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LISTA 2 – LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSORA ZEZÉ
1. (Fuvest 2011) Define-se geometricamente a razão áurea do seguinte modo: O ponto C da
figura abaixo divide o segmento AB na razão áurea quando os valores AC/AB e CB/AC são
iguais. Esse valor comum é chamado “razão áurea”.
A razão áurea, também denominada proporção áurea, número de ouro ou divina proporção,
conquistou a imaginação popular e é tema de vários livros e artigos. Em geral, suas
propriedades matemáticas estão corretamente enunciadas, mas muitas afirmações feitas sobre
ela na arte, na arquitetura, na literatura e na estética são falsas ou equivocadas. Infelizmente,
essas afirmações sobre a razão áurea foram amplamente divulgadas e adquiriram status de
senso comum. Mesmo livros de geometria utilizados no ensino médio trazem conceitos
incorretos sobre ela.
Trecho traduzido e adaptado do artigo de G. Markowsky, Misconceptions about the golden
ratio,
The College Mathematics Journal, 23, 1, january, 1992, pp. 2-19.
a) Reescreva o trecho “(...) mas muitas afirmações feitas sobre ela na arte, na arquitetura, na
literatura e na estética são falsas ou equivocadas”, substituindo a conjunção que o inicia por
“embora”, com as devidas alterações.
b) O verbo da oração “Infelizmente, essas afirmações sobre a razão áurea foram amplamente
divulgadas” está na voz passiva analítica. Reescreva-a com o verbo na voz passiva sintética,
fazendo as devidas alterações.
c) Na figura a seguir, o polígono ADEFG é um pentágono regular. Utilize semelhança de
triângulos para demonstrar que o ponto C da figura divide o segmento AB na razão áurea.
2. (Espcex (Aman) 2013) Leia o trecho abaixo:
“Não tenho uma palavra a dizer. Por que não me calo, então? Mas se eu não forçar a palavra a
mudez me engolfará para sempre em ondas. A palavra e a forma serão a tábua onde boiarei
sobre vagalhões de mudez.”
O fragmento, extraído da obra de Clarice Lispector, apresenta
a) uma reflexão sobre o processo de criação literária.
b) uma postura racional, antissentimental, triste e recorrente na literatura dessa fase.
c) traços visíveis da sensibilidade, característica presente na 2ª fase modernista.
d) a visão da autora, sempre preocupada com o valor da mulher na sociedade.
e) exemplos de neologismo, característica comum na 3ª fase modernista.
3. (Pucrj 2013) Texto 1
Espalham-se, por fim, as sombras da noite.
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O sertanejo que de nada cuidou, que não ouviu as harmonias da tarde, nem reparou nos
esplendores do céu, que não viu a tristeza a pairar sobre a terra, que de nada se arreceia,
consubstanciado como está com a solidão, para, relanceia os olhos ao derredor de si e, se no
lagar pressente alguma aguada, por má que seja, apeia-se, desencilha o cavalo e reunindo
logo uns gravetos bem secos, tira fogo do isqueiro, mais por distração do que por necessidade.
Sente-se deveras feliz. Nada lhe perturba a paz do espírito ou o bem-estar do corpo. Nem
sequer monologa, como qualquer homem acostumado a conversar.
Raros são os seus pensamentos: ou rememora as léguas que andou, ou computa as que tem
que vencer para chegar ao término da viagem.
No dia seguinte, quando aos clarões da aurora acorda toda aquela esplêndida natureza,
recomeça ele a caminhar, como na véspera, como sempre.
Nada lhe parece mudado no firmamento: as nuvens de si para si são as mesmas. Dá-lhe o Sol,
quando muito, os pontos cardeais, e a terra só lhe prende a atenção, quando algum sinal mais
particular pode servir-lhe de marco miliário na estrada que vai trilhando.
TAUNAY, Visconde de. Inocência. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000002.pdf>. Acesso em: 20 set. 2012.
Texto 2
Na planície avermelhada, os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham
caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas
como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas.
Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através
dos galhos pelados da caatinga rala.
Arrastaram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o
baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa
correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a
cachorra Baleia iam atrás.
Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar,
sentou-se no chão.
– Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai.
Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Mas o pequeno esperneou
acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas
pancadas e esperou que ele se levantasse. Como isto não acontecesse, espiou os quatro
cantos, zangado, praguejando baixo.
A caatinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram
ossadas. O voo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos moribundos.
– Anda, excomungado.
O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo. Tinha o coração grosso, queria
responsabilizar alguém pela sua desgraça. A seca aparecia-lhe como um fato necessário – e a
obstinação da criança irritava-o. Certamente esse obstáculo miúdo não era culpado, mas
dificultava a marcha, e o vaqueiro precisava chegar, não sabia onde.
RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro: Record, 1986, pp. 9-10.
Texto 3
Toda viagem é interior
embora
por fora
se vista o carro ou o trem
e se aprenda a nadar
com o navio
e a voar
pelos ares, com as bombas
e os aviões;
toda viagem
se faz por dentro
como as estações
se fabricam, invisíveis
a partir do vento
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silenciosas
como quando um pensamento
muda de tempo e de marcha
distraído de si, e entra
em outro clima
com a cabeça no ar:
psiu, míssil, além do som
e de qualquer mapa
ou guia que desenrolo
míope, sobre a estrada
que passa
sob meu pé-pneumático
sob o célere céu azul
do meu chapéu;
toda viagem
avança e se alimenta
apenas de horizontes
futuros, infinitos, vazios
e nuvens:
toda viagem é anterior.
FREITAS FILHO, Armando. Longa vida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982, pp.115-116.
a) Tomando como base a leitura comparativa dos textos 1, 2 e 3, determine o sentido da
palavra “viagem” em cada um deles.
b) Determine o gênero literário predominante no texto 3, justificando a sua resposta com
aspectos que o caracterizam.
4. (Fuvest 2013) Leia o texto.
Ditadura / Democracia
A diferença entre uma democracia e um país totalitário é que numa democracia todo mundo
reclama, ninguém vive satisfeito. Mas se você perguntar a qualquer cidadão de uma ditadura o
que acha do seu país, ele responde sem hesitação: “Não posso me queixar”.
Millôr Fernandes, Millôr definitivo: a bíblia do caos.
a) Para produzir o efeito de humor que o caracteriza, esse texto emprega o recurso da
ambiguidade? Justifique sua resposta.
b) Reescreva a segunda parte do texto (de “Mas” até “queixar”), pondo no plural a palavra
“cidadão” e fazendo as modificações necessárias.
5. (Ueg 2013)
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Acudiro. Nhola tinha ânsia, tonteira, celeração, corpo largado, não via nada, nem a lampa da
candeia. Dei chá de goiabeira. Esperei clareá o dia, bandiei o corgo, fui na casa da Delíria. Aí
falei:
— Delíria, me prouve um insonso de sal, Nhola tá ruim...
Delíria me pruveu o sal.
Eu fiz um engrossado de farinha de milho, Nhola comeu, descansou, miorou e falou:
— Nunca comi comesinho tão bão. Louvado seja Deus.
Nóis demos gaitada... Aí correu mundo que Nhola teve vertige de fraqueza, falta de cumê... A
casa se encheu de vizinho. Cada um trazendo uma coisa pra nóis. Até pedaço de capado e
cuia de sal; café pilado e açúcar branco.
Nóis fiquemo tão contente... Nhola dava gaitada... virou uma infância.
CORALINA, Cora. Quadrinhos da vida. In: Estórias da casa velha da ponte. 13. ed. São Paulo:
Global, 2006. p. 39-40.
A temática da pobreza
a) é abordada de maneira análoga nos dois textos, pois o primeiro sugere ajuda humanitária
entre as classes sociais, e o segundo explicita um drama de ordem moral.
b) é tratada de modo igual em ambos os textos, uma vez que os problemas aos quais aludem
não são minimizados por quaisquer ações governamentais.
c) surge associada a um problema de impossível solução nos quadrinhos e a uma questão
político-religiosa no excerto literário.
d) surge associada a uma questão político-social nos quadrinhos e a um entrave social
suavizado pela caridade no texto de Cora Coralina.
6. (Unicamp 2013) Leia.
NOITE DE AUTÓGRAFOS
Ivan Ângelo
A leitora, vistosa, usando óculos escuros num ambiente em que não eram necessários,
se posta diante do autor sentado do outro lado da mesa de autógrafos e estende-lhe o livro,
junto com uma pergunta:
– O que é crônica?
O escritor considera responder com a célebre tirada de Rubem Braga, “se não é
aguda, é crônica”, mas se contém, temendo que ela não goste da brincadeira. (...) Responde
com aquele jeito de quem falou disso algumas vezes:
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– É um texto de escritor, necessariamente de escritor, não de jornalista, que a
imprensa usa para pôr um pouco de lirismo, de leveza e de emoção no meio daquelas páginas
e páginas de dados objetivos, informações, gráficos, notícias... É coisa efêmera: jornal dura um
dia, revista dura uma semana.
Já se prepara para escrever a dedicatória e ela volta a perguntar:
– E o livro de crônicas, então?
Ele olha a fila, constrangido. Escreve algo brevíssimo, assina e devolve o livro à leitora
(...). Ela recebe o volume e não se vai, esperando a resposta. Ele abrevia, irônico:
– É a crônica tentando escapar da reciclagem do papel. Ela fica com ambição de
estante, pretensiosa, quer status literário. Ou então pretensioso é o autor, que acha que ela
merece ser salva e promovida. (...)
– Mais respeito. A crônica é a nossa última reserva de estilo.
(Veja São Paulo, São Paulo, 25/07/2012, p. 170.)
efêmero: de pouca duração; passageiro, transitório.
A certa altura do diálogo, a leitora pergunta ao escritor que dava autógrafos:
“– E o livro de crônicas, então?”
a) A pergunta da leitora incide sobre uma das características do gênero crônica mencionadas
pelo escritor. Explique que característica é esta.
b) Explique o funcionamento da palavra então na pergunta em questão, considerando o sentido
que esta pergunta expressa.
7. (Insper 2013) Paralimpíadas é a mãe
Certamente eu descobriria no Google, mas me deu preguiça de pesquisar e, além disso, não
tem importância saber quem inventou essa palavra grotesca, que agora a gente ouve nos
noticiários de televisão e lê nos jornais. O surpreendente não é a invenção, pois sempre houve
besteiras desse tipo, bastando lembrar os que se empenharam em não jogarmos futebol, mas
ludopédio ou podobálio. O impressionante é a quase universalidade da adoção dessa palavra
(ainda não vi se ela colou em Portugal, mas tenho dúvidas; os portugueses são bem mais
ciosos de nossa língua do que nós), cujo uso parece ter sido objeto de um decreto imperial e
faz pensar em por que não classificamos isso imediatamente como uma aberração
deseducadora, desnecessária e inaceitável, além de subserviente a ditames saídos não se
sabe de que cabeça desmiolada ou que interesse obscuro. Imagino que temos autonomia para
isso e, se não temos, deveríamos ter, pois jornal, telejornal e radiojornal implicam deveres
sérios em relação à língua. Sua escrita e sua fala são imitadas e tidas como padrão e essa
responsabilidade não pode ser encarada de forma leviana.
Que cretinice é essa? Que quer dizer essa palavra, cuja formação não tem nada a ver com
nossa língua? Faz muitos e muitos anos, o então ministro do Trabalho, Antônio Magri, usou a
palavra "imexível" e foi gozado a torto e a direito, até porque ele não era bem um intelectual e
era visto como um alvo fácil. Mas, no neologismo que talvez tenha criado, aplicou
perfeitamente as regras de derivação da língua e o vocábulo resultante não está nada "errado",
tanto assim que hoje é encontrado em dicionários e tem uso corrente. Já o vi empregado
muitas vezes, sem alusão ao ex-ministro. Infutucável, inesculhambável e impaquerável, por
exemplo, são palavras que não se acham no dicionário, mas qualquer falante da língua as
entende, pois estão dentro do espírito da língua, exprimem bem o que se pretende com seu
uso e constituem derivações perfeitamente legítimas.
Por que será que aceitamos sem discutir uma excrescência como "paralimpíada"?
(João Ubaldo Ribeiro, O Estado de S. Paulo, 23/09/2012)
O que motivou a indignação do autor com a palavra “paralimpíadas” foi o(a):
a) imposição da palavra, formada por um mecanismo que dispensa elementos conhecidos da
língua.
b) aceitação irrestrita do termo por parte da mídia, especialmente pela televisão.
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c) fato de que, ao contrário do neologismo “imexível”, a palavra não foi incorporada aos
dicionários.
d) tentativa de resgatar palavras arcaicas tal como se fossem decretos imperiais.
e) recusa à adoção do neologismo pelos portugueses, cuja atitude revela-se conservadora.
8. (Uerj 2013) Mestre
1
Mestre, são plácidas
Todas as horas
Que nós perdemos,
Se no perdê-las,
Qual numa jarra,
Nós pomos flores.
O tempo passa,
Não nos diz nada.
Envelhecemos.
Saibamos, quase
Maliciosos,
Sentir-nos ir.
Não há tristezas
Nem alegrias
Na nossa vida.
Assim saibamos,
2
Sábios incautos,
Não a viver,
Não vale a pena
Fazer um gesto.
Não se resiste
Ao deus atroz
Que os próprios filhos
Devora sempre.
Mas decorrê-la,
Tranquilos, plácidos,
Tendo as crianças
Por nossas mestras,
E os olhos cheios
De Natureza...
Colhamos flores.
Molhemos leves
As nossas mãos
Nos rios calmos,
Para aprendermos
Calma também.
À beira-rio,
À beira-estrada,
3
Conforme calha,
Sempre no mesmo
Leve descanso
De estar vivendo.
Girassóis sempre
Fitando o sol,
Da vida iremos
Tranquilos, tendo
Nem o remorso
De ter vivido.
RICARDO REIS
Pessoa, Fernando. Obra poética. Rio de Janeiro: Aguilar, 1999.
(1) plácidas - calmas
(2) incautos - desprevenidos
(3) conforme calha - conforme seja
Na 1ª estrofe do poema, para construir o sentido geral do texto, o poeta faz uma referência à
expressão perder tempo, dando-lhe, entretanto, outro sentido, diferente do usual.
Explique o sentido usual da expressão perder tempo e apresente, também, o sentido que essa
mesma expressão assume no poema.
9. (Insper 2013)
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Poema de Sete Faces
Quando nasci um anjo torto
desses que vive na sombra
disse: Vai, Carlos! Ser gauche1 na vida.
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
As casas espiam os homens
Que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul
Não houvesse tantos desejos.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
O bonde passa cheio de pernas:
Pernas brancas pretas amarelas.
Para que
tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
(Carlos Drummond de Andrade)
(1) A palavra francesa (pronuncia-se “gôche”) era uma gíria usada por jovens da classe média
urbana para rotular indivíduos tidos como arredios, esquisitos, inadaptados.
A respeito do jogo intertextual estabelecido entre a tirinha e o poema, considere estas
afirmações:
I. Os três primeiros quadrinhos ilustram o conteúdo expresso nos versos da segunda estrofe do
poema de Drummond.
II. Como a tirinha faz uma citação do poema, é possível caracterizá-la como pertencente ao
mesmo gênero do texto de Drummond.
III. O silêncio da personagem, presente no último quadrinho da tira, ilustra o conteúdo expresso
na última estrofe do poema.
Está(ão) correta(s):
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas III.
e) Apenas I e III.
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10. (Insper 2013) POÇAS D’ÁGUA
As poças d´água são um mundo mágico
Um céu quebrado no chão
Onde em vez de tristes estrelas
Brilham os letreiros de gás Néon.
(Mario Quintana, Preparativos de viagem, São Paulo, Globo, 1994.)
Levando-se em conta o texto como um todo, é correto afirmar que a metáfora presente no
primeiro verso se justifica porque as poças
a) estimulam a imaginação.
b) permitem ver as estrelas.
c) são iluminadas pelo Néon.
d) se opõem à tristeza das estrelas.
e) revelam a realidade como espelhos.
11. (Pucrj 2013) Texto 1
O Assinalado
Tu és o louco da imortal loucura,
o louco da loucura mais suprema.
A terra é sempre a tua negra algema,
prende-te nela extrema Desventura.
Mas essa mesma algema de amargura,
mas essa mesma Desventura extrema
faz que tu’alma suplicando gema
e rebente em estrelas de ternura.
Tu és o Poeta, o grande Assinalado
que povoas o mundo despovoado,
de belezas eternas, pouco a pouco.
Na Natureza prodigiosa e rica
toda a audácia dos nervos justifica
os teus espasmos imortais de louco!
BILAC, Olavo. In: BARBOSA, Frederico (Org.). Clássicos da poesia brasileira. Rio de Janeiro:
O Globo, Klick Editora, 1997, pp.163-164.
Texto 2
Casablanca
Te acalma, minha loucura!
Veste galochas nos teus cílios tontos e habitados!
Este som de serra de afiar as facas
não chegará nem perto do teu canteiro de taquicardias...
Estas molas a gemer no quarto ao lado
Roberto Carlos a gemer nas curvas da Bahia
O cheiro inebriante dos cabelos na fila em frente no cinema...
As chaminés espumam pros meus olhos
As hélices do adeus despertam pros meus olhos
Os tamancos e os sinos me acordam depressa na madrugada feita de binóculos de gávea
e chuveirinhos de bidê que escuto rígida nos lençóis de pano
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CESAR, Ana Cristina. A teus pés. São Paulo: Brasiliense, 1982, p.60.
a) Determine as diferenças no emprego da linguagem e na concepção formal entre os poemas
de Olavo Bilac e Ana Cristina César.
b) Indique a figura de linguagem presente no seguinte verso do texto 2: “Os tamancos e os
sinos me acordam depressa na madrugada feita de binóculos de gávea”.
12. (Ufpr 2013) Leia a tira abaixo.
Sobre a argumentação de Calvin, considere as seguintes afirmativas:
1. Ao se dirigir à professora, Calvin faz uma simulação do discurso jurídico, tanto no
vocabulário quanto na organização dos argumentos.
2. A argumentação de Calvin está fundada na premissa de que a ignorância é uma condição
necessária para a felicidade.
3. Calvin questiona a eficiência da professora quando diz que sua aula é uma tentativa
deliberada de privá-lo da felicidade.
4. Ao gritar “Ditadura!” no último quadrinho, Calvin protesta contra o desrespeito à Constituição,
que lhe garante o direito inalienável à felicidade.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
13. (Unifesp 2013) Examine a tira.
O efeito de humor na situação apresentada decorre do fato de a personagem, no segundo
quadrinho, considerar que “carinho” e “caro” sejam vocábulos
a) derivados de um mesmo verbo.
b) híbridos.
c) derivados de vocábulos distintos.
d) cognatos.
e) formados por composição.
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14. (Fuvest 2013) Leia o excerto.
Ninguém mais vive, reparou? Vivencia. “Estou vivenciando um momento difícil”, diz
Maricotinha. Fico penalizado, mas ficaria mais se Maricotinha estivesse passando por ou
vivendo aquele momento difícil. Há uma diferença, diz o dicionário. Viver é ter vida, existir.
Vivenciar também é viver, mas implica uma espécie de reflexão ou de sentir. Não é o caso de
Maricotinha. O que ela quer dizer é viver, passar por. Mas disse vivenciar porque é assim que,
ultimamente, os pedantes a ensinaram a falar.
Ruy Castro, Folha de S. Paulo, 27 de junho de 2012. Adaptado.
a) Da personagem José Dias, diz o narrador do romance Dom Casmurro, de Machado de
Assis: “José Dias amava os superlativos. Era um modo de dar feição monumental às ideias;
não as havendo, servia a prolongar as frases”. Em que o comportamento linguístico de
Maricotinha, tal como o caracteriza o texto, se compara ao da personagem machadiana?
b) Quem já _________________________ a perda de um parente conhece a dor que estou
sentindo. Preencha a lacuna da frase acima, utilizando o verbo viver ou o verbo vivenciar, de
acordo com a preferência do autor do texto. Justifique sua escolha.
c) No trecho “os pedantes a ensinaram a falar”, a palavra “pedante”, considerada no contexto,
pode ser substituída por __________________________.
15. (Insper 2013)
No anúncio publicitário, a relação estabelecida entre texto verbal e não-verbal ocorre,
respectivamente, por meio da associação entre
a) a apresentação da necessidade de buscar “respostas sustentáveis” e a referência à
produção de energia eólica.
b) a referência ao “Brasil do amanhã” e a representação de uma alternativa para a preservação
da água.
c) a alusão ao futuro próspero do Brasil e a imagem do mar com fartura de peixes.
d) a referência às “respostas sustentáveis” e a sugestão de uma alternativa para impedir a
pesca predatória.
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e) a referência ao “Brasil do amanhã” e a representação do país submerso no mar.
16. (Unicamp 2013) Millôr Fernandes foi dramaturgo, jornalista, humorista e autor de frases
que se tornaram célebres. Em uma delas, lê-se:
Por quê? é filosofia. Porque é pretensão.
a) Explique a diferença no funcionamento linguístico da expressão “porque” indicada nas duas
formas de grafá-la.
b) Explique o sentido do segundo enunciado do texto (Porque é pretensão), levando em
consideração a forma como ele se contrapõe ao primeiro enunciado. Considere em sua
resposta apenas o sentido atribuído à palavra pretensão que se encontra abaixo.
pretensão: vaidade exagerada, presunção.
17. (Espcex (Aman) 2013) Assinale a alternativa correta quanto à classificação sintática das
orações grifadas abaixo, respectivamente.
— Acredita-se que a banana faz bem à saúde.
— Ofereceram a viagem a quem venceu o concurso.
— Impediram o fiscal de que recebesse a propina combinada.
— Os patrocinadores tinham a convicção de que os lucros seriam compensadores.
a) subjetiva – objetiva indireta – objetiva indireta – completiva nominal
b) subjetiva – objetiva indireta – completiva nominal – completiva nominal
c) adjetiva – completiva nominal – objetiva indireta – objetiva indireta
d) objetiva direta – objetiva indireta – objetiva indireta – completiva nominal
e) subjetiva - completiva nominal - objetiva indireta - objetiva indireta
18. (Ufpr 2013) Ao realizar um experimento no laboratório da escola, um estudante fez as
seguintes anotações:
— 2 frascos com substâncias em pó, uma amarela, outra branca.
— 10 gramas de cada uma, usando uma balança de precisão.
— Colocadas em uma placa de vidro e misturadas com uma espátula.
— Água em cima da mistura, com um conta-gotas: 2 gotas.
— A mistura ficou alaranjada, esquentou e soltou uma fumaça branca.
Ao fazer o relatório do experimento, o estudante teve várias dúvidas em relação à redação e
escreveu cinco versões, reproduzidas nas alternativas a seguir. Assinale a que faz um relato de
forma objetiva, correta e em linguagem adequada a um relatório.
a) Usando uma placa de vidro. Sobre a mesma, pinguei 2 gotas de água em cima. Antes tirei
dos frascos contendo as substâncias e misturei 10 gramas do pó A (amarelo) e 10 do pó B
(branco) com uma espátula. Depois observei que a mistura ficou alaranjada, esquentou e
saiu uma fumaça branca. Foi isso que eu fiz e observei.
b) A mistura em cima da placa de vidro esquentou, mudou de cor e soltou uma fumaça branca.
Isso aconteceu depois que os pós branco e amarelo foram pesados em uma balança de
precisão, colocados em cima da placa de vidro, 10 gramas de cada, tudo misturado com
uma espátula. A água de um conta-gotas pingou em cima. Foram 2 gotas.
c) Primeiro peguei 10 gramas das substâncias em pó, que estavam em frascos, uma amarela
(A) outra branca (B) e coloquei ambas em uma placa de vidro, onde misturei com uma
espátula, com 2 gotas de água em cima. Saiu uma fumaça branca e ficou alaranjada.
Conclusão: a mistura das substâncias esquentaram.
d) Sobre uma placa de vidro foram colocados 10 gramas de cada uma das substâncias A
(amarela) e B (branca), em pó, que foram depois misturadas com uma espátula. Com o
auxílio de um conta-gotas, foram acrescentadas 2 gotas d'água. Observou-se então o
aquecimento da mistura, que, além disso, tornou-se alaranjada e desprendeu uma fumaça
branca.
e) De um frasco com um pó branco e outro amarelo foram subtraídas 10 gramas dos mesmos e
colocados ambos em uma placa de vidro. A mistura então desprendeu uma fumaça branca,
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a temperatura da mesma se elevou tornando-se alaranjada. Isso aconteceu após as
substâncias serem misturadas entre si e com 2 gotas de água respectivamente.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Com base na charge abaixo, responda à questão a seguir.
19. (Uerj 2013) Ao formular sua crítica, o personagem demonstra certo distanciamento em
relação à arte moderna. Uma marca linguística que expressa esse distanciamento é o uso de:
a) terceira pessoa
b) frase declarativa
c) reticências ao final
d) descrição do objeto
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Ciência e Hollywood
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Infelizmente, é verdade: explosões não fazem barulho algum no espaço. Não me lembro de
6
um só filme que tenha retratado isso direito. Pode ser que existam alguns, mas se existirem
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não fizeram muito sucesso. Sempre vemos explosões gigantescas, estrondos fantásticos.
Para existir ruído é necessário um meio material que transporte as perturbações que
chamamos de ondas sonoras. Na ausência de atmosfera, ou água, ou outro meio, as
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perturbações não têm onde se propagar. Para um produtor de cinema, a questão não passa
pela ciência. Pelo menos não como prioridade. Seu interesse é tornar o filme emocionante, e
explosões têm justamente este papel; roubar o som de uma grande espaçonave explodindo
torna a cena bem sem graça.
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Recentemente, o debate sobre as liberdades científicas tomadas pelo cinema tem aquecido.
O sucesso do filme O dia depois de amanhã (The day after tomorrow), faturando mais de meio
bilhão de dólares, e seu cenário de uma idade do gelo ocorrendo em uma semana, em vez de
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décadas ou, melhor ainda, centenas de anos, levantaram as sobrancelhas de cientistas mais
rígidos que veem as distorções com desdém e esbugalharam os olhos dos espectadores (a
maioria) que pouco ligam se a ciência está certa ou errada. Afinal, cinema é diversão.
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Até recentemente, defendia a posição mais rígida, que filmes devem tentar ao máximo ser
fiéis à ciência que retratam. Claro, isso sempre é bom. Mas não acredito mais que seja
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absolutamente necessário. Existe uma diferença crucial entre um filme comercial e um
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documentário científico. Óbvio, documentários devem retratar fielmente a ciência, educando
e divertindo a população, mas filmes não têm necessariamente um compromisso pedagógico.
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As pessoas não vão ao cinema para serem educadas, ao menos como via de regra.
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Claro, filmes históricos ou mesmo aqueles fiéis à ciência têm enorme valor cultural. Outros
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educam as emoções através da ficção. Mas, se existirem exageros, eles não deverão ser
criticados como tal. Fantasmas não existem, mas filmes de terror sim. Pode-se argumentar
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que, no caso de filmes que versam sobre temas científicos, as pessoas vão ao cinema
esperando uma ciência crível. Isso pode ser verdade, mas elas não deveriam basear suas
conclusões no que diz o filme. No mínimo, o cinema pode servir como mecanismo de alerta
para questões científicas importantes: o aquecimento global, a inteligência artificial, a
engenharia genética, as guerras nucleares, os riscos espaciais como cometas ou asteroides
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etc. Mas o conteúdo não deve ser levado ao pé da letra. A arte distorce para persuadir. E o
cinema moderno, com efeitos especiais absolutamente espetaculares, distorce com enorme
facilidade e poder de persuasão.
O que os cientistas podem fazer, e isso está virando moda nas universidades norteamericanas, é usar filmes nas salas de aula para educar seus alunos sobre o que é
cientificamente correto e o que é absurdo. Ou seja, usar o cinema como ferramenta
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pedagógica. Os alunos certamente prestarão muita atenção, muito mais do que em uma aula
convencional. Com isso, será possível educar a população para que, no futuro, um número
cada vez maior de pessoas possa discernir o real do imaginário.
MARCELO GLEISER
Adaptado de www1.folha.uol.com.br.
20. (Uerj 2013) Mas, se existirem exageros, eles não deverão ser criticados como tal. (ref. 14)
Esta afirmação, embora pareça contraditória, sugere um elemento fundamental para a
compreensão do ponto de vista do autor. O fragmento que melhor sintetiza o ponto de vista
expresso pela frase citada é:
a) Até recentemente, defendia a posição mais rígida, (ref. 15)
b) filmes históricos ou mesmo aqueles fiéis à ciência têm enorme valor cultural. (ref. 3)
c) A arte distorce para persuadir. (ref. 16)
d) Os alunos certamente prestarão muita atenção, (ref. 17)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
A MAÇÃ DE OURO
A Apple supera a Microsoft em valor de mercado, premiando o espírito visionário e libertário de
Steve Jobs
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A Microsoft e a Apple vieram ao mundo praticamente ao mesmo tempo, em meados
dos anos 1970, criadas na garagem de jovens estudantes. Mas as empresas não trilharam
caminhos paralelos. A Microsoft desenvolveu o sistema operacional mais popular do mundo e
rapidamente se tornou uma das maiores corporações americanas, rivalizando com gigantes da
14
velha indústria. A Apple, ao contrário, demorou a decolar. Fazia produtos inovadores, mas
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que vendiam pouco. Isso começou a mudar quando Steve Jobs, um de seus fundadores, que
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fora afastado nos anos 80, assumiu o comando criativo da empresa, em 1996. A Apple
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estava à beira da falência e só ganhou sobrevida porque recebeu um aporte de 150 milhões
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de dólares de Microsoft. Jobs iniciou o lançamento de produtos genuinamente revolucionários
nas áreas que mais crescem na indústria de tecnologia. Primeiro com o iPod e a loja virtual
iTunes. Depois vieram o iPhone e, agora, o iPad. Desde o início de 2005, o preço das ações da
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empresa foi multiplicado por oito. Na semana passada, a Apple alcançou o cume. Tornou-se
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a companhia de tecnologia mais valiosa do mundo, superando a Microsoft. Na sexta-feira, a
empresa de Jobs tinha valor de mercado de 233 bilhões de dólares, contra 226 bilhões de
dólares da companhia de Bill Gates.
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A Marca, para além da disputa pessoal entre os maiores gênios da nova economia,
coroa a estratégia definida por Jobs. Quando ele retornou à Apple, tamanha era a descrença
no futuro da empresa que Michael Dell, fundador da Dell, afirmou que o melhor a fazer era
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fechar as portas e devolver o dinheiro a seus acionistas. Hoje, a Dell vale um décimo da
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Apple. O mérito de Jobs foi ter a presciência do rumo que o mercado tomaria.
BARRUCHO, Luís Guilherme & TSUBOI, Larissa. A maçã de ouro. In: Revista Veja, 02 de jun.
2010, p.187. Adaptado.
21. (Epcar (Afa) 2013) Mesmo em um texto em que haja o predomínio da função referencial da
linguagem, é possível identificar passagens em que o autor, mais que transmitir informações
sobre a realidade, apresenta seu posicionamento, ou seja, deixa transparecer um juízo de valor
em relação ao referente. Em todas as alternativas isso acontece, EXCETO em:
a) “O mérito de Jobs foi ter a presciência do rumo que o mercado tomaria.” (ref. 1)
b) “A Apple supera a Microsoft em valor de mercado, premiando o espírito visionário e libertário
de Steve Jobs.” (subtítulo)
c) “A Marca, para além da disputa pessoal entre os maiores gênios da nova economia, coroa a
estratégia definida por Jobs.” (ref. 2)
d) “Na semana passada, a Apple alcançou o cume. Tornou-se a companhia de tecnologia mais
valiosa do mundo, superando a Microsoft.” (ref. 3)
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Gabarito:
Resposta da questão 1:
a) “(...) embora muitas afirmações feitas sobre ela na arte, na arquitetura, na literatura e na
estética sejam falsas e equivocadas”.
b) “Infelizmente, divulgaram-se amplamente essas afirmações sobre a razão áurea”.
c) ∆PAC ~ ∆MBC
y
x
=
x+y y
AC BC
=
AB AC
Portanto, C divide o segmento AB na razão áurea.
Resposta da questão 2:
[A]
O fragmento extraído de “A paixão segundo G.H.”, de Clarice Lispector, expõe o fluxo de
consciência da narradora no momento em que ela hesita sobre o que verdadeiramente quer
contar, ou seja, apresenta uma reflexão sobre processo da criação literária, como se afirma em
[A].
Resposta da questão 3:
a) No texto 1, a viagem ganha o sentido de deslocamento espacial positivo, com roteiro
previsto e bem definido. No texto 2, o mesmo deslocamento espacial é visto negativamente,
seja pelas condições adversas, seja por não haver destino definido. No texto 3, a viagem
acontece sobretudo no plano do imaginário, indicando um deslocamento predominantemente
temporal.
b) O gênero literário predominante no poema de Armando Freitas Filho é o lírico, caracterizado
pela presença do eu poético (eu lírico), pelo tom intimista e pela utilização de uma linguagem
que produz sensações.
Resposta da questão 4:
a) A frase “Não posso me queixar” permite duas interpretações: o cidadão não reclama da
situação porque está contente com o sistema ou, então, porque ele está sujeito a um regime
totalitarista em que a censura o impede de manifestar a sua insatisfação.
b) Mas se você perguntar a quaisquer cidadãos de uma ditadura o que acham do seu país,
eles respondem sem hesitação: “Não podemos nos queixar”.
Resposta da questão 5:
[D]
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Os dois quadros que compõem a charge mostram personagens que pertencem a duas classes
distintas: os do primeiro celebram euforicamente o bom desempenho da economia brasileira
com a abertura de uma garrafa de champanhe, enquanto que os do segundo ostentam a
miséria extrema de quem sobrevive dos resíduos considerados descartáveis e inúteis pela
sociedade de consumo. No texto de Cora Coralina, assiste-se à ação das pessoas que
acorrem em auxílio de Nhola, a qual só se recupera de um quadro clínico de desnutrição
(“vertige de fraqueza, falta de cumê”) pela intervenção generosa dos vizinhos. Assim, é correta
a opção [D], pois a temática da pobreza surge associada a uma questão político-social nos
quadrinhos e a um entrave social suavizado pela caridade no texto de Cora Coralina.
Resposta da questão 6:
a) Ivan Ângelo definiu o gênero crônica como texto que explora a função poética para
imprimir emotividade ao relato e que, por ser normalmente publicado em jornais e revistas,
tem caráter transitório, passageiro. A pergunta da leitora incide sobre esta última
característica, a efemeridade (“É coisa efêmera: jornal dura um dia, revista dura uma
semana”).
b) A palavra “então” que encerra a pergunta da leitora funciona como contestação ao que havia
sido explicado anteriormente, pois o fato de os livros terem existência duradoura contrariava
uma das características citadas pelo autor.
Resposta da questão 7:
[A]
Considerando legítimos os neologismos que respeitaram a estrutura linguística e o nexo
semântico dos elementos que os compunham, João Ubaldo Ribeiro indigna-se com a
imposição do termo “paralimpíadas” por não respeitar as regras de derivação da língua. Assim,
é correta a opção [A].
Resposta da questão 8:
Na linguagem usual, a expressão “perder tempo” tem sentido negativo, sugerindo ações
inúteis, ou seja, desenvolver atividades sem proveito algum. No poema, a mesma expressão é
vista de maneira positiva, no sentido de vivenciar melhor o tempo que se tem ou aceitar a
passagem natural do tempo.
Resposta da questão 9:
[A]
Os itens II e III são incorretos, pois tirinha e poema pertencem a gêneros distintos, e o silêncio
da personagem com o olho machucado não revela comoção, mas sim o efeito da agressão das
mulheres que se sentiram incomodadas com os seus olhares indiscretos.
Resposta da questão 10:
[A]
As poças de água despertam sensações que estimulam o mistério e a imaginação, como se
afirma em [A].
Resposta da questão 11:
a) A leitura comparativa dos textos 1 e 2 mostra diferenças significativas entre ambos. Em
termos de utilização da linguagem e concepção formal, pode-se afirmar que o texto 1
privilegia a linguagem formal, a dicção grandiloquente e o uso de formas fixas (o soneto), de
versos metrificados (decassílabos) e de um esquema regular e simétrico de rimas. Ana
Cristina César concebe o seu poema num campo formal e linguístico completamente
diferente. Podem-se observar no texto 2 a utilização de um vocabulário mais próximo da
coloquialidade e a opção pela liberdade formal, confirmada pelo uso dos versos livres e
brancos.
b) Personificação (prosopopeia), metáfora ou metonímia.
Resposta da questão 12:
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[D]
Ao contrário do que se afirma no item 3, Calvin não questiona a eficiência da professora,
apenas se revolta contra uma postura enérgica em retê-lo dentro da sala de aula, mesmo
contra sua vontade. Assim, é correta a opção [D].
Resposta da questão 13:
[D]
No último quadro, a frase da personagem permite inferir que ela considerou “carinho” e “caro”
como vocábulos cognatos, ou seja, apresentam um mesmo radical primário (car), pertencendo
a uma mesma família de significação: “carinho” apresenta noção de semântica de afeto, e caro,
o que é querido, estimado. Assim, é correta a opção [D].
Resposta da questão 14:
a) Da mesma forma que José Dias usava os superlativos para demonstrar eloquência e
imprimir erudição ao discurso, Maricotinha utiliza o termo “vivenciar” em vez de “viver”
porque lhe soava mais elegante e enobrecedor.
b) De acordo com a preferência de Ruy Castro, a lacuna seria preenchida com o termo “viveu”
no sentido de “passou pela experiência de”, pois, segundo ele, o verbo “vivenciar” pressupõe
também reflexão.
c) A palavra “pedante” pode ser substituída por pretensioso, arrogante, no sentido de estar
convencido de que é melhor do que realmente é.
Resposta da questão 15:
[A]
No anúncio publicitário, a imagem de uma turbina eólica associada à frase “O Brasil do amanhã
precisa de respostas sustentáveis” sugere a solução para o problema energético através da
substituição de fontes de combustíveis fósseis por fontes naturais de energia, estabelecendo,
assim, uma relação entre linguagem verbal, e não verbal. Assim, é correta a opção [A].
Resposta da questão 16:
a) A expressão “por que”, junção da preposição “por” + pronome interrogativo, tem o
significado de por qual razão ou por qual motivo e é usada em perguntas diretas ou indiretas.
O termo “porque”, conjunção causal ou explicativa com valor aproximado de pois, uma vez
que, é usado em respostas.
b) A expressão “por que”, por ser usada em perguntas, sugere a curiosidade de quem se
interessa pela realidade e busca o sentido da existência. Já o termo “porque”, por ser usado
em respostas, sugere a vaidade de quem julga ter sempre a verdade.
Resposta da questão 17:
[A]
As orações sublinhadas são subordinadas substantivas, pois exercem função sintática
relativamente à principal. Na primeira exerce função de sujeito, na segunda e terceira de objeto
indireto e, na última, de complemento nominal. Assim, a opção [A] é a única que apresenta
classificação correta: subjetiva, objetiva indireta, objetiva indireta e completiva nominal.
Resposta da questão 18:
[D]
Em todas as opções existem períodos incompletos (“Usando uma placa de vidro.”)
inadequação vocabular (“esquentou”, “peguei”, “saiu”), falta de concordância verbal e nominal
(“a mistura das substâncias esquentaram”, “foram subtraídas 10 gramas”) e falhas de coesão
textual, exceto em [D].
Resposta da questão 19:
[A]
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O uso da terceira pessoa demonstra um distanciamento crítico do personagem na avaliação
que faz sobre a arte moderna. Se usasse a primeira, demonstraria subjetividade e
condicionaria o conhecimento dos objetos externos aos seus próprios referenciais.
Resposta da questão 20:
[C]
Marcelo Gleiser chega à conclusão de que uma das particularidades da arte é alterar as
características estruturais da realidade para transportar as pessoas a um mundo imaginário,
onde os exageros podem constituir recurso necessário para ativar a fantasia: “A arte distorce
para persuadir”.
Resposta da questão 21:
[D]
A função emotiva ou expressiva da linguagem transmite avaliações pessoais do enunciador,
como “O mérito de Jobs foi ter a presciência”, “premiando o espírito visionário e libertário” e
“entre os maiores gênios de nova economia” das opções [A], [B] e [C]. Esta função não está
presente na opção [D].
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Resumo das questões selecionadas nesta atividade
Data de elaboração:
Nome do arquivo:
16/06/2013 às 18:37
GRAMÁTICA LISTA 2 ZEZÉ
Legenda:
Q/Prova = número da questão na prova
Q/DB = número da questão no banco de dados do SuperPro®
Q/prova Q/DB
Grau/Dif.
Matéria
Fonte
Tipo
1.............101895 .....Média ............Matemática ... Fuvest/2011 ......................... Analítica
2.............120814 .....Média ............Português...... Espcex (Aman)/2013 ........... Múltipla escolha
3.............121554 .....Média ............Português...... Pucrj/2013............................ Analítica
4.............123336 .....Média ............Português...... Fuvest/2013 ......................... Analítica
5.............121032 .....Média ............Português...... Ueg/2013 ............................. Múltipla escolha
6.............123421 .....Média ............Português...... Unicamp/2013...................... Analítica
7.............122176 .....Média ............Português...... Insper/2013 .......................... Múltipla escolha
8.............122521 .....Média ............Português...... Uerj/2013 ............................. Analítica
9.............122175 .....Média ............Português...... Insper/2013 .......................... Múltipla escolha
10...........122173 .....Média ............Português...... Insper/2013 .......................... Múltipla escolha
11...........121557 .....Média ............Português...... Pucrj/2013............................ Analítica
12...........121680 .....Média ............Português...... Ufpr/2013 ............................. Múltipla escolha
13...........123003 .....Média ............Português...... Unifesp/2013........................ Múltipla escolha
14...........123339 .....Média ............Português...... Fuvest/2013 ......................... Analítica
15...........122180 .....Média ............Português...... Insper/2013 .......................... Múltipla escolha
16...........123426 .....Média ............Português...... Unicamp/2013...................... Analítica
17...........120798 .....Média ............Português...... Espcex (Aman)/2013 ........... Múltipla escolha
18...........121683 .....Média ............Português...... Ufpr/2013 ............................. Múltipla escolha
19...........116586 .....Média ............Português...... Uerj/2013 ............................. Múltipla escolha
20...........116609 .....Média ............Português...... Uerj/2013 ............................. Múltipla escolha
21...........119934 .....Média ............Português...... Epcar (Afa)/2013.................. Múltipla escolha
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LISTA 2 – LÍNGUA PORTUGUESA – PROFESSORA ZEZÉ