Origem
As controvérsias acompanham o spam desde seu "nascimento", cuja
data "oficial" pode ser considerada como 5 de março 1994. Neste dia,
dois advogados, Canter e Siegel, enviaram uma mensagem sobre
uma loteria de Green Cards americanos para um grupo de discussão
da USENET. O ato de enviar uma mensagem de propaganda para um
fórum sem foco no assunto causou espanto e revolta em muitos
assinantes do grupo.
No entanto, o pior aconteceria no dia 12 de abril de 1994, quando os
advogados enviaram a mesma mensagem para diversos grupos de
discussão da USENET. Foi utilizado um programa capaz de
automatizar o envio em massa da mensagem de propaganda. As
reações foram imediatas e negativas, gerando apelos sobre a violação
da Netiqueta – um conjunto de regras de boas maneiras para os
usuários da rede. O grande número de mensagens trocadas sobre o
assunto comprometeu o desempenho da rede, causando um dos
conhecidos efeitos colaterais do spam.
As mensagens históricas podem ser encontradas no WebArchive.org:
http://web.archive.org/web/20011214024742/math-www.unipaderborn.de/~axel/BL/CS941211.txt
Durante as inflamadas discussões sobre o ocorrido, surgiu a
referência ao termo spam, relembrando uma cena do programa de TV
do grupo inglês Monty Python, onde vikings inconvenientes estavam
em uma lanchonete, repetindo diversas vezes a palavra "spam",
referindo-se a um conhecido enlatado americano composto de
presunto condimentado.
Curiosidades
Navegando pela rede, é possível encontrar muitas histórias sobre o
spam. As lendas e mitos em torno do assunto tornaram-se temas de
listas de discussões, fóruns, sites, blogs e comunidades, ou seja,
acompanharam a evolução da Internet. Percebe-se que esse outro
lado da história da Internet é motivo de eternas discussões técnicas,
éticas, legislativas, comportamentais ou psicológicas.
SPAM® e spam
Boa parte das curiosidades sobre spam diz respeito à origem do
termo. Tudo começou com o SPAM® , com letras maiúsculas, um
presunto condimentado (SPiced hAM) e enlatado americano. O
SPAM® (www.spam.com) é fabricado pela Hormel Foods
(www.hormel.com), desde 1930, e tem uma legião de fãs no mundo
inteiro.
O famoso presunto foi tema de uma cena que o eternizaria em um
dos programas de TV do grupo de comediantes Monty Python,
sempre lembrados por filmes clássicos como: "Monty Python and the
Holy Grail" e "Monty Python – The Meaning of Life".
Numa das cenas do programa "Monty Python´s Flying Circus TV
Show", um grupo de vikings está em uma taverna, onde entra um
casal que consulta o cardápio, cujos pratos são todos feitos com
SPAM® . Enquanto o casal conversa com a garçonete, os vikings
recitam diversas vezes um texto extremamente chato, repetindo a
palavra SPAM® . A frase mais repetida é: "Spam spam spam spam.
Lovely spam!".
O texto está disponível em vários sites, como
http://www.detritus.org/spam/skit.html e
http://www.cs.berkeley.edu/~ddgarcia/spam.html#MontyPython .
No texto do Monty Python, a repetição da palavra SPAM® tantas e
tantas vezes, incomoda e perturba. As sensações e as reações são
muito parecidas com aquelas experimentadas pelos usuários que
receberam repetidas vezes a mesma mensagem postada na USENET,
sobre a loteria de Green Cards.
A Hormel não aprova a associação de sua marca com algo tão nocivo
à Internet e cada vez mais prejudicial à segurança da rede e do
usuário. No site oficial do SPAM® , encontra-se um texto da Hormel
(http://www.spam.com/legal/spam/), esclarecendo que spam,
grafado com letras minúsculas, diz respeito ao envio de mensagens
não solicitadas pela Internet e não deve ser confundido com "SPAM®
", grafado com letras maiúsculas, marca registrada pela Hormel
Foods. O texto também reitera a objeção da Hormel à associação da
imagem do produto SPAM® ao envio de mensagens não solicitadas
pela Internet.
"SPAM & the Internet
We do not object to use of this slang term to describe UCE, although
we do object to the use of the word "spam" as a trademark and to
the use of our product image in association with that term. Also, if
the term is to be used, it should be used in all lower-case letters to
distinguish it from our trademark SPAM, which should be used with all
uppercase letters."
Trecho do texto extraído de http://www.spam.com/legal/spam/
O spam de 1978
Para entender a real dimensão das histórias sobre a origem do spam,
uma das referências indispensáveis é o site pessoal de Brad
Templeton. Ele mantém página com uma pesquisa histórica sobre o
assunto, a "Origin of term spam to mean net abuse", que pode ser
acessada na íntegra em
http://www.templetons.com/brad/spamterm.html).
Um trecho muito interessante descreve que o primeiro spam pode ter
acontecido em maio de 1978, quando um funcionário da DEC,
contratado para fazer propaganda do novo sistema DEC 20,
considerou que todos os usuários da Arpanet estariam interessados
em receber as informações sobre o referido sistema.
Uma mensagem de divulgação do DEC 20 foi enviada para 320
endereços da Arpanet, já que esse era o limite aceito pelo sistema da
época. O spam histórico, reconhecido muitos anos depois, pode ser
visto em http://www.templetons.com/brad/spamreact.html. Apesar
disso, a mensagem dos Green Cards é considerada o primeiro spam,
batizado como tal.
Folclore e Netlore
O folclore é o termo utilizado para referenciar o "ensinamento do
povo": folk = povo, nação, raça; e lore = ato de ensinar. Assim, o
folclore é a cultura popular, o conjunto de crenças e costumes de um
povo, habitantes de uma região ou país. São exemplos de folclore as
histórias, lendas e músicas que aprendemos com nossos pais, os
quais aprenderam com nossos avós e assim por outras gerações.
Afinal, qual é a relação entre folclore e spam? A resposta é o netlore,
o folclore da rede. Netlore é o termo associado às lendas, histórias e
boatos que circulam pela Internet e, muitas vezes, se tornam crenças
dos internautas (usuários da Internet).
Na verdade, o netlore é um exemplo de que muitos comportamentos
do ser humano migraram para as relações via Internet. As correntes
para encontrar marido ou ganhar dinheiro são bons exemplos desse
fato.
Analisando os tipos de spam, é possível identificar histórias,
correntes, lendas e boatos enviados por e-mail. Na maioria das
vezes, esses e-mails não são solicitados, principalmente, quando são
recebidas várias cópias da mesma mensagem, enviadas pelos colegas
que não querem se arriscar a tornarem-se vítimas de uma tragédia
por não ter repassado 20 e-mails de uma corrente da sorte.
Entre os sites que tratam de spam e netlore, pode-se destacar: "Por
uma Internet sem spam" (http://www.quatrocantos.com/LENDAS/) e
"Urban Legends and Folklore" (http://urbanlegends.about.com).
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