Material Técnico
Acrycoat L-100
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Identificação
Fórmula Molecular: Não aplicável
Peso molecular: Não aplicável
DCB / DCI: Não aplicável
CAS: 25806-15-1
INCI: Não aplicável
Denominação botânica: Não aplicável
Sinonímia: Copolímero do ácido metacrílico tipo A.
Descrição / especificação técnica: Polímero filmogênico, derivado dos polimetacrilatos branco com leve
odor característico com no mínimo 46% e no máximo 50,6% de Copolímero do ácido metacrílico tipo A.
Propriedades: A Farmacopeia Americana descreve os polimetacrilatos como copolímeros do ácido
metacrílico completamente polimerizados como acrílico ou como éster metacrílico. Os polimetacrilatos
são polímeros sintéticos catiônicos e aniônicos de dimetilaminoetilmetacrilatos, ácido metacrílico e
ésteres do ácido metacrílico em várias proporções. Diferentes tipos de polimetacrilatos estão disponíveis
comercialmente na forma de pós, dispersões aquosas ou como soluções orgânicas para diversas
aplicações em formulações farmacêuticas.
Os polimetacrilatos são utilizados principalmente em formas sólidas orais como agentes formadores de
filme para o recobrimento de comprimidos, cápsulas duras e também na obtenção de granulados.
Dependendo do tipo de polímero utilizado, o filme formado apresenta características específicas e
diferenciadas solubilidades. Isto permite a obtenção de diferentes perfis de liberação de fármacos, como
de liberação entérica ou prolongada. Por exemplo, alguns copolímeros do ácido metacrílico formam
filmes solúveis no fluido gástrico, em pH abaixo de 5,0. O copolímero do ácido metacrílico/metacrilato de
metila (1:1) é insolúvel em ácidos diluídos e no fluido gástrico e solúvel em soluções e fluido digestivo
com pH acima de 6,0. É solúvel em álcool isopropílico, acetona, etanol ou misturas contendo até 40% de
água.
Composição: Substância isolada.
Aplicações
Indicações:
•
Prevenir a degradação de fármacos ácido-sensíveis à faixa de pH encontrada no estômago,
normalmente variável entre o pH 1,0 a 3,0 (ex. enzimas digestivas, pantoprazol pó, eritromicina
base, etc);
•
Reduzir os efeitos adversos de alguns fármacos, principalmente a irritação da mucosa gástrica e
náusea (ex. anti-inflamatórios não esteroidais, bisacodil, dietilestilbestrol, etc);
•
Evitar que o fármaco sofra diluições antes de atingir o intestino (ex. mesalazina, sulfassalazina,
etc);
•
Para se retardar a liberação do fármaco (ex. quinidina, teofilina, fluoreto de sódio e alcalóides
ergotamina, etc.);
•
Para que o fármaco possa produzir seu efeito máximo no duodeno e jejuno;
•
Para permitir que o fármaco seja liberado em partes distantes do aparelho digestivo tal como no
cólon (ex. fermentos lácteos liofilizados, antiinflamatórios intestinais);
•
Para mascarar odores e sabores indesejáveis;
•
Para aumentar a estabilidade do medicamento;
•
Mecanismo de repetição de dose em comprimidos com camadas sucessivas de revestimento
entérico.
Posologia / concentração: A partir de 7%.
Via de administração: Oral.
Solução magistral:
• Possibilidade de oferecer gastrorresistência a um fármaco.
Referências científicas
Estudos clínicos / Estudos pré-clínicos: Não aplicável.
Farmacologia
Estabilidade: Informação não disponível nas referências consultadas.
Mecanismo de ação: Não aplicável.
Efeitos adversos: Informação não disponível nas referências consultadas.
Contraindicações / precauções: Informação não disponível nas referências consultadas.
Farmacotécnica
Equivalência: Não aplicável.
Concentração / Diluição (fabricante): Não aplicável.
Solubilidade: Informação não disponível nas referências consultadas.
Excipiente sugerido: Não aplicável.
pH estabilidade (produto final): Não aplicável.
Orientações farmacotécnicas:
I. Procedimento de preparo de granulado gastrorresistente com o Acrycoat L-100
Solução de revestimento para obtenção de granulado gastrorresistente
Acrycoat L-100............................................................................................................ 20% (p/v)
PEG 400** ....................................................................................................................... 5% (p/v)
Água destilada ...............................................................................................................3% (v/v)
Álcool isopropílico qsp .................................................................................................. 100mL
**Carbowax 400, Macrogol 400
Procedimento de preparo da solução:
1. Dissolver o copolímero do Acrycoat L-100 em quantidade suficiente de álcool isopropílico.
2. Adicionar os ingredientes restantes e misturar.
3. Ajustar para o volume final com o álcool isopropílico.
Esta solução deverá ser preparada próxima à data de utilização e armazenada em frasco âmbar bem
vedado até o momento de uso.
Condições prévias necessárias
1. Manter a umidade relativa e temperatura adequada: UR: £ 60%, T= 25± 5º C.
Procedimento de preparo do granulado gastrorresistente
1.Pesar o ingrediente ativo ou a mistura de pós a ser revestida.
2.Utilizar 20mL da solução de revestimento para cada 20gramas do ingrediente ativo, procedendo da
maneira descrita nos próximos passos deste procedimento.
3.Tamisar previamente o ingrediente ativo. Em seguida, adicionar uma quantidade suficiente da
solução de revestimento sobre o ingrediente ativo (usar cerca da metade do volume a ser empregado da
solução revestimento) e proceder com a malaxagem até obter uma massa úmida homogênea (no ponto
de granulação).
4.Granular, forçando a passagem da massa por um tamis com abertura de malha entre 1 a 1,4mm.
Recolher o granulado em uma bandeja forrada com papel impermeável (“papel manteiga”). Espalhar o
granulado em camada fina para facilitar a secagem. Secar o granulado em uma estufa aberta em
temperatura não superior a 40º C durante alguns minutos.
5.Malaxar o granulado obtido no passo anterior com o restante da solução de revestimento, passando
novamente a mistura pelo mesmo tamis. Deixar secar novamente na mesma condição anterior.
6.Comprovar o revestimento entérico através do teste de desintegração*. Caso o granulado não cumpra
o teste, malaxar com uma quantidade extra da solução e granular novamente. Verificar novamente a
eficácia do revestimento entérico com um novo teste de desintegração*.
7.Calcular o fator de correção do granulado com a seguinte fórmula:
Fc = Peso final do granulado obtido
Peso inicial do ingrediente ativo
Exemplo:
Após o revestimento de 20g de um fármaco obteve-se 24g de granulado seco. Qual o fator de correção?
Fc = 24 = 1,2 20
Nota: Para encapsulação do granulado, empregar o método volumétrico com a utilização de proveta,
preenchendo o volume restante da cápsula com granulado inerte (ex. com lactose) obtido da mesma
forma empregada no procedimento anterior.
II. Obtenção de cápsulas entéricas pelo método de imersão na solução de revestimento
Solução de revestimento para obtenção de cápsulas entéricas por imersão
Acrycoat L-100........................................................................................... 12,5% (p/v)
PEG 400* ........................................................................................................ 3,4% (p/v)
Acetona:Álcool isopropílico (60:40) qsp ..................................................... 100mL
* Pode ser substituído por Citrato de trietila na concentração de 6,25 % (v/v)
Procedimento de preparo da solução:
1. Dissolver o copolímero do ácido metacrílico em cerca de 90mL da mistura acetona/álcool isopropílico
(60:40). Para evitar a evaporação dos solventes, o recipiente de preparo deverá permanecer coberto com
um filme plástico durante a agitação.
2. Adicionar o agente plastificante (citrato de trietila ou o PEG 400) e misturar.
3. Ajustar para o volume final com a mistura de acetona/álcool isopropílico (60:40).
Esta solução deverá ser preparada próxima à data de utilização e armazenada em frasco âmbar bem
vedado até o momento de uso.
Procedimento de revestimento:
1. Durante o processo de revestimento, manter a umidade relativa e temperatura ambiente apropriadas
(UR: £ 60%, T= 25± 5º C).
2. Revestir preferencialmente cápsulas de cor branca opaca, uma vez que o aspecto do revestimento de
cápsulas coloridas e incolores não são satisfatórios. Encapsular previamente a mistura de pós contendo
o ingrediente ativo antes de iniciar o processo de revestimento.
3. As cápsulas a serem revestidas deverão estar previamente seladas, ou seja, após o seu preenchimento
com a mistura de pós a tampa de ser selada ao corpo da cápsula através do uso de uma solução
hidroalcoólica a 50%(v/v). Esta solução deve ser aplicada na junção dos hemi-receptáculos (junção da
tampa com o corpo) das cápsulas com auxílio de um cotonete umedecido com a mesma.
4. Com auxílio de uma pinça ou suporte imergir a região do corpo das cápsulas, uma a uma, na solução
de revestimento durante uns poucos segundos (cerca de 2 segundos).
5. Após a imersão, remova cuidadosamente o excesso da solução de revestimento na cápsula com
auxílio de um tecido limpo e secar imediatamente a cápsula imersa com um secador de ar em uma
temperatura não elevada (<36º C).
6. Repetir este processo no mínimo 3 vezes, assegurando que as camadas de revestimento superpostas
estejam recobrindo completamente o corpo das cápsulas, incluindo sua parte média (junção).
7. Em seguida, repetir o processo de imersão e secagem conforme descrito nos passos 4, 5 e 6 (no
mínimo mais 3 imersões alternadas com posterior secagem), porém desta vez imergindo a região da
tampa cápsula e incluindo também a região média (junção). Assegurar que as camadas de revestimento
obtidas anteriormente se sobreponham na região da junção da tampa e corpo da cápsula, garantindo
desta forma que a cápsula fique completamente revestida.
III. Obtenção de cápsulas entéricas por vaporização da solução de revestimento em máquina de
revestimento entérico
Solução de revestimento entérico para vaporização em máquina de revestimento entérico
Acrycoat L-100........................................................................................................... 7% (p/v)
Polietilenoglicol 400* ................................................................................................... 1,9mL
Acetona / Álcool absoluto (1:1) qsp........................................................................ 100mL
*Carbowax 400, Macrogol 400.
Procedimento de preparo da solução:
1. Dissolver o copolímero do ácido metacrílico em cerca de 90mL da mistura 1:1 de acetona/álcool. Para
evitar a evaporação dos solventes, o recipiente de preparo deverá permanecer coberto com um filme
plástico durante a agitação.
2. Adicionar o polietilenogliol (agente plastificante) e misturar.
3. Ajustar para o volume final com a mistura 1:1 de acetona/álcool absoluto.
Esta solução deverá ser preparada próxima à data de utilização e armazenada em frasco âmbar bem
vedado até o momento de uso.
Procedimento de revestimento:
1. Pesar previamente as cápsulas vazias que serão utilizadas no preparo do lote a ser manipulado.
Anotar o peso total obtido para fins de cálculos necessários à determinação da quantidade de polímero
a ser aplicado.
2. Calcular a quantidade do copolímero do ácido metacrílico tipo A (Acrycoat L-100) a ser aplicado, em
termos de substância seca do polímero, conforme o cálculo abaixo:
Q = PV x 38%
Onde:
Q = quantidade total de polímero a ser aplicada para revestir as cápsulas, expresso em substância seca
do polímero (g).
Exemplo:
Se considerássemos o peso de 60 cápsulas vazias no. 1 fosse 4,56g, seria necessária a aplicação de 1,73g
do copolímero do ácido metacrílico tipo A (4,56 x 38% = 1,73g) para cada lote de 60 cápsulas.
O valor calculado será posteriormente somado ao peso das cápsulas cheias (preenchidas com a mistura)
3. Preencher previamente ao revestimento as cápsulas vazias (anteriormente pesadas) com a mistura
de pós contendo o ingrediente ativo e excipientes. Realizar o encapsulamento segundo o método
clássico.
4. Após o encapsulamento da mistura de pós (ingrediente(s) ativo(s) + excipientes), selar a junção dos
hemireceptáculos de cada cápsula (junção da tampa com o corpo) aplicando uma solução hidroalcólica
50% (v/v) com auxílio de uma haste flexível. Esta solução deverá ser aplicada no interior da tampa da
cápsula antes e após o travamento e em seguida aplica-se na junção externa dos hemireceptáculos. A
haste flexível deve ser apenas umedecida e não excessivamente molhado na solução hidroalcoólica.
5. Após a selagem, pesar as cápsulas cheias. Anotar o valor total do peso das cápsulas preenchidas e
seladas para fins de cálculos. Somar o peso das cheias seladas ao valor correspondente aos 38% do peso
das cápsulas vazias anteriormente calculado no passo 2 deste procedimento (valor de Q). Fazer os
cálculos conforme a fórmula abaixo:
PT = Q + PP
Onde:
PT = peso teórico das cápsulas revestidas.
Q = (PV x 38%)
PV = peso das cápsulas vazias.
PP = peso das cápsulas preenchidas e seladas.
Exemplo:
Continuando com o mesmo exemplo citado no passo 2, supondo que o peso das cápsulas preenchidas e
seladas seja igual a 16,6g (PP = 16,6g) Qual seria o peso final das cápsulas após o revestimento (peso
teórico das cápsulas revestidas = PT)?
Q = 4,56 x 38% = 1,73g
PT = 1,73g + 16,6g
PT = 18,33g (peso teórico final das cápsulas após o revestimento)
6. Em seguida, verter as cápsulas para o interior do tambor da máquina de revestimento. Direcionar
corretamente o fluxo de ar do secador, evitando que o mesmo cause a projeção das cápsulas para fora
do tambor. Para isto, o fluxo de ar deverá ser direcionado para a lateral do interior do tambor.
7. Preencher o reservatório do frasco spray com a solução de revestimento.
8. Programar a máquina de revestimento para iniciar o processo de revestimento: iniciando com um
fluxo de ar em temperatura não superior a 36º C durante cerca de 5 a 15 segundos e em seguida com a
vaporização da solução de revestimento durante cerca de 10 a 15 segundos, seguida novamente do
fluxo de ar durante 5 a 15 segundos. Este procedimento deverá ser repetido diversas vezes, alternando
a vaporização com sucessiva secagem com fluxo de ar (1 fluxo de ar, 1 vaporização, 1 fluxo de ar por
cada ciclo). Durante este processo, a máquina deverá ser desligada e as cápsulas retiradas para verificar
se o peso final teórico foi atingido (PT). Enquanto o peso teórico não for atingido, o processo deverá ser
repetido até se alcançar um peso próximo do teórico.
Nota:
· Durante o processo de revestimento, a solução de revestimento deverá somente ser vaporizada com o
tambor da máquina em rotação, evitando assim que haja adesão entre as cápsulas e consequente
comprometimento da integridade do filme polimérico de revestimento. Ainda como forma de reduzir a
adesão, eventualmente pode ser necessária que durante o procedimento o operador revolva
periodicamente as cápsulas com as mãos (com luvas). Cápsulas que permanecerem aderidas umas as
outras deverão ser descartadas no final do processo.
· Durante o processo de revestimento, manter a umidade relativa e temperatura ambiente apropriada
(UR: £ 60%, T= 25± 5º C).
· Revestir preferencialmente cápsulas de cor branca opaca, uma vez que o aspecto do revestimento de
cápsulas coloridas e incolores não são satisfatórios.
· O revestimento das cápsulas com a utilização de máquina de revestimento tipo drageadora
proporciona uma maior eficiência, rapidez e reprodutibilidade entre lotes. Além disso, as características
organolépticas finais da cápsula revestida é superior ao obtido pelo método de imersão.
Incompatibilidades: Informação não disponível nas referências consultadas.
Conservação / armazenamento: Armazenar na embalagem original devidamente fechada, em ambiente
seco e bem ventilado, protegido de luz e oxigênio.
Referências bibliográficas
1. Bauer et al. Coated Pharmaceutical Dosage Forms. 1st ed. Boca Raton, Florida: Medpharm Scientific
Publishers,1998.
2. Rowe, R.C.; Sheskley, P.J. & Weller, P.J. Handbook of Pharmaceutical Excipients. 4th ed. London:
Pharmaceutical Press, 2003.
3. Procedimiento Normalizado de Trabajo de Elaboración de cápsulas gastrorresistentes. Guía de
Calidad em Formulación Magistral. Muy Ilustre Colegio Oficial de Farmacéuticos de Valencia, 2007.
4. Ferreira, A. O. Guia Prático da Farmácia Magistral. 3a ed. São Paulo: Pharmabooks, 2008.
5. USP 31 – The United States Pharmacopoeia – The National formulary – NF21. Rockville:United States
Pharmacopeial Convention, 2008.
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