UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
ANA MARIA PIENTA
O USO DA LITERATURA INFANTIL NO TRABALHO
PSICOPEDAGÓGICO COMO CONTRIBUIÇÃO PARA O PROCESSO
DE SUPERAÇÃO DAS DIFICULDADES DE LEITURA E ESCRITA
CURITIBA
2013
ANA MARIA PIENTA
O USO DA LITERATURA INFANTIL NO TRABALHO
PSICOPEDAGÓGICO COMO CONTRIBUIÇÃO PARA O PROCESSO
DE SUPERAÇÃO DAS DIFICULDADES DE LEITURA E ESCRITA.
Monografia apresentada como requisito parcial de
conclusão do curso de Pós-graduação Lato Sensu
em Psicopedagogia da Universidade Tuiuti do
Paraná.
Orientadora: Prof.ª Laura Bianca Monti
CURITIBA
2013
RESUMO
Trata do uso da Literatura Infantil no trabalho psicopedagógico como contribuição
para o processo de superação das dificuldades de leitura e escrita. Optou-se por
essa pesquisa, notando que muitas crianças não gostam de ler demonstrando que
não possuem o hábito da leitura e ainda existem aquelas que além disso possuem
dificuldades de leitura e escrita. Este estudo é relevante, na medida em que busca
uma forma de trabalho para ajudar as crianças, que possuem dificuldades de leitura
e escrita, pois dessa maneira poderão superar esses problemas. Pretende-se
demonstrar que a Literatura Infantil contribui no trabalho psicopedagógico
auxiliando no processo de superação das dificuldades de leitura e escrita de
crianças. Bem como pesquisar como a Literatura Infantil é apresentada para as
crianças e analisar se dessa maneira estão sendo estimuladas a gostar de ler.
Descrever e demonstrar sobre a importância e a utilização da Literatura Infantil para
que possa auxiliar no trabalho do psicopedagogo e contribuir para a superação das
dificuldades de leitura e escrita de crianças. Esta pesquisa tem caráter bibliográfico.
A Literatura Infantil vem auxiliar nesse processo, de superação das dificuldades
estimulando o gosto pela leitura, na medida em que oferece à criança uma
aprendizagem prazerosa, auxiliando-a a retomar o prazer de aprender, de ler e
escrever, permitindo que possa resolver seus problemas internos, enfrentando seus
medos e dificuldades, rumo a superação dos mesmos.
Palavras-chave: Dificuldades de Leitura e Escrita. Psicopedagogia. Literatura Infantil.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5
2 A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL .................................................... 7
3 O CONTO DE FADAS: UMA CONTRIBUIÇÃO DE GILLING, BETTELHEIM E
MATOS. .................................................................................................................... 12
4 A LITERATURA INFANTIL, AUXILIANDO NA SUPERAÇÃO DAS
DIFICULDADES DE LEITURA E ESCRITA ............................................................. 15
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 21
REFERÊNCIAS: ....................................................................................................... 23
ANEXO A - SUGESTÃO DE LIVROS PARA A IDADE DE 6 A 10 ANOS ............... 24
ANEXO B - SUGESTÃO DE LIVROS PARA A IDADE DE 11 A 14 ANOS ............. 31
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1 INTRODUÇÃO
Esta pesquisa destina-se ao público infantil com dificuldades em leitura e
escrita, bem como ao uso da literatura infantil.
Nota-se que hoje, muitas crianças não gostam de ler demonstrando que não
possuem o hábito da leitura e ainda existem aquelas que além disso possuem
dificuldades de leitura e escrita.
Algumas crianças, ainda estão desestimuladas à leitura e os motivos são
diversos. Em casa, muitas vezes as crianças passam horas em frente a televisão,
videogame e até celular e ainda não convivem com leitores, dessa forma não são
estimuladas a gostar de ler.
Na escola, há crianças que se formam leitores e adquirem o hábito de ler
outras não e as causas são várias, entre elas está a forma inadequada de
alfabetização, maneira errada de incentivar o hábito de ler, ou até a inexistência de
projetos e incentivo à leitura.
Existem também, aquelas crianças que, por algum motivo, bloquearam a
aprendizagem, sendo que não querem ou não conseguem aprender e quando se
trata de leitura e escrita, é preciso ajudá-las para que retomem o prazer de aprender,
bem como de ler e escrever.
A Literatura Infantil vem auxiliar nesse processo, de superação das
dificuldades com a leitura e escrita, estimulando o gosto pela leitura, ajudando-as a
recuperar o prazer de aprender, bem como de ler e escrever readquirindo o gosto
pelas palavras, na medida em que oferece à criança uma aprendizagem prazerosa.
Esta pesquisa é relevante na medida em que busca uma forma de trabalho para
ajudar as crianças que possuem dificuldades de leitura e escrita, pois dessa maneira
poderão superar suas dificuldades.
Este estudo tem como objetivo demonstrar que
a
Literatura Infantil
contribui no trabalho psicopedagógico auxiliando no processo de superação das
dificuldades de leitura e escrita. Também foi pesquisado como a Literatura Infantil é
apresentada para as crianças e analisar se dessa maneira estão sendo estimuladas
a gostar de ler, procurou-se escrever sobre a importância de Literatura Infantil e
pesquisar e demonstrar como utilizá-la no trabalho psicopedagógico com a
finalidade de superar as dificuldades de leitura e escrita.
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Será realizada uma pesquisa bibliográfica. No primeiro capítulo é
apresentado a importância da Literatura Infantil. Já no segundo capítulo descreve-se
sobre os contos de fadas e sua importância para a criança. No terceiro capítulo
buscou-se demonstrar como a Literatura Infantil , auxilia na superação das
dificuldade se leitura e escrita.
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2 A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL
A Literatura Infantil contribui para a formação do leitor verdadeiro e para a
superação das dificuldades de leitura e escrita.
O livro pode ser oferecido até para o bebê, que provavelmente irá considerálo um brinquedo, o qual é manipulado podendo ainda ser levado para o banho se for
de plástico.
Gillig (1999) considera que, a primeira relação da criança com os livros é
afetiva.
O incentivo a leitura deveria começar já nos primeiros anos de vida da
criança, quando os pais ou outros familiares possibilitam o contato com os livros,
contam e leem histórias e até dão o exemplo sendo também leitores.
Mas para alguns essa realidade é bem diferente, os pais muitas vezes estão
ocupados demais para contar histórias para os filhos, chegam a presentear a criança
mas não com livros e ainda eles mesmos não possuem o hábito de ler, ou melhor
não dão o exemplo.
Segundo Chartier (1996, p.49): "Ao lado das crianças acostumadas com os
livros que lhes foram lidos e relidos, sempre existem crianças educadas no meio de
adultos que praticamente não leem".
Existem ainda aquelas crianças que ganham livros dos pais e dos demais
familiares e podem manipulá-los a vontade. Outras já estabeleceram um vínculo
negativo com o livro, pois existem muitos destes em casa mas as crianças não têm
acesso a eles para que não estraguem.
Muitas crianças não recebem esse estímulo da família para a leitura, mas
isso não quer dizer que necessariamente terão dificuldades de aprendizagem. De
acordo com Gillig (1999, p. 99): elas poderão "descobrir o livro na escola como
objeto de desejo e ao mesmo tempo como desafio importante do êxito escolar".
Algumas escolas realizam trabalhos maravilhosos para incentivar seus
alunos a ler, propõem e executam projetos de leitura, na sala ou na biblioteca, onde
criam espaços adequados para a leitura, com tapetes e almofadas. Outras escolas
pelo contrário, fazem com que a criança goste cada vez menos de ler, pois algumas
não realizam nenhum trabalho diferenciado para despertar o gosto pela leitura,
outras até realizam mas de forma inadequada, propõe a leitura como obrigação,
como tarefa e dever.
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Já no processo de alfabetização, algumas escolas priorizam que o código
escrito deva anteceder os usos reais da leitura e da escrita. Desta forma as crianças
aprendem a ler, com palavras e sílabas que não têm significado para ela.
Foucambert afirma que:
Na fase de aprendizado, o meio deve proporcionar à criança toda a ajuda
para utilizar textos "verdadeiros" e não simplificar os textos para adaptá-los
às possibilidades atuais do aprendiz. Não se aprende primeiro a ler
palavras, depois frases, mais adiante textos e, finalmente, textos dos quais
se precisa. Aprende-se a ler aperfeiçoando-se, desde o início, o sistema de
interrogação dos textos de que precisamos, mobilizando o "conhecido" para
reduzir o "desconhecido". As intervenções remetem, portanto, à organização
e ao uso desse "conhecido". (FOUCAMBERT,1994, p. 11)
De acordo com Id. (1994), para aprender a ler, é preciso que a criança esteja
envolvida por diversos escritos e presenciar o uso que as pessoas fazem deles, pois
para ser alfabetizado não é necessários este convívio, mas para tornar-se um leitor
é preciso que haja uma interação com um lugar onde as razões para ler são
intensamente vividas.
Para Bettelheim (2007, p.11): “As cartilhas e manuais em que aprende a ler
na escola são destinados ao ensino das habilidades necessárias, sem levar em
conta o significado." Ainda afirma que, “A aquisição de habilidades, inclusive a de
ler, fica destituída de valor quando o que se aprendeu a ler não acrescenta nada de
importante à nossa vida". (BETTELHEIM, 2007, p.11)
No que se refere ao uso do livro pela escola, Rodari acrescenta que:
O encontro decisivo da meninada com os livros dá-se no banco da escola.
Se acontecer em uma situação criativa, onde o importante é a vida e não o
exercício, poderá surgir algum gosto pela leitura, gosto esse com o qual não
se nasce, porque não é um instinto. Se acontecer em uma situação
burocrática, se o livro limitar-se como instrumento de exercício (cópia,
resumo, análise gramatical) sufocado pelo tradicional mecanismo de
"pergunta e resposta", poderá nascer a técnica da leitura, mas não o gosto.
Os garotos saberão ler, mas lerão apenas obrigados. (RODARI, 1982, P.
125)
A Literatura Infantil vem auxiliar a criança, a habituar-se com o uso da escrita
no mundo. Chartier (1996) afirma que a familiarização da criança com a escrita e
seus conteúdos além de ser consequência da aprendizagem da leitura é também
uma condição para que ela ocorra de maneira adequada.
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Chartier (1996, p.9) observa que: "Se tantas crianças são más leitoras, a
causa disso talvez seja sua incapacidade de construírem sozinhas o sentido de
textos dos quais os professores apreciam mais a decodificação do que a
compreensão."
Considerando que algumas crianças não receberam estímulos adequados
para o gosto pela leitura, tanto em casa quanto na escola, o uso da Literatura Infantil
na sessão de psicopedagogia pode ter a função de oferecer, à criança, o prazer de
ler, desenvolver o hábito da leitura e ainda estabelecer um vínculo positivo com os
livros e com a leitura e escrita, auxiliando na superação das dificuldades de ler e
escrever.
A Literatura Infantil pode ser fonte de prazer, oferecendo algo significativo
para a criança. Também contribui para a formação do gosto pela leitura e incentivo
para a mesma, justamente pelo fato de ser algo prazeroso e divertido para a criança
e não ter a ideia de tarefa e obrigação.
Segundo Gilling (1999), quando as crianças são atraídas pelo encanto que o
maravilhoso exerce, podem ficar com os olhos fixos nos lábios do contador. E ainda
diz que:
O grande prazer provocado pela escuta de um conto tem suas raízes no
imaginário. Trata-se da apropriação que a criança faz da palavra do
contador, dando sentido a ela e integrando-a em seu universo pessoal
psicoafetivo. Mas o escrito do conto também está no imaginário, é
simbolizado pelo código convencional alfabético, cuja porta de acesso pode
ou não suscitar o desejo de nele penetrar. É necessário que essa entrada
no mundo do escrito aconteça com um desejo e um prazer da mesma
ordem. Daí a importância da presença do conto escrito no contar como
vetor de transmissão do objeto do desejo/ prazer do imaginário para o
cultural. O conto escrito é exatamente um objeto transicional que se pode
apalpar, manipular, sentir primeiro através dos sentidos, ou seja, integrá-los
em si, apropriar-se dele. ( GILLIG, 1999, p.86)
É o encantamento o responsável por criar o gosto pela leitura. Faz com que
a criança goste da história e a magia da história consegue encantar através da
imaginação.
Held (1980) garante que no conto, a criança encontra refúgio, recreação que
permite que ela enfrente melhor o universo das regras. Ainda assegura que, o
conto, também permite que a criança projete seus desejos e temores pessoais frente
à sociedade adulta.
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Segundo a mesma autora a criança, ao entrar em contato com os contos, é
estimulada a interrogar sobre o homem e sobre o próprio mundo. Diz que a criança
precisa de sonhos e imaginação, pois estes são fundamentais, para que venha a se
desenvolver de maneira equilibrada e harmoniosa. Portanto, a imaginação precisa
ser alimentada, através do conto, da poesia, pela pintura, pela música e por
qualquer forma de arte . Comenta também, que a linguagem fantástica, tanto da
poesia quanto a do conto, alimenta a imaginação da criança, através do som, ritmo e
imagens e garante que: "A leitura do real passa pelo imaginário".(HELD, 1980, p. 17)
Para Id. (1980) A criança precisa se familiarizar com linguagens diferentes
para construir uma expressão pessoal. A linguagem poética e fantástica, por
exemplo, é um convite à viagem ao país das palavras e oferece à criança o sentido
da linguagem, tornando-se também insubstituível na formação equilibrada de uma
criança.
As fábulas por exemplo, ajudam a criança alimentar sua imaginação e ainda
estimula sua criatividade. Rodari (1982), realiza um estudo com as fábulas e diz ter
a sensação de que a criança contemple as estruturas da sua própria imaginação nas
estruturas da fábula, auxiliando-a na construção de um instrumento indispensável ao
conhecimento e ao domínio do real. E acrescenta que:
A mente é uma só. Sua criatividade pode ser cultivada em muitas direções.
As fábulas (escutadas ou inventadas) não são "tudo" que concerne à
criança. O livre uso de todas as possibilidades da língua não representa
senão uma das direções em que a criatividade pode expandir-se... A
imaginação da criança, estimulada a inventar palavras, aplicará seus
instrumentos sobre todos os traços da experiência, que provocarão sua
intervenção criativa. As fábulas servem à matemática como a matemática
serve às fábulas. (RODARI, 1982, P. 139)
Id. (1982) afirma que, através das fábulas a criança tem contato com a
língua materna, no que diz respeito as palavras, formas e estrutura, dessa forma a
fábula fornece para a criança informações sobre a língua. No que se refere, ao uso
das fábulas, o autor questiona e ele próprio responde:
Para que lhe serve ainda a fábula? Para construir-se estruturas mentais,
para estabelecer relações como " eu, os outros", " eu, as coisas", "as coisas
verdadeiras, as coisas inventadas". Serve-lhe para tomar distância no
espaço ("longe, perto") e no tempo ( "uma vez - agora", "antes - depois",
"ontem - hoje - amanhã"). ( RODARI, 1982, P. 116)
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Para Gillig (1999) as crianças que leem mal são facilmente identificadas
através de alguns sinais, como sofrer diante da decifração e manifestar reações de
desprazer e de tédio durante a leitura. E ainda quanto as dificuldades de leitura, se
posiciona dizendo que é preciso:
Criar essa vontade, suscitar e conservar o desejo e o prazer de ler
estabelecendo relações lúdicas e afetivas entre a criança e o objeto livro, tal
é o desafio a ser lançado pelos pedagogos encarregados das crianças que
leem mal ou daquelas que estão se tornando maus leitores. ( GILLIG, 1999,
p.98)
A Literatura Infantil proporciona à criança, que traz um histórico de
dificuldade de leitura e escrita, a oportunidade de se maravilhar com as histórias
contadas ou lidas com o auxílio de um livro, e dessa forma adquirir o gosto pela
leitura, que será desta vez significativa para ela. Essas histórias que tanto seduzem
e encantam, são responsáveis também por auxiliar a criança a resolver seus
problemas psicológicos pessoais e seguir rumo a superação das dificuldades de
leitura e escrita.
Segundo Gillig (1999, p.181) é necessário: "permitir à criança que dê
novamente sentido à sua vida, ao trabalho psicopedagógico e à própria escola,
deve também propor-lhe modelos de identificação possível e pistas para ter êxito".
Para superar suas dificuldades de aprendizagem a criança, precisa mais do
que querer, precisa reencontrar um significado para a aprendizagem, bem como
para a leitura e escrita.
As crianças que escutam histórias contadas, podem se identificar com os
heróis da história e quando tem a oportunidade de dramatizar, de desenhar, pintar
ou modelar com massinha o que mais gostou na história, ela estará exercitando a
criatividade. Logo poderá exercitar essa criatividade também na escrita, quando
pode criar uma nova história, pode escrever como imaginou a continuação daquela
história que acabou de ouvir.
A Literatura Infantil é muito rica e proporciona à criança oportunidades de
superar suas dificuldades de leitura e escrita.
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3 O CONTO DE FADAS: UMA CONTRIBUIÇÃO DE GILLING, BETTELHEIM E
MATOS.
Para Gilling (1999, p.23) o que caracteriza todos os contos é: "o fato de
pertencerem à literatura de tipo narrativo, relatando fatos que têm um início, um
desenvolvimento e um fim no tempo da narrativa que é enunciado".
De acordo com Id. (1999) os contos fazem parte de um gênero literário e são
verdadeiras obras de arte, em especial as que se apresentam nas versões escritas.
Afirma que o conto enriquece e estimula o imaginário das crianças e desenvolve a
competência narrativa indispensável a produção e a escrita dos contos, ainda
enriquece competências linguísticas orais.
No que diz respeito ao uso do conto, o Id. também escreve que:
A utilização do conto, por ele colocar em cena situações em que provas e
buscas se concluem com sucesso, como as provas difíceis e as buscas
dolorosas da criança perturbada que está em trabalho psicopedagógico,
parece ser um mediador entre o imaginário da criança, que ele leva
amplamente em conta, e a construção de competências que a escola
espera do aluno e que tenta tornar desejáveis para ele. (GILLIG, 1999, p.
19)
Bettelheim, fala da importância dos contos de fadas e garante que:
Em todos esses aspectos e em vários outros, no conjunto da “literatura
infantil” – com raras exceções- , nada é tão enriquecedor e satisfatório, seja
para a criança, seja para o adulto, do que o conto de fadas popular. É bem
verdade que, num nível manifesto, os contos de fadas pouco ensinam sobre
as condições específicas da vida na moderna sociedade de massa; eles
foram inventados muito antes do seu surgimento. No entanto, por meio
deles pode-se aprender mais sobre os problemas íntimos dos seres
humanos e sobre as soluções corretas para suas dificuldades em qualquer
sociedade do que com qualquer outro tipo de história compreensível por
uma criança. (BETTELHEIM, 2007, p.11)
Matos (2009) vem afirmar que há muitas riquezas em um conto e garante
que existem várias possibilidades de trabalhar com o conto. Dizendo que: " Da préescola à universidade, os contos têm-se revelado um recurso extremamente eficaz,
segundo testemunho de professores desses vários ciclos." ( MATOS, 2009, p. 40)
Segundo Gilling ( 1999, p. 68) o cinema utiliza-se dos efeitos especiais e nos
espetáculos de magia usam-se de truques. E afirma que no conto "o contista
trabalha sobre a ilusão do real e onde o encantamento se dá numa certa relação de
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conivência com o ouvinte, ou com o leitor, mesmo nas crianças muito pequenas".
(GILLIG, 1999, p.68).
Este trabalho com os contos é criticado por algumas pessoas que
consideram deixar a crianças num mundo de fantasia, distante da realidade e não
prepará-la para a vida, para enfrentar os desafios do cotidiano. Segundo Bettelheim
( 2007, p.169):" alguns pais temem que a mente de uma criança possa ficar tão
saturada de fantasia de conto de fadas a ponto de não se preocupar em aprender a
lidar com a realidade. É o oposto, porém, que é verdadeiro." Diz ainda que "a
personalidade total, de modo a poder lidar com as tarefas da vida, necessita do
respaldo de uma fantasia rica combinada a uma consciência firme e uma apreensão
clara da realidade." (BETTELHEIM, 2007, p.169)
Id.(2007) ressalta que uma história pode prender a atenção da criança,
despertar curiosidade, ser também entretenimento e além do mais enriquecer a sua
vida na medida em que precisa estimular a sua imaginação, auxiliar a desenvolver
seu intelecto tornando claras as suas emoções, conseguir uma harmonia com suas
ansiedades e aspirações; ajudar a reconhecer suas dificuldades indicando soluções
para os problemas que a perturbam. Deve também relacionar-se com todos os
aspectos de sua personalidade e desenvolver a confiança da criança em si mesma e
no seu futuro.
Os contos ajudam a criança a enfrentar seus problemas, sejam eles medos,
angústias, dificuldades de amadurecer ou outros, na medida em que a criança se
identifica com os personagens da história. Possibilitam que a criança possa
expressar seus sentimentos, desejos, emoções , tudo que não poderia dizer de outra
maneira, ou que a própria criança não admitiria sentir.
Os contos auxiliam a criança, a enfrentar os problemas da vida. Bettelheim
em suas palavras, explica muito bem isso dizendo que:
A prescrição de Freud é de que só lutando corajosamente contra o que
aparenta ser desvantagens esmagadoras o homem consegue extrair um
sentido da sua existência.
Essa é exatamente a mensagem que os contos de fadas transmitem à
criança de forma variada: que uma luta contra dificuldades graves na vida é
inevitável, é parte intrínseca da existência humana – mas que, se a pessoa
não se intimida e se defronta resolutamente com as provações inesperadas
e muitas vezes injustas, dominará todos os obstáculos e ao fim emergirá
vitoriosa.(BETTELHEIM, 2007, p 15)
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O uso dos contos no trabalho psicopedagógico, será de grande valor,
oportunizando que a criança recobre sua capacidade e vontade de aprender,
recuperando também a capacidade de amadurecer, de querer crescer enfrentando
seus medos e temores.
As crianças quando escutam contos que são contados, podem se identificar
com os heróis da história. E quando a criança tem a oportunidade de criar uma outra
história, bem como dramatizar um conto, de desenhar sobre o que mais gostou na
história, ela estará expressando seus sentimentos e emoções, bem como
exercitando a criatividade.
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4 A LITERATURA INFANTIL, AUXILIANDO NA SUPERAÇÃO DAS
DIFICULDADES DE LEITURA E ESCRITA
Quando o problema de aprendizagem é o que Fernandez (1991) chama de
"reativo", afeta a aprendizagem, mas sem aprisionar a inteligência, surge do choque
entre a criança e a instituição de ensino, dessa forma não precisará, na maior parte
das crianças, de atendimento psicopedagógico e será necessário portanto uma
intervenção com a instituição de ensino.
Id (1991) adverte que, quando se caracteriza em um "sintoma", precisa sim
de ajuda de um profissional, pois como ela diz:
O problema de aprendizagem que constitui um "sintoma" ou uma "inibição"
toma forma em um indivíduo, afetando a dinâmica de articulação entre os
níveis de inteligência, o desejo, o organismo e o corpo, redundando em um
aprisionamento da inteligência e da corporeidade por parte da estrutura
simbólica inconsciente.( FERNÁNDEZ , 1991, p. 82):
Id. (1991) destaca que quando o sintoma expresso consiste em não
aprender, isso significa que é alguma coisa referente ao saber, conhecimento. Para
ela o sintoma vem disfarçado. E ainda menciona que:
O sintoma é o retorno do reprimido. É uma transação que tem a ver com
uma luta entre instâncias conscientes e inconscientes, para que aquilo que
se pretendeu reprimir, mantenha-se reprimido: não é algo que sucedeu no
passado e foi sepultado. Há uma luta constante, uma batalha permanente,
para que o reprimido não apareça. (FERNÁNDEZ, 1991, p. 85)
Id. (1991) ainda afirma que o "sintoma - problema de aprendizagem" como
descreve, gera alguns problemas para a criança, que renuncia ao aprender ou
aprende perturbadamente, e além disso tudo isso fará com que sua
estrutura
cognitiva , bem como a imagem corporal ,seja alterada e perturbada. Na opinião de
Fernández, a maioria dos caso de fracasso escolar é um problema "reativo", das
crianças frente a um sistema de ensino que não as aceita, que ignora seu saber e
ainda prioriza o acúmulo de conhecimento.
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Estas crianças na maioria das vezes não se adaptam ao sistema de ensino e
como afirma Fernandes:
O determinante em sua produção tem a ver com fatores externos à criança
ou ao adolescente. Resulta, por exemplo, a má inserção no meio educativo,
ou modificado certo vínculo ensinante-aprendente, poderá superar-se o
transtorno de aprendizagem, já que não se instalou na estrutura interna do
paciente, nem se prendeu a esta situação externa com significações
atribuídas inconscientemente pelo sujeito ao aprender e ao conhecer,
anteriores a esta determinante externa. O problema de aprendizagem
reativo não implica necessariamente uma modalidade de aprendizagem
alterada, nem uma atribuição simbólica patológica ao conhecer, nem uma
inteligência atrapada. (FERNÁNDEZ, 1991, p. 87)
Id. (1991) explica que o objetivo do trabalho psicopedagógico direciona-se a
auxiliar o paciente a recuperar o prazer de aprender que foi perdido, junto com a
autonomia de exercício da inteligência. E garante que:
A intervenção psicopedagógica não se dirige ao sintoma, mas a poder
mobilizar a modalidade de aprendizagem. A partir de tal mobilização, vamos
relativizando os fatores que constroem o sintoma. (FERNÁNDEZ, 1991, p.
117)
Weiss [2000?] menciona que o sintoma apresentado pela criança está
sempre mostrando algo, ou melhor o paciente está querendo dizer algo a alguém,
desta forma se pretende a sua forma de aprender, bem como os desvios que estão
ocorrendo nesse processo. Afirma que a escola deveria estimular a aprendizagem e
ainda diz que a função do educador se distingue do clínico, o qual terá
obrigatoriamente que realizar uma intervenção, buscando remover as causas
profundas que levaram ao quadro de não- aprender.
No trabalho psicopedagógico muito utiliza-se os jogos pedagógicos para
trabalhar com as dificuldades de aprendizagem, com grandes ganhos para a
criança. O que se propõe então, é utilizar a Literatura Infantil, com diversas formas
de trabalho, da mesma forma que usam-se os jogos pedagógicos.
O uso da Literatura Infantil na seção de Psicopedagogia pode ter a função
de oferecer às crianças o prazer de ler, incentivando a terem o hábito da leitura e
auxiliar na superação de dificuldades de leitura e escrita.
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Held (1980), acrescenta que muitas crianças, a partir de histórias que
ouviram ou leram,
inventam histórias em quadrinhos, outras ainda discutem
livremente as razões que as fizeram gostar da história ou após leitura de poemas ou
contos, tiveram elas próprias a vontade de escrever deixando sua fantasia agir
livremente. Como diz a autora:
O que tranquiliza e dá esperança é ver quanto a criança, mesmo bloqueada
por certo contexto social, reencontra rapidamente suas possibilidades
imaginativas, seu gosto por palavras e pela brincadeira, logo que se sente
confiante num clima em que a impregnação poética e fantástica retoma
seus direitos e em que é convidada a criar a partir dessa impregnação.
(HELD, 1980, p. 216)
Quando trabalha-se com crianças que possuem dificuldades de leitura e
escrita, é preciso ir além do trabalho de ensinar elas a ler e a escrever, é preciso sim
realizar esse trabalho mas junto a isso ensiná-las a gostar de ler dessa forma o
trabalho será muito mais fácil, pois a criança vai estar motivada e interessada em
aprender a ler, em superar suas dificuldades.
Para isso a criança precisa ter acesso aos livros, poder ter contato com eles
e passar por essa experiência, a qual pode não ter presenciado até o momento.
No que se refere ao espaço físico, a sala de psicopedagogia deve estar
adaptada para isso, portanto é possível construir o cantinho da leitura, com um
espaço confortável, aconchegante e muito acolhedor, colocando um tapete ou
colchonete, algumas almofadas e uma estante com livros de Literatura Infantil.
A criança irá se encantar com as histórias contadas, logo ela mesma poderá
ler e desfrutar desse momento mágico de encontro com as histórias que trazem
prazer e fazem com que acenda uma luz para o gosto de ler.
Caso a criança peça para emprestar algum livro, para levar para casa,
dizendo que gostaria de terminar uma leitura ou mostrar para a família o que estava
trabalhando, pode-se realizar o empréstimo. A criança poderia levar alguns livros
emprestados para ler em casa, assim os pais podem ser incentivados a contar
histórias, em casa, para as crianças.
É importante ainda que o psicopedagogo, já tenha lido todas as obras que
irá utilizar nesse trabalho.
É preciso cuidar para que se disponha às crianças uma diversidade de
livros, alguns finos e outros grossos, livros ilustrados e outros não, alguns ainda sem
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escrita e somente com imagens. Pois não é bom definir uma leitura adequada para
cada idade, desta maneira a criança pode se interessar por uma leitura mais fácil ou
mais difícil e isso é importante. Pois como escreve Chartier (1996, p.96): "Crianças e
adultos muitas vezes gostam de frequentar textos com exigências variadas".
Segundo id.( 1996), uma outra atividade interessante são os livros gravados,
pois a criança pode com fones de ouvido, acompanhar com os olhos o texto
impresso enquanto escutam a voz gravada. Sendo que, na leitura de livros
gravados, um som de campainha indica quando a criança deve trocar de página,
auxiliando-a a não se perder na leitura. Para ele essa forma de leitura:
Parece captar eficazmente a atenção das crianças que de outro modo
tinham dificuldade, e pode ajudá-las a acompanhar bem leituras longas,
sem transformar a atividade de leitura em simples atividade de escuta.
(CHARTIER, 1996, p. 104)
Held (1980) afirma que, o livro endereçado para as crianças deve ter uma
boa qualidade literária. Dessa forma a colocação da revista Nova Escola (2012) está
correta em selecionar os melhores livros para indicar para as crianças, disponível no
anexo A e B, de acordo com os interesses de cada faixa etária.
Chartier (1996, p. 32), ainda afirma que: "Todas as atividades que permitem
que a criança trabalhe a escrita, multiplique as observações a respeito da língua,
descubra suas funções, usos e prazeres são, portanto, bem vindas."
O trabalho com os livros poderá ser realizado de várias formas: O
psicopedagogo apresenta alguns livros para a criança, logo pode lê-los para ela.
Pode ser realizada uma leitura livre, onde a criança escolhe um livro para ler. Em
seguida diversas atividades podem ser realizadas a partir das histórias, como por
exemplo: desenhos, jogos dramáticos, histórias em quadrinhos, criação de novas
histórias etc... Objetivando que a criança familiarize-se com as histórias e com os
textos.
Gillig (1999) propõe um trabalho bem interessante com os contos, o qual
chama de jogos criativos. O primeiro deles chama de contos desfeitos e afirma que:
Consiste em desviar uma história introduzindo elementos que modificam a
narrativa; mas, em geral, ela termina da mesma maneira [...] elas devem
conhecer a verdadeira história e ter assimilado suficientemente sua trama
estrutural. Uma vez sendo dado o elemento intruso, basta encontrar o início
da história e levar os alunos a imaginar a sequencia a partir de discussões
orais. (Gillig, 1999, p 117)
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Id. (1999), ainda propõe um outro jogo criativo, que são os
contos
invertidos, que é também desfeito. Indica também a salada de contos, onde um
conto é criado com personagens e outros elementos que são retirados de vários
contos. Fala também dos contos desmarcados, onde conserva-se a estrutura do
conto original, mas é preciso transpor o conto para um outro universo. Ainda sugere
os contos em passagem obrigatória, nos quais o conto realiza uma passagem por
um outro lugar e outro tempo. A autora recomenda o trabalho com os contos
cortados, o qual permite que a criança possa completar a história a partir do ponto
em que esta foi interrompida, reconstituindo o texto, na forma oral e posteriormente
por escrito.
Rodari (1982), por sua vez: sugere uma forma de trabalho o qual chama de
jogo, quando oferece as crianças algumas palavras para que inventem uma estória.
Palavras chave que em série sugerem uma estória conhecida pelas crianças, como
a de Chapeuzinho vermelho por exemplo, a última palavra vem quebrar a série,
como helicóptero por exemplo. Dessa forma, as crianças são incentivadas a criar e
abusar da sua criatividade, descobrindo o prazer de inventar. Pois para ele:
A função criativa da imaginação pertence ao homem comum, ao cientista,
ao técnico; é essencial para descobertas científicas bem como para o
nascimento da obra de arte; é realmente condição necessária da vida
cotidiana. (RODARI, 1982, P. 139)
Uma outra sugestão do autor (1982), é o que ele chama de jogo de errar
estórias. Em um momento pode-se contar uma outra versão da estórias uma
paródia. E ainda fala de uma outra forma deste jogo de errar as estórias é uma
inversão de um ou todos os elementos da estória, obtendo um paródia da estória.
Segundo Matos (2009), a arte do contador se encontra na aptidão de
manejar a palavra, transmitindo-lhe emoção, ritmo, entonação, bem como energia.
Essa mesma palavra que maravilha, distrai e diverte. E garante que:
O grande mérito dos bons contadores está em seu talento para criar, em
torno da palavra do conto, um ambiente de fraternidade que possa apagar
as linhas que separam as gerações, as raças e as culturas.( MATOS, 2009,
p. 140)
20
Para Id. ( 2009) à arte de contar é preciso uma preparação, que envolve o
preparo do ouvinte, com o objetivo atrair a atenção para o contador e manter a
atenção durante a contação da história. Segundo o autor:
Numa sessão de contos, o aquecimento faz a ligação entre dois mundos e
dois tempos. De um lado, o mundo da realidade física, concreta e tangível,
onde o cotidiano tece nossa existência num tempo demarcado entre
passado, presente e futuro. De outro lado, o mundo do maravilhoso,
construído com a mesma substância dos sonhos, onde personagens
surpreendentes nos levam a atravessar fronteiras além da realidade. (
MATOS, 2009, p. 128)
O autor (2009) ainda declara que,
terminando de contar um conto, é
possível realizar uma atividade para a descontração dos ouvintes, preparando-os
para a próxima contação. Pode ser proposto uma brincadeira, canção, um ritmo,
adivinhas, anedotas, tudo o que for interativo.
A contação de história, pode ser utilizada também como um recurso para
estimular o gosto pela leitura, logo podem ser realizadas diversas atividades. Essas
atividades oferecem a oportunidade das crianças conviverem com a leitura e escrita,
sendo estimuladas a gostar de ler e ainda trabalhar suas dificuldades de forma
lúdica e até prazerosa.
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5 CONCLUSÃO
A Literatura Infantil é muito importante para a criança, pois enriquece a
imaginação e o vocabulário, estimula a criatividade e ajuda a desenvolver o gosto
pela leitura de maneira lúdica e prazerosa.
A maneira com que a Literatura Infantil está sendo ofertada para as crianças,
muitas vezes não é suficiente para formar o hábito da leitura. Em casa, algumas
crianças são incentivadas a ler e outras não têm acesso a livros ou não recebem o
incentivo e exemplo dos pais e familiares. Existem escolas que propõem muitos
projetos de incentivo a leitura e conseguem bons resultados, também têm casos em
que a escola trabalha de forma errada com Literatura Infantil, como tarefa e
obrigação e em algumas escolas não há nenhum trabalho específico para estimular
o gosto pela leitura.
Existem também, aquelas crianças que não querem ou não conseguem
aprender, pois bloquearam a aprendizagem e no que se refere a aprendizagem de
leitura e escrita, é preciso auxiliá-las a recuperar o prazer de aprender, bem como
de ler e escrever.
O uso da Literatura Infantil, na sessão de psicopedagogia, pode ter a função
de despertar
na criança o gosto pelos livros, pelas letras e pela leitura,
reestabelecendo um vínculo mais positivo com eles.
A Literatura Infantil pode ser fonte de prazer, oferecendo algo significativo
para a criança. Também contribui para a formação do hábito da leitura e incentivo
para a mesma, justamente pelo fato de ser algo prazeroso e divertido para a criança
e não ter a ideia de tarefa e obrigação.
Quando ouve uma história, a criança estará enriquecendo sua imaginação,
sendo que a criança necessita de alimentar o seu imaginário através dessas
histórias. Logo também, se identifica com os personagens da história, podendo
expressar isso através de desenhos, pinturas e dramatizações. Dessa forma estará
exercitando sua criatividade e expressando sentimentos dos quais jamais falaria ou
ela mesma não admitiria sentir. Além disso a Literatura Infantil irá auxiliar na questão
emocional da criança, oportunizando que além de exercitar sua criatividade, também
se identificando com os personagens das histórias, seja incentivada a enfrentar seus
próprios problemas, medos, temores e superar suas dificuldades.
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A Literatura Infantil irá auxiliar no trabalho psicopedagógico com as crianças
que possuem dificuldade de leitura e escrita, contribuindo para a superação dessas
dificuldades. De maneira que pode ser realizada diversas formas de trabalho, como
por exemplo leitura e contação de história, construção e apresentação de teatro,
outras atividades podem ajudar na escrita como reescrita ou continuação de um
conto, pois a criança estará entusiasmada, com um vocabulário riquíssimo e
motivada a escrever suas próprias histórias. Essas atividades oferecem a
oportunidade das crianças conviverem com a leitura e escrita, sendo estimuladas a
gostar de ler e ainda trabalhar suas dificuldades de forma lúdica e até prazerosa. É
importante lembrar, que dessa forma estará sendo oferecido para a criança a
possibilidade de recuperar o prazer de aprender, que foi perdido, reestabelecendo
um vínculo positivo com a aprendizagem e em especial superando suas dificuldades
com a leitura e escrita.
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REFERÊNCIAS:
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. 21. ed. São Paulo: Paz e
Terra, 2007.
CHARTIER, Anne- Marie; CLESSE, Christiane; HEBRARD, Jean. Ler e escrever:
entrando no mundo da escrita. trad. Carla Valduga. Porto Alegre: Artes Médicas,
1996.
FERNÁNDEZ, Alícia. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica
da criança e sua família. 2. ed. trad. Iara Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas,
1991.
FOUCAMBERT, Jean. A leitura em questão. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
GILLIG, Jean-Marie. O conto na Psicopedagogia. trad. Vanise Drech. Porto alegre:
Artes Médicas Sul, 1999.
HELD, Jacqueline. O imaginário no poder. 2. ed. São Paulo: Summus, 1980.
MATOS, Gislayne Avelar; SORSY, Inno. O ofício do contador de histórias. 3. ed. São
Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.
NOVA ESCOLA. São Paulo: Abril, 2012.Edição Especial. n. 41. 13.7893614086262.
RODARI. Gianni. Gramática da fantasia. trad. Antonio Negrini. São Paulo: Summus,
1982.
WEISS, Maria Lucia L. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos
problemas de aprendizagem escolar. 6. ed. [S.I.] : DP&A Editora, [2000?].
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ANEXO A - SUGESTÃO DE LIVROS PARA A IDADE DE 6 A 10 ANOS
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ANEXO B - SUGESTÃO DE LIVROS PARA A IDADE DE 11 A 14 ANOS
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