ELABORAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE POP PARA DETERMINAÇÃO DE
AFLATOXINA B1 EM RAÇÕES E SILAGENS
Andressa SOLIGO1; Andréia DALLA ROSA1; Angela Cristina SCHNEIDER1; Luana GONÇALVES1; Giniani Carla
DORS3, Samantha Lemke GONZALEZ1; Maria Manuela Camino FELTES2
1
Instituto Federal Catarinense, Concórdia/SC, 2 Instituto Federal Catarinense, Brusque/SC, 3Universidade Federal de Pelotas,
Introdução
As micotoxinas são metabólitos secundários de fungos presentes naturalmente em
produtos agrícolas, particularmente nos cereais, tanto no campo quanto no armazenamento,
bem como em alimentos processados e rações. A contaminação da ração por micotoxinas
pode gerar danos à saúde animal como diminuição da produtividade, problemas reprodutivos
e aumento na taxa de mortalidade, levando a sérios prejuízos econômicos (SEKIWAMA;
FERRARI; MACHINSKI JUNIOR, 2007). Dentre as aflatoxinas, a B1 é considerada a mais
importante, devido ao seu alto potencial tóxico, sendo considerada um dos mais potentes
hepatocarcinógenos conhecidos (MOSS, 2002).
O Procedimento Operacional Padrão (POP) faz parte do Sistema de Qualidade e busca
fazer com que um processo, independentemente da área, possa ser realizado sempre de uma
mesma forma, permitindo a verificação de cada uma de suas etapas (DAINESI; NUNES,
2007). Eles podem ser descritos como a padronização de procedimentos que apresentam
detalhadamente instruções para a realização de tarefas que irão assegurar a qualidade de todo
o procedimento, acarretando em resultados com uma maior confiabilidade (PINEZE;
CONSONI; MARQUES, 2013).
Devido a necessidade de padronizar a metodologia para a determinação de aflatoxina
B1 em rações e silagens no laboratório o objetivo deste trabalho foi elaborar e implantar o
POP para a extração e quantificação de aflatoxina B1 em ração e silagem.
Material e Métodos
Foi elaborado o Procedimento Operacional Padrão (POP) para a determinação de
aflatoxina B1 em rações e silagens, utilizando como referência o modelo padrão do
Laboratório de Bromatologia do Instituto Federal Catarinense – Campus Concórdia. Após
foram realizados os testes da metodologia para a revisão do POP elaborado e posterior
implantação.
Na sequência, a metodologia será utilizada para determinação de aflatoxina B1 de
rações e silagens coletadas em propriedades em uma microrregião do Oeste de Santa Catarina.
Resultados e discussão
O POP apresenta título, sumário, objetivo, listagem de materiais, preparo de amostras
e de soluções, instruções de forma sequencial para a execução do procedimento e cuidados
que devem ser tomados durante a execução da técnica, como a utilização de EPIs, além de
conter informações de quem elaborou e aprovou, o número de revisões feitas e a data da
última revisão (Figura 1)
Figura 1: (a) Página inicial do POP, (b) metodologia para a extração da aflatoxina B1
e (c) metodologia para quantificação da aflatoxina B1 por Cromatografia de Camada Delgada.
(a)
(b)
(c)
A elaboração e implantação destes procedimentos irá facilitar a utilização da
infraestrutura do Laboratório para extração e quantificação de amostras de ração e silagem
coletadas em pequenas propriedades em uma microrregião do Oeste de Santa Catarina para a
avaliação da contaminação por Aflatoxina B1. Desta forma, todos que fizerem uso do mesmo
poderão realizar as análises de forma independente, sem que surjam dúvidas, além de
minimizar os erros na execução, o que é fundamental para a qualidade dos resultados. É de
suma importância que todos os procedimentos de rotina executados sejam descritos de forma
clara e objetiva, evitando detalhes em excesso que dificultem a interpretação (PINEZE;
CONSONI; MARQUES, 2013).
Conclusão
Com a elaboração e implantação dos POPs foi possível fazer as adequações
instrumentais e de materiais no Laboratório a fim de padronizar e viabilizar a execução da
técnica de determinação de aflatoxina B1 em amostras de ração e silagem.
Referências
DAINESI, S. M.; NUNES, D.B. Procedimentos operacionais padronizados e o gerenciamento
de qualidade em centros de pesquisa. Rev. Assoc. Med. Bras. vol. 53, nº 1: jan./feb. 2007.
HACKBART, H. C. S. Biodegradação de Aflatoxinas. Tese (Doutorado em Engenharia e
Ciência de Alimentos) – Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, 2013.
MOSS, M. O. Mycotoxinrewiew: Aspergillus and Penicillium. Mycologist, v. 16, n. 3, p.
116-119, 2002;
PINEZE, E.C; CONSONI, R.C; MARQUES L.C. Procedimentos Operacionais de uma
indústria farmacêutica: proposta de critérios de elaboração. Disponível em:
http://fitoscience.com.br/administracao/upload/20100709_123139.pdf. Acesso em 20 de julho
de 2013;
SEKIYAMA, B. L.; FERRARI, G.; JUNIOR, M. M. Processos de descontaminação de rações
contendo micotoxinas. Revista Analytica. n.26 Dezembro 2006/Janeiro 2007;
SOARES LMV, RODRIGUEZ-AMAYA DB. Survey of aflatoxins, ochratoxin A,
zearalenone, and sterigmatocystin in some Brazilian foods by using multi-toxin thin-layer
chromatographic method. Journal of the Association of Official Analytical Chemists, v.72,
p. 22-6, 1989.
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