FEBRASGO
Jornal da
Ano 16 – edição 115 – Junho 2010
Publicação da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
TOP TEMAS
Tudo sobre o Congresso
Internacional de
Ginecologia e Obstetrícia
AGF
FEBRASGO se
prepara para
novos desafios
TEGO 2010
Edital
publicado,
inscrições abertas
DEFESA PROFISSIONAL
Médicos mineiros
lutam por
valorização
editorial
As resoluções de
um grande encontro
R
ecentemente estivemos reunidos, os diretores da FEBRASGO,
presidentes das sociedades
estaduais, coordenadores das
comissões nacionais especializadas e representantes estaduais de residência médica, em três importantes fóruns de debates.
Foi em Hortolândia, no interior de São Paulo,
quando realizamos nossa Assembleia Geral
a fim de organizar a tocoginecologia brasileira para novos desafios.
Os representantes da residência médica
nacional cravaram um marco na história da
FEBRASGO, estando, todos, reunidos pela primeira vez. Prova do grande comprometimento
com a qualidade da especialização e com o
futuro da ginecologia e da obstetrícia.
Em outro grupo, os presidentes das
comissões nacionais especializadas definiam detalhes para o lançamento de uma
série de manuais que, juntos, abordarão
os principais assuntos de nossa rotina,
tornando-se referências bibliográficas para
estudantes e profissionais. Todos serão
disponibilizados em nosso site, além de
atualizados e revisados periodicamente.
Também reuniram-se os presidentes
das Associações Federadas na Assembleia
“Um avanço para
a organização e
a valorização da
tocoginecologia: a
partir da próxima
gestão, a FEBRASGO
terá diretorias de
defesa profissional
e científica”
índice
TOP TEMAS........................................................................................... 4
Geral da FEBRASGO, a nossa AGF. Logo de
início discutiram e aprovaram resoluções
de suma relevância, modernizando e agilizando rotinas e ferramentas de atuação.
Destaco duas importantes resoluções, que
certamente fortalecerão a contínua luta
pela valorização da especialidade. A partir
da próxima gestão, passaremos a ter diretorias de defesa profissional e científica.
Falando em defesa profissional, começa
nesta edição uma série de reportagens sobre
as batalhas travadas ao redor do país em
busca de melhores condições de trabalho,
mais segurança e tranquilidade para médicos e pacientes. Desta feita, retratamos as
iniciativas de Minas Gerais, da SOGIMIG.
Por fim, lembro a todos que já estão
abertas as inscrições para o inédito TOP
TEMAS, que acontece em novembro, no Rio
de Janeiro, e também para a próxima prova
para obtenção do Título de Especialista em
Ginecologia e Obstetrícia, o TEGO. Confira
em nosso site o edital e mais informações
sobre como aderir em nosso site.
Boa leitura e até a próxima,
Nilson Roberto de Melo,
presidente da FEBRASGO
Evento reuniu presidentes
e representantes das
Sociedades Estaduais
Especial AGF....................................................................................... 5
Tego 2010............................................................................................. 7
Defesa Profissional............................................................................ 10
Direto da fonte................................................................................... 11
Redução de danos.............................................................................12
Remuneração médica.......................................................................13
Curtas.................................................................................................18
Informes..............................................................................................19
Bureau 2.8
Giro pelos Estados............................................................................. 16
Jornal da FEBRASGO – Junho 2010 top temas
Os destaques do Congresso
Internacional de
Ginecologia e Obstetrícia
D
e 14 a 16 de outubro, no
Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro,
a FEBRASGO promove a primeira edição do TOP TEMAS, Congresso
Internacional de Ginecologia e Obstetrícia.
Baseado em alguns “top temas” predefinidos, o evento nasce com uma proposta
inovadora. Terá dinâmica ágil, além de informação de qualidade compartilhada por
renomados especialistas de cada área.
“O formato, é de fato, inédito e propiciará fluidez aos trabalhos. Acreditamos
que os dez minutos propostos para a
primeira explanação serão suficientes
a fim de suscitar questões importantes.
Depois disso, plateia e palestrante terão
outros dez minutos para debate”, explica
Ricardo Oliveira e Silva, um dos coordenadores do Congresso Internacional.
A escolha dos tópicos originou-se de
questionário enviado aleatoriamente a 500
associados da FEBRASGO. Partiu, portanto, de sugestões dos maiores interessados,
os próprios tocoginecologistas. Assim, estarão em destaque temas como climatério
e osteoporose, ginecologia endócrina e
planejamento familiar, oncologia genital e
mamária, patologia do trato genital inferior
e infectologia, endoscopia ginecológica.
Além desses, serão discutidos reprodução
humana e endometriose, uroginecologia e
cirurgia vaginal, medicina fetal e pré-natal,
gestação de alto risco, assistência obstétrica (urgências obstétricas, abortamento
previsto em lei) e mortalidade materna.
“Os assuntos foram minuciosamente
escolhidos e são bastante específicos.
Dessa maneira, conseguiremos aprofundá-los com competência científica e de
forma compacta”, garante Ricardo.
Jornal da FEBRASGO – Junho 2010
Fotos Bureau 2.8
Evento terá dinâmica ágil, além de informação de qualidade
compartilhada por renomados especialistas de cada área
ALGUNS TEMAS EM PAUTA
 Climatério e osteoporose
 Ginecologia endócrina
e planejamento familiar
 Oncologia genital e mamária
 Patologia do trato genital
inferior e infectologia
Ricardo Oliveira e Silva
Fora as discussões centrais, a programação conta com conferências, mesasredondas, simpósios por satélite e uma
feira de exposições repleta de novidades.
A expectativa da FEBRASGO é atrair cerca
de 4 mil ginecologistas, obstetras, residentes e estudantes.
O Congresso Internacional de Ginecologia e Obstetrícia ocorrerá a cada dois
anos, intercalado ao Congresso Brasileiro
de Ginecologia e Obstetrícia, o CBGO. Outras informações e inscrições no site da
FEBRASGO: www.febrasgo.org.br.
 Endoscopia ginecológica
 Reprodução humana
e endometriose
 Uroginecologia
e cirurgia vaginal
 Medicina fetal e pré-natal
 Gestação de alto risco
 Assistência obstétrica
(urgências obstétricas,
abortamento previsto em lei)
e mortalidade materna
Cidade do Rio de Janeiro sedia estreia do evento
ORGANIZAÇÃO
Assembleia Geral de
Federadas prepara FEBRASGO
para novos desafios
tário-executivo da FEBRASGO, é a criação
de duas diretorias essenciais: a científica
e de defesa profissional. “Estes cargos, a
partir de agora, constarão das chapas nas
próximas eleições para a FEBRASGO.”
Eliana Amaral, ao lado do presidente da FEBRASGO, Nilson Roberto de Melo,
aproveitou a ocasião para esclarecer dúvidas sobre a prova do TEGO
Os rumos da especialidade e o futuro
da tocoginecologia foram debatidos
à exaustão no encontro
T
ranscorrida de 10 a 12 de
junho, a última Assembleia
Geral de Federadas (AGF) reuniu em Hortolândia, interior de
São Paulo, diretores da FEBRASGO e
representantes de suas 27 federadas.
Em pauta, importantes definições que
beneficiarão não apenas as sociedades
de ginecologia, mas também a prática
diária da especialidade e a população.
Paralelamente, duas outras reuniões
debatiam os rumos da especialidade: uma
delas contou com os presidentes das Comissões Nacionais Especializadas, e outra,
com a Comissão de Residência Médica.
Confira, a seguir, as principais discussões e resoluções de cada uma delas.
AGF
Foram discutidas e aprovadas, por
unanimidade, as atas das Assembleias
Gerais Ordinárias de Federadas, realizadas em 2009, em Brasília, DF, e em
junho; além da Extraordinária, que aconteceu em Belo Horizonte, MG, durante o
Congresso Brasileiro de Ginecologia e
Obstetrícia (CBGO), em novembro. Também passaram pelo crivo dos presentes
os relatórios e propostas da presidência,
da secretaria executiva, balanço financeiro e parecer do Conselho Fiscal.
Em seguida, houve apresentação dos
balanços do 530 CBGO, do relatório anual
das atividades científicas e financeiras das
Associações filiadas à FEBRASGO, e dos
relatórios 2009 do TEGO e do Cadastro de
Programas de Residência Médica.
Na ocasião também foram homologados
os novos membros das Comissões de Avaliação Profissional e de Residência Médica.
Uma das decisões que merece destaque,
comenta Francisco Eduardo Prota, secre-
RESIDÊNCIA MÉDICA
Pela primeira vez em 50 anos de história da FEBRASGO foi possível reunir a
Comissão de Residência Médica (CORE),
formada por representantes de todos os
26 estados brasileiros mais o Distrito
Federal. Segundo Renato Passini, coordenador da Comissão de Ensino e Avaliação
(CEA), esta participação confirma a confiança que foi depositada nesta comissão
pela diretoria da Federação.
Um dos grandes desafios propostos para
os integrantes do CORE foi a continuidade
do trabalho de mapeamento dos programas de residência médica em ginecologia
e obstetrícia iniciado em 2009 pela CEA.
Até o momento, foram visitados 105
programas de residência médica, ou cerca
de 70% do total credenciado pelo Ministério da Educação. A meta, segundo Passini,
coordenador da ação, é atingir 100% dos
programas até o fim deste ano.
“Cada um destes programas recebeu a
visita de um membro do CEA, geralmente
acompanhado pelo representante da
FEBRASGO no respectivo estado. As informações foram obtidas em conversas informais, a partir de roteiro predeterminado
que nos permitiu conhecer melhor diversos
aspectos de funcionamento”, relata.
Geralmente participavam da conversa os
supervisores do serviço, além de preceptores e médicos residentes, que ajudavam
com informações mais detalhadas.
As visitas
Dos vários aspectos verificados nas
visitas, a Comissão verificou uma grande
heterogeneidade. Para alguns deles é imJornal da FEBRASGO – Junho 2010 Bureau 2.8
ORGANIZAÇÃO
Encerrado o evento, presidentes levam às
suas Sociedades as principais resoluções
portante que exista um desenvolvimento
no treinamento dos médicos residentes
em alguns pontos específicos do programa proposto e aprovado pelo MEC.
“É necessário que daqui para frente os
responsáveis pelos programas consigam
ter uma ideia mais precisa dos procedimentos que os médicos residentes realizam durante os três anos de programa”,
observa Renato Passini.
Outro desafio importante será manter
os dados já recolhidos constantemente
atualizados, acrescentando informações
recentes com periodicidade. E mais para
frente, incluir, por exemplo, informações
sobre as cirurgias uroginecológicas, videoendoscópicas e de mama, assim como os
atendimentos a pacientes mais graves.
É ainda fundamental conhecer os
métodos de avaliação a que os médicos
residentes são submetidos. Ao que tudo
indica, segundo Passini, a maioria passa
somente por avaliações teóricas e por
conceito, que é uma nota dada por desempenho ao final de cada estágio.
RESULTADOS
Todos os membros da Comissão de
Residência da FEBRASGO, presidida por
Patrícia El Beitune, receberam o conteúdo
programático da especialidade para que
seja reavaliado e sejam propostas modificações, se julgarem necessário.
Jornal da FEBRASGO – Junho 2010
Pela primeira
vez na história,
todos os
representantes
da Comissão
de Residência
Médica estiveram
reunidos
“Com este processo, pretende-se chegar a uma descrição mais abrangente
e objetiva do que é necessário para a
formação do residente em Ginecologia e
Obstetrícia”, explica Renato Passini.
Além disso, a FEBRASGO também
pretende colaborar com os programas
de residência médica que tenham dificuldades em termos de preceptoria,
colaborando no desenvolvimento de
preceptores em áreas específicas.
COMISSÕES NACIONAIS
ESPECIALIZADAS
Estiveram também reunidos em Hortolândia os presidentes das Comissões
Nacionais Especializadas. A reunião foi
aberta pelo presidente da Federação,
Nilson Roberto de Melo, que ressaltou a importância dos manuais da FEBRASGO, atu-
almente em fase de finalização e revisão,
para serem disponibilizados on-line para
os associados. Segundo ele, tratam-se de
referências bibliográficas a estudantes e
profissionais da área.
Ficou pactuado entre os presentes
que, em decorrência de haver conteúdos
que fazem intersecção de duas ou mais
comissões, estes serão revistos por todas
as comissões envolvidas para padronizar
e evitar divergências.
Conforme explica Etelvino Trindade, que
coordenou a reunião, são diversos os assuntos correlatos. “Na própria comissão que
presido, de oncologia genital, será necessário afinar condutas com a Comissão de Trato
Genital Inferior (TGI), por exemplo.”
Além dos manuais, o presidente fez a
introdução de outros temas que esperava
serem discutidos pelos presidentes das
comissões: educação médica continuada, o Tratado de Obstetrícia e também o
de Ginecologia, que deverão ser escritos
de imediato.
Sobre educação continuada, foram apresentadas sugestões para propiciar ensino
e atualização a todos os ginecologistas
e obstetras. Uma proposta foi utilizar a
informática, que é muito acessada por
residentes e por mais de 40% dos ginecologistas e obstetras do país.
No entanto, cogitou-se a reativação dos
cursos presenciais, que beneficiariam
especialmente os médicos que atuam em
regiões distantes e também aqueles que
não acessam a internet.
Em seguida, Ricardo Oliveira e Silva,
tesoureiro da FEBRASGO, solicitou aos
presidentes das Comissões que selecionem dentro de temas previamente
selecionados, assuntos para debate na
primeira edição do TOP TEMAS, bem como
uma relação de possíveis palestrantes
internacionais.
Outro evento inserido no encontro por
Almir Urbanetz, vice-presidente da Região Sul, foi o 540 Congresso Brasileiro
de Ginecologia e Obstetrícia, que será
realizado em 2011, no Paraná. Para o
encontro, caberá às comissões auxiliar
na elaboração da grade científica, bem
como apoiar a elaboração e a realização
dos cursos nos congressos.
URGENTE
Abertas inscrições
para exame do TEGO
N
os dias 25 e 26 de setembro, em
São Paulo, está prevista a prova
de suficiência para obtenção do
Titulo de Especialista em Ginecologia e
Obstetrícia, o TEGO. Seguindo o novo
formato lançado em 2009, o primeiro
dia, um sábado, terá a aplicação da
prova teórica. No domingo, os que
tiverem aproveitamento de ao menos
50% na prova teórica seguem com a
avaliação teórica-prática. As inscrições
estarão abertas a partir de 19 de julho
e se encerram em 13 de agosto.
“Assim como no ano passado, obedecendo às normativas da AMB, podem
se inscrever para o TEGO aqueles que
completaram os três anos de residência
médica em programas oficiais credenciados pelo MEC, tendo iniciado a partir de
2006, ou dois anos, para os que fizeram
programas de dois anos, antes de 2006.
Também podem participar da prova
aqueles que somam seis anos de experiência na especialidade ou realizaram
treinamento que não seja em residência
credenciada, cumprindo os pontos necessários sugeridos pela Comissão Nacional
de Acreditarão (CNA)”, explica Eliana Amaral, presidente da Comissão de Avaliação
Profissional da FEBRASGO.
A nota de corte para aprovação final
na prova de suficiência é seis, dos dez
pontos máximos, calculada por média
das provas teórica e teórico-prática,
conforme consta do edital, seguindo
normativa da AMB, já disponível no site
da FEBRASGO.
Boa experiência
A estreia desse novo formato, em
2009, foi muito bem aceita por aqueles que prestaram o exame e por todos
os envolvidos na organização. Modelo
similar já tem sido sugerido para as
outras especialidades pela própria
Associação Médica Brasileira (AMB).
No ano passado, relata Eliana, a
prova teve índice de aprovação de 86%
dos candidatos ao título de especialista. O retorno recebido pela FEBRASGO
da maioria absoluta dos 496 candidatos ao título e dos 156 avaliadores envolvidos foi que as questões avaliaram
adequadamente suas condições, seus
conhecimentos.
“É gratificante saber que as pessoas
gostaram do modelo, e que foi aprovado
pelos especialistas avaliadores e por
aqueles que se submeteram ao exame
de suficiência para obtenção do título.
Ao mesmo tempo, esse índice de aprovação mostra que estamos ajudando
a preparar um médico especialista em
ginecologia e obstetrícia de alta qualidade, com formação tão suficiente quanto
um grupo de especialistas da Comissão
de Avaliação Profissional considera necessária para alguém receber o título de
especialista concedido pela AMB.”
Anote
As provas serão realizadas na Universidade Paulista (Unip), campus Jardim
Mirandópolis, localizado na rua Luis Góis,
2211, em São Paulo.
A inscrição é eletrônica e deve ser
feita no site da FEBRASGO. É importante
lembrar que os candidatos que se inscreverem devem ter a documentação
comprobatória de todas as informações
incluídas na inscrição, inclusive dos
pontos, de seus títulos, da realização da
residência médica ou do treinamento,
bem como de seu tempo de prática na
área. Toda a documentação deve ser
enviada para a FEBRASGO, onde será revista antes de ser validada a inscrição.
“No ano passado tivemos apenas 17
inscrições consideradas não válidas, ou
porque não somaram os pontos adequados ou porque os programas de treinamento não eram residências credenciadas, o
que exige o dobro do tempo de prática na
especialidade”, comenta Eliana.
CERTIFICADO
DE ATUAÇÃO
NA ÁREA
Foram abertas as
inscrições para as
áreas de endoscopia
ginecológica, medicina
fetal e sexologia
J
á estão abertas as inscrições para
os concursos para obtenção de
certificado de atuação nas áreas de
endoscopia ginecológica, medicina fetal e
sexologia. As inscrições devem ser efetuadas até às 18h do dia 13 de agosto no portal
da FEBRASGO (www.febrasgo.org.br).
Podem participar todos os inscritos no
Conselho Regional de Medicina (CRM definitivo), portadores do Título de Especialista em
Ginecologia e Obstetrícia (TEGO) concedido
pela Associação Medica Brasileira (AMB), e
que cumpram outros requisitos, como experiência na área, que variam conforme a área
pretendida. Para mais informações, confira os
respectivos editais no site da FEBRASGO.
As provas, constituídas de uma parte
escrita, com questões de múltipla escolha,
e outra prática, serão realizadas em 25 de
setembro, às 14h, na Universidade Paulista
(UNIP), localizada à rua Luis Góis, 2211,
Vila Mirandópolis, em São Paulo. No dia
seguinte, os candidatos poderão conferir os
gabaritos em www.febrasgo.org.br.
Serão aprovados todos aqueles que
preencherem os requisitos mínimos para
a realização da prova e que tenham média
final igual ou superior a 7,0 (sete) pontos
para o conjunto de provas, tendo acertado,
no mínimo, 50% das questões válidas de
cada uma delas.
A relação dos aprovados no concurso
será divulgada pela FEBRASGO em 25 de
outubro e enviada a cada um via postal.
Os Certificados de Atuação na Área obtidos neste concurso têm validade de cinco
anos, sendo renováveis segundo as normas
estabelecidas pela Comissão Nacional de
Acreditação AMB/CFM.
Jornal da FEBRASGO – Junho 2010 Defesa Profissional
SOGIMIG na luta pela
valorização do obstetra
A
Associação de Ginecologistas
e Obstetras de Minas Gerais
(SOGIMIG) trava, desde 2004,
uma batalha importante para
os tocoginecologistas e a comunidade.
Tudo começou em março daquele ano,
quando a Unimed-BH enviou comunicado
considerando ilegal a cobrança de honorários de assistência ao parto, quando
realizado por médico não plantonista.
Após consulta aos associados, a SOGIMIG contratou uma advogada que emitiu
parecer sobre a questão, para o qual se
baseou no próprio estatuto da Unimed-BH
e em pareceres do Conselho Regional de
Medicina e do Ministério Público, considerando legal a cobrança em questão.
Segundo o próprio contrato firmado entre
a cooperativa e usuários, a disponibilidade
e a exclusividade do médico escolhido
pela paciente não fazem parte do pacote
Unimed. Ainda de acordo com o documento, “esta discussão envolve a liberdade do
médico enquanto profissional liberal, assim
como a vontade da paciente de contratá-lo
fora do acordo com o plano de saúde”.
10 Jornal da FEBRASGO – Junho 2010
Plantões de BH
Maria Inês de Miranda Lima
Em 2007, o Poder Judiciário de Minas
Gerais julgou procedente a cobrança de
honorários por obstetra não plantonista,
sem duplicidade de cobrança, desde que
previamente acordado com a paciente. A Unimed-BH recorreu da sentença. Em seguida, a
ANS entrou no processo como litisconsorte,
fazendo com que o TJMG entendesse que
o processo deveria ser enviado ao Tribunal
Regional Federal. Em dezembro de 2008, o
TRF considerou a ANS parte interessada.
A SOGIMIG recorreu discordando da legitimidade da participação da ANS e entrou
com Recurso Especial para o Superior Tribunal de Justiça e Recurso Extraordinário para
o Supremo Tribunal Federal, os quais serão
submetidos ao juízo de admissibilidade da
vice-presidência do próprio TRF, divergindo
da participação da ANS.
“Discordamos da legitimidade da participação da ANS no feito e solicitamos a
manutenção da competência da Justiça
Estadual de Minas Gerais para julgar
a ação”, explica Maria Inês de
Miranda Lima, diretora de Defesa
Profissional da SOGIMIG.
“Essa não é uma luta contra a
medicina suplementar, que está
inserida na nossa sociedade, atende a mais de 42 milhões de brasileiros
e tende a crescer. O médico atende
muitas vezes nos 3 sistemas: o público,
o suplementar e o privado.”
Em Belo Horizonte, as maternidades
do setor público e privado têm médicos de plantão e auxiliar 24 horas por
dia. As maternidades que atendem às
redes suplementar e particular não
são as mesmas que atendem à rede
pública. Esses médicos são remunerados por procedimento e atendem
pacientes de planos enfermaria e
apartamento quando os médicos não
se disponibilizam a atender.
Ter as maternidades com plantonista,
explica Maria Inês, assegura atendimento de urgência com prontidão.
“Obviamente que existe liberdade para
os médicos externos que queiram dar
atendimento as suas pacientes.”
A cobrança dos obstetras às pacientes do sistema de saúde suplementar pela exclusividade e disponibilidade para assistência ao parto foi
estabelecida ao longo dos anos e já
é aceita rotineiramente pela maioria
das pacientes.
“Explicamos que o contrato particular permite que sejamos chamados durante a madrugada, fim de
semana ou no meio do consultório,
e que o plano de saúde somente
assegura o médico plantonista para
assistência ao parto.”
E destaca que a escolha que as
pacientes fazem por seus médicos
não pode ser precificada pelo plano
de saúde. “É um contrato da medicina
liberal. Isso se aplica a todas as especialidades. Não posso chegar a um
pronto atendimento com uma fratura
no meio da madrugada, não aceitar
o plantonista e mandar chamar outro
profissional, sem nenhum custo. É
preciso estabelecer limites para a rede
suplementar, sem sermos considerados
antiéticos”, conclui.
direto da fonte
Acesse as publicações
on-line e preserve
o meio ambiente
Revistas Femina, RBGO e Jornal da FEBRASGO
já podem ser acessados no site da entidade
P
ara aqueles que estão familiarizados com a era digital,
a FEBRASGO tem uma importante sugestão. O associado já pode
optar por fazer o download de todas
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e local que achar mais convenientes
diretamente no site da entidade.
Esta maneira traz inúmeros benefícios não só para o associado, mas
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A opção de alterar o recebimento da
versão impressa pela versão digital já
é possível. Basta entrar no portal da
FEBRASGO e fazer sua opção.
Nota de pesar
A
Febrasgo, o Conselho Federal de Medicina e demais
entidades médicas lamentam
o falecimento do professor Vilmon de
Freitas em 22 de junho de 2010. O médico foi professor-adjunto do Departamento de Ginecologia da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp), além
de diretor da Secretaria de Administração do Sindicato dos Médicos de
São Paulo e coordenador da Comissão
Honorários
médicos:
comissão
debate
reajuste
R
eunida em 18 de junho, a Comissão de Saúde Suplementar (Comsu) decidiu aprofundar a discussão
e a mobilização em torno do reajuste dos
honorários pagos aos profissionais que atuam em operadoras e planos de saúde.
De acordo com Florisval Meinão, primeiro-tesoureiro da AMB e coordenador
da Comissão de Defesa e Implantação da
Classificação Brasileira Hierarquizada de
Procedimentos Médicos, já está previsto
um encontro conjunto entre Sociedades
de Especialidade, Federadas da AMB,
Conselhos e Sindicatos.
Outro ponto discutido foi o estabelecimento de critérios para reajuste anual
dos médicos que prestam serviços às
operadoras de planos de saúde.
Para Meinão, as entidades devem continuar sua mobilização em torno do tema e,
ainda, cobrar um posicionamento da Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Na avaliação do grupo, na legislação
não há instrumentos que garantam ao
médico que presta serviço às operadoras o
reajuste anual de seus honorários, tornando-o elemento fragilizado do ponto de vista
econômico e criando relações instáveis,
que motivam descredenciamentos – o que
prejudica o atendimento à população.
Fonte: AMB
Institucional da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São
Paulo (SOGESP).
Formado pela Escola Paulista de Medicina (EPM), em 1975, fez residência
no Hospital do Servidor Público Estadual
(1978), pós-graduação e doutorado também na EPM (1987).
O corpo foi cremado em 23 de junho,
após ter sido velado na Beneficência
Portuguesa, em São Paulo.
Jornal da FEBRASGO – Junho 2010 11
CRÔNICA
Dona Rosa e a
redução de danos
em aborto inseguro
Por Osmar R. Colás*
D
ona Rosa é uma mulher comum – poderia ser sua irmã,
minha filha, sua tia, etc. Em
idade fértil, se apresentou no
consultório, abatida e triste, trazendo um
exame de BHCG +. Após realizar a anamnese e exame clínico-ginecológico, constatamos que está no primeiro trimestre
da gestação. Muito deprimida e ansiosa,
iniciamos, então, o seguinte diálogo:
− Dona Rosa: Doutor, o senhor tem que
me ajudar... Não posso ter esse filho... Já
pensei muito sobre o assunto e o momento
da minha vida não me permite levar essa
gestação à frente...
− Eu: Mas dona Rosa, tem certeza? Será
que a senhora está segura dessa decisão?
Não existe alguém na família que possa
ajudá-la? Afinal, é uma decisão difícil e,
mesmo depois de realizada, a senhora
poderá se sentir aliviada, mas ainda assim
não estará se sentindo bem nem feliz...
− Dona Rosa: Doutor, já pensei muito,
já compartilhei com meu companheiro,
que acha que devo fazer o que considero
12 Jornal da FEBRASGO – Junho 2010
melhor neste momento da minha vida... Se
o senhor não me ajudar, posso entender,
mas queria algumas orientações para não
fazer a coisa muito errada. Estou desesperada e até em fazer uma loucura e me
matar eu já pensei.
− Eu: Bem, dona Rosa, não posso fazer o
aborto porque é ilegal em nosso país, mas
posso ajudá-la a diminuir seus riscos...
− Dona Rosa: Tenho uma amiga que
conhece uma parteira, mas dá medo. Há
também um amigo que pode me comprar o
Citotec pela internet, só que também tenho
medo. O que o senhor acha? Com certeza
doutor, alguma coisa vou fazer.
− Eu: O ideal seria a senhora poder ser
atendida por um serviço bem montado,
onde um médico bem treinado pudesse
fazer este aborto. Mas em nosso país, para
essa finalidade, que não é permitida por lei,
só uma clínica clandestina. Existem muitas
por aí, que embora clandestinas são até
bem montadas, porém custam caro. Se
a senhora optar pelo Citotec, deve saber
que às vezes demora a resolver e precisa
ter acesso rápido ao medicamento para
comprar mais, se o que já usou não for
suficiente. Deve também saber que, se
desistir depois de iniciar o uso deste medicamento, poderá ter comprometimento
do feto se a gestação prosseguir. Portanto,
se iniciar deverá ir até o fim.
− Eu ainda: Outra coisa: é bom saber
seu tipo de sangue, pois se for Rh negativo
deve tomar a “vacina” (imunoglobulina
anti-D) após o aborto. Algumas doenças
como asma, pressão alta, problemas no
coração e problemas de coagulação devem também ser comunicadas ao médico
que vai assisti-la ou ao médico do prontosocorro que a senhora deverá procurar,
logo depois de usar o medicamento.
− Dona Rosa: É, doutor, tomava a pílula,
que falhou e agora estou nesta enrascada.
Se fosse rica, pegava um avião e ia pra
qualquer país desenvolvido, como Estados
Unidos, Canadá ou na Europa, e fazia o
aborto tranquilamente, dentro da lei e com
toda segurança, mas como não sou rica...
Acho que vou usar o Citotec mesmo. Minha
amiga disse que devo tomar dois comprimidos e colocar dois na vagina, está certa?
− Eu: Bem dona Rosa, quando usamos o
Citotec para os abortos permitidos em lei em
nosso país, utilizamos uma dose maior, que
seriam 2 comprimidos de 200 microgramas
PARLAMENTO
“É uma decisão
difícil e mesmo
depois de realizada a
senhora poderá
se sentir aliviada,
mas ainda assim
não estará se sentindo
bem nem feliz...”
umedecidos com uma gota de água, na vagina, a cada 12 horas. Ou seja, 4 comprimidos
nas primeiras 24 horas. Se não der resultado,
dobramos esta dose no dia seguinte. O uso
por boca pode ser feito, na primeira ingestão,
mas a dose vaginal tem que ser mantida a
cada 12 horas até a paciente começar a ter
cólicas e sangramento. Fazemos isso por
2 dias e se não der certo, esperamos 24
horas e repetimos o mesmo esquema por
mais 2 dias. O sangramento deve ser como
uma menstruação bem intensa com alguns
coágulos. Se sangrar muito tempo ou em
grande quantidade, deverá procurar logo um
pronto-socorro para o devido atendimento,
assim evita ter anemia grave e precisar tomar
sangue. Também deve saber que a medicação substituta do Citotec no Brasil tem outro
nome – Prostokos – e só pode ser utilizada
por via vaginal. Mas essa medicação só está
disponível nos hospitais que compram diretamente do laboratório e é supercontrolada.
− Dona Rosa: E se não der certo? O que
se deve fazer?
− Eu: Se não der certo, a paciente deve
continuar insistindo com a medicação
ou procurar uma clínica e resolver tudo
de uma vez. Mas não procure nenhuma
curiosa ou nenhuma clínica de fundo de
quintal. Também não coloque outros tipos
de comprimidos ou substâncias como permanganato na vagina, que apenas fazem
feridas e não produzem o aborto.
− Dona Rosa: E se eu não passar bem;
se for a algum hospital e os médicos me
denunciarem? Isso é possível?
− Eu: Bem, dona Rosa, existem hospitais, mesmo públicos, que já são mais
humanizados e progressistas com relação
a este atendimento e, conforme a orien-
tação do Novo Código de Ética Médica,
apoiado pelas associações maiores da
ginecologia como a FEBRASGO e o próprio
Ministério da Saúde, o médico e o hospital não podem denunciar esse fato, pois
seria quebra de sigilo médico e estariam
sujeitos a processos éticos e cíveis. Em
caso de o hospital denunciar, o diretor
clínico poderá ser punido pela falta de
sigilo médico a que a senhora tem direito.
Procure um desses hospitais humanizados imediatamente após o procedimento,
pois são considerados hospitais “amigo
da criança e da família”, e darão o acolhimento e o atendimento adequado que
toda paciente merece.
− Dona Rosa: Nossa, doutor, que bom o
senhor me dizer isso, morreria em casa de
hemorragia, mas não iria ao hospital com
medo de me expor ou ser presa. Ainda
bem que me orientou, pois agora sei como
proceder para diminuir meu risco; meus
filhos precisam de mim.
− Eu: Dona Rosa, assim que tudo terminar,
volte comigo logo após sair do hospital ou
eliminar o aborto em casa, para eu fazer uma
revisão clínica e discutirmos sobre a anticoncepção, o que falhou e o que vamos fazer para
evitar que isso tudo aconteça de novo.
− Dona Rosa: Tudo certo doutor. Se eu
tiver alguma dúvida posso ligar?
− Eu: Pode ligar, dona Rosa, mas pense
bem se é isso mesmo que a senhora deseja. Boa sorte!
Essa é uma conversa que qualquer ginecologista (ou pelo menos a grande maioria) faz
ou já fez em seu consultório com as pacientes
particulares ou de convênio. Por que não
fazer com as pacientes públicas? Não seria
hipocrisia?
Isso é redução de riscos e danos em abortamento inseguro, tornando-os um pouco
menos desumanos e reduzindo pelo menos
em 30% os riscos destas mulheres morrerem
por estarem abandonadas, desesperadas,
solitárias e sem nenhuma cumplicidade.
Atire a primeira pedra quem nunca errou... (e
não me diga que “desta distância, nunca”)
* Tocoginecologista da UNIFESP e
presidente da Comissão de Violência Sexual
e Aborto Previsto em Lei da FEBRASGO
PL recebe
parecer
favorável a
reajustes
anuais aos
médicos
A
Comissão de Defesa do Consumidor (CDC) da Câmara dos
Deputados aprovou, por unanimidade, na quarta-feira, 9 de junho,
o parecer do deputado Vital do Rêgo
Filho (PMDB-PB) pela aprovação do PL
6964/10, que garante reajustes anuais
aos médicos que prestam serviços às
operadoras de planos de saúde.
De acordo com o texto do PL, será obrigatória a existência de contratos escritos
entre as operadoras de planos de saúde
e os profissionais de saúde (Pessoa Física) ou os estabelecimentos de saúde
(Pessoa Jurídica). Prevê ainda, no artigo
30 (parágrafo 30) a periodicidade anual
para reajuste dos valores dos serviços
prestados por esses profissionais.
Enquanto tramitava no Senado Federal,
foram acrescentadas ao PL, por intermédio
dos senadores Mozarildo Cavalcanti e Augusto Botelho, duas emendas: uma sobre
a periodicidade do reajuste, que deve ser
anual e realizada no prazo improrrogável
de 90 (noventa) dias, contado do início de
cada ano-calendário; e outra sobre a hipótese de vencido o prazo, conferir à Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a
definição sobre o índice de reajuste. Segundo a emenda, a ANS poderá constituir,
na forma da legislação vigente, câmara
técnica com representação proporcional
das partes envolvidas para o adequado
cumprimento desta Lei.
O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas
comissões de Seguridade Social e
Família; e de Constituição e Justiça e
de Cidadania.
Fonte: CFM e Agência Câmara
Jornal da FEBRASGO – Junho 2010 13
14 Jornal da FEBRASGO – Junho 2010
Jornal da FEBRASGO – Junho 2010 15
GIRO PELOS ESTADOS
Serviço de
Ginecologia e
Obstetrícia do
UFpr: simplesmente
referência
O
Depar tamento de Tocoginecologia do Hospital
de Clínicas da Universidade
Federal do Paraná teve a
primeira turma formada em 1919. Respeitadíssimo desde então, integra o Setor de Ciências da Saúde e é tido como
referência de assistência em cirurgia
ginecológica e pélvica, oncoginecologia,
mastologia, patologia do trato genital inferior, infecções em ginecologia e obstetrícia, climatério, ginecologia endócrina,
ginecologia da infância e adolescência,
anticoncepção e infertilidade, videolaparoscopia e histeroscopia.
Denominado também de DGT, é dividido
em cinco áreas: obstetrícia, ginecologia,
reprodução humana, centro cirúrgico
obstétrico e pronto atendimento para emergências. São 37 professores, sendo 12
doutores, 9 mestres, 16 especialistas; 12
médicos, 11 plantonistas, 30 residentes e
2 especializandos no HC.
Membros do Departamento em frente
à Maternidade do Hospital de Clínicas
Para suprir as eventuais deficiências
da rede pública, o DTG conta com o Instituto de Pesquisa, Ensino e Assistência
Materno-Infantil do Paraná (IPAMI), conforme conta Newton Sérgio de Carvalho,
chefe do DTG.
Ensino e Pesquisa
No ensino, o Departamento de Tocoginecologia está presente no curso de graduação em medicina desde o primeiro até o
12º período, com os estágios obrigatórios
e optativos na especialidade.
O programa de residência médica,
existente desde 1961, hoje é coordenado
por Almir Antonio Urbanetz. Ele oferece
capacitação e preparo para o atendimento
obstétrico e em ginecologia, e também em
suas subáreas, como a gestação de alto
risco e a medicina fetal.
“Nossos alunos de residência têm obtido
alto índice de aprovação no exame para
o Título de Especialista em Ginecologia
Fachada do Hospital Maternidade Victor Ferreira
do Amaral, pertencente à UFPR
e Obstetrícia da FEBRASGO. Após a residência médica, o tocoginecologista pode
continuar sua formação mais aprofundadamente em diversas áreas, o que tem
ocorrido com frequência, especialmente
em Trato Genital Inferior, Oncoginecologia
e Mastologia”, afirma Urbanetz.
A pesquisa, outro ponto forte da UFPR,
também é destaque no Departamento de
Tocoginecologia. Desde a década de 60,
iniciou os primeiros ensaios clínicos com
a pílula anticoncepcional. O primeiro livro
brasileiro sobre pílula, editado em 1966,
foi escrito por um dos professores da Universidade, Ivo Carlos Arnt.
Seus professores, é interessante ressaltar, têm participado constantemente de
estudos locais e multicêntricos, como os
da vacina do HPV, ou sobre prevenção de
mortalidade materna e da prematuridade
fetal no Brasil.
Obstetrícia
Na maternidade do HC, o atendimento
de gestantes de alto risco contabiliza de
150 a 200 partos por mês, fora os casos
de abortamentos, de mola hidatiforme, de
prenhez ectópica rota e de cistos anexiais
rotos. Enquanto isso, o Hospital Materni-
16 Jornal da FEBRASGO – Junho 2010
APGO incentiva
atualização médica
em benefício da
saúde da mulher
A
dade Vitor Ferreira do Amaral, instituição
parceira, responde por outros 350 partos
mensais de gestações de baixo risco.
Recentemente, com vistas a qualificar
ainda mais o atendimento às gestantes,
duas grandes reformas redundaram em
melhorias à estrutura. A primeira, em
2007, ampliou a UTI neonatal, que conta
hoje com 48 leitos. Esta mudança otimizou o atendimento, principalmente de
recém-nascidos prematuros. A segunda,
em 2009, no DTG, criou o Setor de Medicina Fetal em uma área de 250 m2.
Outros serviços
O chefe do Departamento de Tocoginecologia, Newton Sérgio de Carvalho,
destaca, por fim, o atendimento às pacientes da oncoginecologia, aos casos
complexos e de difícil manejo, assim como
as reconstruções mamárias, estas últimas
realizadas em conjunto com a equipe de
Cirurgia Plástica do Hospital de Clínicas.
“Atendemos mulheres com malformações genitais e gestantes de alto risco
devido à gravidade dos casos ou com
fetos malformados. Neste último caso, o
atendimento e realizado pelas equipes de
Neonatologia e Cirurgia Pediátrica”.
Associação Paraense de Ginecologia e Obstetrícia (APGO) é a
terceira entidade de medicina
especializada mais antiga do
país. Sua criação, em 8 de maio de 1948,
com a iniciativa e entusiasmo de um grupo
de médicos de Belém, foi liderada pelo
prof. Orlando Bordallo, livre-docente de
ginecologia da Faculdade de Medicina do
Pará, que sentiu a necessidade de uma
instituição que congregasse tocoginecologistas locais, dentro dos moldes da sociedade brasileira da especialidade.
Segundo Albertino Moreira Bastos,
atual presidente da associação, um dos
objetivos da APGO é a atualização científica dos associados, hoje cerca de 520,
assim como de todos os ginecologistas e
obstetras do Pará.
“Neste ano, por exemplo, teremos o XIII
Congresso Paraense de Ginecologia e Obstetrícia, previsto para os dias 26 e 27 de agosto.
Haverá palestras, debates e a presença de
médicos de todo o país”, afirma.
Jornadas e cursos de atualização em
mastologia também são organizados
periodicamente, assim como ocorrem
reuniões científicas mensais para discussão de casos clínicos, sempre na última
quinta-feira do mês.
Quanto às principais lutas na área da
defesa profissional, a APGO está iniciando
campanha de valorização da profissão junto
aos convênios particulares. A entidade também atualiza informações a todos os tocoginecologistas e obstetras do estado por meio
de reuniões científicas periódicas.
Aliás, a busca de desenvolvimento contínuo para oferecer sempre melhores condições de assistência para as mulheres também se dá por intermédio de parcerias. Vide
o Projeto de Educação Médica Continuada,
ação conjunta com o Conselho Regional de
Medicina do Pará. A APGO ainda participa
como membro das Comissões Estaduais
de DST e aids, além do Comitê Estadual de
Mortalidade Materna e Infantil.
Por outro lado, a parceria com a população muitas vezes é realizada via prestação
de serviços. Junto à comunidade da Ilha de
Marajó são promovidos fóruns de debate
em ginecologia preventiva do câncer de
mama e do colo do útero, discussões e
esclarecimento de dúvidas sobre DSTs.
Albertino Bastos acredita que a APGO luta
para que a política de saúde pública não
fique só no papel e chegue à população,
sendo justa e eficaz. “Os tocoginecologistas
devem sempre continuar em busca da atualização científica; não podem permanecer
apenas atrás de uma mesa de consultório
esperando resultados. Precisamos unir
forças, com foco comum, para que nosso
trabalho seja reconhecido tanto na questão
humanitária quanto na financeira.”
Diretoria atual
PRESIDENTE
Albertino Moreira Bastos
VICE-PRESIDENTE
Ana Conceição Matos Pessoa
PRIMEIRA-SECRETÁRIA
Luiza Renata Pinto Bentes
SEGUNDA-SECRETÁRIA
Adriana Parente Anaisse
PRIMEIRO-TESOUREIRO
Lúcio Izan Puget Botelho
SEGUNDO-TESOUREIRO
Geovane Aita
Jornal da FEBRASGO – Junho 2010 17
CURTAS
FEBRASGO adota
Brasileirinhos
e Brasileirinhas
A
FEBRASGO é a nova parceira da
Estratégia Brasileirinhos e Brasileirinhas Saudáveis, ação do
Ministério da Saúde que visa a
fortalecer a articulação, interação e desenvolvimento de ações voltadas para a saúde
da mulher e da criança na primeira infância. Em reunião em Brasília, em meados
de junho, a representante da Federação,
Vera Fonseca, se comprometeu a apoiar
a iniciativa, divulgando sua importância
entre os tocoginecologistas do país.
Idealizado em 2007, o projeto é fruto de
tese de doutorado da pesquisadora Liliane
Penello. Foi apresentado ao Ministério
da Saúde como sugestão para compor
o eixo Promoção da Saúde do Programa
de Aceleração do Crescimento (PAC da
Saúde) do governo federal.
São novas ofertas de cuidado humanizado com foco no fortalecimento dos vínculos entre os pais, seus filhos pequenos
e a rede social que os cercam. Buscam
consagrar o direito da criança à promoção à vida e à saúde pela efetivação de
políticas sociais públicas.
A FEBRASGO, bem como outras entidades médicas, encampou o programa com
o intuito de alertar profissionais de saúde
e de áreas afins, gestores e população
para sua relevância, especialmente no
que diz respeito aos fatores psicológicos
na produção de saúde.
Segundo a Estratégia Brasileirinhos e
Brasileirinhas Saudáveis, a oferta de políticas públicas com o objetivo de garantir,
qualificar e humanizar a atenção ao parto
e puerpério ou a qualificação dos cuidadores das redes de suporte à criança de até
6 anos são essenciais para a dignidade
humana e desenvolvimento dos índices
de qualidade de vida no Brasil.
Portal FEBRASGO: NOVIDADES
PARA ATUALIZAÇÃO DO ASSOCIADO
J
Já começaram a ser disponibilizados aos sócios
o s n ovo s m a n u a i s F E BRASGO. A 5 a edição do
volume Critérios Médicos de Elegibilidade da OMS para Uso de
Métodos A n ti c on ce pti vos , que
também está disponível no portal
www.febrasgo.org.br e no site da Organização Mundial da Saúde (OMS).
À FEBRASGO coube traduzir esse
material e lançar impressa a versão
em português. A tiragem inicial, de 20
mil exemplares, tem sido distribuída
entre os associados e para residentes
de todo o país.
Atualização instantânea
De acordo com Nilson Roberto de
Melo, presidente da FEBRASGO, os
próximos manuais serão lançados à
medida que ficarem prontos. “Diversos
18 Jornal da FEBRASGO – Junho 2010
materiais já foram entregues à FEBRASGO
e estão em fase de revisão e editoração.
Além daqueles preparados pelas Comissões Nacionais Especializadas, há
os que foram organizados em conjunto
entre duas ou mais comissões, e também
outros mais específicos tratando de questões como drogas na gravidez e lactação
ou ainda sobre aspectos dermatológicos
e nutrição na gravidez.”
A meta é proporcionar ao associado
atualização profissional aliada a rapidez e praticidade. Especialmente por
tratar-se de uma resposta necessária
à acelerada multiplicação do conhecimento científico em medicina: “A
velocidade da informação hoje é
muito grande. Para ter uma ideia,
antes mesmo da publicação já há
materiais sendo revisados. Por isso,
independentemente dos impressos,
os conteúdos serão sempre disponibilizados em nosso portal e atualizados
constantemente”, afirma Nilson.
Conteúdo multiplicado
Já que falamos do por tal da
FEBRASGO, é importante registrar que
o conteúdo de atualização não para
de crescer. Também durante a AGF
foi divulgado que devem começar em
breve, on-line, os cursos de Atualização Médica Continuada.
INFORMES
Desastres
Em nosso planeta não há lugar seguro.
A frequência de desastres e a multiplicação dos conflitos confirmam essa impressão. Não raro, a segurança deixa de
acompanhar o desenvolvimento tecnológico, produzindo situações incontroláveis
e tragédias de grandes proporções.
Reduzir o risco, certamente, é o
maior objetivo. Não resta dúvida da
importância da preparação para a
adversidade. Seja qual for a natureza
do desastre, ele nos impõe obrigações. Muito mais a nós, médicos, que
a outros. À medida que nos qualificamos para tratar de ameaças à vida,
espera-se de nós conselho, ação e
espírito de solidariedade, intrínsecos
à arte da medicina. Portanto, temos
de nos organizar para tanto.
Preparação é também ter recursos
humanos e materiais necessários no lugar e no momento exigido. É premente
classificar os médicos brasileiros pela
disponibilidade temporal e geográfica,
estratificando-os pela especialidade e
competências potencialmente úteis em
situações de catástrofe. Depois, treinálos a atuar de forma adequada, tanto
com os tantos atores essenciais, como
nas variadas circunstâncias. Dessa forma, organizar esforços da comunidade
médica civil em posição estratégica a
instituições militares.
Temos diante de nós tarefa complexa. Que não se pode procrastinar, nem
deixar em segundo plano. Assume aqui
a AMB mais essa missão, a serviço da
vida, pela profissão médica.
José Luiz Gomes do Amaral, presidente
da Associação Médica Brasileira
agenda
AGOSTO
4a7
XXV Congresso de Ginecologia
e Obstetrícia de Mato Grosso do Sul
Local: Centro de Convenções e Exposições
Albano Franco – Campo Grande (MS)
Realização: SOGOMAT-SUL
Tel: (67) 3321-8209 / 3042-2131
www.sogomatsul.org.br
13 a 14
III Jornada SOGIMIG do Triângulo
de Ginecologia - Obstetrícia
Local: Uberlândia (MG)
Realização: SOGIMIG
Tel: (34) 3239-6000
[email protected]
www.sogimig.org.br
18 a 20
22a Jornada de Ginecologia e Obstetrícia
do Rio Grande do Norte e Fórum Popular
Local: Hotel SERHS - Natal (RN)
Realização: SOGORN
Tel: (84) 3222-7415
[email protected]
www.sogorn.com.br
20 a 22
X Congresso Sul Mineiro
de Ginecologia e Obstetrícia
Local: Lavras (MG)
Realização: SOGIMIG
Tel: (35) 3821-5100
[email protected]
www.sogimig.org.br
SETEMBRO
2a4
XV Congresso Paulista
de Obstetrícia e Ginecologia
Local: Transamérica Expo Center
Realização: SOGESP
Tel: (11) 3884-7100
[email protected]
www.sogesp.com.br
2a4
V Jornada Sogimig-Unimontes
de Ginecologia e Obstetrícia
do Norte de Minas
Local: Montes Claros (MG)
Realização: SOGIMIG
Tel: (38) 3222-1771
[email protected]
www.sogimig.org.br
Jornal da
FEBRASGO
Febrasgo – Federação
Brasileira das Associações
de Ginecologia e Obstetrícia
www.febrasgo.org.br
[email protected]
(11) 5573-4919
Presidente:
Nilson Roberto de Melo
Secretário executivo
Francisco Eduardo Prota
Secretária executiva adjunta
Vera Lúcia Mota da Fonseca
Tesoureiro
Ricardo José de Oliveira e Silva
Tesoureira adjunta
Mariângela Badalotti
Vice-presidente da Região Norte
Pedro Celeste Noleto e Silva
Vice-presidente da Região Nordeste
Francisco Edson de Lucena Feitosa
Vice-presidente da Região Centro-Oeste
Hitomi Miura Nakagava
Vice-presidente da Região Sudeste
Cláudia Navarro Duarte Lemos
Vice-presidente da Região Sul
Almir Antonio Urbanetz
Jornal da Febrasgo
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Jornal da FEBRASGO – Junho 2010 19
20 Jornal da FEBRASGO – Junho 2010
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