Raízen
Tópico: Raízen
Veículo: Portos e Navios Online
Data: 18/08/2014
- RJ
Página: 01:50
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Cosan fará cisão da área de logística em outubro
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O grupo de origem sucroalcooleira Cosan informou ontem que entrou com pedido de registro de companhia aberta da Cosan Logística na
Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A criação da empresa faz parte do processo de cisão do grupo, modelo previsto para entrar em vigor
em 1º de outubro.
A empresa pretende que, já na data prevista, sejam iniciadas as negociações da nova companhia em bolsa. "A Cosan Logística, resultante da
cisão, será uma companhia aberta, listada na BM&FBovespa no segmento "Novo Mercado"", informou a empresa, ressaltando que o modelo
ainda precisa de aprovação em assembleia geral extraordinária de acionistas.
A criação da Cosan Logística é um passo do grupo para incorporar a América Latina Logística (ALL), de ferrovias. A ALL está em processo de
fusão com a Rumo, controlada da Cosan. De acordo com os planos da diretoria do grupo, o investidor da Cosan vai passar a ter em mãos a
participação em dois papéis: na Cosan (que, conforme disseram diretores anteriormente, passará a se chamar Cosan Energia) e na Cosan
Logística (a ser criada). Mas quanto o acionista receberá de cada papel ainda dependem de cálculos.
Segundo os diretores, a cisão serve para que o mercado tenha mais clareza ao investir nos negócios da companhia. A Cosan Logística surge
com um único ativo: a participação na Rumo, companhia avaliada em R$ 4 bilhões que possui terminais no interior e no litoral paulista. Os
planos é que a Rumo seja fundida com a ALL (com valor de quase R$ 7 bilhões) depois da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Para a Cosan, a aprovação do Cade ocorrerá no fim deste ano ou no começo do ano que vem. Segundo os executivos, há preocupação com o
ritmo do órgão antitruste. "Nossa preocupação é com prazos. Porque vemos uma necessidade premente de se fazer coisas na companhia.
Dada a nova lei [do Cade, que impede junção das operações antes da aprovação], a gente não pode fazer nada. Tem que esperar", disse o
vice-presidente de finanças e diretor de relações com investidores da Cosan, Marcelo Martins, em teleconferência ontem com jornalistas. O
Cade tem 330 dias, no total, para avaliar a questão.
Empresas e entidades, como por exemplo a distribuidora de combustíveis Ipiranga , já manifestaram preocupação com a fusão no órgão, mas
os diretores minimizaram a questão. "A gente já esperava que essas peças entrassem no Cade, porque nesta semana o prazo para as
manifestações se encerram. Por ser uma companhia com grande presença geográfica, [a ALL] tem muitas partes interessadas e é legítimo
que elas se manifestem", afirmou Martins.
"A gente está tranquilo a respeito disso isso. Estamos nesse momento revisando [as petições] para ver se tem algo novo", afirmou. Segundo
ele, a fusão é simples do ponto de vista da concorrência. "Na nossa opinião, é uma fusão tecnicamente simples do ponto de vista
concorrencial. Porque já se parte de um monopólio legal, estabelecido por lei e regulado para se manter economicamente correto. Não tem um
aumento de concentração no que ela [a ALL] faz", afirmou.
Ainda de acordo com Martins, uma nova revisão das orientações de resultado poderá vir após a listagem da Cosan Logística em bolsa.
"Fizemos uma revisão na Raízen Energia com relação à cana moída [bem como de volumes] e optamos por não fazer outras revisões no
trimestre porque estaremos, a partir de 1º de outubro, com duas empresas listadas, a Cosan S.A. e a Cosan Logística", disse o executivo já na
teleconferência com analistas.
Conforme Martins, "será mais adequado trabalhar no novo "guidance" [meta] com o número já quebrado por segmento de negócio ou por
empresa". Para a Rumo, a previsão de resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em 2014 será atualizada,
segundo a companhia.
Em relação à Cosan Lubrificantes, o executivo adiantou que é possível que a previsão para o Ebitda anual seja revista para baixo. "Os
resultados do segundo semestre devem mostrar recuperação bastante forte em relação ao resultado que tem sido visto até agora, [mas] o
guidance de Ebitda pode ser revisto para esse negócio."
De acordo com o presidente da Cosan, Marcos Lutz, tanto o mercado quanto as margens desse negócio se contraíram muito no segundo
trimestre. "Vemos alguma reação neste mês, mas é difícil projetar uma recuperação total em relação ao orçamento do ponto de vista de Ebitda.
É um negócio que sofreu muito neste trimestre", enfatizou.
De abril a junho, a área de lubrificantes registrou Ebitda de R$ 21 milhões, frente a R$ 40 milhões um ano antes. Para o acumulado do ano, a
meta atual é de Ebitda entre R$ 140 milhões e R$ 170 milhões.
(Fonte: Valor Econômico/Fábio Pupo e Stella Fontes | De São Paulo
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