ACENDAM-SE
AS LUZES PARA JEAN-BAPTISTE!
“Meu pai teve a delicadeza de morrer em idade prematura...
Saindo de cena assim, de fininho, Jean-Baptiste me privou do
prazer de conhecê-lo. Ainda hoje, fico espantado do pouco que
sei a seu respeito... Mas na minha família nunca houve alguém
capaz de me despertar a mínima curiosidade por ele...”
As palavras
“Minha querida irmãzinha, cumpro o que prometi e vou te falar do baile de
sábado. Foi uma festa belíssima, muito bem-organizada. Ocorreu nos salões do
hotel Continental; são imensos e luxuosíssimos: no sábado à noite compareceram
três mil pessoas no mínimo, formando um público selecionado; os vestidos eram
bonitos e proporcionaram um lindo espetáculo para os olhos. Lógico que havia uma
porção de militares fardados, com esplêndidos uniformes, como os dos oficiais e
engenheiros-navais. Dois ministros, ex-alunos, Cavaignac e Guieysse, lá estiveram.
Às onze horas anunciaram a chegada do senhor Faure; logo à entrada, os organizadores do baile (entre os quais eu) formaram duas alas, de espadim em punho.
O presidente parecia muito contente e manifestou sua alegria nos concedendo
um dia inteiro de folga na segunda-feira...” Paris, 22 de janeiro de 1896. Como
todas as semanas, um jovem aluno da Escola Politécnica, nascido em Thiviers (na
Dordogne), descrevia à irmã, Hélène, que continuava morando no torrão natal,
todos os detalhes da nova vida de estudante. Jean-Baptiste Sartre, aos vinte e um
anos, tirou o 46º lugar entre 223 candidatos no exame de admissão da “turma de
95”. Esse filho de médico do Sudoeste da França era baixo, franzino, moreno e
retraído: no seu olhar não se vislumbrava o menor brilho, apenas a sobriedade, o
tédio, a falta de vibração dos homens de idade indefinida, amadurecidos demais
aos vinte e já velhos antes de completar trinta. Onze anos mais tarde, estará morto, sem ter sequer envelhecido, depois de procriar um filho, Jean-Paul, que nem
chegou a conhecer direito. Com o belo uniforme e o vasto bigode, parece mais
uma criança fantasiada, miniatura de gente, verdadeiro soldadinho de chumbo.
Alguém seria capaz de prestar atenção nesse projeto de homem, não fosse o
adorno desproporcional do extraordinário bigode? Que se destacava de saída,
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professoral, belicoso, preto, flamante, alvo e seguro. Que provocava e se impunha:
ironia contida, distinção e aprumo tenazes, um olhar de conivência, enfim, desses
baixinhos demais, que desprezam a própria estatura que têm.
Jean-Paul Sartre nunca fez uma referência ao pai, Jean-Baptiste, que ultrapassasse uma página e, mesmo assim, sem entrar em maiores detalhes. Jamais
revelou que tivesse estudado na Escola Politécnica. Nem deixou transpirar uma
ou duas informações que, no entanto, sabia: que o pai, indivíduo brilhante, duplamente bacharel, três vezes laureado no Concurso Geral, de que participavam os
melhores estudantes universitários franceses, e filho de família abastada, decidiu
bem cedo sair de casa, romper com tudo, em busca de aventuras noutras paragens, muito distantes do pequeno lugarejo do Périgord onde havia nascido. E, no
entanto, quantos laços em comum entre Jean-Baptiste e Jean-Paul! Do ponto de
vista físico, um é a própria imagem do outro. O pai: um metro e cinqüenta e seis
de altura; o filho: um e cinqüenta e sete. E depois, o mesmo temperamento de
marginal desses dois jovens bem-nascidos, bem-aquinhoados pela sorte e pela
sociedade, e destinados, desde o berço, a trajetórias garantidas no meio burguês
de onde provinham. Jean-Paul, ao se tornar escritor, resolve embaralhar os vestígios, atrapalhar os biógrafos, despistar os admiradores. Filho de ninguém, é a
opção que faz, decidindo oficialmente que o pai de Sartre não existe. Está certo,
trata-se de um pai que não conheceu: tinha quinze meses de idade quando JeanBaptiste morreu. E quando interrogado sobre o assunto, se refugia na falta de
lembranças, no silêncio da família ou então, pura e simplesmente, no encontro
frustrado de ambos:
– Meu pai? – reiterava, com indiferença. – Era apenas um retrato no quarto
de minha mãe. – E acrescentava, como ponto final: – Nunca tive pai.
Com aquela voz peremptória, ciosa dos mínimos efeitos, que interrompia
qualquer contato com o interlocutor logo depois de pronunciar a última sílaba:
“Nunca tive pai”. Assunto encerrado.
Mas em 1960, em plena fase de indiferença manifesta, o escritor Jean-Paul
Sartre, então com cinqüenta e cinco anos de idade, estava trabalhando numa obra
autobiográfica – talvez a mais bela de todas as que escreveu – que seria publicada
três anos depois: As palavras. De repente, e sem se sentir na obrigação de informar
qualquer pessoa de seu círculo de relações, toma o trem na estação de Austerlitz
e vai parar no Périgord. Lembra-se vagamente de que o pai tinha ali uma irmã, a
tia Hélène Lannes, que morava antigamente na Rua Saint-Front, perpendicular à
catedral. Toca a campainha do número 7, uma casa residencial fronteira ao velho
prédio, agora em ruínas, que antes servia de sede à loja maçônica de Périgueux.
Ninguém atende. Toca de novo. Nada. Resolve descer ao andar térreo para se
informar sobre o paradeiro da tia com o antiquário ali estabelecido.
– A senhora Lannes? Morreu há pouco tempo, uns três meses no máximo...
Acendam-se as luzes para Jean-Baptiste! | 25
Fazia mais de trinta anos que não mantinha o menor contato com a tia, de
quem não gostava e que vinha a ser o último sobrevivente da família paterna.
Segundo contam os vizinhos, a velha insistiu até o fim em adotar atitudes excêntricas, quando não ridículas, achando “bonito” desfilar por Périgueux com a cara
toda pintada de ruge e batom, e sempre com o mesmo vestido preto, tanto no
inverno como no verão, e uma pele de raposa prateada corroída pelas traças em
torno do pescoço, na qual prendia uma rosa vermelha. Um desses vizinhos, só
por brincadeira e sem maldade nenhuma, um dia botou-lhe o apelido de “Madame-de-volta-à-cidade”. Por trás da porta fechada, porém, ainda havia, no dia em
que Sartre tocou a campainha, um baú cheio de cartas, fotografias e lembranças
que mais tarde seria descoberto pelo proprietário do imóvel. Mas, apesar desse
acesso de curiosidade, o escritor não encontrou nada de muito empolgante para
relatar a respeito de Jean-Baptiste e se contentou, para As palavras, em suprimir
mais um pouco das parcas recordações que guardava. O tal baú, com as cartas e
muitas outras lembranças de Jean-Baptiste, foi achado em 1984 nos meandros
folhetinescos de sindicâncias sobre a família. Preâmbulo à sua biografia, eis aqui,
pois, para essa criança sem pai, sob a forma de livro incluído no livro, o relato de
quem foi Jean-Baptiste, junto com algumas informações que o escritor Jean-Paul
Sartre foi buscar em Périgueux...
Seis horas da manhã, saltar da cama ao som do clarim. Das seis às seis e meia,
estudo. Depois, até às oito e trinta, aula no anfiteatro. Às oito e meia, primeira
refeição, composta de uma xícara de leite ou de uma fatia de queijo (gournay ou
roquefort)... Será que Jean-Baptiste gostava desse ritual militar imutável como,
segundo tudo indica, tinha gostado do prestígio da farda? E no dia em que recebeu o novo enxoval, com uniforme, calçados e roupa branca, teria percebido que
estava assumindo uma nova identidade que lhe traria muitas vantagens? Capote
com pelerine... Colete... Duas calças de traje de gala... Um culote... Duas túnicas...
Uma caixa de papelão contendo o quepe do uniforme de gala... Alguns meses mais
tarde pedia aos pais um pequeno empréstimo: “É absolutamente necessário que
eu tenha qualquer coisa para cobrir as costas e as pernas no verão, pois, sendo
oficial, não poderei usar mais o uniforme. Encontrei uma ótima oportunidade para
me vestir com grande elegância e por preço irrisório. Se papai puder me mandar
oitenta ou cem francos, estarei muito bem-provido. Será o início do meu enxoval.
Papai pode considerar isso como empréstimo, se quiser. A partir do próximo ano,
estarei em condições de começar a ressarci-lo.”1
Já fazia três anos que Jean-Baptiste estudava em Paris – tinha feito o curso
preparatório no liceu Henrique IV – e que comunicava, nas cartas para casa, as
observações sociais e deduções políticas que os primeiros contatos com a capital
lhe permitiam tirar. Sabia que o irmão mais velho, Joseph, ia sempre comprar
porcos na feira de Excideuil e providenciava, de sacola de caça a tiracolo, o recolhimento de ovos, patos e animais castrados nas granjas de propriedade da família.
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E que a irmã, Hélène, aprendia em casa, graças ao talento culinário materno, a
receita da omelete de cascas de trufas, das conservas de tomate, ou da torta de
cereja. E que a mãe, devota e convencional, só saía naturalmente para ir à igreja
e recebia, às sextas-feiras, as aristocráticas irmãs de Magondeaux, a mulher do
prefeito e a filha do tabelião. Sabia, também, que o pai, quando andava de charrete, sempre gritava: “Eia, hu!” para o cavalo correr mais depressa ao se dirigir
para os lados de Saint-Germain-des-Près ou de Saint-Sulpice-d’Excideuil, para
atender um parto ou qualquer lavrador atacado de tétano. Sabia, enfim, que a avó
Theulier, sentada na sala da grande mansão da família na rua do Atum, tricotava
atrás da janela, enquanto comentava as idas e vindas em torno dos prédios que
avistava do mesmo ângulo: a igreja e a farmácia.
– Olha, lá se vai outra vez a filha do Lacombe buscar alguma coisa... Será
que a mãe está doente de novo...?
Era a todos eles que Jean-Baptiste se dirigia, ele, o provinciano que tinha
ido para Paris, quando descrevia para a família em Thiviers, no Périgord, o baile
da escola com a presença do presidente da República, ou então, três anos mais
tarde, as manifestações que comemoraram na capital as primeiras alegrias do
pacto franco-russo. Era a todos eles, ainda, que se dirigia no dia em que, depois
de esperar em vão pelo trem das duas e meia que deveria trazer o irmão e a irmã
a Paris, escreveu esta carta indignada: “Foi, sem dúvida, o medo de gastar os sete
vinténs de um telegrama”, lançava-lhes na cara no fim, “que impediu que me
prevenissem do cancelamento dessa visita...”
Ao vir morar em Paris, Jean-Baptiste cortou por completo as relações com
o meio familiar, e o sucesso que obteve na Escola Politécnica permitiu que prosseguisse com uma ruptura que já estava muito adiantada. Da capital, e reanimado
pelas novas experiências, pregava sermões a Hélène, dando-lhe pequenas alfinetadas de irmão paternalista e lições de moral: “Você tem uma tendência muito grande
a se deixar impressionar pelo movimento, pelas festas”, escreve, por exemplo, a
12 de novembro de 1893. “Raciocine com calma para ver como tudo isso é oco e
vazio... Se tivesse vivido algum tempo sozinha, no meio da multidão indiferente... Imagine que todo dia chega a Paris uma quantidade enorme de moças da tua
idade, cujos pais não podem mais sustentá-las, e elas então se precipitam para a
capital, com apenas uns trocados no bolso. Depois de meses de miséria”, acrescentava ainda, “encontram emprego nas lojas de novidades, para ganhar trinta e
cinco, ou quarenta e cinco francos – em Paris!!!” Chegará mesmo a sugerir à irmã
provinciana uma tentativa de sensibilização política! “Se nestes dias você estiver
sentindo muito frio”, escreve em janeiro de 1894, “deve se compadecer de todas
as desgraças dos pobres. Quantos já encontrei, cobertos de trapos, tiritando de frio!
Quinta-feira à noite, vi num mictório um mendigo que tentava esquentar as mãos
com a própria saliva. E diante dos seus olhos desfilam carruagens conduzidas por
cocheiros com o pescoço protegido por peliças. Eu compreendo perfeitamente
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como esses infelizes ficam indignados, exasperados, e viram anarquistas. Porque
hoje não é mais como antigamente, quando a fé produzia mártires. Sê generosa com
os indigentes: e te dês por muito feliz. Se todos os prazeres não estão ao alcance
da tua imaginação, pelo menos conforto é o que não falta...” Jean-Baptiste tinha
desembarcado na capital quase um quarto de século depois da Comuna de Paris,
e as ruas da metrópole ofereciam, ao viajante atento, o espetáculo estridente da
grande indústria, então em pleno apogeu. Além dessas considerações, teria JeanBaptiste levado adiante suas averiguações políticas e sociais? Nada autoriza essa
suposição. Ele chegava, entretanto, no centro vital do país, numa fase particularmente agitada da história da França. Seqüelas do Império, engodo da era radical,
recordações humilhantes da derrota da guerra de 1870 que reduziu a nação francesa
a uma terra mutilada. Anos difíceis para um país que tateava em busca da própria
identidade. E essas informações, de que Jean-Baptiste tomou conhecimento pelos
jornais durante o ano de 1894, não seriam suficientes, como símbolo flagrante de
um período de profundos abalos nacionais? Sucessivamente, portanto, soube do
assassinato do presidente da República, Sadi-Carnot, e da condenação do capitão
Dreyfus. Dois fatos marcantes e sombrios que não deixaram de provocar, por trás
das altas paredes brancas da colina de Sainte-Geneviève, emoções louváveis: não
é fácil ficar indiferente ao desaparecimento ou à condenação de dois ex-alunos da
Escola Politécnica. Mesmo se essa França que condenava Dreyfus perpetuava as
tradições de um exército que se mantinha, em grande parte, monarquista, clerical
e muitas vezes anti-semita.
Não, Jean-Baptiste não se mostrou tão sensível assim aos grandes abalos
históricos. Queria “progredir”, como dizia à irmã, e ingressar na Politécnica. Esse
famoso colégio militar não vinha dando ao país, há um século, além de engenheiros
excepcionais, filósofos como Auguste Comte ou Georges Sorel, estadistas como
Sadi-Carnot, grandes marujos – cujo uniforme Jean-Baptiste tanto apreciava – como
os almirantes Rigault de Genouilly e Courbet, personalidades de proa das guerras
coloniais francesas na Indochina? “Formar engenheiros de todos os tipos”, prescrevia a lei de 21 de ventoso* do ano II (11 de março de 1794), que transformou
a Escola Central dos Trabalhos Públicos em Escola Politécnica. “Restabelecer
o ensino das ciências exatas”, prosseguia o texto, “suspenso durante os anos de
crise da Revolução.” Fazia um século, portanto, que a França fornecia à Escola
Politécnica seus “grandes matemáticos”, submetidos à severa triagem de um
concurso terrível. E que a Escola aprontava os que pretendia transformar, em dois
anos de colégio militar e rigorosos estudos, na elite ativa do país. Jean-Baptiste ali
estudou astronomia, estereotomia, mecânica, desenho de arquitetura, literatura;
e, desde o primeiro ano, os resultados obtidos confirmaram os bons prognósticos
do concurso de admissão: tirou 13,50 em instrução militar, 14 em traçados de
estereotomia, 14 também em literatura e história, 15,67 em astronomia e 17,6 em
* Sexto mês do calendário republicano, vigente de 24 de outubro de 1773 a 1º de janeiro de 1806. (N.T.)
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mecânica. Levava a vida estudiosa e privilegiada de seus colegas da turma de 1895,
freqüentador assíduo dos outros bailes da temporada, o de Saint-Cyr, o da Prefeitura,
ávido por teatro ou, mais simplesmente, pelas intermináveis partidas de pôquer com
os companheiros da “caserna 23”: Chapelot, Perra, Lafargue, Vallantin, Marsollier ou
Schweitzer... E diante de todos esses rapazes, verdadeiros meninos rechonchudos, de
buço incipiente, que se diria passados diretamente do berço para o uniforme, lá estava
Jean-Baptiste, bem sério, de olho atento no famoso bigode, plácido, circunspecto, já
de certo modo entediado de tudo.
Quando, na classificação final, após os dois anos do curso, Jean-Baptiste soube
que havia tirado o 27º lugar num total de 223 alunos – a “nata”, na gíria do colégio
–, resolveu logo que pouco lhe interessava aproveitar-se de uma colocação tão boa
e se alistou na Marinha. Não seria porque em Thiviers, numa casa vizinha, morava
antigamente o almirante Fourichon, ministro da Marinha e da Guerra em 1870, de
quem ainda se contava, entre sorrisos, uma história fantástica de fuga em balão com
Gambetta? O fato é que eram raros os marinheiros vindos do Périgord: prova está que
os colegas de turma que acompanharam Jean-Baptiste nessa opção, Cloître, Denquin
e Marteville, nascidos respectivamente em Saint-Brieuc, Calais e Cherbourg, todos
os três órfãos de pai marinheiro, seguiam uma vocação permanente, marcada por
indelével hereditariedade.2 Ele, não: preferiu singrar os mares, lá daquela cidadezinha
de Thiviers, passagem obrigatória entre Limoges e Périgueux, lugarejo estratégico,
posto de fronteira desde o tempo em que, na Aquitânia inglesa, cobrava-se pedágio,
lá daquela cidadezinha de Thiviers, onde as nostalgias históricas se alimentam muito
mais dos canhões de fabricação local, de cidadelas feudais, pontes levadiças e aríetes
lançados das ameias das torres, que das batalhas navais e outras esquadras espanholas
ou inglesas. Jean-Baptiste inventava sonhos e projetos em torno dessa frota de encouraçados, torpedeiros, avisos e canhoneiros que acabavam de substituir as fragatas
e os navios de grande calado. Depois de Paris, da Politécnica, a opção pela Marinha
não representava, de fato, a mais significativa de todas as rupturas com Thiviers?
Pois sabia que essa carreira iria levá-lo aos extremos confins do mundo, para longe
de sua terra em viagens muito demoradas: de três, quatro, cinco anos, talvez. Antes
de embarcar, no dia 1º de outubro de 1897, em Brest, no barco à vela Melpomène,
voltou a Thiviers, pela última vez antes da grande partida.
Reviu as ruas estreitas e íngremes que todo mundo tem que enfrentar ao sair
da estação para chegar à igreja: o beco dos Pregos, a rua dos Óleos, a Ladeira do
Arqueiro, a praça dos Três Lados, a do Chapéu Vermelho, e as belas casas medievais
da parte antiga da cidade, com seus telhados de argamassa de palha e vigas escuras.
Reencontrou os olmos da praça principal, o campanário quadrado da igreja, o castelo
do amigo Magondeaux, lá atrás, e depois, ao lado, a farmácia adquirida em 1821
pelo bisavô, Jacquot Theullier, e mais tarde legada a seu avô Jean-Baptiste Chavoix,
farmacêutico de primeira classe. Por fim, logo em frente, a grande mansão da família
na rua do Atum, comprada pelo avô por mil francos, de Joseph Faure, em 1862.
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