VI Simpósio Ítalo Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental
VI-042 - PROPOSTA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE
EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA AS ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE
CARAÚBAS/PB
Joselma Maria Ferreira de Souza(1)
Bióloga pela Universidade de Arco Verde/PE; especialista em Formação do Educador/UEPB; professora da
rede pública estadual da Paraíba; secretaria de educação do município de Caraúbas/PB
Monica Maria Pereira da Silva
Bióloga pela Universidade Estadual da Paraíba; Especialista em Educação Ambiental/UEPB; Mestre em
Desenvolvimento e Meio Ambiente pelo PRODEMA/UFPB/UEPB; Professora da UEPB/CCBS/DFB-NEEA
Endereço (1): Rua Salvino de Oliveira Neto, 65. Santo Antônio. Campina Grande – PB – CEP. 58 103-345 – Brasil
– Tel: (83) 321 7638
RESUMO
A humanidade atual convive com os resultados dos padrões culturais impostos pela sociedade industrial. A
produção de bens e serviços e a forte indução da elevação no padrão de consumo intensificam as mudanças no
estilo de vida. A sociedade moderna vive, um paradoxo, onde aumenta a preocupação com os recursos
naturais, agrava-se os hábitos de consumo indiscriminados. Há pouca sensibilização para a chamada qualidade
de vida. Em decorrência disso, o ser humano ao longo de sua evolução, encantado pelo avanço tecnológico,
tem perdido o amor e o sentimento pela teia maravilhosa da vida que é a natureza. Redescobrir! Esta deverá
ser a palavra-chave mais sensata quando estivermos buscando alternativas de soluções para os nossos
problemas ambientais. Buscando contribuir para amenização desse atual quadro, o presente trabalho teve por
objetivos: propor a construção de um Programa de Educação Ambiental para as escolas do Ensino
Fundamental do Município de Caraúbas/PB; identificar a percepção ambiental dos educadores e educandos;
observar as dificuldades e como são dadas as informações sobre o meio ambiente nas escolas do município e
sensibilizar os educadores e educandos sobre as questões ambientais. Este trabalho foi realizado no período de
julho a novembro de 2000 em 19 (dezenove) escolas municipais do Ensino Fundamental do Município de
Caraúbas, cidade localizada no cariri paraibano, com 32 educadores e 568 educandos do Ensino Fundamental.
A fim de se obter as informações necessárias para se cumprir os objetivos delimitados na pesquisa,
utilizamos um conjunto de estratégias metodológicas, o qual possibilitou a pesquisa e a sensibilização de
maneira simultânea (SILVA, 2002), destacamos: questionários compostos de perguntas abertas e fechadas
dirigidas a educadores e educandos, análise de frases e de desenhos, matriz cromática, observação participante
e várias dinâmicas. Os dados foram analisados de forma quantitativa e qualitativa, utilizando a triangulação,
o qual no entender de SATO (1997) e THIOLLENT (1998) possibilita que os dados sejam quantificados e
descritos. Como resultados, percebemos que não existia um trabalho permanente e contínuo de Educação
Ambiental, devido a falta de informação e formação nesta área. Os educadores trabalhavam o tema meio
ambiente de forma fragmentada, numa abordagem puramente ecológica preservacionista e quando havia
tempo disponível. A maioria dos educadores percebia o meio ambiente natural, sem a presença do ser
humano. Mas, o processo de sensibilização motivou o interesse dos educadores, como também dos educandos
para a necessidade da implantação do Programa de Educação Ambiental do Município de Caraúbas/PB.
Concluímos que é urgente e necessário que os poderes públicos motivem as discussões, juntamente aos
educadores para que seja elaborado este tão almejado programa. Propomos ainda, atividades e subsídios das
políticas públicas através dos seus representantes legais, para a ampliação desses conhecimentos em todas as
disciplinas, de modo que se permita a disponibilização de ações contínuas permanentes para o exercício
responsável e consciente da cidadania, em busca da manutenção e melhoria da qualidade de vida das espécies
ali existentes. Salientamos a necessidade de investimento na formação dos educadores no que se refere a
Educação Ambiental. Através da Formação Inicial e Continuada a realização de Educação Ambiental deixará
de ser utopia e acontecerá de forma permanente, contínua e dinâmica, fomentando mudanças nas práticas
pedagógicas e melhoria na qualidade, contribuindo assim para uma sociedade mais justa, solidária e
ecologicamente viável.
PALAVRAS-CHAVE:
mudanças.
Educação
Ambiental,
formação
pedagógica,
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percepção
ambiental,
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INTRODUÇÃO
A humanidade atual convive com os resultados dos padrões culturais impostos pela sociedade industrial. A
produção de bens e serviços e a forte indução da elevação no padrão de consumo intensificam as mudanças no
estilo de vida. A sociedade moderna vive portanto, um paradoxo, onde aumenta a preocupação com os
recursos naturais, agrava-se os hábitos de consumo indiscriminados, e concomitantemente há pouca
sensibilização para a chamada qualidade de vida. Em decorrência, o ser humano ao longo de sua evolução,
encantado pelo avanço tecnológico, tem perdido o amor e o sentimento pela teia maravilhosa da vida que é a
natureza. “Na verdade, esquecemos de que somos um pedaço da natureza, e que a vida sobre a Terra
constitui uma unidade” (SILVA, 2000).
Sabemos que a maioria dos nossos problemas ambientais atuais tem suas raízes em fatores socioeconômicos,
políticos e culturais, e que não pode ser previsto ou resolvido por meios puramente tecnológicos. Abordar
esses problemas apenas sob o aspecto ecológico é desconhecer, de forma ingênua, a realidade desfavorável
que precisamos modificar. E isso só será possível através de medidas atenuantes que apontem para a
transformação do social-indivídual para o social-coletivo.
Por ser meta do presente trabalho motivar a transformação social, apresentamos como objetivos: Propor a
construção de um Programa de Educação Ambiental para as escolas do Ensino Fundamental do Município de
Caraúbas/PB; identificar a percepção ambiental dos educadores e educandos; observar as dificuldades e como
são dadas as informações sobre o meio ambiente nas escolas do município e sensibilizar os educadores e
educandos sobre as questões ambientais.
METODOLOGIA
Este trabalho foi realizado no período de julho a novembro de 2000, em 19 (dezenove) Escolas Municipais do
Ensino Fundamental do Município de Caraúbas/PB.
A cidade de Caraúbas está localizada na Micro-região dos Cariris Velhos paraibano, distante a 277 Km da
Capital do Estado, com uma área de aproximadamente 492 Km². Limita-se ao Norte com o município de
Coxixola/PB, ao sul com o município de Santa Cruz do Capibaribe/PE, ao leste com o município de Barra de
São Miguel/PB., e a oeste com o município de Congo/PB.
O município de Caraúbas/PB, foi desmembrado recentemente do município de São João do Cariri, através da
Lei Estadual nº 5932 de 29 de abril de 1994, a emancipação do município ocorreu em 05 de maio de 1997,
com a posse do Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores. O clima quente com temperatura máxima de 28º C, e
mínima de 18º C é uma característica da região Semi-árida da mesorregião caririzeira.
A cidade de Caraúbas é cortada de nascente a poente pelo rio Paraíba, e de norte a sul pelo riacho da Roça.
Existe ainda, o açude Campos, localizado no sítio do mesmo nome de cuja bacia que abastece a cidade. E a
população do município é composta da seguinte forma conforme mostra a Tabela 01.
Tabela 01: População Rural e Urbana do Município.
SEXO
Homem
Mulher
Total
POPULAÇÃO
ZONA URBANA
ZONA RURAL
456
1.131
469
1.135
925
2.266
TOTAL
1.587
1.604
3.191
O sistema educacional é composto por 19 escolas, onde uma está localizada na Zona Urbana denominada de
Escola Municipal José Jorge da Silva e as demais localizadas na Zona Rural. Atendendo no ano de 2000 a um
total de 32 (trinta e dois) educadores e 568 (quinhentos e sessenta e oito) educandos. Sobre a Educação
Infantil, o município dispõe de 01 (uma) Creche denominada São Pedro que atende a 40 (quarenta) crianças na
faixa etária de 02 (dois) á 04 (quatro) anos.
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A pesquisa foi realizada com 100% dos educadores e 95% dos educandos das 19 escolas municipais. Houve
inicialmente, a caracterização das relações interpessoais, e com cinco encontros em cada escola, identificando
prioritariamente a percepção ambiental e a partir desta percepção foi estruturado o processo de sensibilização.
A fim de se obter as informações necessárias para se cumprir os objetivos delimitados na pesquisa, foi
utilizado um conjunto de estratégias metodológicas, o qual possibilitou a pesquisa e a sensibilização de
maneira simultânea (SILVA, 2002), destacamos: questionários compostos de perguntas abertas e fechadas
dirigidas a educadores e educandos, análise de frases e de desenhos, matriz cromática, observação participante
e várias dinâmicas. Os dados foram analisados de forma quantitativa e qualitativa, utilizando a triangulação,
o qual no entender de SATO (1997) e THIOLLENT (1998) possibilita que os dados sejam quantificados e
descritos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os educadores, a princípio demonstraram insegurança quando apresentamos a proposta que iríamos abordar a
partir daquele momento e em conjunto com os demais levantaríamos dados que poderiam viabilizar um
processo educativo mais eficaz a ser vivenciado dentro do cotidiano escolar.
É evidente que encontramos dificuldades no acesso as informações pré-estabelecidas e vivenciadas por eles,
porém, percebemos que todos, mesmo em pequenas proporções, têm um certo tipo de conhecimento sobre o
meio ambiente e que a identificação deste conhecimento foi imprescindível para a realização do processo de
sensibilização.
Através da aplicação da técnica de desenhos, verificamos que a maioria dos educadores percebe o meio
ambiente como natural (65%), isto é, sem nenhuma interferência do ser humano, confirmando os trabalhos
realizados por SILVA (2000), SILVA & LEITE (2000) e SILVA & ANDRADE (2000). Os educadores
possuem visão puramente ecológica de meio ambiente. Sendo que os aspectos sociais, econômicos, políticos
e éticos não foram relacionados.
Por meio de análise das frases elaboradas pelos educadores foi possível identificar que a maioria dos
educadores representa o meio ambiente como:
“casa dos seres”;
“lugar que guarda as espécies”.
Eles têm a concepção de meio ambiente como um lugar afetuosamente harmonioso que provoca afetividade
nas relações das espécies através do meio de vida que levam. Este resultado ressalta o que está exposto nos
PCNs (1997): meio ambiente é visto como um lugar para se viver. Os educadores, assim como a maioria dos
biólogos pesquisados, se vêem como seres superiores aos demais elementos do ambiente ou mesmo como os
verdadeiros donos do mundo, o que confirma os trabalhos desenvolvidos por SILVA (2000) e QUINTAS
(1995) “ o homem pensa e age como se estivesse fora do meio ambiente”. Foi possível também verificarmos
outros conceitos de meio ambiente: viver, respeitar, preservar, zelar, ensinar, amar e educar. As frases
ressaltam esses conceitos. Analisando as frases percebemos que há de certa forma um amplo conceito de meio
ambiente, envolvendo desde o viver ao amar:
“... viver bem com todos os seres e respeitar os elementos oferecidos pela natureza”;
“... a biosfera representada por todos os níveis de preservação”;
“... amar a natureza em todos os aspectos”;
“... ter amor a tudo que existe na natureza”.
Para se observar a percepção ambiental dos educandos, aplicamos questionários e textos verbais e não-verbais.
Detectamos que os mesmos vêem o meio ambiente como a casa que moram, lugar onde existe muito verde,
casa, sol, nuvens, chuva, animais, água corrente, ou seja, o lugar ideal para se viver.
Ao analisarmos os textos não-verbais, constamos que praticamente 30% dos educandos, representaram meio
ambiente como natural e 70% como construído. Interessante é, que dos quinhentos e sessenta e oito (568)
educandos, cento e setenta (170) têm uma percepção ambiental do meio natural corretamente, onde o ser
humano não está inserido como elemento prioritário. Portanto, como elemento que tem compensações de
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todos os bens comuns, e essa percepção muito nos chamou a atenção: a distinção do meio ambiente natural e
do meio ambiente construído, em conformidade com a proposta do MEC (PCNs). Este resultado já decorre do
trabalho realizado com os educadores: mudança de percepção dos educadores = mudança de percepção dos
educandos. Os educandos acreditam inclusive, que é possível contribuir para o meio ambiente saudável. Eles
apontam que é necessário ter casa, brincar, ter família, estudar, ter carinho, ter respeito ao meio ambiente.
Analisando algumas frases elaboradas pelos educandos, concluímos que a base do ambiente saudável é a
afetividade e igualdade social.
O novo milênio realmente nos leva a refletir sobre o atual modelo de desenvolvimento predominante no
mundo, onde o Ter sobrepõe o SER. As crianças sendo mais sensíveis anunciam que é preciso Ter acima de
tudo amor a si e todos o seres vivos. Sendo o amor a base de uma vida saudável haverá justiça social e
ambiente ecologicamente viável. As frases dos educandos reafirmam nossa colocação:
“... ter casa”;
“... ter família”;
“... se alimentar”;
“... brincar”;
“... beber água fervida e filtrada”;
“... estudar”;
“... ter carinho com os animais”;
“... cuidar das plantas”;
Em um outro encontro realizado nas escolas, solicitamos dos educandos das séries iniciais textos não verbais,
e dentre os referidos textos, escolhemos duas Figuras (1 e 2) que ilustram as concepções do meio ambiente
natural e o construído, e um dos educandos alcançou expectativas inesperadas e surpreendentes sobre as
concepções sugeridas.
.
FIGURA 01: Representação do meio ambiente natural de um dos
educandos da Escola João José de Alcântara
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FIGURA 04: Representação do meio ambiente construído de
um dos educandos da Escola José Jorge da Silva
Entendemos a natureza desse resultado, porque se associarmos os dois conhecimentos, ou seja, se os
educadores conseguirem absorver e transmitir esses conhecimentos, respeitando o que já existe, então se
processará novas construções de conhecimentos, e a percepção ambiental de todos os envolvidos será
enaltecida e regida de acordo com MEC/PCNs (1997) como: entendendo o meio ambiente natural e
construído, e todos serão favorecidos na construção de novos valores partir dessa ampliação.
De acordo com BUSCAGLIA (1998), “a educação é um constante processo de modificações e a maior
aventura do mundo é aprender, porque leva ao processo de transformação”.
Finalmente, a observação realizada dos educandos, é fundamental, pois será através dela, que levaremos até
os educadores a importância da implantação desse programa de Educação Ambiental, beneficiando a interrelação e o crescimento do estabelecido, partindo do conhecimento de cada um.
Os educadores informaram-nos que trabalharam muito pouco com o tema meio ambiente. Alguns alegaram
que não há tempo suficiente porque as classes são multiseriadas, outros que não têm muito conhecimento
sobre a pratica diária desta temática. Porém, ainda realizam algumas atividades relacionadas ao meio ambiente
e adotam as seguintes metodologias para trabalhar os conteúdos:
“Através de pesquisas, comentários e da TV Escola”. (Escola José Jorge da Silva);
“Além de aulas expositivas, utilizamos recurso áudio-visual e trabalhos de pesquisa na agricultura”. (Escola
João José de Alcântara);
“Através de textos, leitura complementar, pesquisa e observações realizadas no nosso município” (Escola
Joaquim Galdino Santiago);
“Todas as sextas-feiras falo um pouco sobre o ambiente, sempre dou uma volta ao redor da Escola
explicando a necessidade do verde e da interligação que existe entre nós e o ambiente”. (Escola Emiliano
Pereira de Araújo).
Compreendemos a partir dessas informações que a temática “Meio Ambiente” é realizada de forma
fragmentada e fora do currículo escolar e que o processo educativo é realizado da mesma maneira
“descontextualizada”. E através dessa realidade, o aluno passa desapercebido. Se essa realidade fosse ponto de
partida no processo ensino-aprendizagem, conforme propõe SILVA (2000), o tema meio ambiente faria parte
de todo processo educacional, pois é ele a própria realidade do educando. A grande realidade encontra-se na
falta de formação dos educadores, “tanto a nível técnico, quanto superior existem lacunas no que se refere aos
temas: Meio Ambiente e Educação Ambiental” (SILVA, 2000). Verificamos que as principais dificuldades
enfrentadas pelos educadores para trabalhar o tema meio ambiente, são salas multiseriadas, falta de formação,
educação descontextualizada, ausência de recursos didático-pedagógico, insegurança, entre outros. De acordo
com SILVA (2000), enfatizamos que a “temática ambiental ainda não é trabalhada de forma contínua e
permanente por falta de conhecimentos, interesse e sensibilização o que ressalta a importância de se investir
na formação dos formadores envolvidos com o processo ambiental”. Sugerimos portanto, que o município
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através dos seus representantes, elabore o Programa Municipal de Educação Ambiental de forma contínua e
permanente e com o tema meio ambiente sendo trabalhado em conteúdos e disciplinas.
Percebemos a carência de políticas públicas para a realização de Educação Ambiental no município. A falta
de formação e de informação dos educadores refletem a necessidade de elaboração de um Programa de
Educação Ambiental Para o Município de Caraúbas/PB. Este deverá propiciar a inserção da dimensão
ambiental em todos os conteúdos e disciplinas das escolas do município e a partir destas escolas deve
envolver a sociedade, cumprindo o que determina o artigo 225 da Constituição Federal de 1988. Todavia, este
programa necessita ser elaborado e discutido envolvendo os profissionais do município, em especial os
professores, pois são eles que formam os cidadãos participantes e transformadores da sociedade.
Essa discussão deverá ocorrer a partir da formação do Fórum de Educação Ambiental, o qual através dos seus
representantes refletirá sobre os principais objetivos desse programa para o município.
É importante ressaltar que alguns documentos servirão de base para este programa: Agenda 21, Constituição
Federal e Estadual, Leis de Crimes Ambientais, Leis dos Recursos Hídricos, Política Nacional de Educação
Ambiental (9795/99), A nova LDB (9494/96), os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), Parâmetros em
Ação e a Política Estadual de Educação Ambiental. Estes documentos precisam ser estudados pelo Fórum de
Educação Ambiental do Município, haja vista que são desconhecidos pela maioria dos professores. Além
desses documentos, são necessários ser observados os princípios, objetivos e as estratégias para a realização de
Educação Ambiental. Esta observação é fundamental para que o município elabore um programa que esteja
em consonância com os principais documentos norteadores de Educação Ambiental, evitando assim erros
inademissíveis, como aquele presente na Constituição do Estado da Paraíba, onde é proposto a criação de
disciplina de Educação Ambiental no Estado, ao invés de motivar a realização em todos os níveis, conteúdos
e disciplinas.
O Programa proposto requer como meta prioritária a formação de agentes multiplicadores em Educação
Ambiental. Porque será através da formação e informação que será possível discutir a elaboração do referido
Programa. A fomentação da implantação deste Programa revelará o nível de preocupação e de compromisso
das autoridades responsáveis pelo município no que se refere ao meio ambiente e a melhoria de qualidade de
vida, porque a promoção de um ambiente ecologicamente viável, representa uma população saudável,
participante, cidadã!!!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, é preciso e urgente investir na formação dos educadores no que se refere a Educação Ambiental.
Através da Formação Inicial e Continuada a realização de Educação Ambiental deixará de ser utopia e
acontecerá de forma permanente, contínua e dinâmica, fomentando mudanças nas práticas pedagógicas e
melhoria na qualidade, contribuindo assim para uma sociedade mais justa, solidária e ecologicamente viável.
Enfim, a base para implantação e implementação do Programa de Educação Ambiental é formação dos
educadores e vontade política.
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