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A COBERTURA DO CAMPEONATO CHEVROLET PIAUIENSE 2013 PELOS
JORNAIS IMPRESSOS O DIA E MEIO NORTE E OS SENTIDOS ATRIBUÍDOS AO
FUTEBOL PIAUIENSE.
Neyla Cabral Coutinho do Rêgo Monteiro (bolsista do PIBIC/CNPq), Ana Maria Rodrigues da
Silva (Orientadora, Departamento de Comunicação Social – UFPI)
RESUMO: No futebol piauiense, os últimos anos tem sido de reconstrução da modalidade no Estado.
Sem viver tempos tão ricos como nos anos 80, atualmente a modalidade tentar voltar ao seu auge e
voltar aos anos dourados. Dentro dessa perspectiva, o Campeonato Piauiense 2013 veio como um
marco nessa mudança pelas suas características, quanto o patrocínio de uma grande marca, o
convênio com uma grande Rede de Comunicação e um apoio maior das equipes. As estratégias
utilizadas pelos jornais para também trabalhar com esse resgate do futebol piauiense foi o objeto de
estudo. Através da Análise de Conteúdo conseguimos perceber que os meios de comunicação se
utilizaram de estratégias básicas e necessárias para tentar reerguer o futebol, além de fortalecer o
sentido de pertencimento da torcida piauiense.
PALAVRAS-CHAVES: Futebol; Campeonato Piauiense; Pertencimento;
INTRODUÇÃO: O futebol como paixão nacional veio perdendo a expressividade no Piauí pós anos
80, quando o futebol profissional entrou em crise e perdeu o destaque conquistado entre os anos
1970-80. Entretanto, algumas mudanças nos dois últimos anos trouxeram uma tentativa de resgate
da prática no Estado, principalmente de fazer a torcida retornar aos estádios. O estudo aqui
apresentado teve o objetivo de analisar como os jornais impressos – O Dia e Meio Norte – noticiaram
as disputas futebolísticas durante o Campeonato Chevrolet Piauiense 2013.
Tendo como objetivos específicos: Conhecer as estratégias midiáticas de produção de sentidos
utilizadas pela mídia impressa local com vistas a forjar um novo pertencimento (identificação) junto ao
futebol local; Discutir as principais características do jornalismo esportivo impresso local na cobertura
do Campeonato em foco; Discutir o papel da mídia impressa na construção de um discurso idealizado
sobre o atleta e como ocorre a transformação deste em celebridade (herói/ídolo).
Foram utilizados preceitos básicos do jornalismo esportivo para trabalhar como a análise, já que a
área tem uma linguagem própria, até com a criação e utilização de expressões padrões. O jornalismo
esportivo tem maior liberdade para usar as palavras, já que é uma área considerada em que a
criação, a liberdade e inovação são pontos fortes (BORELLI, 2002).
Foi esse tipo de jornalismo esportivo que surgiu, em grande parte por conta do futebol. As primeiras
notas e crônicas das partidas da modalidade que virava febre no país, foram o motivo da evolução e
do formato atual do jornalismo esportivo. A luta do futebol para se tornar um esporte de todas as
classes e do jornalismo esportivo, para ganhar espaço dentro das redações, foi uma luta conjunta e
essencial para o cenário atual da modalidade e da área jornalística.
É dessa junção que nasceu o sentido de Pertencimento que o brasileiro tem diante da modalidade. O
exemplo fica mais claro durante a Copa do Mundo, em que o país para por conta dos jogos e os
brasileiros unem o sentimento de representatividade dentro daquela equipe que veste as cores do
Brasil (KRAUSE, 2010).
Esse patriotismo e pertencimento que é fortalecido sempre pelo símbolo de um herói. Alguns
jogadores acabam sendo escolhidos pela torcida como Ídolos, aqueles que são reconhecidos pelo
que fazem dentro de campo. Para os torcedores, eles são exemplo de superação, determinação e
patriotismo; fazendo até com que seja enxergado que o futebol é uma das portas de boas
possibilidades para vencer na vida (MELO, 2008).
METODOLOGIA: Foram escolhidos os jornais O Dia e Meio Norte pela veiculação frequente deste
Campeonato. Na composição do corpus foram selecionadas e analisadas 394 matérias com
referencia ao tema. Com análise de conteúdo escolhida como método de análise, o material foi
dividido em duas subcategorias: No Vestiário – onde retrata-se as publicações que precedem o início
do torneio e dos jogos e o Dentro de Campo – em que foram analisados o material publicado sobre
os jogos e/ou assuntos que se desenrolaram dele. Dentro delas, as matérias ficaram divididas em
três subcategorias: Proximidade, Pertencimento e Construção de Ídolos, que são características
presentes dentro do jornalismo esportivo.
RESULTADOS: Nas análises foram percebidas a tentativa de resgate das torcidas nos jogos,
trabalhando a expectativa da presença nos estádios, por parte dos próprios torcedores e das equipes,
além da proximidade construída com o dia a dia dos times, trazendo uma relação com torcedor que
busca informações sobre o preparo para o torneio e/ ou para os jogos. Os clássicos mais uma vez
serviram de objeto essencial para criar atratividade ao futebol local. Mesmo não sendo trabalhando
tão fortemente com as adjetivações nos materiais conhecidos como pós-jogos, em alguns foram
encontradas matérias que destacassem um personagem ou lance da partida.
Na tentativa de construção de ídolos, a categoria “No Vestiário”, foi a categoria que mais apresentou
personagens aos torcedores, principalmente antes do torneio. Ponto que deve ser destacado, já que
o Ídolo tem suma importância na manutenção do futebol como paixão e esporte “hegemônico”
(HELAL, 2005). Ainda foram encontrados assuntos que se desenvolvem paralelamente aos jogos como em relação aos arranjos das partidas, seguranças, organização do torneio, premiação, local
dos jogos - mas que fazem parte do Campeonato aqui estudado, servindo como uma maneira de
atrair o leitor/torcedor também para o que acontece nos “bastidores” do torneio. Entre os dois jornais,
vimos poucas características similares sendo utilizadas. As características próprias do dia a dia do
jornalismo esportivo são muito perceptíveis no Jornal O Dia que foi fiel ao lançar as estratégias de
trabalho com o Campeonato Piauiense. Este meio impresso resgatou a identificação dos torcedores
com os clássicos e usou como principal estratégia matérias sobre as torcidas, como uma maneira de
recolocar os torcedores nos estádios do Piauí.
Diferentemente do Jornal Meio Norte, que mesmo utilizando as estratégias básicas de proximidade e
consequentemente de elo no Sentido de Pertencimento, ele focou principalmente em personagens,
mas não conseguiu trabalhar a exaltação de um atleta, construir um Ídolo ou destacar um jogador
pelos seus méritos dentro de campo. O meio também apresentou uma linguagem própria na
cobertura inicial, com títulos adjetivados, curtos e sem linha fina que informasse mais o leitor do que o
material se tratava. Além disso, também foi perceptível durante esses cinco meses de Campeonato, a
autopromoção trabalhada entre os parceiros e o a Rede de Comunicação, que o jornal é veiculado,
responsável pela transmissão televisiva e de rádio do Campeonato Piauiense.
CONCLUSÃO: O futebol piauiense passa por uma tentativa de resgate sem conseguir reencontrar
um ídolo, como Sima Bacelar foi nos anos 70-80. Assim, a tentativa de resgate passa pelas
características básicas de aproximação do jornalismo esportivo, com a proximidade e o sentido de
pertencimento sendo reconstruído para que o futebol local tente retornar aos tempos que um dia já
viveu, estratégia que os impressos utilizaram para trabalhar na cobertura do Campeonato Piauiense
2013.
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a cobertura do campeonato chevrolet piauiense 2013 pelos jornais