ABERTURA
“Para todo homem e para cada acontecimento
há um minuto, uma hora, soa uma certa
badalada, em que ele próprio se torna
história”. Péguy.
A brilhante trajetória do Chanceler Edson Queiroz, em sua
vitoriosa peregrinação ao longo do tempo, foi marcada por qualidades
que revelam um caráter sem jaça: vontade, determinação, trabalho e
solidariedade, a grande síntese dos melhores predicados na escala
dos valores humanos.
Sempre consciente das metas a que se propunha, jamais
vacilou diante dos obstáculos encontrados no processo do fazer,
arrostando, avassaladoramente, os óbices ameaçadores de suas
realizações.
Vitorioso em todos os setores da indústria e do comércio
a que se dedicou, cedo concluiu que a educação leva o homem a
compreender a própria estrutura da sociedade em que vive, tornandose consciente do que é, do que é capaz e fazendo-se um efetivo
participante da comunidade em cujo seio atua.
Com efeito, não padece dúvida de que Edson Queiroz fez
de sua vida um esforço diuturno de doação aos seus semelhantes,
materializada, dentre outros atos, na criação da Unifor, visando esta tão
somente à meta sublime de dar à mocidade estudiosa oportunidades
de auto-afirmação.
Reconhece que os caminhos da cultura são o preâmbulo da
dignificação do homem, quando, então, terá atingido o estágio que
o conduzirá às opções essenciais de sua condição, diante de Deus,
diante dos homens e diante da eternidade, seu destino maior.
Este memorial, pelas transcrições de seus discursos e pelos
comentários que se lhes seguem, testemunhará sua visão dos
problemas humanos e seu acendrado idealismo sempre voltados ao
profundo sentido da essência da vida.
Memorial Edson Queiroz
Memorial Edson Queiroz
APRESENTAÇÃO
“E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando
Cantando espalharei por toda parte’’.
(Camões)
EDSON QUEIROZ
OBSTINAÇÃO - LUTAS - CONQUISTAS
“É para o homem um dever positivo devotar-se e agir...
Todas as maneiras de viver não são equivalentes... Combatemos
o nihilismo moral, seja qual for o nome que ele traga. Cremos na
necessidade, na eficácia do esforço,” (André Mauroís, De um
Programa para os Jovens).
Edson Queiroz agiu a doutrina do realizar. Desde a infância
tomou o caminho da vida estrênua, e o seu canto de sereia foi
sempre a voz que o chamava para o trabalho. Não quis ser um
homem comum. Visava a mais e, para isso, armou-se de vontade e
determinação, procurando não a segurança, mas a oportunidade,
fosse ela do mais difícil acesso. O estilo imprimido a sua forma
de viver traz-nos de volta Cervantes, quando dizia: “a estrada
é melhor que a estalagem”. Compreendeu, muito cedo, que o
valor real da vida vem com a própria jornada e o que nela se cria,
mercê do movimento, contínuo e desejado. Um homem nascido
às primeiras décadas do século, que não adaptou seus passos
aos dos vizinhos. Um homem que não teve medo de sonhar alto
e, governado pela própria consciência, dotado de um intransigente
poder decisório, abriu espaço e mostrou, em concretude, o que
havia plasmado no território de suas aspirações. Talvez nunca
tenha rezado por uma vida fácil, mas provavelmente rezou para
ser cada vez mais forte. Não pediu tarefas condizentes com a
força que acreditava ter, mas certamente uma energia igual às
Memorial Edson Queiroz
tarefas que pretendia encetar. A livre iniciativa era nele insone,
estimulava-o a vender as tempestades e os desafios; o importante,
e de maior valia, era trazer o navio ao porto certo.. Depois de
erguer um vasto complexo industrial, olha para o alto e sente
ainda incompleta sua missão. Percebe e assume a convicção
de que não é bastante capitalizar ganhos e que não é o primeiro
nem o último a fazê-lo. É precisamente desta reflexão que nasce
a idéia da criação de uma Universidade. Um empreendimento
ousado, capaz de ultrapassar os limites da temporariedade das
instituições erguidas sob o signo comercial e financeiro e lançar
projeções no desconhecido território do amanhã.
Sobejas razões tinha para pensar assim, quando, olhando
para o Estado e a região que lhe serviram de berço, constatava
sua carência maior, o descompasso de uma estagnação que
a mantinha fora do circuito tecnológico e desenvolvimentista
apresentado por outras unidades da Federação. Primeiramente,
para que o embrião de tão avultado projeto amadureça, é mister
despertar, naqueles que o assessoram, um desejo ardente de
que ele vingue, cresça e frutifique.
Edson Queiroz sabe que não pode caminhar sozinho,
tal a magnitude do que almeja criar. Em plena vigência se
encontra o regime ditatorial, implantado pelo golpe de 1964. As
restrições políticas implantadas pelo esgotamento das garantias
constitucionais fecham e toldam o horizonte expansionista do
Brasil. O sistema universitário debate-se em aguda crise e disso se
ressente a empresa privada, que não dispõe de quadros técnicos,
mormente no Ceará, onde as condições se agravam, pela falta
absoluta de uma infra-estrutura educacional.
As primeiras confidências a respeito do projeto acontecem
junto à Dona Yolanda, sua mulher, que o encoraja a desencadear
esforços para a criação de uma Fundação, que viesse resgatar,
em parte, a dívida social, centenária, que têm os capitães de
empresa do Ceará, para com seu Estado e o seu povo.
Muitas, porém, foram as palavras tíbias a desaconselharem
o projeto. Prudência e medo, às vezes, entram em conúbio, e é por
demais difícil separá-los, diante das proporções de um obstáculo
que se apresenta sólido e nítido em seus contornos.
Edson Queiroz arma-se de perseverança, de paciência,
Memorial Edson Queiroz
cruza a barreira dos preconceitos, do conformismo e mergulha
decidido nas águas turbulentas deste rio, que finalmente consegue
atingir sua foz e desaguar, a 26 de março de 1971, quando emerge
vitoriosa a Fundação Edson Queiroz, com personalidade jurídica
e sem fins lucrativos.
Finalmente, a 21 de março de 1973, no dizer do então
Ministro da Educação Jarbas Passarinho: “Vi um homem chorar
e uma Universidade nascer”. A comoção advém do fato de sentir
quão funda e persistente foi a força interior a mobilizar a grandeza
de um sonho quase impossível. A diferença, na verdade, esteve
em que, entre grandes industriais, um deles teve a coragem de
proclamar aos quatro ventos: farei uma Universidade. E gerada
pela obstinação desta promessa latente surge a Universidade de
Fortaleza, abarcando em concreto as arrojadas linhas, a emoção
que foi capaz de neutralizar o medo, a autolimitação e a conivência
com o receio compreensível da possibilidade de fracassar. Um
homem ergue, nas cercanias de sua cidade, o monumento que é
o fruto de sua inquietude, de sua insatisfação, de sua insaciável
busca de realizações e obtém, desta erupção vulcânica da
vontade, o direito inquestionável de cruzar o limiar da porta que
conduz às fronteiras da História, repetindo Horácio, no livro 111
das Odes: Exegi monumentum aere perennius”.
FRAGMENTOS E COMENTÁRIOS
Memorial Edson Queiroz
Memorial Edson Queiroz
Discurso na solenidade do lançamento da
pedra fundamental da Universidade de
Fortaleza, em 14 de setembro de 1971.
FRAGMENTOS
“Há momentos que constituem um marco na existência das
pessoas. Temos vivido e experimentado alguns de relevância, com
a concretização de empreendimentos comerciais e industriais ou
de iniciativas outras que projetam a vida cearense. Mas nenhum
daqueles eventos se nos afigura tão importante como o que ora
vivemos, ao ensejo do lançamento da pedra fundamental da
Universidade de Fortaleza”,
“Iniciamos a obra que todos testemunham, dentro de uma
filosofia de servir com os melhores propósitos”.
A Universidade não pertence à Fundação; pertence a todos
vós, a quem concito juntar esforços em prol do desenvolvimento
educacional do nosso Estado”.
COMENTÁRIO
“Alheias e nossas
As palavras voam
E, às vezes, pousam.” (Cecília Meireles)
Corria o ano da graça de mil novecentos e setenta e um;
o mês era setembro e o dia dezessete. Edson Queiroz lança a
pedra fundamental da Universidade de Fortaleza.
Em seu discurso faz menção à vivência de realizações
outras, de caráter comercial e industrial, mas diz tratar-se
o momento de circunstância especialíssima, uma vez que
concretiza propósitos que transcendem os limites pragmáticos
do investimento empresarial, para ganharem amplitude e
perenidade, características das obras que desafiam o tempo, no
arrojo de sua magnitude. Refere-se à filosofia do servir, afirmando
Memorial Edson Queiroz
que a Universidade é de todos, não pode nem deve sofrer o
confinamento de pertencer, como bem imóvel, à Fundação. Ela
se implanta sob a inspiração de um objetivo maior: juntar esforços
no sentido de redimir o estado do Ceará, promover a aceleração
de seu desenvolvimento, resgatar a enorme dívida para com seu
povo sofrido e guerreiro, desde muito a merecer o espaço que
lhe vem sendo negado ou embargado, por contigências diversas,
incluindo a instabilidade de invernos e o comportamento, tantas
vezes omisso, no trato de suas questões econômicas e sociais.
É consciente das proporções gigantescas do
empreendimento. Sabe que a tarefa demanda esforços inauditos e
imbatível crença nos ideais que a motivam. Reconhece que não está
lançando a pedra angular de uma entidade que mobilize apenas
destreza administrativa e gerenciamento contábil, mas também
a lucidez, o altruísmo e a coragem de assumir um compromisso
bem mais profundo com os destinos da comunidade que dela fará
uso e proveito. A criação da Universidade de Fortaleza é obraprima, peça de resistência com que Edson Queiroz se propõe a
culminar sua inventiva e seu engenho, atingindo o coroamento
de suas realizações, de suas lutas e conquistas. É através dela
que chegará ao que acredita ser o prisma divino do ser humano:
sua capacidade de criar, seu inconformismo diante da realidade
que o cerca, sua vontade de lançar-se ao insofismável desejo de
perpetuar a sua marca, em seu tempo. Segundo Horácio, ser autor
de um começo é desencadear mais do que a metade do todo.
No espírito de Edson Queiroz, ao germinar a idéia
da criação da Universidade, talvez tenha-se delineado o
questionamento incomodativo que assaltou HenryThoreau, o
nativista americano sobretudo amante do pioneirismo: “Não basta
ser industrioso; assim também são as formigas. Temos de nos
perguntar: industrioso para quê?” Desta reflexão pode ter brotado
o reconhecimento lúcido das carências mais urgentes do nosso
Estado e da nossa região, tornando-se estas as molas propulsoras
que levaram Edson Queiroz à consecução de uma meta singular,
atemporal, trazendo em si o cunho indelével da imortalidade.
Discurso por ocasião da 1a Sereia de Ouro,
troféu conferido ao General Jaime Portela de
Melo, comandante da 10a Região Militar, em
Memorial Edson Queiroz
04 de setembro de 1971.
FRAGMENTO
“Reconhecer é, sem dúvida, uma das mais belas virtudes
que pode caracterizar o comportamento do homem”.
COMENTÁRIO
Na Sereia de Ouro, cuja estréia data de 1971, Edson
Queiroz reporta-se à gratidão, ao dever do reconhecimento das
ações que ajudaram a nossa comunidade a vencer suas limitações
e carências. Ao declarar ser a gratidão uma das mais belas
virtudes a caracterizar o comportamento de um homem, ele deixa
implícito que este nobre sentimento é fruto do cultivo de almas
aprimoradas e pode ser encontrada naqueles que plenificaram a
condição humana.
A benemerência e a gratidão nem sempre andam juntas
e em franca colaboração na terra. Muitas vezes se encontram
esporadicamente. Advém daí o mérito indiscutível dos que sabem
e agilizam o ato de ser gratos.
Discurso na solenidade de inauguração da
Universidade de Fortaleza, em 21 de março
de 1973.
FRAGMENTOS
“A ciência a serviço do homem poderá servir às
necessidades do homem, melhorar a sociedade humana e até
mesmo o próprio homem” “Não é necessário que à pobreza da
terra se alie a pobreza cultural do homem para que se eternize a
pobreza material do povo.”
“Somente a técnica e o trabalhador educado podem
melhorar a produtividade de nosso solo hostil, aumentar a nossa
produção industrial e os nossos bens de serviço. Eu acredito que
para nós do Nordeste educação é problema de subsistência, é
artigo de primeira necessidade.”
“É possível explicar e até justificar nossa deficiência em
Memorial Edson Queiroz
educação através da pobreza do povo. Mas a pobreza da terra
hostil jamais permite tolerar que nela continue indefinidamente a
sobreviver um povo insuficientemente preparado para o trabalho
racional e a tecnologia moderna. A pobreza da terra impõe ser
compensada pela riqueza cultural do povo, se se quiser preservar
a dignidade da condição humana.”
“A região que mais necessita da pesquisa e da técnica,
para poder melhorar a triste situação econômica de seu povo,
que vive em terra hostil, é a que quantitativamente menos chance
dá à nova geração, que não pode emigrar por carência de meios
financeiros, de se beneficiar a si e a seu Estado de uma educação
superior.
COMENTÁRIO
Segue-se a solenidade de Inauguração da Unifor. A
Universidade ergue-se do agreste e é paisagem nova nos
horizontes no bairro de Água Fria. A palavra de Edson Queiroz
pousa, agora, nos beirais da concretude plena. A justificativa que
apresenta a quantos o assistem é a de que não é necessário aliar
à pobreza da terra a pobreza cultural do homem. Impõe-se,
pois, colocar a ciência a serviço deste mesmo homem,
para que este tenha condições de melhorar a sociedade em que
vive, ao mesmo tempo em que promove o seu crescimento e
assim garante o exercício do inalienável bem de ser livre.
O discurso, na ocasião, enfatiza que a educação é prioritária,
sob todos os aspectos, “artigo de primeira necessidade”, elemento
básico, alicerce e sustentação da garantia de subsistência de
qualquer povo. Há que admitir e aceitar a natureza hostil da
terra nordestina, mas sem que haja inviabilização da iniciativa,
determinada pelo despreparo para o trabalho e pela falta de uma
tecnologia que atenda às exigências da modemidade. Há que
abrir perspectivas às novas gerações, para que elas não sejam
forçadas à perpetuação de um fluxo migratório que desonra nossas
origens e atrasa nossa expansão, para que elas desfrutem, em
igualdade de condições, dos direitos que asseguram o exercício
da dignidade humana.
O posicionamento de Edson Queiroz enquadra-se, aqui,
Memorial Edson Queiroz
com a proposta lobatiana de que um país se constrói com homens
e com livros. Não há processo de desenvolvimento e conquista
de autonomia onde inexiste Educação. A viagem em busca da
Ciência é o meio legítimo de aplainar os caminhos que levam à
emancipação cultural, social e econômica. O erro e a estagnação
não vêm pressupostamente da malícia; são filhos legítimos e
registrados da ignorância, do não acesso ao conhecimento, da
não oportunidade de aprender e praticar. O saber fermenta o
crescimento. Quanto mais se conhece, mais depressa atestamos
um crescimento. O saber promove, ainda, a felicidade, mesmo
que esta não se arquitete sob o signo da glória e da riqueza
individuais. Para que uma comunidade conquiste respeito aos
olhos das demais, necessário é que demonstre aculturação e
discernimento.
Da lenda árabe nos vem o justo conceito que duas
espécies de homem podem eclodir de uma civilização; a primeira,
como aquele que espreme uvas com as pontas dos dedos e delas
extrai um mero suco aquoso.
Quando a substância não fermenta passa a queixar-se de
que as uvas não prestam. A segunda, aprende como esmagar
completamente as uvas, extraindo delas toda a riqueza. Este
não é levado à lamentação e ao conformismo, pois a substância
fermentará e ele sabe que terá vinho excelente.
Discurso na solenidade de Inauguração
da Biblioteca Central, em 21 de março de
1974.
FRAGMENTO
“Não existe desenvolvimento sem educação”.
COMENTÁRIO
A declaração acima referida não é explicativa. Brota
do conceito a linha terminal de uma conclusão. Os livros
governam o mundo, segundo Voltaire, e as nações que não
conseguiram sistematizar uma linguagem escrita, estarão fadadas,
inexoravelmente, à extinção. O livro transcende à condição de
Memorial Edson Queiroz
objeto, porque fala, responde, guia e vive, na co-autoria do leitor.
As grandes revoluções, os feitos que desencadearam mudanças
básicas, começaram no silêncio cheio de vozes segredastes das
Bibliotecas. Dotar, pois, a Universidade de Fortaleza de um espaço
onde alunos, funcionários e professores pudessem ter acesso a
um acervo bibliográfico de perene consulta, significava o estágio
embrionário da pesquisa, sem a qual nada caminha, progride ou
é corrigido, mediante o questionamento dialético das opiniões.
Discurso na comemoração de seus 50 anos,
em 12 de abril de 1975.
FRAGMENTOS
“Rendemo-nos à forma afetiva de um “complot” que
nasceu em nossa casa sob a inspiração da minha Yolanda”.
“Um sentido especial para nós tem esta festa, pois se
realiza sob um teto que construímos com o mais puro amor. “Amor
ao trabalho que ao homem propicia a plenitude da satisfação de
suas conquistas e vitórias”.
“É com palavras, entretanto, que os sentimentos
são manifestados” E nós as dizemos de coração exposto,
autenticando-as com a natural emoção de quem fala pouco, muito
sente, e guarda para sempre”.
COMENTÁRIO
Em 1975, Edson Queiroz completa 50 anos. Descortina,
entrementes, o ápice de sua vida e de sua carreira. Comovido,
rende-se ao reconhecimento de que não escalou a sua montanha
sozinho. Sente irreprimível desejo de patentear aos olhos do
mundo que houve um “complot”, nascido em sua própria casa e
fruto de laços de afetividade e ternura, onde desponta a imagem
da companheira fiel, Dona Yolanda, que vela incansavelmente o
destino de seus passos.
Nesta alocução Edson Queiroz despe a armadura
guerreira dos embates empresariais e se faz homem amado e
amante, confessando que a casa é o território neutro que o recebe
Memorial Edson Queiroz
de portas abertas após as batalhas. O lugar onde pensa suas
feridas e seus cansaços com o bálsamo que mãos generosas
derramam prodigamente. O reduto onde se aloja a compreensão,
o sentimento, o consolo, o silêncio eloqüente dos gestos de
carinho e abnegação e a segurança de uma indevassável
confiabilidade.
Discurso na solenidade de 1ª Colação de
Grau da UNIFOR, em 29 de dezembro de
1975.
FRAGMENTOS
“A formação das primeiras turmas de jovens profissionais
assinala, com um sentido bem marcante, que a Universidade de
Fortaleza abriu os seus próprios caminhos para vencer distâncias
e dificuldades e surge como presença efetiva no sistema
educacional superior do Nordeste”.
“É a semente que germinou a curto prazo para se tomar
árvore frutífera”.
“Somente a dimensão das grandes obras minimiza o
registro de fatos e incompreensões injustas e desfaz os vestígios
na alma de quem os suporta”
“Entendemos que na Universidade é que se cumpre o
estágio final e superior de preparação do homem para o exercício
consciente de uma profissão. E que o trabalho produtivo obtém
o útil da vida e o duradouro que se constrói para os que vêm
depois.”
“Na consciência do dever alicerçareis as vossas grandes
construções para o futuro”.
COMENTÁRIO
- Abrigando 5.000 universitários, 400 professores e
17 cursos autorizados, a Universidade de Fortaleza está em
ascensão contínua. Na 1ª Colação de Grau, ao presidir a
cerimônia, o Chanceler Edson Queiroz ressalta a importância do
Memorial Edson Queiroz
evento, dando ênfase à complexidade da tarefa que ainda estão
por cumprir graduandos e dirigentes. Aquiesce em considerar o
estágio inicial como ainda limitado, buscando a conscientização do
muito a realizar no Campus Universitário, a despeito dos esforços
já desenvolvidos por toda a equipe responsável pela implantação
e funcionamento das unidades de Ensino e Administração. O
discurso acolhe a premissa de que a formatura representa,
simultaneamente, fim e começo, numa antítese que preconiza ser
importante não cruzar os braços, não repousar sobre os louros
inconstantes da vitória conquistada.
Discurso na solenidade da 2ª Colação de
Grau da UNIFOR, em 5 de agosto de 1976.
FRAGMENTOS
“Para o aspecto fundamental de Educação se volta a
Unifor, que nasceu para abrir caminhos, capacitar vocações,
desenvolver potencialidades e contribuir, positivamente, para uma
dimensão maior do processo de desenvolvimento do Nordeste”.
“Falo-vos por delegação de poderes. As palavras que vos
dirijo traduzem os sentimentos da Patrona das vossas turmas,
Dona Yolanda Queiroz, minha mulher, co-responsável pela
criação da Universidade de Fortaleza, cuja presença em meus
dias constitui uma fonte de energia e inspiração”.
COMENTÁRIO
Pronuncia-se a respeito da abertura de caminhos no
sentido de capacitar as vocações, criar espaços para o eclodir das
potencialidades e unir tudo isso ao objetivo maior de promover o
processo desenvolvimentista do Nordeste.
Discursa em nome de Dona Yolanda, sua mulher, Patrona
dos concludentes, a quem define como co-autora, co-responsável
pela criação da Universidade de Fortaleza, mais uma vez insistindo
em ser ela a viga-mestra, a fonte generosa e perene de onde retira
energia, inspiração e encorajamento para suas realizações.
Memorial Edson Queiroz
Discurso na solenidade em que recebeu o
Troféu Mascate, conferido pela Confederação
Nacional do Comércio, em 3 de setembro
de 1976.
FRAGMENTO
“Creio, sinceramente, que a comissão, ao indicar meu
nome, considerou com muita generosidade as minhas modestas
realizações, pois elas pouco significam quando vemos o que se
faz no Centro-Sul, onde empresários, altamente qualificados e
dotados de extraordinária capacidade administrativa e técnica,
sustentam a economia do nosso país”.
COMENTÁRIO
Ao receber o “Prêmio Mascate” expressa seus
agradecimentos em tom modesto e discreto, alegando os
grandes empreendimentos do Centro Sul, diante dos quais
considera sua obra de pouca monta e reduzida importância.
Acredita que a indicação de seu nome resultou da generosidade
dos parceiros inclusos na Comissão de escolha à premiação e,
talvez, vislumbrasse, no momento, cenas remotas de sua infância,
na cidadezinha de Cascavel e na Fortaleza-província, quando
escondia sua pequena e artesanal caixa de mascate, construída
por ele mesmo, às escondidas da família, e que enchia de
miudezas (alfinetes, agulhas, grampos, broches de segurança e
cadarços de sapatos) destinadas à venda em trechos de muitas
ruas da capital, em seus primeiros contatos com a atividade de
comércio.
Provavelmente, também deve ter aflorado à sua memória
a sala de proieção do Cine Majestic, onde gastava, com doces e
filmes, o dinheiro que sentia seu, batalhado, ganho no esforço e
tenacidade de uma perseverança que o acompanharia ao longo
de toda a vida. Estes fatos, quem sabe, justificariam, em suas
reminiscências, a outorga do título conquistado.
Memorial Edson Queiroz
Discurso na solenidade da 3a Colação de
Grau da UNIFOR, em 28 de dezembro de
1976.
FRAGMENTO
“As prerrogativas dos diferentes campos profissionais,
somente as terão com as vitórias alcançadas nas muitas lutas e
no meio de fortes competições”.
COMENTÁRIO
Reconhece, na palavra de encerramento dos trabalhos,
haver sido transposta uma linha média, com referência ao
programa de trabalho da UNIFOR. Atribui, mostrando sensibilidade
e senso de justiça, esta conquista ao otimismo dinâmico da
equipe dirigente e à fortaleza de espírito e tenacidade do povo
cearense, do qual se orgulha de fazer parte e comungar da estóica
perseverança que lhe é peculiar, no enfrentar desafios, sob as
mais adversas condições.
Discurso na solenidade da 4a Colação de
Grau da UNIFOR, em 5 de agosto de 1977.
FRAGMENTOS
“Lembrem-se de que somente a tenacidade e o trabalho
os levarão aonde aspiram a chegar”.
“Com humildade, trabalho, persistência e fé procurem
sempre vencer”.
COMENTÁRIO
O tema do discurso referente a esta Colação de Grau
recebe um tratamento a bem dizer de conotação espartana. A
mensagem está centrada no engajamento incondicional do vencer.
Há clara instigação a que os concludentes procurem, incessante
e incansavelmente, a vitória.
Memorial Edson Queiroz
O convite à luta é pleonástico, quase um refrão. Em
determinado trecho (v. transcrições) ratifica um posicionamento
típico dos fortes, dos que não temem o fardo da liderança, ou
antes, desejam-no, “Malgré Tout.”
Incita os formandos à necessidade de sempre melhorarem
suas performances, em prol da aceleração do desenvolvimento
do Ceará, do Nordeste e do Brasil. A derrota parece ser hipótese
inaceitável em Edson Queiroz. Rendição e desistência soam como
palavras proscritas em sua visão existencial.
Discurso na solenidade da 5a Colação de
Grau da UNIFOR, em 30 de dezembro de
1977.
FRAGMENTO
“Um mundo real se abre, em desafio, às energias do
vosso talento, ao preparo que adquiristes pelos estudos, ao
poder vocacional que identificou, desde cedo, as vossas opções
acadêmicas”.
COMENTÁRIO
Desta solenidade já fazem parte os primeiros geólogos,
engenheiros civis, mecânicos e eletricistas egressos da
Universidade de Fortaleza.
No discurso, Edson Queiroz prestigia e parabeniza
os profissionais formados pela UNIFOR e comunica que a
Universidade se encontra apta a oferecer 1.300 vagas no
Concurso Vestibular. Alerta-os para o mundo real que porá à prova
a competência e a capacidade dos graduandos. Aponta o poder
vocacional como aliado no transpor os desafios do mercado de
trabalho e da concorrência.
Discurso na solenidade da 6a Colação de
Grau da UNIFOR, em 4 de agosto de 1978.
Memorial Edson Queiroz
FRAGMENTO
“É mais uma etapa vencida. Assim como não foi a
primeira, também não será a última. Muitas outras metas ainda
lhes restam”.
COMENTÁRIO
A imobilidade não é um estado de quietude permanente
do homem.
Cheio de dinamismo, os seus movimentos, as suas
atitudes e atividades não são determinadas por forças, por agentes
externos. No homem a ação nasce das suas decisões. Ele vê no
querer a sua verdadeira característica específica.
No processo do ser, o homem é um constante devir, está
sempre em luta.
É o trabalho que o aperfeiçoa, que o tempera, que o
enriquece, que o qualifica.
Discurso na solenidade da 7ª Colação de
Grau da UNIFOR, em 30 de dezembro de
1978.
FRAGMENTOS
“Toda a riqueza essencial à vida encontra no homem sua
afirmação mais categórica. É através dele que o destino das
sociedades se define à procura de objetivos legítimos”.
“Já se disse de modo bem preciso que no homem há dois
seres: o divino e o humano. Com o primeiro põe ele os olhos em
Deus, com o segundo, pisa a terra”.
“Sejam a encamação deste dois seres, pois olhando para
Deus encontrarão na força da fé a necessária disposição para
o trabalho. E voltados para a terra, alcançarão pelo trabalho os
degraus que se projetam em busca do eterno.
COMENTÁRIO
Memorial Edson Queiroz
Raquel de Queiroz, a grande figura do romance regionalista
da década de 30, está presente à solenidade.
Edson Queiroz baseia seu discurso no tópico frasal”: no
homem há 2 seres: o divino e o humano. Com o primeiro põe ele
os olhos em Deus; com o segundo, pisa a terra”.
Concita a que os formandos encarnem a dualidade
acima referida. Louva a força da fé, que conduz à canalização da
disponibilidade para o trabalho. Assesta, “no pisar a terra”, que o
homem não deve passar incólume pela vida, deve-se predispor a
correr os riscos necessários para firmar a sua identidade no chão
que lhe pertence, fazendo da produção e do trabalho degraus
direcionados ao eterno, sublimando empecilhos e ameaças de
quedas, tirando do erro o acerto, do fracasso o desejo de resistir.
A presença de Raquel de Queiroz ilustra, ao vivo, a peroração.
Discurso na solenidade da 8ª Colação de
Grau da UNIFOR, em 3 de agosto de 1979.
FRAGMENTO
“A responsabilidade e o talento de cada um definirão as
vitórias a serem alcançadas, dando mais força e expressão à
vossa conquista”.
COMENTÁRIO
Em seu discurso, Edson Queiroz faz empréstimo da
temática virgiliana, retratada nos versos da “Eneida”, que
assim predizem: “ Audentes fortuna juvat”, “a sorte favorece os
audazes”. Alude à verificação de que esta máxima não retroage,
é verossímil, comprovada. Como sorte entende o vencer, e como
audaz classifica todo aquele que se empenha, cérebro e coração,
na concretização de suas metas. A este está definitivamente
assegurado o destaque e a realização.
Discurso na solenidade da 9ª Colação de
Grau da UNIFOR, em 28 de dezembro de
Memorial Edson Queiroz
1979.
FRAGMENTO
“Há muito vimos ouvindo que só os fortes vencem. Ao
passar dos tempos, verificamos que esta máxima cada vez mais
verdadeira se torna.”
COMENTÁRIO
Vencer é um ato de vontade, que essencialmente
caracteriza o homem: o “Homo Volens”. E nisso se distingue de
todos os outros seres.
A nossa vontade nunca está contente com o que realizou
ou adquiriu.
Um impulso potente de autotranscedência inquieta-a
implacavelmente. O anseio de criar, de crescer, de realizar fá-Ia
uma força que eleva o homem acima de suas faculdades ordinárias
e toma-o capaz de projetar-se para além de sua comum energia,
com o fito de atingir um estado superior de auto-afirmação.
Palestra na Televisão Verdes Mares, sobre
as causas e as conseqüências da greve dos
alunos da UNIFOR no 1° semestre de 1980,
proferida em 26 de abril de 1980.
FRAGMENTOS
“Há alguns anos formulamos um desejo: criar uma
Universidade em Fortaleza. Desde os primeiros momentos esta
vontade transformou- se em uma determinação que comandava
toda a nossa capacidade de ação e devoção.”
“O fenômeno de concentração de capitais produtivos e
de oportunidades de trabalho era resultante de vários fatores,
principalmente o cultural, que representava uma condição
orgânica nordestina, incapaz de absorver os novos métodos de
trabalho e de aproveitar as oportunidades que se ofereciam a
todo o povo brasileiro”.
Memorial Edson Queiroz
“Urgia a mobilização de todas as forças para modificar o
processo que estava ampliando o fosso existente entre o Nordeste
e os centros sulistas”.
“Convicto de que tínhamos o dever de nos engajar nessa
luta, decidimos construir uma Universidade que viesse ampliar
as oportunidades da nossa juventude, oportunidades estas que
se achavam limitadas pela capacidade de vagas das escolas
estatais.
Assim nasceu a Universidade de Fortaleza, não como
um sonho em si, mas como uma iniciativa que viesse ajudar
a compatibilizar o Nordeste com as demais regiões do País;
a de ver a nossa matéria-prima transformada, aqui mesmo,
em produtos de exportação; a de criar tecnologia adequada
para o aproveitamento das nossas riquezas agrícolas; a de ver
erradicado o subdesenvolvimento estampado na face das nossas
crianças”.
“Nenhuma Fundação tem dono. A Fundação pertence
àqueles que dela usufruem. Caracteriza-se como uma
organização de usufruto social do capital, com fins determinados
e específicos”.
“Há, agora, uma greve visando à redução das anuidades
da Unifor. É impossível fazê-lo sem determinar o desequilíbrio
financeiro da entidade, comprometendo-lhe a vida no presente
e no futuro”.
“E apesar das injustiças e das mágoas, continuamos como
administrador, com a mesma dedicação, enquanto vida tivermos
e enquanto subsistir a Fundação”.
COMENTÁRIO
Em 26/04/80, Edson Queiroz profere palestra na Televisão,
Canal 10, durante a ocorrência da maior e mais longa greve de
alunos da Universidade de Fortaleza.
É destacado, no texto do aludido discurso, o papel
preponderante da Unifor, no resgate do aproveitamento de
recursos humanos da região Nordeste, viabilizando esta a
formação de uma nova geração de profissionais, nas mais
diversas áreas, concedendo-lhes um espaço legítimo, onde
possam desenvolver seu universo específico de conhecimento,
Memorial Edson Queiroz
sem que nada fiquem a dever aos que estão radicados em centros
urbanos mais avançados, redistribuindo, assim, as oportunidades
até então concentradas na região Sul.
A Unifor é configurada por Edson Queiroz como mola
impulsionadora deste novo Perfil Nordestino, agora finalmente
encarando sua importância no contexto da Federação, voltada para
os nossos interesses prioritários e regionais, resolvida a erradicar
de nossas fronteiras os sintomas centenários e crônicos da miséria
e do ilhamento cultural. Diz o Chanceler da necessidade premente
e primeira de estabilizar o funcionamento da Universidade de
Fortaleza, mediante um sistema organizacional que se recuse,
terminantemente, a se confinar no âmbito de interesses pessoais,
venham eles de onde vierem.
Em meio ao conflito, deixa transparecer sua angústia e
receio de que o futuro da instituição venha a ser comprometido,
pelo não entendimento entre as partes que a constituem, alegando
haver, na incompreensão do corpo discente, a implícita negação
dos propósitos que embasaram a criação da Universidade. Ratifica,
porém, a intenção notória de resistir, a todo custo, na convicção
final de que a História fará Justiça a quem teve a coragem e o
poder decisório de tornar concretas as linhas dimensionais de um
grande e memorável Sonho.
Discurso na solenidade da 10ª Colação de
Grau da UNIFOR, em 14 de setembro de
1980.
FRAGMENTOS
“Recompensada está a UNIFOR com os serviços que vem
prestando ao País, suprindo, de recursos humanos de qualidade,
seu mercado de trabalho”.
“Se algum dia vocês forem surpreendidos pela injustiça
ou pela ingratidão, não deixem de crer na vida, de engrandecê-la
pela decência, de construí-Ia pelo trabalho”.
COMENTÁRIO
Memorial Edson Queiroz
Desta solenidade ficou a frase que, até o presente, norteia
a filosofia da Fundação Edson Queiroz. A frase que é frontispício
de sua identidade e personalidade. Afirmação esta que serviu de
arquétipo para definir o prisma humanístico da visão do mundo
de Edson Queiroz.
Não ocorre, nem incidentalmente, o vocabulário do rancor,
do ódio, do ressentimento, da vingança. Se, por instantes, sua voz
pareceu irada, jamais foi apocalíptica, mas testemunho de que
somente a fé e o perdão constroem para a solidariedade humana
e geram frutos para a eternidade.
É interessante observar a informalidade amistosa do
tratamento dado aos concludentes (vocês) e que é conotativa
do desejo de integração com o corpo de alunos, apesar dos
indefectíveis percalços a que está sujeito todo aquele que é dotado
de perseverança, pioneirismo e audácia e que tenta contribuir,
obstinadamente, investindo nas transformações da sociedade,
visando ao bem comunitário.
Discurso na solenidade da 11ª Colação
de Grau da UNIFOR, em 14 de março de
1981.
FRAGMENTOS
“O dia de hoje é prenúncio de conquistas, que serão
creditadas à conta da inteligência e do esforço de cada um”.
“Nunca deixem de alimentar a alma com nobreza,
compreensão, altivez, confiança, paciência e muito amor”.
COMENTÁRIO
O discurso se desenvolve consoante citação que encerra,
em sua mensagem, a crença na existência irrefutável de um saldo
qualitativo, depositado à conta de cada investidor do crescimento
e da promoção contínua do ser humano, como indivíduo e como
sociedade.
Refere-se ainda aos nutrientes de caráter firme, que
faz valer a competência no trabalho e culmina por dizer que a
mais difícil prova da racionalidade reside na Paciência, donde
Memorial Edson Queiroz
se originam as garantias de sucesso e permanência de todo
empreendimento levado a bom termo.
Discurso na Homenagem das Lideranças
Empresariais, promovida pela Associação
Comercial do Ceará, em 31 de julho de
1981.
FRAGMENTO
“Somos, em verdade, caminheiros de uma mesma
peregrinação, em busca de objetivos superiores, que se
confundem com as próprias aspirações, de uma região de
controversas perspectivas”.
COMENTÁRIO
Em 1981, recebe homenagem das Lideranças Empresariais.
Em suas palavras de agradecimento fala em peregrinação, o que
subtende afirmar que muitos, e não somente ele, estiveram e
estão na penosa e sofrida busca de objetivos superiores. Objetivos
estes que chegam a ganhar a mesma amplitude de aspirações,
palmilhados à custa de sacrifícios e incontáveis renúncias,
numa região onde controversas perspectivas colidem a cada
instante e onde a determinação e o enrijecimento da vontade
se fazem requisitos indispensáveis para o alcance das metas
pretendidas.
Discurso na solenidade da 12 a Colação
de Grau da UNIFOR, em 23 de agosto de
1981.
FRAGMENTOS
“Nenhuma missão é mais humana e socialmente produtiva
do que a de definir vocações.”
“Desejo-lhes pleno sucesso, que é a compensação
legítima de todos os que sabem lutar”.
Memorial Edson Queiroz
COMENTÁRIO
Edson Queiroz, em seu discurso, submete aos concludentes
e seus convidados uma prestação de contas dos serviços
cumpridos pela Universidade de Fortaleza.
Usa a palavra missão para caracterizar os ideais mantidos
pela Fundação.
Posteriormente, afirma que sente na pele este processo
vivenciado de esforço e dedicação, por ter, ele próprio, palmilhado,
passo a passo, as etapas que levam ao coroamento das
aspirações.
Discurso na solenidade em que o Clube
dos Diretores Lojistas lhe presta expressiva
homenagem, em 28 de agosto de 1981.
FRAGMENTO
“Incluo-me entre os que mais vivem e sentem esta
categoria empresarial. Somos, portanto, irmãos nos propósitos
de afirmação, nas responsabilidades e na perseverança”.
COMENTÁRIO
Edson Queiroz sentia-se um homem integrado e atuante,
no vasto e intrincado mundo dos negócios. Conhecedor profundo
de seus meandros, sabia o quanto demanda estabilizar-se nele.
Ressalta como pontos básicos o binômio de duas qualidades,
sem as quais não é conseguida a senha que leva à realização
dos empreendimentos: responsabilidade e perseverança. Como
responsabilidade entende o abraçar fortemente os deveres,
racionalizando suas implicações mais duras, inadiáveis, a cujo
atendimento deve dobrar-se o homem que deseja a consecução
de tudo que lhe é cobrado, como inerência de suas atribuições.
Como perseverança decodifica a tenacidade de propósito, que
será a causa-mater do efeito desejado.
Necessário se faz aceitar, corajosamente, os
desapontamentos, vê-los através do óculo de alcance da força
Memorial Edson Queiroz
de vontade, que os transforma em desafios para um esforço maior.
A razão mesma da superioridade humana nasce do itinerante
ato de querer. Querer com veemência, como a água que bate
insistentemente no rochedo, até escavá-lo em passagem livre,
que a colocará na superfície dos caminhos por onde deve fluir
sem embargos ou impedimentos.
Discurso na solenidade de Outorga de
Honorífica Medalha pela Câmara Municipal
de Fortaleza, em 30 de outubro de 9981.
FRAGMENTO
“Até com as pedras atiradas se constrói. Porque é se
construindo que se faz uma sociedade justa”.
COMENTÁRIO
Nas dependências da Câmara Municipal ressalta o valor
intrínseco do fazer. Usa da rusticidade de uma imagem estilística,
metafórica, em que afirma que até mesmo pedras atiradas a esmo
podem construir um relevo, a presença de algo novo. Nenhum
esforço, por mais simples e menor que seja, deve ser subestimado
ou posto de lado. Lembraríamos, numa digressão oportuna, o
embricamento com a afirmação de Fernando Pessoa: “Tudo vale a
pena, se a alma não é pequena”, o que igualmente acoplaríamos
ao dizer de Hans Christian Andersen: “que me importa viver num
ninho de patos, se tenho alma de cisne”.
Discurso na solenidade da 13ª Colação de
Grau da UNIFOR, em 5 de fevereiro de
1982.
FRAGMENTO
“O desempenho futuro de cada profissional constituirá
um testemunho a mais do papel relevante, que a Universidade
de Fortaleza desempenha em função dos seus objetivos
educacionais”.
Memorial Edson Queiroz
COMENTÁRIO
Esclarece, em sua oração, que o futuro explicitará a
nobreza e a procedência do papel relevante que a Universidade
vem desenvolvendo no seio da comunidade, e que o testemunho
pessoal de cada concludente no seu desempenho profissional
será prova incontestável de que a instituição permanece fiel e na
defesa de seus ideais.
Discurso na solenidade da outorga de
Honorífica Medalha pela Federação das
Indústrías do Ceará, em 25 de maio de
1982.
FRAGMENTO
“As dificuldades que afligem o setor, diminuindo-lhe a
capacidade e obscurecendo suas perspectivas, são acentuadas
pelas desigualdades regionais, que, por vezes, desestimulam
os menos corajosos mas não arrefecem o ânimo dos que têm
objetivos definidos.”
COMENTÁRIO
No ensejo da solenidade realizada em 1982, na Federação
das Indústrias, Edson Queiroz aborda as dificuldades com que
se depara o setor. Frisa as conseqüências desses bloqueios e
entraves, afirmando que eles acabam por reduzir a capacidade de
expansão e desenvolvimento e que obstáculos provêm de muitas
causas, mormente aquelas ligadas às desigualdades regionais,
à falta de um tratamento igualitário por parte dos poderes
constituídos, resultando disso o desestímulo aos menos audazes,
aos menos corajosos, fazendo com que recuem visivelmente na
caminhada progressista. Afirma, no entanto, que estes impasses
não são capazes de arrefecer os ânimos daqueles que definiram
seus objetivos e não coabitam com a idéia de a eles renunciar,
sem antes terem esgotado todas as possibilidades e recursos.
HOMENAGENS “In Vita”
Memorial Edson Queiroz
Memorial Edson Queiroz
HOMENAGENS
“In Vita”
Memorial Edson Queiroz
Ainda em vida, a partir de 1969, seria condecorado e receberia
honrarias, em reconhecimento a seu trabalho e participação:
1. em 2 de maio de 1969, recebeu a Medalha do Mérito Timbira,
da Cidade de São Luís, outorgada pelo governador do
Maranhão, José Samey, pela Lei n0 2.205, por ocasião do
350°- aniversário da cidade;
2. em março de 1971, a Medalha da Abolição, pelo governo do
Ceará (Decreto nº 384);
3. em julho de 1972, Diploma de Honra, outorgado pela
Confederação Brasileira de Desportos Universitários;
4. em março de 1973, a Medalha de Honra do Município da
Prefeitura de Fortaleza (Decreto n° 4.006);
5. em dezembro de 1973, no dia 2, o título de Cidadão de
São Luís, outorgado pela Câmara Municipal da cidade Lei
Municipal nº 2.065;
6. em 1973, a Placa de Prata “Homem do Petróleo do Ano”,
uma homenagem do Comércio Varejista de Combustíveis
Minerais do Ceará;
7. ainda nesse ano, o título de “Colaborador Emérito do Projeto
Rondon”;
8. em junho de 1975, o título de “Homem Tendência 1975”, da
revista Tendência, do grupo Bloch Editores;
9. em agosto de 1975, o título de Sócio Honorário da Academia
Cearense de Letras, no transcurso do 81° aniversário da
instituição;
10. em setembro de 1976, o título “Mascate do Ano de 1976”, da
Confederação Nacional do Comércio do Rio de Janeiro;
11. em outubro de 1976, a Medalha do Mérito, do Liceu
do Ceará, durante as comemorações de fundação do
colégio;
12. em novembro de 1976, os títulos de “Honra ao Mérito” e
Memorial Edson Queiroz
“Cidadão de Belém”, da Câmara Municipal da capital do
Pará;
13. em dezembro de 1977, a Medalha Thomaz Pompeu
de Souza Brasil, da Secretaria da Cultura, Desportos e
Promoção Social do Estado do Ceará, em reconhecimento
à colaboração prestada para as comemorações alusivas
ao centenário da morte de José de Alencar;
14. em setembro de 1979, o Troféu da Gratidão, do Clube dos
Diretores Lojistas de Fortaleza, durante a 16a Convenção
Nacional do Comércio Varejista;
15. em fevereiro de 1980, o título de “Cavaleiro da Ordem
Eqüestre do Santo Sepulcro de Jerusalém;”
16. em abril de 1980, o título de “Grande Colaborador da
Cultura Portuguesa”, da Academia Antero de Quental;
17. em outubro de 1981, a Medalha Cidade de Fortaleza, da
Câmara Municipal de Fortaleza;
18. em 25 de maio de 1982, Edson Queiroz receberia sua
última homenagem em vida: a Medalha do Mérito Industrial,
outorgada pela Federação das Indústrias do Estado do
Ceará no “Dia da Indústria”.
HOMENAGENS “post mortem”
Memorial Edson Queiroz
Memorial Edson Queiroz
HOMENAGENS
“Post - Mortem”
Memorial Edson Queiroz
1.
MEDALHA EDSON QUEIROZ: Instituída pela Assembléia
Legislativa do Estado do Ceará, Lei n0 10.695, de 22.06.82,
conferida ao Proto - Homenageado em primeiro lugar.
2.
MEDALHA 30 ANOS DO BANCO DO NORDESTE 19.07.82.
3.
MEDALHA MÉRITO DA RADIODIFUSÃO: conferida pela
ABERT - Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e
Televisão - 22.09.82,
4.
MEDALHA EDUCADOR EDILSON BRASIL SOÁREZ:
conferida pelo Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino
Particular do Estado do Ceará -14.10.82.
5.
MEDALHA E TÍTULO DE SÓCIO BENEMÉRITO: conferidos
pelo Centro dos Exportadores do Ceará - 29.10.82.
6.
PLACA DE PRATA oferecida pelo Centro Educacional
Joviniano Barreto - 08.12.82.
7.
PLACA JUBILEU DE PRATA DA TRIBUNA DO CEARÁ
-14.12.82.
8.
MEMBRO DO QUADRO EFETIVO DA ORDEM NACIONAL
DO MÉRITO EDUCATIVO - Grau de Comendador:
conferido pelo Presidente da República, João Baptista
Figueiredo - 05.04.83.
9.
BAIRRO EDSON QUEIROZ: Nova denominação do antigo
Bairro Água Fria em Fortaleza - 07.06.83.
1 0. RUA EDSON QUEIROZ: Denominação de rua na cidade
de Teresina, Piauí - 07.06.83.
1 1. AGÊNCIA EDSON QUEIROZ: Denominação da Agência
Metropolitana do Banco do Nordeste do Brasil em Fortaleza
- 07.07.83.
12. APOSIÇÃO DE RETRATO E EXIBIÇÃO DE PEÇAS
PESSOAIS no Museu Histórico e Antropológico do Ceará
Memorial Edson Queiroz
- 27.07.83.
13. RODOVIA EDSON QUEIROZ: Denominação da estrada
que liga a sede do Município de Pacatuba à CE-021 07.08.83.
14. ESTÁTUA DE EDSON QUEIROZ: Homenagem do
Município de Cascavel - 17.10.83.
15. MEDALHA DO MÉRITO LEGISLATIVO: concedida pela
Câmara Municipal de Fortaleza - 28.10.83.
16. ESCOLA EDSON QUEIROZ: Denominação de Escola no
Município de Quixeramobim, Ceará -15.11.83.
17. ESTÁTUA DE EDSON QUEIROZ: Homenagem prestada
pelo industrial Jaime Aquino. Campus da UNIFOR dez/83.
18. ESCOLA EDSON QUEIROZ: Denominação de escola de
1º Grau no Distrito Industrial de Fortaleza -16.12.83.
19. MEDALHA DO MÉRITO ROTÁRIO: 1983.
20. ESTÁTUA DE EDSON QUEIROZ: Homenagem do Estado
do Ceará. Praça da Imprensa em Fortaleza - 2.04.84,
21. AÇUDE EDSON QUEIROZ: Nova denominação do exaçude Serrote em Santa Quitéria, Ceará - 07.05.84.
22. PRAÇA EDSON QUEIROZ: Denominação de Praça no
Bairro Nova Betânia na cidade de Mossoró, Rio Grande
do Norte - 20.07.84.
23. PRÊMIO EDSON QUEIROZ: Denominação de prêmio
instituído pela Universidade Federal do Ceará para
concurso de monografia - 27.06.85.
24. PRÊMIO EDSON QUEIROZ: Denominação de prêmio
instituído pela Associação Cearense de Imprensa para
concurso de jornalismo -1986.
25. MEDALHA DO INSÍGNE EDUCADOR: conferida pela
Academia Brasileira de Medicina Militar (Rio de Janeiro)
- 22.03.86.
26. DIPLOMA DO CONSELHO DA ORDEM DO CONGRESSO
Memorial Edson Queiroz
NACIONAL - Grau de Oficial: outorgado pelo Congresso
Nacional em sessão de 13.05.86.
27. PLACA CINQÜENTENÁRIA, DO SETOR DE GÁS NO
BRASIL: oferecida pelo Sindigás -1987.
28. TROFÉU LÍDER EMPRESARIAL -12 anos de Balanço
Anual da Gazeta Mercantil -1989.
29. AGÊNCIA EDSON QUEIROZ: Denominação de Agência
da Caixa Econômica Federal no Bairro Edson Queiroz 05.01.90.
30. AVENIDA EDSON QUEIROZ: Denominação de avenida
na cidade de Cascavel, Ceará -15.03.91.
31. LIONS CLUBE EDSON QUEIROZ: Denominação de clube
no Distrito L-15 - 23.08.91
32. AGÊNCIA EDSON QUEIROZ: Denominação de Agência
do Banco do Estado do Ceará no Bairro Edson Queiroz,
Fortaleza -13.03.92.
33. CENTRO DE CONVENÇÕES EDSON QUEIROZ:
Denominação do Centro de Convenções do Ceará, em
Fortaleza.
34. TÍTULO DE EDUCADOR MÉRITO DA ANUP:concedido
pela Associação Nacional das Universidades particulares12.10.92
35. PRÊMIO EDSON QUEIROZ: Denominação de prêmio
instituído pela Unifor para concurso de monografia, em
15.10.93
36. DIPLOMA BENEMÉRITO DA CULTURA BRASILEIRA:
concedido pelo CEPEDE - Instituto Lusíadas- 29.08.94
37. SEDE EDSON QUEIROZ - denominação da sede da
Fundação da Criança-15.06.95.
38. MEDALHA DO MÉRITO CONTÁBIL: concedida pelo
Conselho Federal de Contabilidade - 19.11.97.
39. MEDALHA DO MÉRITO JORNALÍSTICO: conferida pela
Associação Cearense de Imprensa -26.01.98.
Memorial Edson Queiroz
40. MEDALHA BOTICÁRIO FERREIRA: conferida pela Câmara
Municipal de Fortaleza- 17.02.2003.
41. PLACA NO PLENÁRIO DA CÂMARA MUNICIPAL DE
FORTALEZA com a frase que é fronstipício da identidade
e personalidade do Chanceler Edson Queiroz: “Se algum
dia vocês forem surpreendidos pela Injustiça ou pela
Ingratidão, não deixem de crer na vida, de engrandecê-la
pela decência, de construí-la pelo trabalho”- 17.02.2003.
42. TÍTULO DOUTOR HONORIS CAUSA da Universidade
Estadual do Ceará, outorgado in memorian, em sessão de
26.06.2003.
Memorial Edson Queiroz
Memorial Edson Queiroz
Infância
OPEQUENO NEGOCIANTE
Ao terminar o primário foi
transferido para o Seminário
da Prainha
Edson Queiroz aos cinco anos
de idade: noção das primeiras
letras
Memorial Edson Queiroz
Adolescência
ABRINDO OS HORIZONTES
Edson Queiroz demonstrou talento
para os negócios ainda muito jovem
O cabo Edson Queiroz no 23º Batalhão
Memorial Edson Queiroz
Juventude
RUMO AO PORTO SEGURO
Edson e Yolanda
no dia do
casamento
Edson Queiroz, D. Yolanda e filhos
Edson formou-se em contabilidade
Memorial Edson Queiroz
Maturidade I
FORMAÇÃO DO GRUPO
Memorial Edson Queiroz
Maturidade II
UNIFOR MAIOR LEGADO
Primeira Colação de Grau da Unifor
Edson Queiroz discursa
durante a inauguração da
Unifor
Memorial Edson Queiroz
Impresso na Gráfica da Universidade de Fortaleza
da Fundação Edson Queiroz
Av. Washington Soares, 1321
Bairro Edson Queiroz
Fone: (085) 3477.3000 - Fax: (085) 3477.3055
http://www.unifor.br
CEP: 60.811-905 - Fortaleza - Ceará
Memorial Edson Queiroz
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ABERTURA “Para todo homem e para cada acontecimento