O Jornal Brasil Presbiteriano é um órgão oficial
da Igreja Presbiteriana do Brasil
Ano 50 nº 647 – Setembro de 2008
Fotos: Divulgação
Além da cura
Quem são e o que fazem
os capelães nos hospitais
Páginas 10 e 11
Casa do Aconchego já está
de portas abertas
Festa em Limeira reúne centenas
de presbiterianos
Venturosa recebe sua primeira IP
Página 12
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Brasil Presbiteriano
Setembro de 2008
Editorial
A base de tudo
A
comemoração do Dia
da Escola Dominical
nos remete à iniciativa
histórica de Robert Raikes.
Ela nasceu do seu desejo de
alcançar as crianças pobres
que vadiavam aos domingos
pelas ruas de Gloucester, na
Inglaterra. Tentativas anteriores já haviam sido empreendidas por outros, mas sem
o mesmo sucesso. Conforme
contou a John Wesley,
Hannah Ball iniciara um trabalho com crianças em High
Wycombe, em 1769. As reuniões ocorriam aos domingos
e segundas.
Em julho de 1780, a primeira Escola Dominical
reuniu-se no único dia em
que as crianças não trabalhavam. No princípio, apenas a
Bíblia era usada como texto,
mas o próprio Raikes providenciou outros materiais e,
muito cedo, bons resultados
eram observados no crescente número de crianças alcançadas e na positiva diferença
que a escola fez para eles
e para o país. A abordagem
de Raikes se apoiava na
integração das necessidades
espirituais e sociais. Com a
ênfase da Escola Dominical
no ensino da Bíblia, após
os estudos as crianças eram
encaminhadas às igrejas para
aprender o catecismo. Tal
distinção e o fato de a Escola
Dominical haver começado
como uma organização de
leigos resultaram que nos primeiros anos de seu desenvolvimento a Escola Dominical
não contou com o apoio das
denominações. Porém, após
algum tempo, as igrejas adotaram o movimento, deramlhe orientação doutrinária e
passaram a alcançar crianças
e adultos de diferentes níveis
sociais, e não apenas crianças
carentes.
Na verdade, novas necessidades foram contempladas
pelas igrejas nessa nova fase.
Trazida para o Novo Mundo
inicialmente por dedicados
grupos cristãos, a Escola
Dominical foi largamente
promovida por seguidores de
John Wesley. Nos Estados
Unidos, sua ênfase educacional foi expandida para preencher o vácuo educacional
existente antes do estabelecimento da educação pública.
Segundo Richard Osmer, uma
escola que “oferecia tanto a
educação geral quanto a cristã” e a escola paroquial que
se desenvolveu a partir daí
foram uma terceira forma de
Educação Cristã que serviu a
comunidade antes de a escola
particular tornar-se uma realidade (Osmer, Richard Robert.
The Teaching Ministry of
Congregations. Louisville,
KY: Westminster John Knox
Press, 2005, pág.80). Com o
desenvolvimento da escola
particular, porém, a Escola
Dominical tornou-se uma
agência da igreja para o ensino de seus membros, embora suas primitivas raízes não
eclesiásticas pudessem ainda
ser traçadas na preocupação
evangelística demonstrada
por muitos de seus líderes.
A história da Primeira Igreja
Presbiteriana de Princeton,
mencionada por Osmer no
livro citado, apresenta uma
pequena parte da transição do antigo modelo para
o novo naquela congregação – isto é, da instrução
baseada no catecismo para a
Escola Dominical – e fornece
uma idéia do que ocorreu
na América do Norte naquela época. O modelo antigo
— “comum à maioria das
igrejas presbiterianas naquele tempo” —, foi estabelecido em Princeton pelo Rev.
Samuel Snowden em 1795.
Segundo Osmer, os arquivos
da igreja informam que aquele modelo consistia em “um
sistema de instrução privada
e de visitação às famílias,
com a catequese sendo conduzida nas casas, nas diferentes áreas da congregação,
acompanhada de preleção
em cada lugar, conforme
exigisse a ocasião”. Osmer
informa que “esse modelo
de Educação Cristã resultou
da Reforma do século 16 e
foi trazido para as colônias
americanas pelos puritanos e
outros imigrantes da Europa”:
1) o batismo de crianças, que
incluía a promessa feita pelos
pais de instruir seus filhos no
lar; (2) instrução das crianças no Breve Catecismo de
Westminster pelos pais e pastor ou presbíteros, por ocasião da visitação aos lares;
e (3) classes especiais de
catecismo para jovens que
atingiam a idade do discernimento, culminando em seu
exame anterior à sua admissão à Ceia do Senhor.
Esse sistema foi mais tarde
melhor e mais completamente organizado, mas no século
19 foi estabelecida a Escola
Dominical, “uma segunda
forma de Educação Cristã”.
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Ano 50, nº 647 – Setembro de 2008
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Uma Associação de Escolas
do Sabbath foi formada em
Princeton em 1815, e, por
volta de 1818, uma Escola
Dominical já fora afiliada à
Primeira Igreja.
Outras igrejas locais e outras
denominações levaram mais
ou menos tempo para aceitar
a inovação. Desde Wesley, no
século anterior, os metodistas já a haviam adotado com
entusiasmo; os batistas os
acompanharam pouco depois
e os presbiterianos, agora sob
influência do movimento reavivalista, adotaram também o
novo modelo.
Inovação. Isso mesmo.
Com essa fama chegou a
Escola Dominical aos nossos arraiais. Foi recebida
com relutância por muitos e
mesmo rejeitada por outros.
Ao celebrarmos o Dia da
Escola Dominical, portanto, o
que faremos melhor não será
defendê-la como elemento
inseparável da cultura e da
história presbiteriana, o que
por séculos ela não foi, mas
avaliá-la e aprimorá-la para
que ela cumpra seu papel
para a edificação da igreja, a
evangelização dos ainda não
alcançados e, sobretudo, para
a glória de Deus.
Uma publicação
do Conselho de
Educação Cristã e
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Brasil Presbiteriano
Setembro de 2008
Documentos da História da IPB
IV. Os Companheiros de Simonton
Alderi Souza de Matos
R
ev. Alexander L.
Blackford
Dois meses após a
organização da Igreja do Rio
de Janeiro (12.01.1862), o
Rev. Simonton seguiu para
os Estados Unidos, lá permanecendo por um ano e quatro
meses. Foi substituído pelo
colega e cunhado Alexander
Latimer Blackford, que havia
chegado ao Brasil em julho
de 1860. Em janeiro de 1862,
Blackford enviou ao periódico The Foreign Missionary,
o interessante relato de
uma viagem à Província de
Minas Gerais (Juiz de Fora,
Barbacena e São João Del
Rei). No final, ele afirmou:
“No momento, a conveniência de qualquer esforço especial, localizado ou permanente nesta região não parece
óbvia. Existem numerosos
outros locais que, parece-me,
deveriam ser ocupados antes.
A distribuição da Bíblia, onde
pode ser feita, parece-me
desejável como trabalho inicial. Por vezes eu havia quase
duvidado dessa medida, mas
os fatos parecem favorecê-la
como regra. Quando o trabalho missionário começar
a mostrar frutos aqui, creio
que seu desenvolvimento
será rápido... Onde quer que
a palavra escrita é difundida, o Espírito de Deus pode
torná-la o poder de Deus e a
sabedoria de Deus para a salvação. É o poder do Espírito
Santo que agora é necessário para mover e preparar os
corações dos homens e selar
sua verdade para a salvação.
À medida que aumentar nossa
familiaridade com o país, confio que se multiplicarão tanto
os meios como as oportunidades de exercer influência”.
Rev. Francis J. C.
Schneider
Em março de 1862, Francis
Schneider, um novo missionário que havia chegado no
final do ano anterior, escreveu
da cidade de Limeira (SP) ao
mesmo periódico, relatando
sua viagem desde o Rio de
Janeiro, passando por Santos,
São Paulo e Campinas. Ele
ficou impressionado com certas características dos nacionais: “Indolência, falta de
energia e aversão a qualquer
tipo de esforço é a carac-
ele. Do Dia do Senhor, nada
sabem, exceto como um dia
para beber, ir à cidade para
trocar ou vender cavalos e
visitar a taverna. Eles acreditam que seus filhos devem
ser batizados, mas não têm
nenhuma idéia certa do que é
o batismo, crendo que não faz
diferença quem os batiza, se
um sacerdote católico ou um
ministro protestante. Muitos
estão ansiosos em participar
da Ceia do Senhor e alguns
me pediram para ministrála, mas parece-me que con-
Rev. Robert R. Kalley. Pires
declarou: “Ali pela primeira
vez eu participei da ceia no
Brasil, e considerei um especial e rico privilégio sentar à
mesa do Senhor sob a ministração daquele servo de Deus
que foi o primeiro a atacar o
Portugal romano, que pode
com propriedade ser chamado
o Apóstolo da Madeira, que foi
o primeiro a se estabelecer no
Brasil e que é o pai em Cristo
dos cristãos portugueses, que
têm para com ele uma dívida
que nunca poderão pagar”.
Fotos: Divulgação
terística principal de quase
todos os brasileiros”. Sobre
a religião oficial, afirmou: “A
religião romana perdeu quase
toda a influência sobre o povo
e, se não fosse pelo fato de que
o batismo ministrado por um
sacerdote é necessário para
progredir seja na vida civil
ou militar, creio que até isso
seria rapidamente negligenciado por muitos”. Schneider
também ficou decepcionado
com os imigrantes alemães
que encontrou no interior da
província: “[Eles] sabem
alguma coisa de religião, mas
consiste quase inteiramente
de idéias muito rudimentares. Eles sabem que existe
um Deus, mas nada sabem
dos nossos deveres para com
sideram a mera participação
como se fosse um ato mediante o qual seus pecados serão
perdoados e será adquirido o
direito ao céu”.
Rev. Emanuel N. Pires
Em agosto de 1866 chegou
ao Brasil um missionário de
origem portuguesa, Emanuel
Pires. Algum tempo depois,
ele enviou a The Foreign
Missionary um relato sob o
título “Meu primeiro domingo
de comunhão no Brasil”. No
dia 2 de setembro, depois de
participar de um culto dirigido
por Simonton, “todo na língua portuguesa, que ele fala
fluentemente”, ele assistiu a
um segundo culto na Igreja
Evangélica Fluminense, do
Um apelo insistente
Onze anos mais tarde, em
1877, o Rev. Blackford publicou um livreto intitulado
“Esboço da Missão no Brasil”,
relatando à igreja norte-americana o trabalho feito até
então. Nos parágrafos finais,
ele declarou: “Uma porta efetiva está aberta para o evangelho no Brasil. Esse país
deve ser evangelizado dentro
dos próximos dez anos. Ele
pode ser, e o será, se a Igreja
se levantar e cumprir o seu
dever. O Senhor foi adiante e
preparou maravilhosamente o
caminho. Não há tempo para
enumerar os lugares importantes a serem ocupados ou
para falar dos numerosos e
urgentes apelos para ir e pregar, enviados muitas vezes de
lugares distantes em que uma
Bíblia, um livro, um folheto
ou uma Imprensa Evangélica
falou da Palavra ou do trabalho, mas onde nenhum pregador vivo jamais foi e onde – ai
de nós! – não temos nenhum
para enviar. Numa população
assim pronta e ansiosamente
esperando pelo Evangelho,
há um ministro
evangélico para
cada 500.000
almas, ao passo
que nos Estados
Unidos há um
para cerca de
750. Este país
tem muito grandes e importantes relações
comerciais com o
Brasil. O Mestre
favoreceu grandemente a Igreja
Presbiteriana
destes Estados
Unidos, dandolhe até agora o
privilégio quase
exclusivo
de
pregar o evangelho àquele
interessante povo. Como ela
responderá a esse chamado
providencial? Irmãos, suas
orações, seus filhos e filhas,
e seu ouro e prata são necessários para esse trabalho.
Existem 16 igrejas organizadas ligadas à nossa Missão,
com uma membresia conjunta
de 668 pessoas, e 4 igrejas
ligadas à Missão da Igreja
do Sul”.
O Rev. Alderi Souza de Matos é
pastor presbiteriano e historiador oficial da IPB. E-mail: asdm@mackenzie.
com.br
Brasil Presbiteriano
Setembro de 2008
Liberdade
Como tirar proveito dessa importante ferramenta da mente humana
A preparação docente e o uso da imaginação
Wilson do Amaral Filho
M
uitas
pessoas
vieram a conhecer o escritor C.
S Lewis, a partir de uma
aventura de sua autoria,
“As Crônicas de Nárnia:
O Leão, a Feiticeira e o
Guarda-Roupa”, veiculada
mundialmente pelo cinema. Já nos círculos cristãos,
Lewis é apreciado há bastante tempo por outro lado
seu, o de vigoroso defensor da fé cristã, pelo qual
ganhou o título de “apóstolo dos céticos”, porque se
diz que até mesmo aqueles
que discordam dele o respeitam.
Como filósofo cristão,
Lewis teria sucesso suficiente para dedicar-se completamente à Filosofia, à
Literatura Medieval e à
Apologética. Entretanto,
observa-se em sua biografia
que ao lado de verdadeiros
tesouros de argumentação
a favor do Cristianismo,
encontram-se
fábulas
infantis que alçam vôos até
às figuras mitológicas, aos
animais que falam, e ao
bem – representado pelo
leão Aslam – que vence o
mal.
Há muitos exemplos,
como o dele, de pessoas
que ao mesmo tempo dedicam-se arduamente à tarefa
de entender, refletir, escrever e ensinar o que é complexo, mas que igualmente
se dedicam à prosa, à poesia, à música e a outras
artes, e para isso usam sua
imaginação.
O dicionário Aurélio define imaginação como sendo:
“1. Faculdade que tem o
espírito de representar imagens; fantasia. 2. Faculdade
de evocar imagens de objetos que já foram percebi-
A literatura bíblica mostra os dois lados da imaginação. Negativamente, os
povos se guiam por ela e
se consideram autônomos
em relação a Deus, criando para si deuses de acordo com sua imaginação (Is
44.9-20). Positivamente,
está presente tanto na obra
personagens bíblicos em
situações que podem ter
explorado sua imaginação.
Imagine rápido: Como reagiu a imaginação de Adão
ao dar nomes aos animais?
Como terá sido a “visão
da arca” para Noé, à medida que Deus a descrevia?
Como terá sido a ‘visão do
Fotos: Divulgação
o salmista evoca a história
de Arão, o primeiro sumo
sacerdote de Israel, sobre
quem o óleo da unção foi
derramado, espalhando-se
por sobre a cabeça, chegando à barba e depois às vestes sacerdotais; ao mesmo
tempo o salmista conduz os
leitores a um passeio pelo
monte Hermom, a fim de
que assistam, mentalmente,
o degelo do cume gelado e
imaginem a irrigação abençoadora das terras adjacentes e do fluir do rio Jordão
até o sul de Israel. Percebese que as lições deste salmo
são facilitadas pelo uso da
imaginação.
Há muitas proposições
imaginativas mais em vários
livros bíblicos, extraídas do
cotidiano e expressas nas
Escrituras na forma de figuras de linguagem. O Senhor
Jesus, o mestre por excelência, utilizou-as, referindose ao cotidiano para ensinar verdades espirituais, e
explorou constantemente a
Como terá sido a “visão da arca” para Noé, à medida que Deus a descrevia?
dos; imaginação reprodutora. 3. Faculdade de formar
imagens de objetos que não
foram percebidos, ou de
realizar novas combinações
de imagens. 4. Faculdade
de criar mediante a combinação de idéias. 5. A coisa
imaginada. 6. Criação,
invenção...”.
criada quanto no relacionamento de Deus para com
seus filhos, e à disposição
de quantos queiram utilizála para bem, como parte da
constituição do ser humano.
Do ponto de vista do ensino, é comum encontrar
tabernáculo’ para Moisés,
antes que Deus lhe mostrasse o modelo?
Os livros poéticos também
laboram na imaginação.
Quem lê o Salmo 133 apreende a excelência da união
entre os irmãos. Para maior
brilho de sua mensagem,
C.S. Lewis (1898 - 1963) é
autor de “As Crônicas de
Nárnia: O Leão, a Feiticeira
e o Guarda-Roupa”
Brasil Presbiteriano
Setembro de 2008
Os nossos atuais mestres devem se apropriar e utilizar da imaginação em sua atividade docente, voltando, se necessário, aos tempos de infância para resgatar o que se perdeu
imaginação de seus ouvintes. Paulo se utilizou das
figuras do soldado, do atleta
e do lavrador para suscitar em Timóteo um espírito
concentrado na luta missionária, dentro das normas e
a dignidade de recolher os
primeiros frutos.
A imaginação, tão própria
da infância dos seres humanos e que se esvai até quase
tornar-se obsoleta no estado
adulto, felizmente insiste em
permanecer em alguns. Os
mestres da igreja precisam
estar entre esses privilegiados, porque, obviamente,
um dos recursos mais eficazes do ensino se apresenta
no uso da imaginação, como
recurso de comunicação do
conhecimento.
Entretanto, deve-se recordar a todos quantos ensinam que a imaginação é
subalterna do embasamento
bíblico-doutrinário. É instrumento de comunicação
e não fonte de autoridade.
É facilitadora do conhecimento e do relacionamento
docente-discente, mas não
é princípio doutrinário. Não
se pode basear o ensino
bíblico na imaginação do
professor ou do aluno, porque desse “atalho” freqüentemente surgem as heresias.
Antes de tudo, aqueles que
se dedicam ao ensino devem
labutar no próprio conheci-
mento bíblico, para depois
utilizarem sua imaginação
no processo de implementar
suas aulas.
Aqueles que ensinam crianças sabem como é importante “entrar no mundo”
da criança, para ensiná-la
nas verdades bíblicas, sem
ridicularizá-la acerca de sua
cosmovisão. Aqueles que
tratam com adolescentes
precisam compreender as
múltiplas transições vividas por eles e ajudá-los, de
maneira criativa, a confiarem sua vida a Deus. Jovens
e adultos devem ser biblicamente instruídos, mas
também estimulados a vôos
imaginativos, como parte do
trabalho holístico de formação dos filhos de Deus.
Como (re)descobrir a
imaginação sadia nos professores? Além de leituras
especializadas em Bíblia,
teologia e nos assuntos veiculados pela lição, vale a
pena ler textos que descrevam a vida diária dos tempos bíblicos e suas peculiaridades; ler bons livros;
permitir-se ser infantil de
vez em quando; contar histórias; brincar mais; conviver com toda sorte de
situações legítimas. Todas
essas atividades certamente
encaminharão o raciocínio
dos professores ao que pode
trazer maior criatividade e
espontaneidade à aula.
C. S. Lewis, do alto de
sua capacidade apologética, apresentou-se ao mundo
também como contador de
histórias. Não perdeu no
curso da vida aquilo que
cultivou na infância – a imaginação. Os mestres bíblicos
do nosso tempo devem se
apropriar e utilizar da imaginação em sua atividade
docente, como parte de sua
própria formação, voltando,
se necessário, aos tempos
de infância para resgatar o
que se perdeu.
O Rev. Wilson do Amaral Filho é
pastor presbiteriano, Professor de TS
na Escola Superior de Teologia do
Mackenzie.
Brasil Presbiteriano
Setembro de 2008
Artigo
A origem da Escola Dominical no Brasil
Hermisten M. P. da Costa
Q
uando os primeiros
missionários
protestantes começaram a chegar ao Brasil, o
movimento das Escolas
Dominicais já estava firmado
na Inglaterra, tendo também
se tornado muito forte nos
Estados Unidos. Isso explica,
parcialmente, o porquê desse
trabalho ser logo implantado
em nosso território, muitas
vezes, até mesmo antes de
se estabelecer formalmente o
culto público. Vejamos então,
como a Escola Dominical
surgiu no Brasil.
No dia 28 de junho de 1835
embarca, em Baltimore, nos
Estados Unidos, rumo ao
Brasil, o Rev. Fountain E.
Pitts, que chegaria ao Rio
de janeiro em 19 de agosto de 1835, permanecendo
ali durante alguns meses,
viajando em seguida para
Montevidéu, e, depois de
algumas semanas, tomou o
vapor para Buenos Aires, que
era o objetivo final de sua
vinda.
O Rev. Pitts, entusiasmado com as perspectivas do
trabalho evangélico, deu um
parecer favorável à implantação de uma missão Metodista
no Brasil. No dia 2 de setembro de 1835, ele escreve ao
secretário correspondente da
Sociedade Missionária da
Igreja Metodista Episcopal
(IME):
“Estou nesta cidade (Rio de
Janeiro) há duas semanas e
lamento que minha permanência seja necessariamente
breve. Creio que uma porta
oportuna para a pregação do
Evangelho está aberta neste
vasto império. Os privilégios
religiosos permitidos pelo
governo do Brasil são muito
mais tolerantes do que eu
esperava achar em um país
católico (...). Já realizei diversas reuniões e preguei oito
vezes em diferentes residências onde fui respeitosamente
convidado e bondosamente
recebido pelo bom povo....”.
(Carta In: Duncan A. Reily,
História Documental do
Protestantismo no Brasil,
São Paulo: ASTE., 1984, p.
81-82)
Na seqüência, Pitts opina
sobre o caráter e a experiência daquele que deverá ser
enviado como missionário...
“....Nosso pequeno grupo de
metodistas precisará muito
de um cristão experimentado
para conduzi-lo; no entanto,
eles estão decididos a se unirem e a se ajudarem mutuamente no desenvolvimento da
salvação de suas almas (...).
O missionário a ser enviado
para cá deve vir imediatamente e iniciar o estudo do
idioma português sem demo-
ra....”. (Carta In: Duncan A.
Reily, História Documental
do Protestantismo no Brasil,
p. 82).
As sugestões de Pitts são
aceitas. No dia 29 de abril
de 1836 desembarca no Rio
de Janeiro, proveniente de
New York, o missionário,
Rev. Justin Spaulding, acompanhado de sua esposa, o
“
A primeira
Escola Dominical
no Brasil, dirigida
em português, foi
organizada no dia
01 de maio de 1836.
filhinho Levi e sua empregada. Spaulding demonstrou
ser muito empreendedor no
seu trabalho. Em carta ao
secretário da IME, datada
de 5/5/1836, menciona que
já organizara uma pequena
escola dominical com o grupo
de metodistas que o Rev. Pitts
reunira. Posteriormente, em
relatório ao secretário correspondente da IME, datado de
01/9/1836, acentua:
“.... Conseguimos organizar
uma escola dominical, denominada Escola Dominical
Missionária Sul-Americana,
auxiliar da União das
Escolas Dominicais da Igreja
Metodista Episcopal... Mais
de 40 crianças e jovens se
tornaram interessados nela
(...). Está dividida em oito
classes com quatro professores e quatro professoras. Nós
nos reunimos às 16:30 aos
domingos. Temos duas classes de pretos, uma fala inglês,
a outra português. Atualmente
parecem muito interessados
e ansiosos por aprender....”
(Carta In: Duncan A. Reily,
História Documental do
Protestantismo no Brasil, p.
83-84)
Dessa forma, baseados
nos documentos que temos,
podemos afirmar que a pri-
meira Escola Dominical no
Brasil dirigida em português
foi organizada no dia 01 de
maio de 1836.
O trabalho Metodista, ainda
que tendo sido bem iniciado,
teve curta duração: a missão metodista, por diversas
razões, encerrou as suas atividades no Brasil em 1841.
Neste mesmo ano ou em
1842, o Rev. Spaulding retornou aos Estados Unidos.
A missão Metodista só teria
o seu reinício definitivo no
Brasil em 05/08/1867, com
a chegada do Rev. Junius
Eastham Newman (18191895) no Rio de Janeiro.
Em abril de 1869, Newman
mudou-se para o interior de
São Paulo, Saltinho, trabalhando entre os colonos americanos. Ali, junto com os
imigrantes de Santa Bárbara,
organizou no terceiro domingo de agosto de 1871, a
Primeira Igreja Metodista do
Brasil, com cultos em inglês.
No entanto, o trabalho metodista só receberia convertidos
brasileiros em 9 de março de
1879, no Rio de Janeiro.
O Bispo John C. Granbery,
da Igreja Metodista Episcopal
do Sul, desembarcou no Rio
de Janeiro, sob uma “chuva
fria”, no dia 4 de julho de
1886, fazendo então, a primeira visita episcopal metodista
ao Brasil. Em 15/09/1886,
organizou a primeira conferência anual metodista na
Igreja Metodista do Catete,
inaugurando o templo em
05/09/1886, dias antes da
Conferência.
Rev. Hermisten M. P. da Costa
Integra a Equipe de Pastores da I.P.
em São Bernardo do Campo. SP.
Professor de Teologia Sistemática
no Seminário Presbiteriano Rev. José
Manoel da Conceição, São Paulo, SP.
Brasil Presbiteriano
Setembro de 2008
Desafio
Artigo
A importância do Discipulado no Ministério
Valdeci da Silva Santos
O
que um pastor deveria
fazer se descobrisse que
só teria três anos a mais
de ministério? A resposta
a essa questão certamente varia
de acordo com a prioridade de
cada um. Ao descobrir que teriam
um tempo tão curto de ministério
alguns pastores poderiam decidir em prol da diminuição do
ritmo de trabalho, pois afinal, o
ministério é, de fato, muito exigente. Outros, talvez, optassem
por escrever um livro relatando
suas experiências ministeriais,
acompanhadas de conselhos para
pastores mais jovens. Também
não faltariam aqueles que continuariam a fazer o que sempre
fizeram.
Com exceção de alguns lamentos, essa descoberta não traria
grandes mudanças ao ministério
de alguns pastores. Porém, na
busca por uma resposta mais
adequada há que se atentar para
o exemplo do Supremo Pastor.
David E. Kornfield lembra que
Jesus teve que considerar essa
questão desde o início do seu
ministério, pois o seu tempo na
terra seria limitado. Diferente
das alternativas propostas acima,
Jesus decidiu “fazer discípulos”,
entendendo que sua mensagem
seria propagada por meio de seus
seguidores.
Embora a relevância do discipulado no ministério pastoral seja defendida por muitos,
a observação revela que poucos têm de fato praticado esse
método. Esta carência talvez se
deva ao fato de alguns pensarem
que já estão desenvolvendo discipulados satisfatórios em seus
ministérios quando de fato estão
apenas no trabalho de “manutenção”. O fato dos membros da
igreja atenderem regularmente
às programações dominicais, dos
pastores zelarem pela qualidade
do ensino na Escola Dominical e
pelo estudo doutrinário durante a
semana já constitui, para alguns,
na prática do discipulado.
Outros entendem o discipulado como um curso especial de
preparação de líderes a ser oferecido durante um curto espaço
de tempo. Há ainda aqueles que
identificam o discipulado como
um período preparatório para o
batismo e profissão de fé de
novos convertidos. Uma vez realizadas as cerimônias, cada crente é deixado para obter a maturidade por si mesmo. Não faltam
ainda alguns que entendem o
discipulado como uma estratégia muiltiplicadora de seguidores pessoais, reproduzindo assim
suas características pessoais no
ministério de outros. Contudo,
um estudo sobre o assunto na
Bíblia revela que o mesmo não
é meramente um programa, mas
um estilo ministerial.
“
Jesus decidiu
“fazer discípulos”,
entendendo que
sua mensagem
seria propagada
por meio de seus
seguidores.
O próprio Jesus deixou claro na
Grande Comissão (Mt 28.18-20)
que a prática do discipulado é um
mandamento e não uma sugestão.
Na verdade, a existência da igreja neste mundo está vinculada
a essa prática, pois Aquele que
garantiu sua presença contínua
com os seus discípulos ordenou
que os mesmos fizessem discípulos de todas as nações até o
seu retorno. Por isto, a Comissão
é grande em propósito, extensão
geográfica, extensão temporal e
acompanhada de grande autoridade. O que poucos percebem
é que ela também é grande em
seu objetivo multiplicador, pois
o colégio apostólico deveria se
multiplicar em uma igreja e isso
se daria por meio da prática do
discipulado. Dessa forma, o discipulado cristão encontra-se no
cerne da Grande Comissão.
Uma das principais razões para
a ausência do discipulado no
ministério pastoral é que muitos realmente não sabem como
praticá-lo. Como já foi observado, alguns confundem o exercício do discipulado com muitas
outras atividades que não correspondem à natureza do mesmo.
Segundo as Escrituras, discipular
alguém envolve relacionamento
contínuo, pois Jesus chamou os
seus discípulos “para estarem
com ele” (Mc 3.14). Todavia,
esse relacionamento não deve
ser confundido com um simples convívio, pois quando Jesus
chamou os seus discípulos para
si, ele o fez com o propósito de
enviá-los a pregar. Da mesma
forma, Paulo exorta Timóteo a
transmitir o que havia recebido
do apóstolo a homens fieis e
idôneos para instruir a outros
(2Tm 2.2). Nesse processo, o
discipulador deve discernir entre
aqueles que são aptos para, uma
vez instruídos, ensinar também
a outros.
O ponto a ser enfatizado é que
essa prática não precisa ser tão
complexa como alguns propõem. Na verdade, o material
para o discipulado é o próprio
ensino das Escrituras. O alvo
para o mesmo é o crescimento
espiritual a ponto de o discípulo
ser capaz de transmitir o evangelho a outros. O melhor método
parece ser não apenas o ensino
verbal, mas o exemplo de um
cristianismo que é praticado diariamente e não apenas confessado dominicalmente (1Co 11.1).
A primeira coisa a ser estabelecida à prática do discipulado no
ministério pastoral é que ministro
deve estar pessoalmente envolvido com o mesmo. Pregar sobre
discipulado ou incentivar outros
a fazê-lo sem, contudo, praticálo é consolidar um ministério
incoerente e teórico. Ambos são
prejudiciais tanto ao pastor como
ao rebanho. Todavia, alguns, talvez precisem de diretrizes práticas para começar o discipulado
com alguém.
Embora este artigo se dirija
especialmente a pastores, as diretrizes aqui apresentadas podem
ser seguidas por qualquer pessoa
que deseje comprometer-se com
a prática do discipulado. Em pri-
“
Uma das principais razões para
a ausência do discipulado no ministério pastoral é que
muitos realmente
não sabem como
praticá-lo.
meiro lugar, deve-se identificar o
possível candidato, o que deve ser
feito mediante oração e a observação das características estabelecidas por Paulo a Timóteo
(2Tm 2.2). Em segundo lugar,
o pastor pode propor uma série
de encontros entre três a quatro
semanas a fim de fazer uma avaliação do processo e decidir pelo
progresso ou aborto do mesmo.
Após os primeiros encontros o
discipulador poderá decidir por
onde começar a instrução. Nesse
aspecto deve-se diferenciar discipulado de aconselhamento pastoral, pois embora alguns problemas de ambos sejam tratados à
luz das Escrituras, o objetivo dos
encontros não é primariamente
solucionar problemas pessoais,
mas equipar discípulos para o
avanço do reino.
Em terceiro lugar, há que se
lembrar sempre que nunca é
recomendável discipular alguém
do sexo oposto, exceto quando
devidamente acompanhado pelo
cônjuge. O problema é que relacionamentos geram intimidades,
essas, por sua vez, podem acabar
em dependências emocionais e
o fim pode ser desastroso. No
discipulado, o relacionamento desenvolvido não deve ser
apenas “aluno-professor”, mas
sobretudo de amigos e irmãos em
Cristo. Em quarto lugar, o tempo
utilizado com a pessoa a ser
discipulada pode incluir orações,
estudo das Escrituras, avaliações
mútuas, prestação de contas e
outras coisas. Em quinto lugar, o
discipulador deve, gradativamente, compartilhar atividades com
o discípulo a fim de avaliar não
apenas seu conhecimento, mas
também o seu comportamento
cristão e sua seriedade frente
às responsabilidades recebidas.
Há muitas outras diretrizes úteis
nesse processo, mas as cinco
apresentadas são suficientes para
um início do mesmo.
Finalmente, há que se atentar
para o fato de que o discipulado
é altamente relevante no contexto do ministério urbano. Uma das
características dos centros urbanos, claramente reconhecida por
missiólogos, sociólogos e antropólogos é a anonímia social, ou
seja, a solidão, a falta de relacionamentos profundos e significativos. Na cidade, todos parecem
“esbarrar” uns nos outros, mas
poucos são aqueles que conseguem desenvolver proximidade
com outros. Dessa forma, uma
estratégia que atenda as necessidades comuns do contexto urbano pode ser significantemente
eficaz. Além do mais, essa parece ter sido a estratégia utilizada por Paulo em seu ministério
urbano, pois em cada cidade ele
cuidava de “fazer discípulos”
(At 14.21 e 18.23). Um ministro
comprometido com o discipulado pode modelar para sua igreja
uma estrutura de ministério que
é bíblica, eficiente e altamente
favorável ao contexto urbano. O
alvo de um ministério discipulador é que cada membro da igreja
realmente desempenhe sua função como missionário de Cristo
na sociedade.
Brasil Presbiteriano
Setembro de 2008
Crescimento
Artigo
Espírito Santo ganha novo presbitério
Nagil da Penha Siqueira
O
Estado do Espírito
Santo possui mais
um Presbitério. Em
reunião extraordinária no
dia 14 de junho, o Sínodo
Central Espiritossantense
deliberou sobre o desdobramento do Presbitério Central
do Espírito Santo (PCES) e
criou o Presbitério Centro
Capixaba (PRCC), que compreende as igrejas do município da Serra.
Fazem parte do Presbitério
Centro Capixaba as igrejas
Presbiteriana de Barcelona,
Presbiteriana
Betesda,
Presbiteriana de Laranjeiras,
Presbiteriana de Nova
Carapina, Presbiteriana de
Porto Canoa, Presbiteriana
de Serra Dourada II e
Primeira Igreja Presbiteriana
de Jacaraípe.
A Comissão Executiva do
novo concílio é composta pelo
presidente, pastor Givanilto
Paulino da Silva; vice-presidente, pastor Gerson Silva;
secretário-executivo, pastor
Ronne Peterson de Almeida
Moreira; primeiro-secretário, pastor Marcelino Correia
Borges; segundo-secretário,
pastor Carlos Magno da
Silva, e o tesoureiro, presbítero Marcos Antonio Simões
de Almeida
O objetivo da formação
do novo concílio é a evangelização, o fortalecimento
e o crescimento do presbiterianismo no município
da Serra. De acordo com
o vice-presidente, o pastor
Gerson Silva, a meta de
trabalho para este segundo
semestre é realizar três grandes eventos evangelísticos
na Serra. "Teremos encontros mensais de oração com
Da esquerda para direita os reverendos Marcelino,
a liderança do Presbitério e Ronne, Givanilto, Gerson, presbítero Marcos e o Rev.
igrejas locais, com pastores, Carlos Magno.
presbíteros, diáconos e suas
nas, na Igreja Presbiteriana Foram criadas as Federações
esposas", conta.
No dia 19 de julho, foi reali- em Laranjeiras, com a repre- de todas as sociedades do
zada uma reunião para a for- sentação de todas as igrejas, Presbitério Centro Capixaba
mação das sociedades inter- por meio dos seus delegados. (PRCC).
Saiba mais sobre o maior município da Grande Vitória
C
om belas praias e um
rico folclore, o município da Serra, no
Estado do Espírito Santo,
é o maior município da
Grande Vitória. Possui uma
área de 551 Km2 e uma
população que, segundo o
Censo do IBGE de 2000,
é de 322. 518 habitantes,
sendo 159. 188 homens e
163. 330 mulheres.
O município da Serra,
situado a 27 km da capital do Estado do Espírito
Santo, na região Sudeste do
Brasil, teve o seu processo de colonização iniciado
com a fundação da Aldeia
de Nossa Senhora da
Conceição onde, em 1556,
foram alojados os índios
de Maracajaguaçu, que vieram da Ilha de Paranapuã,
(seio do mar), no Rio de
O imponente maciço Mestre Álvaro é um dos cartões postais da Serra
Janeiro, sob a orientação
do padre Braz Lourenço,
conforme recomendação
do Donatário da Capitania
do Espírito Santo, Vasco
Fernandes Coutinho.
Com área de 551 Km2,
a Serra apresenta em seu
relevo uma série de lagoas,
rios e ondulações em forma
de chapadas. A região passou a ser denominada Serra
em razão do imponente
maciço, o Mestre Álvaro,
que se assemelha a uma
cadeia de montanhas. O
primeiro impulso econômico foi a cana-de-açúcar.
Depois ocorreu a plantação
em larga escala de abacaxi. Hoje o setor industrial destaca-se com várias
indústrias, tais como a
Companhia Siderúrgica de
Tubarão, CST; a Companhia
Vale, bem como o Centro
Industrial de Vitória, o
CIVIT. Também se situam
na Serra os Portos internacionais de Tubarão e Praia
Mole.
Brasil Presbiteriano
Educação
Artigo
Setembro de 2008
Seminário orienta sobre os procedimentos necessários para se iniciar um
trabalho de educação cristã escolar
Já pensou em abrir uma escola cristã?
N
o próximo dia 10
e 11 de outubro,
acontecerá no auditório Wilson de Souza
Lopes, Mackenzie, o
evento Como organizar
e desenvolver uma escola cristã, organizado pela
Associação Internacional
de escolas Cristãs (ACSI
Brasil). Trata-se de um
seminário com minicurso de Cosmovisão Cristã
aplicado à educação cristã
escolar e visa atender a
um bom número de interessados no assunto que
têm constantemente consultado a Associação a respeito do tema.
Serão tratados assuntos
relevantes como “Por que
uma escola cristã”, “Como
desenvolver a missão e
visão”, “Proposta pedagógica e currículo”, “Ordem
legal”, “Escolha do local”,
“Captação de alunos”,
“Finanças: orçamento,
fluxo de caixa, contratos,
cobrança, inadimplência, seguro educacional”e
outros. A Associação pre-
tende lançar na ocasião
o manual Organização e
Desenvolvimento de uma
Escola Cristã, com vários
recursos a serem utilizados pelos interessados,
constando de exemplos
vários de documentos e
sugestões que podem ser
adotadas.
Entre os palestrantes
estão vários educadores
presbiterianos, somando
ao curso parte da tradição histórica educacional
da nossa denominação.
Haverá palestras com
Débora Muniz, Solano
Portela e o curso de
Cosmovisão da Educação
por Mauro Meister (sábado).
Livro
Mártir escocês inspira
livro de missionário
V
ocê sabia que Patrick
Hamilton foi o
Primeiro Pregador
e Mártir da Reforma
Protestante na Escócia? Ele
foi o primeiro luterano escocês registrado pela história
e amigo pessoal de Francis
Lambert, William Tyndale,
Felipe Melancton, Lutero e
outros homens importantes
que compuseram o cenário
da Reforma Protestante no
mundo. E sua história de
vida foi tão inspiradora que
o Rev José Roberto Dias
de Carvalho, missionário
da IPB na Escócia desde
de 1998 decidiu dedicar
os últimos oito anos para
pesquisar mais a respeito
dele. O resultado virou um
livro, “Patrick Hamilton:
O Estevão da Escócia
1504-1528”, que o autor
lança, este mês, em versão
digital.
Por meio de suas pesquisas, Carvalho descobriu,
por exemplo, que Hamilton
foi tão ousado quanto foi
cortês em suas pregações e
denúncias das corrupções
e superstições da Igreja
Católico Romana. “Ele foi
tão intrépido quanto foi
sábio na apresentação de
seus argumentos a respeito
da graça Deus que salva o
pecador e o transforma em
um ser últil no mundo”,
destaca o pastor. O livro
tem nove capítulos que, de
acordo com o autor, farão o
leitor se emocionar e refletir sobre sua relação com
Deus. Para saber mais, os
interessados devem acessar o site www.Direto-daEscocia.co.uk.
Atenção Concílios e Candidatos ao Sagrado Ministério
Vestibular Unificado
Bacharel em Teologia 2009
Faça sua inscrição em um dos seminários da IPB:
• Seminário Presbiteriano do Sul – Fone (19) 3241-9399 – www.sps.br
• Seminário Presbiteriano do Norte – Fone (81) 3227-0986 – www.spn.br
• Seminário Teológico Presbiteriano “Rev. Denoel Nicodemus Eller”
– Fone (31) 3429-5900 – www.seminariordne.com.br
• Seminário Teológico Presbiteriano “Rev. José Manoel da Conceição”
– Fone/Fax: (11) 5543-3534 / (11) 5531-8452 / (11) 5542-5676
– www.seminariojmc.br
• Seminário Teológico Presbiteriano “Rev. Ashbel Green Simonton”
– Fone (21) 2201-6734 - www.seminariosimonton.com
• Seminário Presbiteriano Brasil Central – Fone (62) 3261-1696
– www.spbc.org.br
• Seminário Presbiteriano Brasil Central / Extensão Ji-Paraná
– Fone (69) 3424-7411 – www.spbc-ro.com.br
• Seminário Presbiteriano de Brasília – Fone (61) 3242-1434
– www.seminariopbrasilia.com.br
• Seminário Teológico do Nordeste – Fone (86) 3232-1370
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Período de Inscrições: de 01 a 31 de outubro de 2008
Mais informações no site www.ipb.org.br
JET – JUNTA DE EDUCAÇÃO TEOLÓGICA
10
Brasil Presbiteriano
Setembro de 2008
Doação
Brasil Presbiteriano
Fotos: Divulgação
Saiba o que é o trabalho e o que fazem os capelães nos hospitais
MUITO ALÉM DA CURA
É
cientificamente comprovado: pessoas que
têm fé em Deus, freqüentam regularmente uma
igreja e cultivam um bom
relacionamento com o Pai
apresentam: melhor engajamento no tratamento médico,
melhor aceitação ao tempo
de hospitalização, apresentam aumento da imunidade orgânica, pressão arterial
mais estável, menos problemas estomacais e de cólon,
menores índices de ataques
cardíacos, menor tempo de
recuperação de cirurgias,
menos dor, menores índices
de depressão e ansiedade,
maior auto-estima, menores
níveis de ansiedade entre
outros.
Por conta disso cresce cada
vez mais o número de capelães nos hospitais brasileiros, cuja missão é justamente
oferecer o apoio espiritual,
emocional e social, baseada na Palavra de Deus, aos
enfermos, seus cuidadores e
profissionais da saúde.
No Brasil, esse trabalhado é acompanhado pela
Associação de Capelania
Evangélica
Hospitalar
(ACEH), uma entidade cristã, religiosa, beneficente e
cultural que tem como finalidade preparar capelães e
visitadores religiosos, organizar e reunir capelanias hospitalares, oferecendo-lhes um
contínuo aprimoramento em
questões de teologia e saúde.
“O ministério de Capelania
Evangélica Hospitalar acontece no Brasil há mais de
50 anos, tendo iniciado no
Hospital Evangélico do
Rio de Janeiro. O primeiro
Capelão foi o Pastor João
Filsen Soren, da 1ª Igreja
Batista carioca. Em 1953,
iniciou-se a Capelania
Evangélica Hospitalar no
Hospital das Clinicas, em São
Paulo” lembra a Presidente
da ACEH, Eleny Vassão de
Paula Aitken.
Hoje, as pessoas que tra-
balham diretamente com o
ministério de capelania nos
hospitais não encontram
muitas resistências por parte
dos profissionais da área de
saúde. Mas nem sempre foi
assim. Eleny conta que, no
passado, por conta de alguns
procedimentos errados feitos por evangélicos, os diretores dos hospitais chega-
ram a proibir a entrada de
qualquer pessoa religiosa
nos prédios em que administravam. “Naquela época,
alguns irmãos, a maioria até
bem intencionada, anunciavam curas divinas, recomendavam que alguns pacientes parassem de tomar suas
respectivas medicações e
ungiam com dedo molhado em óleo sobre cirurgias
recentes”, detalha Eleny.
Com o passar do tempo e o
trabalho sério desenvolvido
pela ACEH e seus parceiros,
capelães e visitadores conquistaram, novamente, a confiança dos profissionais da
área de saúde. “Hoje, o ministério de capelania hospitalar
é muito bem-vindo entre os
profissionais da saúde. Em
diversos hospitais fazemos
parte de Comitês de Ética,
Ética em Pesquisa, Equipes
de Cuidados Paliativos,
Grupo de Humanização, de
organização de festas no hospital entre outros. Também
ministramos palestras em
Faculdades de Medicina,
Enfermagem, Serviço Social
e participamos, como preletores, de congressos médicos
nacionais e internacionais,
onde temos liberdade para
falar sobre o efeito benéfico da fé sobre a saúde física e mental e apresentar o
Evangelho de maneira clara
e completa. Somos ouvidos
com respeito e grande emoção”, comemora a presidente
da ACEH.
Apoio das Igrejas cresce, mas ainda não é suficiente
D
e acordo com Eleny
Vassão há um número
crescente de igrejas evangélicas sendo despertadas
para o ministério de capelania. “As igrejas têm percebido o quão valioso é
o campo missionário hospitalar. É lá, na maioria
das vezes, o lugar onde as
pessoas estão mais abertas
ao Evangelho. É no leito
de um hospital que muitas
pessoas param para refletir
sobre suas vidas, lidam com
suas culpas, questionam-se
sobre onde passarão à eternidade e buscam um relacionamento pessoal com
Deus”, destaca.
Mas, apesar do quadro
favorável, o ministério
carece de mais apoiadores.
“Atualmente, no Hospital do
Servidor Público Estadual
de São Paulo, temos cerca
de 60 devocionais semanais
para profissionais da saúde.
Essas devocionais são feitas por pastores e semina-
Setembro de 2008
ristas de nossas equipes de
Capelania. Nosso grande
problema, hoje, é que conseguimos atingir somente
cerca de 1.000 profissionais por mês, quando há
outros 9.000 aguardando
que tenhamos mais pastores
para alcançar seus setores.
A maioria desses profissionais não é evangélica, mas
recebem muito bem a mensagem e a literatura bíblica,
pedem aconselhamento e
relatam a grande mudança
de ambiente ocorrida em
seus setores”, revela ela.
No intuito de suprir carências como essa é que Eleny
Vassão sugere que presbitérios e sínodos apóiem a
promoção de cursos breves, como o “Visitação a
Enfermos”, oferecidos pela
ACEH. Outra forma de ajudar na obra é levantando
sustento para um capelão,
pois, a grande maioria da
equipe do ACEH trabalha
voluntariamente.
11
Saiba mais:
O que um capelão faz?
E os visitadores e voluntários?
O capelão, integrante da equipe multidisciplinar de saúde, é uma pessoa capacitada e
sensível às necessidades humanas, disposto a
dar ouvidos, confortar e encorajar, ajudando o
enfermo a lutar pela vida com esperança em
Deus e na medicina. Oferece aconselhamento
espiritual e apoio emocional tanto ao paciente
e seus familiares, como aos profissionais da
saúde.
Eles trabalham nos hospitais diariamente,
atuando em visitas de apoio solidário leito a
leito, distribuindo literatura bíblica de consolo,
roupas, sapatos, leite fraldas e cestas básicas.
Realizam acompanhamento pré e pós-cirúrgico, aconselhamento bíblico, evangelização,
cultos voltados para pacientes, funcionários,
profissionais da saúde. Ministram aulas, palestras em Faculdades de Medicina e desenvolvem atividades culturais com pacientes e familiares de crianças hospitalizadas.
CINCO MOTIVOS PARA QUE SUA IGREJA ABRACE O MINISTÉRIO DE CAPELANIA
em cumprir a missão de ir por todo o mundo e anunciar o Evangelho a toda cria1 Satisfação
tura.
espiritual dos membros da igreja envolvidos na capelania, uma vez que o proble2 Crescimento
ma do sofrimento os levará a buscar respostas muito mais profundas na Palavra, ensinandoos sobre o amor, a graça, os propósitos e a soberania de Deus.
Quem está apto para ser um capelão?
P
ara trabalhar com capelania hospitalar é preciso mais do que simpatia pela
causa. “A grande maioria
de nossos alunos têm, em
comum, o dom da misericórdia. A capacitação vem
através do relacionamento
com o Senhor e do preparo
nos cursos e treinamentos.
Além disso, é preciso aprender a dominar as emoções
para poder ficar ao lado de
um paciente e ser capaz de
aconselhá-lo e confortálo diariamente”, esclarece
Eleny.
Participar do curso seminário de Capelania Hospitalar,
anualmente oferecido no
Instituto
Presbiteriano
Mackenzie, é outro prérequisito. Lá, após participarem das palestras, as pessoas que se identificam com
o ministério preenchem um
kit de informações e cartas
de referência e passam por
uma entrevista feita por pastores e capelães.
Os que passam nessa primeira triagem são encaminhados ao Curso de
Capelania Hospitalar Nível
I, com duração de 40 horas
e treinamento prático, individual, por cerca de 60 horas
nos hospitais. Em seguida,
vem o Curso Nível II, quando são apresentados assuntos
como Tanatologia, Pacientes
Terminais,
Bioética,
Transtornos Psiquiátricos,
Atendimento Domiciliar,
Luto, etc. São mais 100
horas de Curso teórico e
prático. Depois vem o Nível
III, de aproximadamente
160 horas, para formação de
Capelães Hospitalares.
problemas entre os membros, já que muitos estariam amadurecendo e ajudando no
3 Menos
pastoreio do rebanho.
em colher os frutos e saber que muitos irmãos que conheceram a Cristo por intermé4 Alegria
dio do trabalho de capelania apoiado pela igreja gozarão da vida eterna.
em se envolver e ajudar a sustentar
5 Privilégio
um ministério tão frutífero.
Número aproximado
de pessoas alcançadas
130
capelanias
em todo o Brasil.
600.000
pessoas alcançadas,
aproximadamente,
por ano.
Contribua:
• Divulgando a visão de Capelania;
• Visitando os pacientes em suas casas;
• Doando cestas básicas;
• Oferecendo brinquedos e brindes para pacientes.
• Dando vale-transportes e vale-refeições;
• Sustentando a equipe do ABCEH;
• Comprando material Evangelístico;
• Doações Bradesco
ABCEH de SP - Agência: 0368-9 - Conta: 83.576-5
12
Brasil Presbiteriano
Setembro de 2008
Canal de bênção
Espaço foi criado para atender às mães de filhos que se encontram
hospitalizados em São Paulo
Casa do Aconchego está de portas abertas
A
luta das mães cujos
filhos encontramse hospitalizados
em hospitais de São Paulo
acaba de ganhar mais uma
aliada. Trata-se da Casa do
Aconchego, espaço, recém
inaugurado, cujo objetivo é
servir como ponto de apoio
a essas mães.
A administradora da Casa
e presidente da Associação
Beneficente de Capelania
Evangélica
Hospitalar,
Eleny Vassão, diz que o
local pretende servir, principalmente às mães que vêm
do interior ou, até mesmo,
de outros estados, e que não
têm família na capital paulista. “Muitas delas passam
dias dormindo sentadas, na
companhia de seus filhos.
Não têm como lavar suas
roupas, de tomar um banho
com tranqüilidade... E, aqui
na casa, elas poderão ter
isso e muito mais”, garante
Eleny que ressalta que o
espaço só se tornou possível devido ao apoio recebido pelo Supremo Concílio,
na pessoa do Rev. Roberto
Brasileiro e do Instituto
Presbiteriano Mackenzie,
por meio do Rev. Marco
Serjo, na direção do setor de
Ação Social.
Localizada
estrategicamente entre os hospitais ITACI (Instituto de
Tratamento de Câncer
Infantil), ICr (Instituto da
Criança do HCFMUSP)
e IIER (Instituto de
Infectologia Emílio Ribas),
na rua Oscar Freire, a Casa
é um braço do ministério de
capelania.
Todos os dias, uma equipe
formada por três visitadoras
permanece no espaço onde
são realizadas diversas atividades como devocionais,
artesanato, aconselhamentos e a “tarde da beleza”.
“Muitas mães chegam até
aqui e o que elas precisam
é mais um carinho mesmo.
Alguém com quem elas
possam conversar”, afirma
Andréa Antoniassi, uma das
visitadoras e membro da
equipe do ABCH.
Às terças-feiras, dia em
que as mães que têm filhos
na UTI precisam ficar fora
dos hospitais – dia em que
eles realizam os procedimentos médicos e a presen-
Fotos: Divulgação
Eleny Serrão (à frente) e a equipe que trabalha na Casa
do Aconchego
ça da mãe não é permitida
– é servido, na Casa, um
café da manhã. As quartas-feiras são dedicadas às
famílias dos pacientes de
HIV positivo. “Essas famílias nos são encaminhadas
pelos Serviços Sociais dos
hospitais. Além de palestras
sobre nutrição, devocionais,
atividades de artesanato,
entre outras, também realizamos a entrega de cestasbásicas mensais”, informa
Andréa.
Máquinas de lavar – Uma
Na Casa, as mães encontram sala de televisão, cozinha, quartos e até máquinas de lavar roupas
das grandes dificuldades das
mães que não têm onde se
hospedarem em São Paulo e
que dividem, com os filhos,
os quartos de hospitais é
a roupa suja. Problema
resolvido, agora, pela Casa.
“Temos duas máquinas de
lavar que ficam à disposição delas”, avisa Andréa.
E, enquanto a roupa bate
na máquina, que tal um
cochilo? Algumas aproveitam o tempinho para esticarem o corpo em uma das
camas disponíveis da casa.
“Muitas passam dias dormindo sentadas, nos hospitais. Deitar numa cama,
ainda que por alguns minutos, faz toda diferença”,
comenta Andréa.
Quem desejar ajudar,
doando serviços, produtos
de higiene pessoal, roupas
ou mesmo algumas horinhas do seu tempo, pode e
deve fazê-lo. “Toda ajuda
é bem-vinda”, garantem
as visitadoras e capelãs. A
Casa Aconchego funciona
de segunda a sexta, das 7h
às 18h. Para mais informações entrar em contato pelo
telefone (11) 2507-9294.
Brasil Presbiteriano
Valorização do passado
Setembro de 2008
13
No culto de ações de graça na IP Unida, igreja é conclamada a buscar
inspiração no passado
Pastores valorizam história da IP
Fotos: divulgação
A
importância de se
conhecer a história
da IPB foi o tema da
pregação Rev. Eudes Coelho
Silva, pastor da IP da Vila
Mariana, em São Paulo, no
último dia 12 de agosto. No
dia em que a igreja completou
149 anos de atuação no Brasil,
o pastor aproveitou para instigar a platéia a se inspirar na
vida daqueles que ajudaram a
construir a história da igreja.
“Temos excelente exemplos
de homens que foram modelos de disposição para colocar
Trabalho
em prática o ‘ide’ de Jesus. As
ações que eles realizaram no
passado tornou possível que
nós estivéssemos aqui, reunidos, hoje”, destacou ele.
Reverendo Carlos Aranha,
pastor titular da IP Unida de
São Paulo, reiterou as palavras
do colega. “Muitas pessoas
não sabem nada sobre a história da IP. E, por não saberem,
acabam por não valorizar e
não dar a devida importância
ao que têm em mãos agora”,
comentou.
Rev. Carlos Aranha é o
titular na IP Unida
Membros celebram o aniversário da IP
Sínodo Sul Fluminense se mobiliza para realização de atividades evangelísticas,
sociais e educacionais.
Primeiro semestre de muitas programações
P
rojeto de ação social,
congresso
regional
para a revitalização das
igrejas e seminário de música foram algumas das atividades desenvolvidas pelo
Sínodo Sul Fluminense nos
últimos meses. Em breve
relatório enviado ao BRASIL
PRESBITERIANO,
os
irmãos da região contaram de
que forma têm trabalhado.
O Sínodo Sul Fluminense
abrange as cidades de São
José do Barreiro – SP;
Resende, Porto Real, Barra
Mansa, Volta Redonda, Piraí,
Barra do Piraí, Valença,
Pinheiral, Conservatória,
Mendes, Vassouras, Três
Rios e Paraíba do Sul. Ao
todo, somam 25 igrejas organizadas e 25 congregações.
Em abril, com a participação das sinodais de Três
Poços e Volta Redonda, foi
realizado um grande projeto
de ação social com atendimento médico, jurídico, corte
de cabelo, atividades com
as crianças, distribuição de
folhetos, evangelismo pessoal e culto na praça pública.
Em maio, os esforços dos
irmãos foram todos concentrados para a realização do Congresso regional
de Revitalização de igrejas.
Com menos de um mês, a
executiva do sínodo, em conjunto com as dos presbitérios,
planejou o congresso realizado, então, entre os dias 26 e
28 de junho, na IP de Volta
Redonda, Rio de Janeiro. E,
para a surpresa do grupo, o
evento superou as expectativas. “Prevemos 150 participantes, mas, no total, tivemos 400 inscritos”, comemora o Rev. Otávio Henrique de
Souza, presidente do Sínodo
Sul Fluminense.
Com ensinamentos minis-
trados pelo Rev. José João
(IP de Manaus), sobre grupos
familiares; pelo Rev. Marcos
Severo (IP de Mossoró)
sobre avanço missionário;
do Rev. Cícero Ferreira da
Silva (secretário da CNE)
que falou sobre o trabalho
de planejamento e os desafios que temos; e do Rev.
George Canelhas (presidente
da CNE) sobre evangelismo
pessoal, os participantes tiveram a oportunidade de compartilhar mais daquilo que o
Senhor já havia preparado.
Música – Os músicos da
região também foram contemplados, neste primeiro
semestre. Em julho foi realizado o Segundo Seminário
de Música. Dirigido pelo
maestro e presbítero Antonio
Heringer, o evento contou com palestras do Rev.
Charles Mello; secretário da
CNHM, que, além de falar
sobre a música na teologia
reformada, ministrou sobre
Regência. Os participantes
ainda contaram com Oficina
de Canto, com Cláudio
Cardoso e Ester Cardoso;
oficina de Percussão, com
Rafael Pereira Santos; e oficina sobre Som com o engenheiro Mivander da Silva
Pinto.
Em julho, o Sínodo comemorou os 19 anos de organização com um culto de
ação de graças e mensagem
musical apresentada pelo
grande coral do sínodo. A
mensagem foi pregada pelos
rev. Auricimar Almeida –
presidente do Presbitério Sul
Fluminense e vice presidente
do sínodo; Rev. Edmilson
Robadel Fernandes – vicepresidente do Presbitério de
Volta Redonda e 2º secretário do sínodo e o rev. Silas
Daniel de Paula – presidente
do Presbitério de Barra do
Piraí.
Os 149 anos da IP no Brasil
também mereceram atenção especial. Em agosto, o
Sínodo realizou um avanço
missionário na cidade de Três
Rios. Com uma frente formada por cerca de 80 pessoas,
treinadas para o evangelismo, cerca de 400 pessoas
ouviram a palavra de Deus
pessoalmente. Além disso,
realizarão uma grande panfletagem e um culto em praça
pública com a participação
da equipe de cânticos e com
o grande coral do sínodo.
Para os meses que se
seguem, outras atividades
estão previstas. Entre elas,
o “Ação Integral”, a ser
realizado no município de
Mendes, Rio de Janeiro. Que
Deus abençoe os irmãos e
os fortaleça na execução de
mais esta obra!
14
Setembro de 2008
Aniversário
Artigo
Brasil Presbiteriano
Cerca de 1000 pessoas participaram do culto de ações de graça organizado pelos
Sínodos Paulistas, em comemoração aos 149 anos da IPB
Limeira é palco de grande festa
E
Fotos: Antonio Mauro Dolfi
m agosto, mês em que
a Igreja Presbiteriana
completou 149 anos,
uma série de programações
especiais aconteceram Brasil
a fora. Muitos foram os cultos de celebração e ações de
graça rendidos a Deus pelo
aniversário da chegada do
missionário Ashbel Green
Simonton em terras brasileiras.
Em São Paulo, por conta
da data, os sínodos paulistas promoveram um grande
culto, na IP da cidade de
Limeira, na tarde do dia 16.
Estiveram reunidos por lá
cerca de 1000 pessoas, vindas das mais diferentes regiões do estado de São Paulo.
O pastor da IP de Limeira,
Jonas Zulske, além de feliz
pelo aniversário da IP, tam- Presbiterianos de várias regiões de São Paulo compareceram para o culto em
bém não escondeu a satisfa- LImeira
ção de ver a “casa” cheia. “É
a primeira vez que Limeira
recebe todos os sínodos”,
falou ele.
O Rev. Carlos Aranha,
presidente do sínodo Unido
de São Paulo, aproveitou a
reunião para convocar os
presbiterianos presentes a
participarem, com o mesmo
empenho, das comemorações dos 150 anos da IP, no
ano que vem.
Clodoaldo
Waldemar
Furlan, presidente do sínodo
Sudoeste Paulista, destacou,
durante o evento, a unidade que existe entre os sínodos paulistas e falou sobre
o grande desafio do grupo:
implantar novas igrejas no
estado. “São Paulo é formado por 645 municípios e a IP
está presente em apenas 214 Rev. Ludgero Bonilha Morais foi o convidado para expor a Palavra
Os reverendos Ludgero e
Jonas Zulske
desse total. Queremos mudar
esse quadro e trabalhamos
para implantar igrejas em
cada um dos 431 municípios
onde a igreja presbiteriana
ainda não chegou”, garantiu
ele, durante a celebração.
Secretário Executivo do
Supremo Concílio e pastor da Primeira IP de Belo
Horizonte, Minas Gerais,
Rev. Ludgero Bonilha Morais
foi quem levou a mensagem
da tarde. Com base nos dois
primeiros versículos do capítulo um do livro de Efésios,
ele conclamou a igreja a
se voltar para as Escrituras
Sagradas no intuito de que a
igreja recupere, assim, a sua
real identidade. “A presença do crente precisa mudar
o ambiente. Nossa palavra
tem que ser transformadora.
Não podemos nos igualar
ao mundo. Temos que fazer
diferença”, reforçou.
O culto especial em Limeira
contou ainda com a participação do coral geral da IP
Unida de São Paulo que,
entre os cânticos apresentados, entoou o hino oficial dos
150 anos da IPB, “Benção
Inefável”.
Brasil Presbiteriano
Setembro de 2008
15
Notas
Festa na cidade de Castro
No último dia 29 de julho a Igreja Presbiteriana
de Castro celebrou 120 anos de fundação. A
igreja é fruto do esforço de missionários da
Igreja Presbiteriana do Brasil na expansão do
protestantismo no Estado do Paraná com a
colaboração de missionários norte-americanos.
A igreja foi organizada em 29 de julho de 1888
pelo Reverendo George Anderson Landes. Na
ocasião, as igrejas de Tibagi e Fundão foram
extintas e os membros arrolados na igreja de
Castro. Durante o mês de julho, como parte
das celebrações, estiveram pregando na igreja o Rev. Lindberg Clemente de Morais, Rev.
Acir Rickli, Rev. Oscar Pugsley, Rev. Acácio
Nascimento Júnior. No domingo 27 de julho
pregou na igreja o Rev. Roberto Brasileiro,
Presidente do SC da IPB.
Fotos: Divulgação
aspectos da vida cristã como autenticidade,
vocação, família e serviço. O Rev. Givanilto
Paulino da Silva, pastor da IP de Laranjeiras,
será o preletor.
No ritmo das Olímpiadas
A UPH da Congregação Presbiteriana em
Apiacá/ES, comemorou o aniversário da IPB
com atividades esportivas. Por meio do “Torneio
IPB 149 anos”, os membros foram convidados
a participarem de jogos como totó e tênis de
mesa. O evento, realizado no dia 16 de agosto,
reuniu cerca de 35 pessoas que, além do lazer,
ainda puderam fortalecer a comunhão.
Formação de oficiais
A IP de José de Anchieta, no Espírito Santo,
realiza, no dia 21, o quinto módulo do curso de
formação de oficiais é direcionado a presbíteros e diáconos. Na ocasião serão abordados
Da direita para a esquerda: No alto: Nattan,
Natanael, Cláudio, Rodrigo e João
Em baixo: Nathan
Sul da Bahia perde
Emiliano Gonçalves Guimarães
(1916 – 2008)
No último dia 10 de agosto, partiu para
a glória o amado irmão Rev. Emiliano
Gonçalves Guimarães, um dos desbravadores dos campos no Sul e Extremo Sul
da Bahia. Há quatro dias de completar 92
anos, foi recolhido ao lar celestial, deixando saudosos a esposa Helia Guimarães,
os filhos Leda, Alcino, Fernando e Edi e
demais familiares e amigos. Emiliano, que
nasceu no dia 14 de agosto de 1916, na
Cidade de Mundo Novo, no Estado da
Bahia, fez o curso teológico no Seminário
Presbiteriano do Sul em Campinas-SP,
entre 1943 e 1947.
Foi ordenado pelo então Presbitério Bahia
– Sergipe e designado a pastorear a Igreja
Presbiteriana de Canavieiras onde realizou
o ministério durante 13 anos. Juntamente
com o saudoso amigo e colega Rev. Abimael
Monteiro de Lima, organizou o Presbitério
de Itabuna onde realizou todo o seu ministério, servindo no campo de Canavieiras,
abrindo pontos de pregações e congregações em toda a região que se estendia até
o extremo Sul da Bahia. Foi ainda professor
no Colégio Estadual Osmário Batista, vereador e Secretário da Câmara de vereadores
da região. Ultimamente ele estava aposentado pelo Estado e jubilado pela Igreja
Presbiteriana do Brasil, era pastor Emérito
na Igreja Presbiteriana de Canavieiras.
Personalidades
Waldyr Carvalho Luz
“Há sessenta e cinco anos, quando, em
1943, iniciei minha carreira ministerial, escassa era a literatura teológica em nosso meio.
Obter obras do gênero do exterior era quase
impossível. Bem diversa é hoje a situação.
Não somente contamos com instituições de
ensino que facultam ao nosso ministério a
possibilidade de estudos avançados, como
também há muitos que prosseguem seus
estudos, incrementando assim seus conhecimentos na área teológica, muitos até cursando renomados centros do exterior.
Temos até vasto número de estudiosos de
gabarito, que estão a publicar obras de alcan-
ce ou a traduzir títulos de realce. Podemos até
dizer que destacados eruditos há entre nós
que trabalham sem o holofote da publicidade,
não divulgados, nem reconhecidos como seria
de esperar.
Tal é o caso do ilustre Reverendo Doutor (em
Filosofia) Adhemar de Oliveira Godoy, pastor
de nossa grei, ora jubilado. Pregador primoroso, cujos sermões são obras de arte, autor
prolífico, esmerado, cujos escritos enriquecem
a cultura de nossa Igreja. Prima ele pelo caráter lógico e bíblico de seus escritos, calcados
em profunda erudição e vasta bibliografia, em
linguagem direta, apurada, precisa, acessível,
magistralmente didática.
Acaba ele de publicar um sucinto tratado de
lógica formal, digno de admiração e reconhecimento. Em tempos recentes, deu a público
um tratado sobre a Divindade de Cristo, e
outro sobre a Doutrina da Trindade, que
todo estudioso presbiteriano deveria possuir e
estudar. Seu escrito a respeito da Doutrina do
Pecado é também, notável.
Quantos conhecimentos tiverem da obra literária do Reverendo Adhemar, reconhecê-lo-ão
como um erudito como poucos, estou certo”.
Waldyr Carvalho Luz é Pastor Jubilado, ex-professor de
Grego, Hebraico e Filosofia do Seminário Presbiteriano do Sul
e de Latim e Grego da Universidade Estadual de Campinas
e é Doutor em Teologia PhD do Seminário de Princeton, New
Jersey (USA).
16
Brasil Presbiteriano
Setembro de 2008
Consultório Bíblico
Céu e Céu, Céus
Odayr Olivetti
“Para onde vão os remidos?”
N
inguém subiu ao céu
senão Ele, disse Jesus
Cristo. A referência é
ao Céu, a gloriosa habitação
de Deus, dos anjos e dos
redimidos do Senhor. Esse
está acima “de todos os céus”
(Ef 4.10). Ninguém subiu ao
céu para conhecê-lo e virnos revelar seus mistérios.
Nas visões de Apocalipse
temos revelações simbólicas
e não exaustivas, e Paulo
fala de uma visão na qual um
homem foi arrebatado ao terceiro céu. Mas não nos revelou nada do que viu (2 Co
12.4). Mesmo a aparição de
Moisés e Elias no Monte da
Transfiguração não aconteceu para que eles revelassem
alguma coisa, mas para que,
nessa visão, ficasse definitivamente confirmado que só
temos que olhar para Jesus
Cristo para nossa salvação:
“A Ele ouvi” NVI: “Ouçamno!” (Mt 17.5).
Quanto a céus e céu (compulsando os originais hebraico e grego), o contexto de
cada passagem define o seu
sentido. Cito alguns exemplos bíblicos: Gn 1.1 – Céus
e terra = o universo. O firmamento é chamado céus
(Gn 1.18). Ver também Êx
16.4; Sl 103.11. Em algumas passagens o sentido é
um tanto ambíguo, podendo-se entender como a habitação de Deus ou como o
firmamento, os céus siderais (Dt 30.12; Sl 80.14; Is
a igreja redimida lá está (At
1.11; 7.56; Hb 12.22-25).
Jesus diz em João 3.13:
“Ora, ninguém subiu ao
céu, senão aquele que de lá
desceu, a saber, o Filho do
homem, que está no céu”.
Ele fala da realidade transcendental do céu e da realidade misteriosa do Filho
de Deus, que, em Seu ser
divino é onipresente. Em Ef
4.10 as palavras do apóstolo
Paulo estão em consonância com essa declaração de
Jesus Cristo.
Finalizo com as palavras consoladoras de nosso
Senhor e Salvador Jesus
Cristo registradas em João
14.2,3; 17.5,24 e Mt 26.29
(NVI):
“Na casa de meu Pai há muitos aposentos;
se não fosse assim, eu lhes teria dito
Vou preparar-lhes lugar. E se eu for e lhes preparar
lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês
estejam onde eu estiver”; “E agora, Pai, glorificame junto a ti com a glória que eu tinha contigo
antes que o mundo existisse”; “Pai, quero que os
que me deste estejam comigo onde eu estou, e vejam
a minha glória, a glória que me deste porque me
amaste antes da criação do mundo”;
“Eu lhes digo que, de agora em diante, não beberei
deste fruto da videira até aquele dia em que beberei o
vinho novo com vocês no Reino de meu Pai”.
66.1 (céus) e em Atos 9.3
(céu)). Em Mateus 5.12 e
6.9 a palavra “céus” refere-se à habitação de Deus.
Curiosamente, em Atos 1.11
a palavra céu aparece duas
vezes, uma referindo-se ao
firmamento, a outra, à habitação de Deus.
As almas dos remidos
(Enoque e Elias inclusive,
mencionados pelo consulen-
te), estão na glória do céu,
também chamado paraíso
(Lc 23.43). Jesus foi “assunto ao céu”; Estêvão viu Jesus
“em pé à destra de Deus”, e
O Rev. Odayr Olivetti é pastor
presbiteriano, ex-professor de Teologia
Sistemática do Seminário Presbiteriano
de Campinas, escritor e tradutor.
E-mail: [email protected]
Brasil Presbiteriano
Setembro de 2008
17
Plantação de igreja
Artigo
Nasce 1ª IP de Venturosa
Membros da 1ª IP de Vitória
realizam campanha missionária
e possibilitam a entrega do
templo à comunidade do sertão
pernambucano
M
embros da Primeira
Igreja Presbiteriana de Vitória, no
Espírito Santo, partiram rumo
a Pernambuco, no último mês
de julho. Viajaram, de ônibus,
por aproximadamente 31 horas
e percorreram 1.800 quilômetros. O motivo? Inaugurar a
primeira Igreja Presbiteriana,
população do sertão, nossa
igreja foi despertada para o
desejo de fazer missões não
só transculturais, mas dentro
do nosso país", contou André
Vicente da Silva, presidente do Conselho Missionário
da Igreja Presbiteriana de
Vitória.
Depois de uma visita ao
Caravana da 1ª IP de Vitória
do município de Venturosa,
em pleno sertão.
A primeira igreja na cidade, localizada em pleno sertão, é fruto de um trabalho
que teve início na 1ª IP de
Vitória há menos de um ano.
"Após uma conferência missionária realizada em agosto do ano passado, quando
recebemos o Ministério Sal
da Terra, formado por profissionais de saúde que falam
sobre a situação espiritual da
sertão, a missão, batizada
“Projeto Venturosa”, foi aceita, e deu-se início a arrecadação de recursos entre os
membros da própria igreja
– não houve, segundo André,
participação de empresas ou
instituições. Com o montante
arrecado (cerca de R$ 80 mil),
um terreno foi comprado, e
em maio deste ano, começaram a construção do templo,
que tem 100 lugares.
Em julho, por ocasião da
Templo da IP em Venturosa, sertão pernambucano
entrega do templo, a caravana formada por 52 pessoas,
entre jovens, crianças, adolescentes e adultos, membros da
1ª IP de Vitória, embarcaram
rumo à cidade, onde permaneceram do dia 23 ao dia
26 de julho. “Aproveitamos
para realizarmos trabalhos de
Evangelização, assistência
social, serviços médicos, dentários, palestras, entre outras
atividades”, descreveu Silva.
Primeiro culto na nova sede da IP em Venturosa
O Projeto Venturosa foi uma experiência que
fervilhou em nós o trabalho missionário. Um
tempo que nos permitiu conviver de forma grandiosa com a promessa da volta de Cristo. Essa
espera que, muitas vezes, se distancia da nossa
alma em conseqüência da nossa vida imediatista e
materialista. Sem dúvida foi um momento que nos
permitiu entender que não há razão para esse tipo
de projeto se o que nos movimenta não for o amor
de Cristo, o plano de salvação e a verdade da vida
eterna. Que Deus nos ajude a caminhar com essa
verdade transformadora em nós, de maneira que
a obra missionária seja prioridade constante e
urgente em nossas vidas!
Arielle Rocha de Oliveira, 22 anos,
1ª IP - Vitória
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Brasil Presbiteriano
Setembro de 2008
Resenha
Milagres
A
ênfase entre os evangélicos em geral hoje
está na demonstração
de “poder”, na produção de
“milagres”. A igreja “boa”
é a que realiza curas, abre
as portas para um bom
emprego, dá a possibilidade
de ter um carro 0 km, etc.
– milagres, milagres, milagres... Esse entendimento
completamente deturpado
da fé cristã é amplamente
difundido. Mas cristãos de
linha reformada não pensam desse modo.
A boa teologia nos ensina
que o Deus Todo-Poderoso
realizou e realiza milagres.
E podemos constatar que,
muitas vezes, somos agraciados com um ou alguns
deles. Mas o Senhor opera
dessa maneira sempre de
acordo com seus propósitos
e não seguindo a vontade
do “freguês”, que diz o que
e como quer, e exige ser
atendido.
Como herdeiros da boa
doutrina calcada nas
Escrituras, não podemos
incorrer no erro de deixar
de dar a devida atenção aos
milagres que Deus deixou
registrado em sua Palavra. O
livro Os milagres de Jesus,
de Simon J. Kistemaker,
publicado pela Editora
Cultura Cristã, ajuda-nos a
vislumbrar os atos miraculosos de nosso Salvador e
Senhor com a proximidade
que muitas vezes nos falta
ao lê-los e a compreender
o ensino presente em cada
um deles.
Os milagres do Mestre são
apresentados divididos por
temas. São dez seções diferentes: Milagres na natureza,
Doentes curados, Ouvidos
para ouvir, Demônios
expulsos, Levantado dos
mortos, Visão restaurada,
Leprosos ficam limpos, Os
coxos andam novamente,
Milagres e Jesus, e Cura
pela fé. Sendo apresentadas, ao fim, 42 narrativas de
milagres de Jesus.
Contexto e detalhes históricos são demonstrados
em cada relato. Isso permite que o mundo em que
eles foram realizados não
seja algo tão distante para
nós. Aproximar-se do texto
bíblico com esse entendimento enriquece nossa compreensão e amadurece nossa
fé. Na narrativa da primeira
pesca (Lc 5.1-11), por exemplo, Kistemaker nos faz ver
a sabedoria de Jesus ao usar
um barco como púlpito e
as águas para refletir o som
de sua voz ao falar para a
multidão. Ao falar do milagre da ressurreição do filho
da viúva de Naim, o autor
explica que o sepultamento
era costumeiramente realizado no dia da morte ou no
dia seguinte. Os familiares
e amigos ajudavam nos preparativos e era esperado que
a mãe afligida caminhasse
na frente do cortejo seguida
por rapazes jovens carregando o corpo do morto.
Eles eram seguidos por
pranteadores e flautistas,
além de um grande número de pessoas. Todos esses
dados dão grande vivacidade ao momento em que
lemos: “Vendo-a (a viúva),
o Senhor se compadeceu
dela e lhe disse: Não chores!” (Lc 7.13).
Ao final de cada relato de
milagre, há um tópico chamado “Pontos a ponderar”.
Nele está a ponderação dos
ensinos extraídos de cada
milagre e da aplicação deles.
Exemplificando, voltando
mais uma vez ao relato da
primeira pesca, Kistemaker
explica: “O propósito deste
milagre foi Jesus pegar, por
assim dizer, os primeiros
discípulos na sua rede”; e
conclui: “Quando o Senhor
nos chama para fazer algo
por ele, nós não devemos
só mostrar obediência,
mas também fé e confiança nele”. É essencial que
tenhamos a explanação do
texto bíblico e sua aplicação, e é isso que o autor faz
com muita competência.
Simon Kistemaker deu continuidade à série de comentários do Novo Testamento
iniciada por William
Hendriksen, de quem foi
discípulo. Simon estudou no
Calvin College, no Calvin
Theological
Seminary
e na Free University of
Amsterdam (Holanda). Ele
é professor emérito de Novo
Testamento no Reformed
Theological Seminary, além
de palestrante internacionalmente reconhecido. Além de
concluir a série de comentário do Novo Testamento, ele
também escreveu As parábolas de Jesus (já publicado) e Encontros de Jesus (a
ser publicado) da Editora
Cultura Cristã.
O livro Os milagres de
Jesus pode ser lido devocionalmente, um capítulo por
dia. Lê-lo assim trará um
crescimento carregado de
graças a Deus por todos os
milagres que ele realizou,
realiza e realizará, sempre
segundo sua soberana e graciosa vontade. É uma grande oportunidade de se aprofundar no aprendizado da
Palavra de Deus de maneira
bastante prazerosa e aplicála a sua vida.
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Brasil Presbiteriano
Tempo de festa!
Setembro de 2008
19
Igrejas do Recife se unem para a comemoração de seus 130 anos
Culto celebra a comunhão no Nordeste
A
Primeira IP do
Recife e a IP do
Recife compartilharam significativos momentos de comunhão no último
mês. Por conta do aniversário de 130 anos de construção do primeiro templo
presbiteriano na capital
pernambucana, as duas
se uniram em um grande
evento de ações de graça.
No domingo, dia 10, no
culto vespertino, a Primeira
Igreja Presbiteriana do
Recife recebeu a todos para
o culto. “Foi edificante ver
todos os membros, oficiais
e pastores da Primeira IP,
juntamente com os mem- No Recife, pastores se unem e promovem grande culto de ações de graça
bros, oficiais e pastores
da Igreja Presbiteriana do so com relação a existência levam o nome da capital Recife foi organizada em
Recife, celebrando a Deus, de duas IP´s denominadas pernambucana. Uma é a 1878, pelo então Rev. John
juntas, algo que não era do Recife. Mas a verda- Primeira IP do Recife e a Rockwell Smith. Em 1956,
feito há 52 anos”, comen- de é que por lá existem, outra é a IP do Recife.
por conta do movimento
tou o Pb. Josimar Henrique realmente duas igrejas que A Igreja Presbiteriana do fundamentalista, a igreja
da Silva, um dos responsáveis pela organização da
festa.
No dia seguinte, 11 de
agosto, exatos 130 anos
após o Rev. John Rockwell
Smith ter fundado a, então,
Igreja Presbiteriana de
Pernambuco, cerca de 1000
pessoas se uniram e louvaram ao Senhor a unidade.
“Foi uma oportunidade de
quebrantamento, de reconhecimento que é Ele o
eterno que tem o poder e a
honra e a glória e faz todas
as coisas para sua própria
glória”, contou Silva.
Saiba mais:
Quem chega desavisado
no Recife pode ficar confu- Membros da 1ª IP do Recife e da IP do Recife celebram juntos a unidade em Cristo
se desvinculou da instituição presbiteriana do Brasil
(IPB).
Na época, um grupo fiel
à IPB resolveu encarar
a realidade e organizou
uma pequena congregação com doze membros,
os quais vieram logo em
seguida, com o apoio da
Igreja Presbiteriana do
Brasil, a organizar mais
uma vez a Primeira Igreja
Presbiteriana do Recife.
As duas Igrejas continuaram a crescer, sendo que a
Igreja que adotou a chancela do movimento fundamentalista identificava-se
como Igreja Presbiteriana
do Recife, enquanto aquele
grupo fiel a IPB adotou o
nome de Primeira Igreja
Presbiteriana do Recife.
Durante a década de
90, praticamente todas as
Igrejas do movimento fundamentalista retornaram
a Igreja Presbiteriana do
Brasil, inclusive a Igreja
Presbiteriana do Recife, a
outra metade que havia se
separado da Primeira Igreja
Presbiteriana do Recife.
As atuais lideranças das
duas Igrejas não participaram desse movimento
separatista, mas foram pródigos nos esforços da volta
das Igrejas do movimento
fundamentalista à Igreja
Presbiteriana do Brasil; e
nada mais bonito, oportuno
e cristão, do que, após 52
anos essas Igrejas co-irmãs
pudessem celebrar juntas
os cento e trinta anos de
organização.
20
Brasil Presbiteriano
Setembro de 2008
Culto pelo sesquicentenário acontece
na Paraíba e no Rio Grande do Norte
D
ando seqüência à série de cultos oficiais em comemoração aos 150 anos da chegada do presbiterianismo no Brasil,
este mês, mais duas capitais elevam a Deus suas orações e ações de graça pela data. No próximo dia 20, a celebração
ocorre na Paraíba; e no dia 28, no Rio Grande do Norte. E para saber como o presbiterianismo teve início em cada
uma dessas regiões, o Rev. e historiador da IPB, Alderi Souza de Matos preparou os dois textos que seguem.
de 1888, organizou a Igreja de
Monte Alegre. Substituiu-o em
1894 o Rev. George Henderlite.
Minervino Ribeiro Pessoa Lins
foi o primeiro presbítero a presidir um concílio presbiteriano
no Brasil – o Presbitério de
Pernambuco, reunido na Paraíba
em 1896. Em 1941 foi criado o
Presbitério Paraíba-Rio Grande
do Norte.
O PRESBITERIANISMO
NA CAPITAL
PERNAMBUCANA
O colportor português Manoel
José da Silva Viana, membro da
Igreja Evangélica Fluminense,
foi um dos primeiros a distribuir exemplares das Escrituras
na Paraíba, entre 1877 e 1878.
Nessa época, aceitou o evangelho o Sr. Minervino Ribeiro
Pessoa Lins, que haveria de
ser um destacado presbítero. O
colportor paraibano Francisco
Filadelfo de Souza Pontes também visitou essa província no
mesmo período.
Em 1879, o Rev. John Rockwell
Smith fez suas primeiras conferências no Teatro Santa Cruz,
edifício que seria adquirido em
1896 e transformado em templo
presbiteriano. A consagração do
novo santuário se deu em 17
de junho de 1900. Em uma das
sessões foi ordenado o Rev.
Manoel Machado.
Com a visita do Rev. Smith,
os primeiros crentes da Paraíba
começaram a se congregar na
residência de D. Generosa da
Silva. Em janeiro de 1881,
o colportor Pontes se pôs à
frente da nova congregação.
Desencadeou-se terrível perseguição, a tal ponto que a esposa
de Pontes veio a enlouquecer
e morrer! Em 1884 assumiu a
direção do trabalho o candidato ao ministério João Batista
de Lima. Os cultos passaram a
ser realizados na rua da Ponte.
Em dezembro do mesmo ano, a
Igreja da Paraíba (João Pessoa)
foi organizada pelo Rev. John
Rockwell Smith, estando presentes os candidatos Lima e
William Calvin Porter. Foram
batizados os primeiros conversos. No início de 1885, o Rev.
Smith ordenou como presbítero
Minervino Lins e como diácono
Joaquim Coelho.
João Batista de Lima foi substituído na direção da igreja, em
1885, por seu colega Belmiro
de Araújo César, que foi ordenado dois anos depois e permaneceu na Paraíba até 1893. O
Rev. Belmiro estendeu o trabalho pelo interior, pregando em
Cabedelo, Areia, Monte Alegre
e outros locais. Em 8 de abril
O PRESBITERIANISMO
NO RIO GRANDE DO
NORTE
Entre 1879 e 1880, dois obreiros leigos ligados ao Rev. John
Rockwell Smith, missionário
presbiteriano estabelecido em
Recife, fizeram circular exemplares da Bíblia na província
potiguar. Eram eles os colportores Francisco Filadelfo de
Souza Pontes e João Mendes
Pereira Guerra. Outro pioneiro
foi o Rev. DeLacey Wardlaw,
residente em Fortaleza, que em
1885 organizou uma igreja em
Mossoró.
No ano de 1887, foram realizadas as primeiras conferências
evangélicas na cidade de Natal,
pelos Revs. Wardlaw e Belmiro
de Araújo César. Quatro conferências foram feitas no Teatro
Santa Cruz e uma na residência do Dr. Hermógenes Tinoco.
Num desses cultos dirigidos
pelo Rev. Belmiro, serviu de
tema o texto de João 17.17:
“Santifica-os na verdade; a tua
palavra é a verdade”. O sermão
conquistou o coração do profes-
sor Joaquim Lourival Soares da
Câmara, apelidado “Panqueca”,
que logo se tornou um crente fervoroso. Por causa do seu
apelido, começaram a chamar
os primeiros evangélicos do Rio
Grande de Norte de “panquequistas”, ao passo que à Bíblia
denominavam “o livro do professor Panqueca”.
Em fevereiro de 1893, seis anos
após a visita dos Revs. DeLacey
e Belmiro, aportaram em Natal
os Revs. Juventino Marinho e
William Calvin Porter. Em 1º de
maio do mesmo ano, Lourival
começou a publicar o jornal O
Pastor, pioneiro da imprensa
evangélica no Rio Grande do
Norte. Em janeiro de 1895, o
Rev. Porter fez nova visita a
Natal. Em princípios de abril ele
colheu os primeiros frutos, batizando na casa do Sr. Lourival
35 adultos e 18 menores.
Dona Catarina Porter fundou a
Sociedade de Senhoras. Em 11
de maio foi lavrada a escritura
de um terreno doado pelo Sr.
Alexandre James O’Grady para
a construção de um templo. Em
julho, o presbitério reunido no
Maranhão recebeu uma petição
com 173 assinaturas solicitando
a designação do Rev. Calvin
Porter como pastor residente.
Em 12 de agosto, ele se fixou
definitivamente na capital. No
mesmo ano, a Sra. Porter fundou o Colégio Americano de
Natal, que esteve em atividade
até 1907.
O presbitério nomeara uma
comissão para organizar a Igreja
de Natal, composta dos Revs.
Porter e George Henderlite e do
presbítero Minervino Lins. Em
3 de fevereiro de 1896, a comissão cumpriu o seu mandato e
em 6 de setembro foi celebrado
o primeiro culto no belo templo
construído. O jornal O Século
exerceu grande influência na
sociedade local por muitos
anos, sendo em 1909 transferido para Garanhuns, onde seu
nome fui mudado para Norte
Evangélico.
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