritas.org.br
(5)Colaborava com os programas educacionais da CNBB desde 62. Impedida de trabalhar pela
ditadura, Maria Nilde, juntamente com alguns ex-companheiros de serviço público, também
perseguidos pelo regime militar, criou em 1972 a Equipe RENOV, (Relações Educacionais e do
Trabalho), alternativa encontrada para, a partir da área privada, continuar formando educadores,
jovens de grupos populares, trabalhadores e outros.
(6) Listas negras, relação dos nomes dos trabalhadores que não podiam ser empregados nas
fábricas por sua militância política contra o regime. wwwobservatoriodaimprensa.com. br.
(7) José Costa Prado, metalúrgico e professor da escola. As entrevistas citadas encontram-se
em Góes, M. (2001)
(8) Luiza Erundina foi prefeita do município de São Paulo entre 1989 e 1993, eleita pelo PT.
(9)CUT- Central Unica dos Trabalhadores, fundada em 29 de abri de 1984.
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PAULISTA, Maria Inês Doutoranda em educação