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Directora
Graça Franco
Sexta-feira, 27-02-2015
Edição às 08h30
Editor
Raul Santos
Violência nos hospitais. Mais
de uma agressão por dia a
profissionais de saúde em
Janeiro
PSD e CDS longe de acordo sobre
enriquecimento ilícito
SMS de António Costa justificase aos militantes do PS. Líder
socialista reafirma posições
Governo do Syriza enfrenta
primeira manifestação de
descontentamento
Novo Banco espera Centros de saúde
ter lucros em 2016 vão continuar
com horários
alargados
Afinal, são 4,6
milhões que o
Benfica não quer
pagar a Lisboa
LUÍS CABRAL
Extremismo
violento
Padres
Alonso
portugueses
electrocutado?
conquistam
McLaren desmente Europeu de Futsal
categoricamente
FÓRMULA 1
2
Sexta-feira, 27-02-2015
Violência nos
hospitais. Mais de
uma agressão por dia
a profissionais de
saúde em Janeiro
Em 2007, 35 casos. Em Janeiro, 33.
Nem sempre reina numa urgência a tranquilidade de que um doente
necessita. Foto: DR
Por André Rodrigues
O número de agressões a profissionais de saúde no
local de trabalho permanece elevado, de acordo com os
dados mais recentes do Observatório da DirecçãoGeral da Saúde para a violência sobre profissionais. Só
em Janeiro deste ano foram notificadas 33 situações
de agressão a profissionais de saúde, o que confirma a
tendência de aumento deste tipo de casos.
A elevada afluência às urgências hospitalares no início
do ano pode ser uma das explicações para o número
elevado de casos de violência. Atentando nos dados da
Direcção-Geral de Saúde, só no primeiro mês deste ano
foram registadas quase tantas situações de agressão
como durante todo ano de 2007.
O presidente da secção regional do Norte da Ordem
dos Médicos fala num cenário preocupante. “Esses 33
casos só em Janeiro é uma coisa brutal”, afirma Miguel
Guimarães.
“Em 2007, o número total de agressões registadas aos
profissionais de saúde foi de 35 casos no ano inteiro.
Se nós em Janeiro já temos 33, se isto continuar com
esta cadência, vamos chegar ao fim do ano com cerca
de 400 casos”, sublinha.
Santa Maria da Feira, Vila Nova de Gaia e Guimarães
são os três hospitais onde os profissionais de saúde,
médicos sobretudo, mais se queixam do clima de
insegurança.
“Quando estão no serviço de urgência eles sentem uma
grande insegurança, porque muitos destes hospitais
não têm a segurança que deviam ter, porque os
doentes querem passar uns à frente dos outros, querem
saber o que é que têm, acham que a doença delas é
mais importante do que a do vizinho ao lado, mas
depois quem tem que assumir isto tudo são os médicos
e os enfermeiros”, afirma Miguel Guimarães.
A queixa de falta de segurança no local de trabalho é
extensível à consulta externa e aos internamentos
hospitalares , sublinha o presidente da secção regional
do Norte da Ordem dos Médicos.
Em 2014, foram registados 531 casos de agressão a
profissionais de saúde, um valor recorde, mais 160% do
que em 2013.
No ano passado, só no Departamento de Investigação
e Acção Penal de Lisboa deram entrada 14 queixas de
agressões a profissionais de saúde, mais 10 do que em
2013.
Seis das denúncias interpostas em 2014 estão sob
investigação. As restantes foram arquivadas ou
beneficiaram do regime de suspensão provisória do
processo.
Contactado pela Renascença, o Ministério da Saúde
não confirma a existência de cortes ao nível da
segurança dos profissionais. Confrontado com os
dados do Observatório da violência sobre profissionais
de saúde, que aponta para a existência de mais de 30
casos de violência só no mês de Janeiro, o gabinete de
Paulo Macedo atribui este número à afluência invulgar
às urgências registada no início do ano.
[notícia actualizada às 9h26]
Governo do Syriza
enfrenta primeira
manifestação de
descontentamento
Dezenas de manifestantes lançaram pedras e
bombas incendiárias contra a polícia,
lançando o caos nas ruas de Atenas.
Foto: EPA
A capital da Grécia foi esta quinta-feira à noite palco da
primeira manifestação contra o novo Governo de
esquerda liderado pelo Syriza. O protesto acabou em
violência.
A marcha de contestação ao executivo do primeiroministro Alexis Tsipras, que tomou posse há um mês,
juntou algumas centenas de pessoas.
Dezenas de manifestantes lançaram pedras e bombas
incendiárias contra a polícia, lançando o caos nas ruas
de Atenas.
Vários carros foram incendiados e dezenas de montras
de lojas foram destruídas na parte final do protesto.
São os primeiros confrontos graves desde a tomada
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de posse do novo Governo de esquerda, que prometeu
acabar com a austeridade na Grécia e renegociar as
condições do pagamento da dívida.
O executivo de Atenas conseguiu prolongar os
empréstimos europeus por mais quatro meses, após
duras negociações no Eurogrupo, e foi obrigado a
recuar em algumas das suas medidas mais
emblemáticas.
PSD e CDS longe de
acordo sobre
enriquecimento
ilícito
Coligação faz nova tentativa esta sexta-feira.
Segundo deputados dos dois partidos é mais
o que os separa do que aquilo que os une.
Por Paula Caeiro Varela e Eunice Lourenço
PSD e CDS ainda não chegaram a um acordo sobre a
legislação contra a corrupção, nomeadamente no que
diz respeito à criminalização do enriquecimento ilícito.
Os dois partidos estão em contra-relógio para tentar
fechar um texto comum até esta sexta-feira, data limite
para entregarem um projecto-lei, mas o objectivo
parece longe de ser conseguido. E o que os divide é,
sobretudo, o meio de prova do crime.
O CDS só hoje entregou ao parceiro de coligação uma
proposta e a reunião que se seguiu mão permitiu
chegar a um acordo e, segundo disseram à
Renascença fontes dos dois partidos, neste momento
continua a ser mais o que os separa do que aquilo que
os une.
As negociações entre os dois partidos começaram já há
duas semanas com base na proposta do PSD, mas o
líder do CDS, Paulo Portas, só na quarta-feira à noite
validou a proposta alternativa do seu partido. Ao que a
Renascença sabe, além da designação do projecto, que
prevê a criminalização do enriquecimento ilícito, o
caminho do CDS é muito diferente do inicialmente
proposto pelo PSD.
Os sociais-democratas já deixaram cair a inversão do
ónus da prova, que foi uma das razões do chumbo
constitucional em 2012 e evoluíram para o princípio
segundo o qual têm de ser as autoridades a fazer a
prova do crime, mas colocam a foram de prova de um
modo que o CDS ainda considera muito vago.
O CDS insiste que a prova tem de ser objectiva e
entende que só pode ser feita através do contraste com
a declaração fiscal. Esta posição faz com que os
sociais-democratas considerem que o projecto do CDS
se aproxima mais dos projectos do PCP e do Bloco, que
são sobre enriquecimento injustificado e colocam a
prova, mas também na penalização no âmbito fiscal.
Mas o CDS defende-se dizendo que a esquerda quer
criminalizar o enriquecimento e criar um imposto
sobre a riqueza, sobretudo o PCP.
Recorde-se que, já em 2012, este assunto dividiu os
dois partidos, mas chegaram a um acordo para um
texto comum que foi aprovado no parlamento, mas
depois chumbado pelo Tribunal Constitucional. Agora,
fontes dos dois partidos admitem que a proposta inicial
do PSD procura respeitar as dúvidas então lançadas
pelos juízes constitucionais – sobre a inversão do ónus
da prova e a delimitação do crime -, mas a substância é
a mesma e há quem receie novo chumbo em ano
eleitoral.
Essa é também a grande preocupação do Paulo Portas.
O líder do CDS e vice-primeiro-ministro sempre
manifestou reservas sobre este tema, mas o PSD insiste
em aprovar um projecto antes do fim desta legislatura.
A reunião desta sexta-feira é, portanto, decisiva para
ainda tentar uma convergência.
O debate sobre o combate à corrupção – que já conta
com as propostas do PCP e do Bloco – está marcado
para 6 de Março. O PS deve apresentar esta sexta-feira
os seus três projectos, que incluem uma proposta sobre
incompatibilidades de políticos.
SMS de António
Costa justifica-se aos
militantes do PS.
Líder socialista
reafirma posições
A Renascença teve acesso à mensagem que
o secretário-geral socialista aos militantes.
Por Susana Madureira Martins
O secretário-geral socialista, António Costa, justificase, por SMS, aos militantes, depois da polémica
declaração perante a comunidade chinesa em Portugal.
Depois das explicações ao país, é visível a preocupação
de António Costa com o impacto que o assunto teve
dentro do partido. Tão visível que sentiu necessidade
de dar explicações através de mensagem de telemóvel.
O secretário-geral socialista dirigiu-se aos militantes
socialistas para sublinhar que fica “perplexo” que
pensem que a oposição ao Governo o impede de
defender o país.
Acrescentando que, perante investidores estrangeiros,
valorizou os factores positivos de Portugal, em vez de
centrar-se no aumento da pobreza, do desemprego, da
emigração, da estagnação económica, dos cortes de
salários e pensões. Justifica
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Sexta-feira, 27-02-2015
o líder socialista que para destruir a confiança já basta o
Governo e que não confunde oposição com “botaabaixismo”.
Na mensagem de telemóvel a milhares de militantes,
Costa diz ainda que todos sabem bem o que o
secretário-geral pensa do estado do pais e da urgência
de mudar de políticas e de Governo. E que por mais que
se diga, não altera a dura realidade, que a Comissão
Europeia confirma: Portugal mantém desequilíbrios
excessivos, que determinam vigilância reforçada; há
cortes nos apoios sociais que afectaram mais os mais
pobres; e foi o país que sofreu o maior aumento da
pobreza.
A mensagem termina com a assinatura do líder
socialista não sem antes dizer que a essa dura realidade
respondemos com a nossa alternativa.
A mensagem na integra tal como foi enviada
Fico perplexo que pensem que a oposicao ao governo
me impede de defender o pais. E que ao dirigir-me a
investidores estrangeiros, no exercicio de funcoes
institucionais, em vez de valorizar os fatores positivos
de Portugal, me centre no aumento da pobreza, do
desemprego, da emigracao, da estagnacao economica,
dos cortes de salarios e pensoes.
Para destruir a confianca ja basta o governo. Nao
confundo oposicao com bota abaixismo.
Todos sabem bem o que penso do estado do pais e da
urgencia de mudar de politicas e de governo. Por mais
que digam, nao alteram a dura realidade, que a
Comissao Europeia confirma: Portugal mantem
desequilibrios excessivos, que determinam vigilancia
reforcada; Cortes nos apoios sociais afetaram mais os
mais pobres; e foi o pais que sofreu maior aumento da
pobreza (mais 210.000 pessoas). A essa realidade
respondemos com a nossa alternativa.
Antonio Costa
Catroga insiste: não
havia alternativa
Antigo ministro das Finanças reafirma que
apenas com a redução do consumo interno
Portugal poderia equilibrar a balança
externa.
Eduardo Catroga insiste que não havia alternativa às
reformas que foram implementadas em Portugal.
O ex-ministro das Finanças de Cavaco Silva acredita
que os problemas económicos do país já existiam
antes da crise e do resgate da troika.
Catroga reconhece que o funcionamento da Europa e
da Zona Euro também não ajudou, mas está convicto
que apenas com a redução do consumo interno,
Portugal poderia equilibrar a balança externa.
O ex-ministro das Finanças e actual administrador da
EDP acredita que as reformas estruturais não são
exclusivas dos países do Sul da Europa, a França e Itália
também precisam de avançar, caso contrário, o
potencial de crescimento económico não vai
acontecer.
Num debate no Grémio Literário, em Lisboa, Eduardo
Catroga defendeu maior integração política da União
Europeia como forma de ultrapassar os graves
desequilíbrios entre os estados-membros.
Eduardo Catroga acredita ainda que o programa de
flexibilização quantitativa do Banco Central Europeu,
que começa já em Março, vai acabar por ajudar os
orçamentos nacionais, em concreto de Portugal,
manifestando mais dúvidas sobre a capacidade do
dinheiro chegar à economia para novos investimentos.
LUÍS CABRAL
Extremismo violento
Em parte, estamos também perante um
fenómeno demográfico. Mark Steyn, um
jornalista com quem nem sempre concordo,
mas que escreve de forma genial, lembra no
seu livro "America Alone" que a idade média
dos habitantes da faixa de Gaza é 15.8 anos.
Estamos perante uma multidão de jovens
que têm pouco a perder - que não têm nada
a perder.
O presidente Obama organizou recentemente uma
cimeira na Casa Branca para discutir o combate ao
extremismo violento. A escolha de palavras não é uma
coincidência; concretamente, Obama fez questão em
evitar a expressão "extremismo religioso". A reacção da
direita iluminada não se fez esperar: "para quê
organizar estes encontros cheios de correcção política
(PC), se todos sabemos que o problema é que há uma
religião que quer matar todas as pessoas que não são
dessa religião"?
Esta posição é quase tão perigosa quanto o extremismo
(violento ou religioso) em si. Uma das grandes falácias
do debate sobre os atentados em Paris e Copenhaga é a
ideia de que o terrorismo é um fenómeno religioso.
Não há dúvida de que os ataques estão relacionados
com o Islão: basta ouvir os assassinos que proclamam
o nome de Alah quando executam as suas vítimas, mas
daí até dizer que o séc. XXI é a era das novas guerras
religiosas vai uma distância muito grande.
Em boa parte, trata-se de uma questão de identidade.
Com as devidos ajustes, pensemos no papel da Igreja
Católica na Irlanda e na Polónia. Em ambos os casos
encontramos povos que, durante séculos, foram
vítimas do domínio de nações de dimensão e poder
superiores. Em ambos os casos o catolicismo
funcionou como que símbolo e raiz de unidade
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nacional. No entanto, não se pode dizer que o
terrorismo irlandês fosse executado em nome do Deus
da Igreja Católica e contra o Deus da Igreja Anglicana;
ou que a resistência polaca proclamava o Deus da
Igreja Romana contra o Deus da Igreja Russa Ortodoxa.
Em parte, estamos também perante um fenómeno
demográfico. Mark Steyn, um jornalista com quem
nem sempre concordo, mas que escreve de forma
genial, lembra no seu livro "America Alone" que a idade
média dos habitantes da faixa de Gaza é 15.8 anos.
Estamos perante uma multidão de jovens que têm
pouco a perder - que não têm nada a perder.
Obama prefere não se referir ao ISIS e ao Al Qaeda com
termos religiosos porque isso legitimaria essas
organizações como representantes do Islão. As
palavras são importantes. Nesta instância, tendo a
concordar com a "correcção política" de Obama.
antonio_costa016963076e.jpg
urgência do Hospital Amadora-Sintra colocaram o
lugar à disposição, queixando-se de falta de condições
de trabalho e da falta de pessoal.
Já este ano, em Janeiro, sete chefes da equipa do
serviço de urgência do Hospital Garcia de Orta, em
Almada, apresentaram a demissão queixando-se da
sobrelotação do serviço e do internamento. Depois de a
administração ter garantido o reforço de médicos
especialistas e enfermeiros, a demissão ficou sem
efeito.
Em Fevereiro de 2015, 28 dos 33 directores de serviço
do Hospital Amadora-Sintra colocaram o lugar à
disposição, alegando que a direcção clínica e a
administração "não têm conseguido defender os
interesses da população e das populações que este
serve”. A administração nomeou uma nova directora
clínica mas os médicos mantêm-se demissionários
No mesmo mês, o director clínico do Centro Hospitalar
de Lisboa Norte, Miguel Oliveira e Silva, pediu para sair
alegadamente por incompatibilidades com colegas.
Demitiram-se
chefias do Hospital
do Litoral Alentejano
Menores de 18 anos
isentos de taxas
moderadoras
Os médicos queixam-se da falta de material
e também da falta de pessoal.
Até agora estavam isentas apenas as crianças
até 12 anos. Este alargamento abrange um
universo superior a 400 mil menores.
Demitiram-se os médicos que faziam parte da chefia
do Hospital do Litoral Alentejano. Terão invocado a
degradação das condições de trabalho.
Segundo a carta que enviaram ao director clínico do
hospital, a que a agência Lusa teve acesso, os médicos
queixam-se da falta de material e também da falta de
pessoal.
Falam em desconformidades sistemáticas na escala de
urgência, nomeadamente do Atendimento Geral e do
Atendimento Pediátrico.
Os clínicos salientam que "a degradação põe em risco a
segurança dos doentes que recorrem ao Serviço de
Urgência".
Várias demissões em hospitais
Têm sido várias as demissões nos hospitais nos
últimos meses, especialmente direcções de serviços
clínicos ou de urgências, alegando falta de condições
de trabalho e falhas na qualidade na assistência dos
doentes.
Em Janeiro de 2014 a direcção de urgências do
Hospital Amadora-Sintra demitiu-se na altura em que
se assistia a um pico de afluência. A equipa acabou por
manter-se em funções depois da administração ter
garantido que a situação foi ultrapassada.
Em Junho de 2014 a administração, a direcção clínica e
os directores de departamento do Centro Hospitalar S.
João, no Porto, demitiram-se em bloco, alegando não
ter condições para continuar a tratar os doentes. O
Ministério da Saúde aceitou as propostas dos
demissionários e tudo se resolveu.
Já em Setembro de 2014 a directora clínica do Centro
Hospitalar de Lisboa Norte, Maria do Céu Machado,
demitiu-se sem explicar as razões.
Em Novembro de 2014, 16 chefes do serviço de
O Governo decidiu estender a isenção de taxas
moderadoras no Serviço Nacional de Saúde (SNS) a
todos os menores de 18 anos e prorrogar por três anos
o regime excepcional de contratação de médicos
aposentados.
A medida, que já tinha sido anunciada no Parlamento
pelo ministro da Saúde, foi confirmada em conferência
de imprensa, no final do Conselho de Ministros.
O ministro da Presidência referiu que, até agora,
estavam isentos de taxas moderadoras apenas as
crianças até 12 anos. Com a alteração hoje aprovada,
que estende essa isenção a todos os menores de idade,
"seis milhões de portugueses estão isentos de taxas
moderadoras no SNS", acrescentou Luís Marques
Guedes.
No comunicado, o executivo PSD/CDS-PP justifica esta
alteração ao regime de isenção de taxas moderadoras
com o objectivo de "garantir a eliminação de quaisquer
constrangimentos financeiros no acesso dos menores
aos serviços de saúde assegurados pelo SNS".
Em declarações aos jornalistas durante a apresentação
de uma campanha sobre o tabaco, em Lisboa, o
secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Leal
da Costa, disse que este alargamento das isenções
abrange um universo superior a 400 mil menores.
Também esta quinta-feira, o Governo "prorrogou, por
três anos, o prazo de vigência do regime excepcional
de contratação de médicos aposentados pelos serviços
e estabelecimentos do SNS". Segundo o comunicado
do Conselho de Ministros, "procura-se, assim, dar
resposta à carência de médicos e, deste modo,
assegurar a manutenção dos cuidados de saúde a
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todos os cidadãos".
Infarmed. Espaços
comerciais que
queiram ter
medicamentos
proibidos de vender
tabaco
estar disponíveis num local especificamente
delimitado e apenas afecto à venda destes e de outros
produtos de saúde.
Centros de saúde vão
continuar com
horários alargados
Secretário de Estado da Saúde anunciou que
a medida vai vigorar enquanto não acabar a
actividade gripal.
Associação de Farmácias defende que os
fármacos de venda livre possam ser
adquiridos, por exemplo, a estabelecimentos
comerciais como cafés, quiosques ou postos
de abastecimento de gasolina.
O Infarmed é favorável ao alargamento da venda de
medicamentos não sujeitos a receita médica a outros
espaços comerciais para além das parafarmácias, mas
alerta que nesses estabelecimentos será proibida a
venda de tabaco.
"Desde que cumpridos os critérios legalmente
definidos, independentemente do espaço onde se
pretende a instalação do local de venda de MNSRM
[medicamentos não sujeitos a receita médica], será
autorizada a comercialização, independentemente da
actividade comercial a que se dedique", esclarece o
Infarmed, em resposta a questões enviadas pela
agência Lusa.
A autoridade do medicamento sublinha, contudo, que a
legislação aplicável à venda destes medicamentos
estabelece "que é proibida a venda de produtos do
tabaco nos locais onde se dispensem medicamentos
não sujeitos a receita médica".
A Associação Nacional de Farmácias (ANF) defendeu
na terça-feira a comercialização de medicamentos de
venda livre em quiosques, bombas de gasolina e cafés,
para aumentar o acesso da população aqueles produtos
e a concorrência.
Esta ideia foi contestada pela Associação de Farmácias
de Portugal (AFP), que alertou para os riscos associados
à "banalização" da venda de medicamentos, lembrando
que são um produto com características especiais.
A associação considera que tal medida traria "perigos
de saúde pública" e questiona a capacidade das
autoridades de saúde para garantir as condições de
segurança exigidas no acondicionamento e
disponibilização dos medicamentos aos cidadãos
nestes locais.
O Infarmed clarifica que esses medicamentos estariam
sujeitos às mesmas garantias de qualidade que todos
os outros que são vendidos em farmácias e
parafarmácias, afastando um cenário de risco para a
saúde pública.
A autoridade do medicamento adianta que só será
permitida a comercialização depois de assegurada a
sua efectiva segregação e facturação autónoma,
lembrando ainda que estes medicamentos têm que
Os centros de saúde vão continuar com horários
alargados até que o número de doentes que aparecem
durante a noite seja residual, anunciou esta quintafeira o secretário de Estado adjunto do ministro da
Saúde.
Leal da Costa disse que o prazo de 27 de Fevereiro
(sexta-feira) não vai ser cumprido, apesar de a
actividade gripal estar em franco declínio. "Manda a
boa cautela que, só depois de consolidados os bons
resultados e demonstrada a não necessidade da
abertura, é que eventualmente será reduzida", afirmou
aos jornalistas à margem de um encontro para
apresentar uma campanha sobre os malefícios do
tabaco.
"As indicações que temos para os centros de saúde é de
manter o alargamento de horário durante este período,
portanto não iremos cumprir taxativamente a data de
27 de Fevereiro", acrescentou.
Vários centros de saúde da região de Lisboa e Vale do
Tejo estão com as portas abertas durante mais tempo, à
noite e ao fim-de-semana, para poder dar resposta à
afluência de doentes de gripe, com o objectivo de
aliviar os serviços de urgência hospitalares.
O secretário de Estado adiantou que houve centros de
saúde que chegaram a ter picos de 200 doentes
urgentes por semana. Actualmente, alguns recebem
apenas dez doentes por semana.
A decisão final de manter o alargamento dos horários
caberá sempre a cada unidade e às ARS.
A Direcção-Geral da Saúde tem apelado aos
portugueses que apresentem situações clínicas menos
graves para recorrerem aos centros de saúde ou
utilizarem a Linha Saúde 24 a “fim de evitar o
congestionamento” dos serviços de urgência
hospitalares.
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Sexta-feira, 27-02-2015
Mais de 800 casos de
gripe em 2015
A mortalidade "por todas as causas" continua
"acima do esperado”.
Houve 848 casos de gripe desde o início do ano,
segundo o Boletim de Vigilância Epidemiológica. A
mortalidade continua acima do esperado.
Foram admitidos sete novos casos de gripe em
unidades de cuidados intensivos, o que representa um
aumento de 3,7% em relação à taxa estimada na
semana anterior, sendo que em 85,7% dos casos as
pessoas apresentavam "doença crónica subjacente" e
20% estava vacina contra a gripe sazonal.
A mortalidade "por todas as causas" continua "acima do
esperado", mantendo-se a tendência de diminuição
que começou na semana de 19 a 25 de Janeiro,
"aproximando-se dos valores esperados".
"Este excesso de óbitos foi observado apenas na
população com 75 ou mais anos de idade, na região
Norte", lê-se no boletim.
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge
sublinha, no entanto, que este aumento no número de
óbitos "não pode ser atribuído a nenhuma causa
específica, podendo estar associado ao frio extremo, ao
aumento da incidência das infecções respiratórias
agudas e à actividade gripal".
Segundo os dados do Sistema de Informação dos
Certificados de Óbito (SICO), disponível no site da
Direcção-Geral da Saúde, no decorrer da semana entre
16 e 22 de Fevereiro, houve 2.741 óbitos, menos 265 do
que na semana anterior.
Centros de saúde
chamam crianças
com vacinas do
sarampo em atraso
meses e a segunda entre os cinco e os seis anos.
No caso dos pais que não aceitem o convite dos
centros de saúde para vacinarem os seus filhos, estes
deverão assinar um termo de responsabilidade. Se não
o fizerem, esta decisão será registada pelos serviços de
saúde.
A subdirectora-geral da Saúde confirma que Portugal
tem taxas de cobertura nacional muito elevadas, o que
não quer dizer que em determinadas populações não
existam bolsas de risco. De acordo com Graça Freitas, a
medida vai avançar brevemente e visa impedir que
Portugal deixe de ter a actual cobertura vacinal, que é
superior a 95%.
OMS lança alerta
A decisão da autoridade de saúde surgiu numa altura
em que a secção europeia da Organização Mundial da
Saúde (OMS) lançou um apelo aos políticos,
profissionais de saúde e utentes para que potenciem a
vacinação contra o sarampo nos grupos de risco.
Desde 2014, sete países europeus registaram 22.149
casos de sarampo, segundo a ONU. Nos Estados
Unidos estão doentes cerca de 120 pessoas, em 14
estados.
No passado dia 18, uma criança de 18 meses morreu
com sarampo na Alemanha, país que enfrenta o pior
surto nos últimos anos desta doença altamente
contagiosa.
De acordo com a OMS, o sarampo provocou 145.700
óbitos em 2013, comparativamente aos 122 mil
registados em 2012.
Em Portugal, desde 2004 que não existem casos de
sarampo. Os casos registados tiveram origem no
estrangeiro.
Nuno Crato: Portugal
"melhorou" na
educação e saúde
Ministro, que falava em Portalegre no âmbito
das jornadas conjuntas do PSD e do CDS-PP
sobre investimento, reconheceu que apesar
dos indicadores positivos continuam a existir
"dificuldades".
OMS lançou um apelo aos políticos,
profissionais de saúde e utentes para que
potenciem a vacinação contra o sarampo
nos grupos de risco.
As crianças portuguesas com as vacinas contra o
sarampo em atraso e vivam em zonas onde a cobertura
não é óptima vão ser chamadas pelos centros de saúde
para actualizarem esta medida.
Caberá aos centros de saúde em zonas que não são
consideradas óptimas em termos de vacinação contra
o sarampo identificar as crianças com as vacinas em
atraso e chamá-las para receberem as tomas em falta.
O Plano Nacional de Vacinação (PNV), através do qual o
Serviço Nacional de Saúde (SNS) administra
gratuitamente a vacina, prevê a primeira dose aos 12
Foto: Lusa
Portugal "melhorou" nas áreas da educação e da saúde
com o actual Governo. A tese é do ministro da
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Educação, Nuno Crato., e foi defendida, na quinta-feira
à noite, em Portalegre, nas jornadas parlamentares
conjuntas do PSD e do CDS-PP sobre investimento.
"A saúde, a educação primária, a educação superior e a
formação melhoraram. Isto é importante, porque têm
sido as áreas em que se tem falado mais que as coisas
estão difíceis, que há dificuldades, e há dificuldades,
toda a gente sabe, mas nós melhorámos na educação,
nós melhorámos na saúde", afirmou Nuno Crato.
O ministro justificou as suas declarações reportando-se
aos dados apresentados pelo "Economic World Forum"
sobre a competitividade em 2014: "Estamos em quinto
lugar como aquele [país] que tem o menor número de
dias necessários, em simplificação administrativa, para
começar um negócio. Só há quatro países que estão
acima de nós. Isto é absolutamente extraordinário".
Nuno Crato sublinhou ainda que Portugal ocupa no
mesmo estudo que reúne mais de 140 países, a 33ª
posição na "qualidade da educação básica", recordando
que em 2011 o país ocupava a 61ª posição.
"A nossa educação básic,a nestes momentos de
grandes dificuldades, melhorou significativamente. É
uma melhoria muito significativa que todos nós
devíamos de estar orgulhosos", reforçou Crato.
"É pena que todas as forças políticas não olhem isto
como um resultado importante para o país", lamentou.
Nuno Crato, que apresentou ainda outros indicadores
que considera positivos na área que tutela, terminou a
sua intervenção sublinhando que Portugal caminha no
sentido de se apresentar "cada vez mais" como um país
"moderno", "muito civilizado", com jovens "muito bem
formados" e "muito competitivo na arena económica
internacional".
Três politécnicos
desvincularam-se do
Conselho
Coordenador
Politécnicos de Lisboa, Porto e Coimbra
escreveram a Nuno Crato.
O Conselho Coordenador dos Politécnicos passa a
contar com menos três institutos. Lisboa, Porto e
Coimbra enviaram uma carta ao presidente do
conselho a comunicar a desvinculação.
A carta foi enviada com conhecimento do ministro da
Educação, Nuno Crato.
Uma medida tomada na sequência da recente proposta
de alteração das condições de acesso ao ensino
superior. Dizem estes três politécnicos que “não tem
sido possível concertar posições”.
A proposta em questão, já enviada ao Governo, prevê
que para os politécnicos as provas de ingresso possam
passar a ser a nota final às disciplinas exigidas e não as
notas dos exames nacionais.
Deputada do Bloco
acusa ex-líder da PT
de "amadorismo"
Respostas de Zeinal Bava sobre a alta
concentração da tesouraria da operadora no
GES não satisfizeram Mariana Mortágua. "É
um bocadinho amadorismo para quem
ganhou tantos prémios."
A deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua
acusou esta quinta-feira o ex-presidente executivo da
Portugal Telecom (PT) Zeinal Bava de amadorismo, face
às respostas que foram dadas pelo gestor acerca da alta
concentração da tesouraria da operadora no GES.
"É um bocadinho amadorismo para quem ganhou
tantos prémios", atirou Mortágua, depois de ter
questionado Bava acerca da elevada concentração do
investimento da PT em dívida do Grupo Espírito Santo
(GES) e de o responsável ter apenas respondido que
"era onde [o dinheiro] estava investido", sem mais
justificações.
Zeinal Bava garantiu várias vezes que não tinha
conhecimento do investimento da PT na Rioforte,
perante a insistência dos deputados sobre a questão,
com Duarte Marques, do PSD, a assumir também um
papel muito activo nesta matéria.
"Em relação à Rioforte já disse categoricamente que
não sabia", vincou Zeinal Bava.
E reforçou: "As decisões de tesouraria da PT SGPS eram
da PT SGPS. Eu saí a 4 de Junho de 2013. Não tinha que
saber onde é que a empresa investia o seu dinheiro. E
não devia saber sequer porque havia espaço para haver
conflitos de interesse. Eu não sabia".
Zeinal Bava, que passou a exercer funções de liderança
da Oi, no Brasil, em Junho de 2013, realçou que, a partir
do momento em que assumiu as novas funções, se
concentrou no projecto da operadora brasileira.
"Em sã consciência não sabia das aplicações, nem
devia saber. Existia uma relação de conflito de
interesse. Qualquer processo de fusão é muito
crispado", considerou.
"A fusão da PT com a Oi, anunciada em Outubro de
2013, foi bastante crispada e fez-me afastar ainda mais.
Além de estar a mais de dez mil quilómetros, tinha
trabalhado muitos anos com as pessoas que estavam
do outro lado. Por isso, quis-me afastar ainda mais [da
realidade da PT]. E não tinha que saber", acrescentou.
Confrontado por Mariana Mortágua com o facto de a
auditoria da Pricewaterhouse Coopers (PwC) ter
concluído que Zeinal Bava constava das listas de emails que recebiam informação sobre a área financeira
da PT, o gestor jogou à defesa.
"Recebo entre 300 e 400 e-mails por dia. O facto de eu
receber os e-mails não quer dizer que os leia. O meu
foco era exclusivamente garantir que a Oi estivesse
entre as melhores empresas do Brasil", sublinhou.
9
Sexta-feira, 27-02-2015
Novo Banco espera
ter lucros em 2016
Stock da Cunha reconhece que ainda há
muito para fazer.
Lesados do papel
comercial do GES
invadem Novo
Banco em Braga
"Queremos as nossas poupanças" e "A vossa
incompetência é a nossa falência" são
algumas das frases exibidas em cartazes.
Antigos clientes do BES prometem ficar o dia
todo no local em protesto.
foto Manuel de Almeida/Lusa
O presidente do Novo Banco espera que a instituição
financeira tenha lucros no próximo ano.
Stock da Cunha, que falava em Lisboa numa iniciativa
do American Club, reconhece que ainda há muito para
fazer, mas acredita num regresso aos lucros já em 2016.
Sobre as manifestações dos clientes, que subscreveram
papel comercial aos balcões do antigo Banco Espírito
Santo, Stock da Cunha reafirma que o Novo Banco não
vai arriscar as poupanças por causa destes clientes.
O responsável máximo do Novo Banco diz que a lei é
para cumprir.
Foto: Isabel Pacheco/RR
Cerca de três dezenas de antigos clientes do BES, que
adquiriram papel comercial do Grupo Espírito Santo,
invadiram as instalações de uma agência do Novo
Banco na cidade de Braga.
O grupo de lesados do BES abandonou cerca das 16h00
as instalações, depois de alguns minutos de
conversações com a polícia e a gerência da instituição.
À saída, um dos representantes dos lesados, Manuel
Esteves, leu um comunicado onde apelava à atenção
do primeiro-ministro e Presidente da República para o
problema, garantindo que não vão desistir da luta.
Os manifestantes montaram no exterior da agência
uma tenda e garantiriam que não iam sair enquanto
não tivessem uma resposta. "Queremos as nossas
poupanças", "50 anos a poupar. Quem é o vigarista que
nos quer roubar" e "A vossa incompetência é a nossa
falência" são algumas das frases exibidas em cartazes.
"Vamos entrando, vamos saindo, vamos mostrando o
nosso protesto, a nossa indignação. Daqui não saímos
sem uma resposta concreta", garante à Renascença
José Carlos Nunes, um dos lesados no local.
Protestos semelhantes têm acontecido em vários
pontos do país, como por exemplo, no Porto, Coimbra.
Em Lisboa, o protesto realizou-se junto ao Banco de
Portugal.
2.500 clientes para 550 milhões de euros
Os 2.508 clientes do BES que subscreveram papel
comercial do Grupo Espírito Santo (GES) na ordem dos
550 milhões de euros e que não foram reembolsados
detinham, em Junho, recursos de 1.800 milhões de
euros no banco, segundo dois ex-administradores.
“Terá ficado por liquidar um montante da ordem dos
550 milhões de euros, envolvendo 2.508 clientes de
retalho”, admitiram segunda-feira passada no
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Sexta-feira, 27-02-2015
Parlamento Jorge Martins e João Freixa, ambos exadministradores do BES e do Novo Banco, com
responsabilidades sobre os departamentos comerciais
do Norte e Sul, respectivamente.
"À nossa chegada tínhamos incêndio ao nível do
primeiro andar, na zona de embalagem da fábrica, já
com a chegar à cobertura", explica o comandante
Nelson Cruz.
Instituto Português
da Juventude e do
Desporto confirma
despedimentos
MP quer processo
sumário para jovens
detidos em Loures
Sindicato denunciou situação à Provedoria
de Justiça e Procuradoria-Geral da
República.
Assaltantes foram detidos na Bobadela na
sequência da perseguição em que morreram
dois agentes da PSP, colhidos por um
comboio.
Por Fátima Casanova
O Instituto Português da Juventude e do Desporto
(IPDJ) confirma que está prevista uma redução de 20
postos de trabalho.
Depois de uma denúncia do sindicato, na segundafeira, a Renascença procurou esclarecimentos junto do
IPJD. Em resposta, o instituto confirma os
despedimentos e diz que o número de trabalhadores
que passam para a requalificação depende da sua
eventual colocação noutros organismos do Estado.
“O processo que ora inicia decorre do desajustamento
verificado pela avaliação efectuada pelo Governo de
efectivos face a objectivos, atribuições, actividades e
necessidades de funcionamento de serviços”, esclarece
um comunicado.
O IPDJ explica ainda que todo o processo de redução
de postos de trabalho, ainda numa fase inicial, está a
ser acompanhado pela comissão de trabalhadores.
A federação de sindicatos da função pública já
denunciou esta situação junto da Provedoria de Justiça
e também junto da Procuradoria-Geral da República.
Incêndio causa
estragos em fábrica
das Caldas da Rainha
Chamas deflagraram de madrugada. Para o
combate às chamas foram destacados 40
operacionais e 12 veículos.
Por João Cunha
Um incêndio que deflagrou esta sexta-feira de
madrugada numa fábrica de moldes na zona industrial
de Caldas da Rainha já entrou em fase de rescaldo.
O comandante dos Bombeiros das Caldas da Rainha,
Nelson Cruz, disse à Renascença que o rescaldo será
"demorado, devido à muita carga combustível: cartão,
paletes, etc…".
Para o combate às chamas foram destacados 40
operacionais e 12 veículos.
O alerta foi dado por volta das 2h30 da manhã e não há
registo de feridos.
Foto: Mário Cruz/Lusa
Começaram a ser julgados no Tribunal de Loures os
dois jovens detidos na quarta-feira na Bobadela na
sequência da perseguição em que morreram dois
agentes da PSP, colhidos por um comboio.
O Ministério Público propôs que o caso em que estão
envolvidos passasse para processo sumário.
Os detidos, com 17 e 20 anos de idade, são suspeitos de
furto numa residência da Bobadela e passaram o dia
desta quinta-feira no Tribunal de Loures a ser ouvidos
por um juiz e por um procurador.
A sentença deverá ser conhecida na próxima semana.
A PSP continua sem conseguir localizar uma terceira
pessoa que terá participado no assalto, que viria a dar
origem à perseguição policial que terminou na morte
de dois agentes da polícia.
Os funerais dos dois agentes deverão realizar-se no
sábado em Elvas e em Lisboa, cidades de onde eram
naturais.
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Sexta-feira, 27-02-2015
Desmantelado
esquema de
atestados falsos para
obter autorizações de
residência
Fundador do
Tugaleaks e outras
seis pessoas detidas
por suspeita de
ataques informáticos
Autoridades detectaram cerca de 50 pessoas
que pagaram entre 250 a 300 euros pelos
atestados médicos.
São suspeitos de acções contra sites do
Ministério Público e Judiciária, entre outras
entidades. Uma das buscas visou o site
Tugaleaks.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF)
desmantelou um esquema de atestados médicos falsos,
usados na obtenção de autorizações de residência, em
Portugal.
A operação decorreu quarta-feira em Lisboa. Foram
apreendidos documentos, meios informáticos,
telemóveis e outros materiais utilizados na falsificação
deste documento.
De acordo com o comunicado do SEF, a investigação já
permitiu referenciar “mais de meia centena de
situações de obtenção de autorização de residência por
parte de cidadãos estrangeiros, alegadamente sujeitos a
tratamento médico em dois centros hospitalares de
Lisboa”.
A nota acrescenta que os cidadãos estrangeiros
pagaram por cada atestado médico uma quantia que
varia entre 250 e 300 euros.
O SEF informa ainda que o principal responsável pelo
esquema fraudulento é um cidadão nacional, natural
de um país africano, que foi, entretanto, constituído
arguido.
Quase todos os detidos usavam o Tugaleaks como meio para
difundirem as suas acções. Imagem: DR
Por Celso Paiva Sol
Sete pessoas foram detidas esta quinta-feira, em vários
pontos do país, por suspeita de ataques informáticos
no âmbito da operação "C4R3T05 (Caretos)", avançam a
Procuradoria-Geral da República e a Polícia Judiciária.
Além das detenções, foram ainda constituídos 21
arguidos.
A acção surge no âmbito de um inquérito dirigido pelo
Ministério Público, com o apoio da PJ. Foi realizada por
70 técnicos especializados da Judiciária e do gabinete
de cibercrime da PGR, com 22 buscas na Grande
Lisboa, em locais como Mafra, Torres Vedras e Pinhal
Novo, e duas buscas no Grande Porto.
Uma das buscas incidiu no site Tugaleaks, que se
apresenta como um órgão de comunicação social
inspirado no Wikileaks. Rui Cruz, fundador do
Tugaleaks, está entre os sete detidos.
Com idades entre 17 e 40 anos, os detidos residem nas
áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, avança a Lusa.
Pertencem "ao Anonymous Portugal e a outros grupos
associados", disse fonte policial à Lusa.
Os arguidos são suspeitos dos crimes de acesso
ilegítimo, de dano informático, de sabotagem
informática e ainda de associação criminosa.
Uma sucessão de ataques
Em causa estão os recentes ataques informáticos aos
sites do Ministério Público, da Polícia Judiciária, do
Conselho Superior da Magistratura, da EDP e da
Comissão da Carteira Profissional de Jornalista.
Na origem da operação, está um inquérito aberto em
Abril do ano passado, na sequência de um ataque
informático ao site da PGR.
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Sexta-feira, 27-02-2015
Desde essa altura, Ministério Público e Polícia
Judiciária foram somando casos, relacionando
envolvidos e cruzando suspeitas. Esta quinta-feira
avançaram contra pessoas que – individual ou
colectivamente – foram responsáveis por diversos
ataques cometidos nos últimos meses.
Muitos deles conhecem-se pessoalmente, outros
apenas através da internet, mas quase todos usam o
Tugaleaks como meio para difundirem as suas acções.
Desconhece-se ainda quando é que os detidos vão ser
presentes a tribunal.
Numa primeria reacção a estas detenções, o grupo de
ciberactivistas Anonymous Portugal afirma que "a PJ e
o Governo ainda não entenderam o que são os
Anonymous". "Nós somos uma ideia, as ideias não
podem ser presas", refere o grupo numa mensagem
publicada no Facebook.
[notícia actualizada às 15h41]
depois, só piorou, mas a classe política continua “sem
comentários” a esta questão menor que não convém a
ninguém aprofundar.
Os partidos até estão todos a preparar legislação contra
a corrupção que vai a plenário da Assembleia no dia 6.
Mas, quando se trata de comentar uma acusação de
corrupção do Estado, não têm nada a dizer. Pudera! Se
nem entre os partido do Governo parece ser possível
chegar a um consenso sobre que caminho seguir neste
combate…
Os senhores deputados continuam a achar que o povo
precisa é de pão e circo, uma área em que são
especialistas. Vai daí, caça-se um vídeo pirata da última
inconfidência do líder da oposição, lança-se a bomba
nas inimputáveis, mas muito eficazes, redes sociais e já
está. Temos festa para um dia inteiro.
E depois queixam-se que as pessoas percam a
pachorra.
RAQUEL ABECASIS
Terminal de
contentores vai
avançar no Barreiro
Falta de comparência
Os senhores deputados continuam a achar
que o povo precisa é de pão e circo, uma
área em que são especialistas.
Por Raquel Abecasis
A Procuradora-geral da República disse: "Só tenho que
tirar conclusões e fazer análises que permitam lutar
melhor contra os fenómenos que são da minha
responsabilidade. Há uma rede que utiliza o aparelho
de Estado e da administração pública para concretizar
actos ilícitos, muitos na área da corrupção".
Joana Marques Vidal manifestou também grande
preocupação pelas sucessivas violações de segredo de
justiça.
Foi uma entrevista à PGR feita pela Renascença e pelo
"Público" que provocou, naturalmente, reacções em
todo o país real – só no real, porque o país político
preferiu manter-se à margem e perder o tempo a
discutir as tricas de sempre. Sobre o problema
crescente da corrupção e das violações ao segredo de
Justiça a resposta oficial do bloco central de interesses
foi como sempre: não há comentários.
Estamos conversados. Em 2006, o então deputado João
Cravinho apresentou no Parlamento um pacote
legislativo de combate à corrupção, que acabou no
caixote com a complacência de uma maioria
parlamentar alargada, incluindo o seu próprio partido.
O tema era quente na altura e de lá para cá, nove anos
Ministro Pires de Lima diz que a região
recuperar "uma centralidade logística, mas
também industrial que fazem parte da sua
história e da sua tradição".
O Governo anunciou que o Barreiro é a única
localização em cima da mesa para a instalação do
terminal de contentores, avançando agora a
candidatura a fundos comunitários para a realização de
estudos de impacte ambiental.
"A única localização que continua a ser estudada é a do
Barreiro, que foi a que reuniu consenso", declarou esta
quinta-feira o secretário de Estado das Infra-estruturas,
adiantando que "se os estudos confirmarem as
expectativas que existem, não haverá um euro de
dinheiro público envolvido neste projecto".
Em declarações aos jornalistas, no Porto de Lisboa,
Sérgio Monteiro avançou que se inicia agora a fase de
estudos para o projecto de instalação do terminal de
contentores no Barreiro, ficando pelo caminho a
solução da Trafaria.
O ministro da Economia, Pires de Lima, realçou que a
escolha do Barreiro foi "a decisão acertada" e
"consensual", realçando que é "um acerto não só do
Governo, como da Câmara de Lisboa, do Barreiro e do
Seixal".
"Sinto-me orgulhoso de ter estabelecido as pontes, com
o senhor presidente da Câmara de Lisboa, do Barreiro,
do Seixal, com a Administração do Porto de Lisboa e
encontrar uma solução que serve a região e serve o
país", declarou o governante.
Confrontado com a preferência do seu antecessor à
frente do ministério da Economia, Álvaro Santos
Pereira, pela opção da Trafaria, Pires de Lima recusouse a fazer comentários: "Eu sei que o que faz notícia na
comunicação social é a picardia política. Estou nestas
funções há 19 meses e um dia e nunca ouvirão uma
palavra de crítica ao meu antecessor".
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Sexta-feira, 27-02-2015
"Estou especialmente satisfeito por ter havido o acerto,
com as 11 autarquias que hoje aqui estiveram
presentes, para que até 2020 o Tejo seja navegável até
Alhandra e desenvolver os diferentes terminais com
vocações distintas", acrescentou.
Pires de Lima destacou ainda a possibilidade do
terminal de contentores no Barreiro recuperar para a
região "uma centralidade logística, mas também
industrial que fazem parte da sua história e da sua
tradição".
Em desenvolvimento estão três projectos: a marina do
Tejo, o terminal de cruzeiros e o terminal de
contentores.
16 militares da GNR e da Guardia Civil espanhola.
Constatamos, com satisfação, que a barragem de
Alqueva mantém níveis elevados de segurança, à
semelhança de toda a região alentejana", admite.
No caso concreto desta iniciativa, a fiscalização incidiu
na actividade de lazer que existe como as embarcações
de recreio, com pesca lúdica, mas também junto de
quem pratica a pesca comercial onde se "pode verificar
concorrência desleal".
O tenente-coronel Rogério Copeto sublinha este
objectivo comum: o cumprimento das regras na
utilização do lago, "mas também fora da água". E
exemplifica: foram inspeccionados "pastoreios ilegais,
afluentes ilegais ou captação de água ilegal, que são
práticas proibidas".
Barragem do Alqueva
Campanha solidária
com "elevados"
começou com
níveis de segurança
Militares portugueses e espanhóis realizaram
colchões e alargoumais uma operação conjunta de fiscalização
se
no grande lago ibérico. Sem ocorrências a
registar.
Foto: GNR
Por Rosário Silva
Os comandos territoriais de Évora e de Portalegre da
GNR e a Comandância de Badajoz da Guardia Civil
voltaram a embarcar na Barragem do Alqueva para
mais uma operação conjunta de fiscalização, que
juntou os serviços de protecção da natureza e do
ambiente de ambos os lados da fronteira.
"Aquele espelho de água tem regras próprias e
encontra-se na fronteira entre Portugal e Espanha. Por
força do acordo Shengen, por motivo da abolição de
fronteiras, há necessidade de uma cooperação entre as
forças de segurança de ambos os países", explica à
Renascença o tenente-coronel Rogério Copeto.
"Assim, reunimos periodicamente em acções que
denominamos de 'Controlos Móveis' para partilhar
experiências e cooperarmos com o objectivo de manter
seguro um território que já é uma das principais
atracções turísticas do Alentejo", acrescenta o oficial de
comunicação e relações públicas de Évora.
As forças de segurança estão satisfeitas: o saldo da
operação efectuada na quarta-feira é positivo, sem o
registo de qualquer infracção.
"Estiveram envolvidas três embarcações num total de
Em dois anos, milhares de bens já foram
doados no âmbito da campanha “1 Colchão, 1
Coração”, da Associação da Hotelaria de
Portugal.
A Associação da Hotelaria de Portugal distribuiu, nos
últimos dois anos, mais de quatro mil bens doados por
23 hotéis seus associados, no âmbito da campanha “1
Colchão, 1 Coração”.
A acção, que devia ser pontual e para assinalar o
centenário da associação, transformou-se num
projecto contínuo.
Miguel Júdice, mentor do projecto, diz que a ideia
surgiu naturalmente e teve grande sucesso: "Os hotéis
ciclicamente têm que se renovar e trocam os colchões
em seis, sete, oito anos e quando são trocados muitas
vezes eram deitados para o lixo. Nós achámos que era
uma pena. Lançámos o desafio aos hotéis de nos
darem os colchões para nós os darmos a instituições.
Teve um sucesso tão grande que rapidamente passou
para outras coisas”.
Aos mais de 300 colchões, juntaram-se almofadas,
sofás, berços, roupas de cama, cortinados e algum
mobiliário. Até ao momento, 15 instituições já
beneficiaram da campanha.
José Gomes, director-geral da Associação para o
Desenvolvimento e Melhoramento da Guarda, uma das
entidades beneficiárias que faz a distribuição por quem
precisa, explica: "Transportamos esses bens daqui para
a zona da Guarda e é lá que os distribuímos. Há sempre
famílias ou outras instituições com dificuldades que os
recebem”.
O número de instituições beneficiárias pode crescer.
Há abertura para isso, bastando aos interessados
contactar a Associação de Hotelaria de Portugal.
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Sexta-feira, 27-02-2015
REPORTAGEM
"A vida entra-nos por
todos os poros". Na
Fonte da Prata, há
consagradas ao
serviço dos outros
Escravas do Sagrado Coração de Jesus
ajudam moradores de bairro da Moita. Vivem
lá desde 1992. "Não tem sentido ajudar de
fora."
Foto: xpgomes/Flickr
A vida dos outros é a delas também. As Escravas do
Sagrado Coração de Jesus fizeram do bairro social da
Quinta da Fonte da Prata, na Moita, a sua casa. É ali que
as irmãs comem, dormem, riem e partilham
experiências, desde 1992, com a comunidade.
Ajudam quem chega de África (a origem da maioria
dos cinco mil moradores do bairro), mas também
quem vem do Norte ou do interior de Portugal. Ajudam
todos os que chegam em busca de trabalho.
Ana Melo e Castro é uma das irmãs. Viver na Quinta
Fonte da Prata ajuda-a a conhecer quem está a ajudar.
"O projecto faz muito mais sentido por estar mais
próximo das pessoas. Não tem sentido ajudar de fora.
Para nós tem muito mais sentido ajudar estas
comunidades incertas".
Rodeada das crianças que ali vão todos os dias, estudar
e brincar, Ana sente-se feliz. "Quando vim para este
bairro, comecei a sentir que o Senhor me chamava
para me entregar mais de fundo ao seu projecto e
percebi que o Senhor me chamava à vida consagrada e
a entregar a vida aos seus projectos, nas Escravas do
Sagrado Coração de Jesus."
Optar pela vida religiosa não foi fácil. De olhos
brilhantes, sorriso embaraçado e com uma cruz
pendurada sobre uma camisola de lã e cachecol, Ana
relembra que a família não estava à espera desta
decisão: "Para a minha família foi difícil. São católicos
praticantes, mas quando disse que ia entrar para a vida
religiosa reagiram mal. Ficaram tristes e não
esperavam."
Não ser mãe não foi uma renúncia para Ana. "Foi
escolher entrar para a vida religiosa e entregar a minha
vida e o meu coração a muito mais crianças e a todas
as pessoas que apareçam no meu caminho. Muitas
delas não têm lugar no coração de ninguém", diz.
Foi a certeza que sentiu, e que não sabe explicar, que
fez com que "desse o passo, que fosse em frente e
arriscasse".
Almerindo, de aluno a professor
Entre os projectos das Escravas do Sagrado Coração de
Jesus está o "Tasse". Quer travar o abandono escolar.
Todos os dias um grupo de crianças recebe apoio
escolar.
É uma espécie de grande família que, além de
competências, apoio e formação, dá também carinho e
amizade. Componentes que Almerindo presta
diariamente. De aluno passou a professor. Foi a
primeira criança do "Tasse".
Concluiu o curso profissional de animação
sociocultural, equivalente ao ensino secundário.
Entretanto, surgiu a oportunidade de trabalhar com as
crianças que agora estão num papel que outrora foi o
dele. Não hesitou e ficou a trabalhar no projecto.
O "Tasse" presta apoio a mais de 80 crianças do bairro
da Fonte da Prata. Em paralelo, a Congregação das
Escravas do Sagrado Coração de Jesus tem também o
Centro de Apoio à Integração dos Imigrantes.
É aqui que encontramos Carlota Morais, outra irmã ao
serviço desta causa. Ensina a ler e escrever em
português.
Foi aos 19 anos que decidiu dedicar-se inteiramente a
ajudar os outros. "Identifico-me muito com esta
população. Até porque venho de um meio mais rural",
diz.
Esta entrega aos outros foi algo que a família aceitou
desde cedo. A única preocupação dos pais e dos
irmãos foi tentar perceber se esta escolha era a mais
acertada para a felicidade de Carlota.
A irmã vai ensinando a arte de juntar as letras. Com
alunas já mulheres e mães africanas, acompanha o
progresso e a felicidade de quem ali aprende. Uma
delas repete, atenta e empenhada, as letras e as
palavras que aprende na aula.
"Sem o que me ensinaram aqui, nunca teria uma
caneta na mão. Agora, até já sei assinar o meu nome e
já escrevi uma carta".
"Toca-se mais, sente-se mais"
É entre cadernos e lápis que se partilham histórias, se
trocam sorrisos e se ouvem lamentos. "Aqui é mais
próximo. Toca-se mais, sente-se mais, cheira-se mais,
ouve-se mais. Portanto, a vida entra-nos por todos os
poros. Nesse sentido, comove-nos mais", diz Carlota.
Ela e a irmã Ana partilham a mesma casa no bairro,
igual às dos outros moradores. Já ninguém estranha a
presença destas mulheres, mulheres que um dia
tiveram de fazer uma escolha.
Pode ouvir a reportagem da jornalista Ana Rodrigues
no último programa Princípio e Fim
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Sexta-feira, 27-02-2015
LITERATURA
Fernando Echevarría
vence prémio do
"Correntes"
Obra do autor espanhol de origem
portuguesa "constrói uma poética de lucidez
e de rigor num trabalho de grande apuro
reflexivo, um monumento à capacidade de
dizer o indizível no limite das palavras", de
acordo com o júri do festival literário.
Foto: DR
de finalistas do Prémio da 16ª edição das Correntes
d'Escritas. Entre os finalistas estavam, entre outros, os
poetas José Tolentino Mendonça, A.M. Pires Cabral,
Nuno Júdice, Daniel Jonas e Golgona Anghel.
O poeta galardoado este ano escreve em português e,
ocasionalmente, em castelhano e francês. “Entre Dois
Anjos” é o titulo do primeiro livro que publicou em 1956.
Entre os vários prémios que recebeu, estão o Grande
Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de
Escritores, o Prémio António Ramos Rosa, o Prémio
Fundação Luís Miguel Nava e o Prémio Dom Dinis.
[notícia actualizada às 13h23]
“Emigração não
representa uma
perda irreversível
para o país”, diz
Cavaco
Chefe de Estado lembra que "os jovens
portugueses ambicionam, muito justamente,
ter a possibilidade de afirmar” cá dentro ou lá
fora.
Por Maria João Costa
O poeta espanhol de origem portuguesa Fernando
Echevarría é o galardoado de 2015 com o Prémio
Literário Casino da Póvoa, Correntes d'Escritas
Papelaria Locus. A distinção foi conhecida esta quintafeira, na Póvoa de Varzim, no arranque de mais uma
edição do festival literário.
De acordo com o júri, o livro "Categorias e outras
Paisagens", editado pela Afrontamento, "revela um
carácter monumental, impressionante pelo seu fôlego
e constante equilíbrio de espessura poética".
O prémio foi atribuído no dia em que Fernando
Echevarría comemora 86 anos de vida. Na hora dos
agradecimentos, o poeta foi igual a si próprio e brincou
com a situação.
“Queria relevar uma injustiça que há sempre nestas
coisas. É que o prémio é dado ao livro e quem embolsa
o prémio é o fulano. Isto é uma injustiça muito grande
que eu relevo. O que é que eu hei-de fazer: Agradecer
ao júri que pensou em mim”, disse Fernando
Echevarría.
Fernando Echevarría nasceu a 26 de Fevereiro de 1929,
em Cabezón de la Sal, em Santander, Espanha, mas
veio para Portugal ainda muito novo. Cursou
Humanidades, em Portugal, e Filosofia e Teologia, em
Espanha.
Segundo o júri do Prémio, constituído pelos escritores
Almeida Faria, Afonso Cruz, Ana Paula Tavares, Valter
Hugo Mãe e pela jornalista Maria Flor Pedroso, a obra
de Fernando Echevarría “constrói uma poética de
lucidez e de rigor num trabalho de grande apuro
reflexivo, um monumento à capacidade de dizer o
indizível no limite das palavras”.
Fernando Echevarría estava entre outros poetas na lista
Cavaco na Cotec. Foto Miguel A. Lopes/Lusa
O Presidente da República defende a criação de
condições para trazer de volta os "talentos" que saíram
de Portugal a "contragosto", mas recusou a ideia de que
a emigração represente necessariamente uma "perda
irreversível para o país".
"Devemos assumir uma visão serena e realista desta
nova realidade do mundo global, recusando a ideia que
a emigração representa necessariamente uma perda
irreversível para o país. Temos, isso sim, de criar
condições de atracção para todos, para os que desejam
ficar e para os que, estando no estrangeiro, aspiram a
regressar ou a vir viver para Portugal", afirmou o chefe
de Estado.
Numa intervenção no encerramento do 11º Encontro
Nacional de Inovação COTEC, Cavaco Silva partiu das
conclusões do estudo "Transforma Talento Portugal",
realizado pela COTEC e pela Fundação Calouste
Gulbenkian, para alertar para a insuficiente valorização
do talento em Portugal.
"Os jovens portugueses ambicionam, muito
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Sexta-feira, 27-02-2015
justamente, ter a possibilidade de afirmar, em Portugal
ou no estrangeiro, as suas opções individuais e serem
responsabilizados e reconhecidos por elas,
alcançando, por mérito próprio, lugares de destaque e
bem remunerados", referiu.
Por isso, defendeu, é necessário valorizar o potencial
do talento produzido em Portugal e "criar condições
para trazer de volta aqueles que saíram a contragosto
do país".
Contudo, continuou, há outro problema "mais gravoso
e que urge ser corrigido" e que se relaciona com o facto
dos talentos nacionais parecerem ser mais valorizados
em Portugal depois de passarem pelo "crivo" de uma
avaliação no estrangeiro.
Falando perante uma plateia de empresários, o
Presidente da República insistiu, assim, na necessidade
da sociedade reconhecer e valorizar aqueles que se
destacam pelo talento.
"A gestão do talento é um tema transversal à sociedade
portuguesa e uma questão determinante para o nosso
futuro colectivo", frisou, considerando que, no plano
interno importa identificar e estimular as
potencialidades dos jovens, sejam eles investigadores,
cientistas, empresários ou trabalhadores, criadores,
artistas ou voluntários.
Cavaco Silva reiterou ainda a ideia que "o país e a
economia não podem continuar a dar-se ao luxo de
desperdiçar potenciais talentos por falta de
oportunidades ou de capacidade para os acarinhar e
deixar florescer".
"O desafio central é permitir à escola que seja, ela
própria, um meio onde se identificam talentos e,
sobretudo, onde se cria um ambiente propício a fazer
desabrochar e desenvolver as capacidades de cada
um", sustentou o Presidente da República.
Com o ministro da Educação, Nuno Crato, na plateia, o
Presidente da República frisou ainda que ninguém
deve ser prejudicado pelo contexto da sua situação
específica, porque "o talento nasce em qualquer
família, independentemente dos seus recursos".
Entre as propostas apresentadas no estudo "Transforma
Talento Portugal", o chefe de Estado destacou duas: a
necessidade de dinamizar a identificação de talentos
dos jovens em idade escolar, capacitando os
professores para um papel educativo chave na escola
do futuro, valorizando a profissão de docente na
sociedade, e a necessidade de criar práticas
organizacionais de formação, avaliação e
desenvolvimento dos talentos nas organizações.
Na sessão de encerramento do 11º Encontro Nacional
de Inovação COTEC, o prémio PME Inovação COTECBPI foi entregue às empresas Celoplás e Vision-Box, e
uma menção honrosa à BERD. O prémio Produto
Inovação COTEC-NORS foi entregue à plataforma
VORTALnext, e uma menção honrosa à marca de
calçado Lemon Jelly.
Foram também conhecidas as 35 Pequenas e Médias
Empresas (PME) admitidas pela Comissão de
Acompanhamento da Rede PME Inovação COTEC no
final de 2014 que, "pela sua atitude e actividade
inovadoras, validadas no exercício de Innovation
Scoring, constituem exemplos de criação de valor para
o país".
Portugueses na Suíça
estão "tristes e
revoltados" com
cortes salariais
Renascença falou com uma professora que
recebe agora cerca de metade do salário que
os suíços consideram ser o mínimo essencial
para viver.
Por Teresa Almeida
O Governo prometeu uma solução, mas os
funcionários públicos e professores portugueses na
Suíça sofreram um corte salarial com a alteração da
política cambial. É o caso de Lúcia Sousa, uma
professora que perdeu uma parte importante do
vencimento.
Para Lúcia Sousa são menos 500 francos por mês,
cerca de 465 euros. Esta professora admite continuar a
leccionar na Suíça, mas revela que há já muitos colegas
que ponderam regressar.
O corte, o primeiro desde a alteração cambial do franco
suíço, veio revelar o desprezo do Governo português e a
debilidade do ordenado que aufere, afirma esta
professora em declarações à Renascença.
“É triste e muito revoltante a indiferença e o desprezo a
que somos votados pela tutela e pelo nosso Governo,
em geral. [A diferença no ordenado] É de cerca de 400 a
500 francos a menos, significa quase metade da minha
renda de casa”, afirma Lúcia Sousa.
A receber cerca de metade dos quatro mil euros que os
suíços consideram ser o mínimo essencial para viver,
Lúcia Sousa teme que a sua carreira fique agora em
suspenso.
Na comunidade portuguesa já se suspeita que a
comissão de serviço destes professores, que deveria
durar mais dois anos, não passe do final deste ano
lectivo.
“É muito provável que o facto de o nosso Governo não
estar a dar resposta a esta situação da perda salarial
devido à taxa de câmbio esteja relacionada com o facto
de poder dispensar uma grande parte do corpo docente
dos professores do EPE”, receia Lúcia Sousa.
A partir de Junho muitos professores portugueses na
Suíça podem ter que regressar. Receiam que o Governo
português não renove a comissão de serviço.
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Sexta-feira, 27-02-2015
Crianças sírias vão
receber cerca de 60
toneladas de roupa
doada por
portugueses
Destinam-se a dois milhões de crianças que
vivem nos campos de refugiados no Líbano,
Jordânia, Iraque, Turquia e Egipto.
Foto: EPA
O presidente da Cáritas Portuguesa fala numa
"surpreendente" adesão dos portugueses à campanha
de recolha de roupa para as crianças refugiadas da
Síria, que enfrentam um inverno particularmente
rigoroso. Foram doadas entre 50 a 60 toneladas.
O objectivo da campanha, que teve início no dia 17 de
Fevereiro e terminou na quarta-feira, foi recolher
roupa, cobertores e agasalhos para os quase dois
milhões de crianças sírias a viver nos campos de
refugiados no Líbano, Jordânia, Iraque, Turquia e
Egipto.
O presidente da Cáritas Portuguesas disse à agência
Lusa que a adesão dos portugueses foi de tal forma
surpreendente que a organização está a "tentar
encontrar recursos para que toda a roupa" doada
chegue aos seus destinatários.
"Embora tivesse sido em maior quantidade do que
estávamos à espera", a roupa "irá chegar de certeza" às
crianças sírias, assegurou Eugénio Fonseca,
avançando que o primeiro carregamento, com 15
toneladas de roupa, seguirá já no final da próxima
semana.
Cada diocese está agora a organizar as suas
embalagens e a Cáritas, com ajuda do Exército, "irá
percorrer o país a recolher todos esses sacos e caixas",
que irão ficar concentrados em dois armazéns do
Exército.
"Queremos que no fim da próxima semana saia já o
primeiro carregamento por via aérea, ainda não
sabemos se para o Líbano se para a Jordânia, porque
estamos em contacto o com alto comissariado para os
refugiados da ONU para saber qual é a prioridade",
disse.
Eugénio Fonseca explicou que será a Cáritas a suportar
os encargos da deslocação por avia, "que são
onerosos". "Pode ser que haja algum mecenas que nos
venha ainda ajudar, mas tal ainda não aconteceu",
frisou.
A organização lembra que há quase dois milhões de
crianças sírias refugiadas em países vizinhos, a maior
parte no Líbano, Jordânia, Iraque, Turquia e Egipto, e
que "a violência e as deslocações forçadas terão
transtornado profundamente a vida de mais de sete
milhões de crianças na região".
Um estudo da Unicef realizado em Outubro e
Novembro do ano passado mostrou que cerca de duas
mil crianças sírias "estão em risco de morte e
necessitam de tratamento imediato para sobreviver".
Identificado
protagonista dos
vídeos do Estado
Islâmico
Terrorista que surge em imagens de
decapitações será o britânico Mohammed
Emwazi, um programador informático de
família abastada que terá viajado para a Síria
em 2012.
Foi identificado o homem que surge em vídeos do
autoproclamado Estado Islâmico a decapitar reféns,
entre os quais o jornalista norte-americano James
Foley. O terrorista é conhecido como "Jihadi John", e,
segundo a BBC, trata-se de Mohammed Emwazi, um
britânico que vivia na zona oeste de Londres.
O "Washington Post" acrescenta que Mohammed
Emwazi pertence a uma família de classe média-alta e
licenciou-se em programação informática. Segundo
alguns amigos próximos, a radicalização terá
começado depois de um safari na Tanzânia.
O jornal norte-americano avança que Emwazi terá
viajado para a Síria em 2012 para se juntar aos
terroristas do Estado Islâmico, onde depois viria a
protagonizar vários vídeos onde lança ameaças ao
Ocidente.
Mohammed Emwazi será o homem que aparece
vestido de preto, com a cara tapada, em vários vídeos
de decapitações, que incluem reféns norteamericanos, britânicos e sírios.
Desde o aparecimento do vídeo da decapitação de
James Foley, em Agosto de 2014, "Jihadi John" tornouse um dos homens mais procurados do mundo. As
autoridades utilizaram técnicas de reconhecimento de
voz e rosto, tal como entrevistas com antigos reféns,
para chegar à identificação.
O Centro para o Estudo da Radicalização, sedeado em
Londres, acredita que a notícia é verídica. Um dos
amigos mais próximos de Emwazi aparece citado no
"Washington Post" a afirmar que não tem dúvidas da
identidade do homem no vídeo.
A Scotland Yard e as autoridades britânicas preferiram
não comentar a notícia avançada pelo jornal norteamericano e pela BBC.
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Sexta-feira, 27-02-2015
Mulher condenada a
seis anos de prisão
por maltratar
empregada em Hong
Kong
Ucrânia motiva
reunião de
emergência do
Conselho de
Segurança
Law Wan-tung, de 44 anos, agredia e
aterrorizava as suas empregadas. Chegou
mesmo a ameaçar matar os familiares das
criadas.
A reunião acontece numa altura em que a
situação se agrava no leste do país, apesar do
cessar-fogo em vigor há quase duas
semanas.
Erwiana esteve presente na leitura da sentença. Foto: EPA
Uma mulher acusada de torturar a sua empregada
doméstica indonésia foi esta sexta-feira condenada a
uma pena de seis anos de prisão por um tribunal de
Hong Kong.
Law Wan-tung, que arriscava uma pena máxima de
sete anos de cadeia, "não mostrou compaixão"
relativamente a Erwiana Sulistyaningsih, de 23 anos, e
a outros empregados, afirmou a juíza Amanda
Woodcock, durante a leitura da sentença.
A mulher tinha sido considerada culpada a 10 de
Fevereiro, mas só esta sexta-feira conheceu a
sentença.
Law Wan-tung, de 44 anos, agredia e aterrorizava as
suas empregadas. Chegou mesmo a ameaçar matar os
familiares das criadas.
O caso da trabalhadora indonésia Erwiana
Sulistyaningsih desencadeou uma onda de
contestação e de apelos para que a sociedade de Hong
Kong reveja as suas políticas de protecção aos
imigrantes.
Erwiana chegou a Hong Kong em 2013 e regressou à
Indonésia em Janeiro do ano passado, com
queimaduras no corpo provocadas por água a ferver.
As fotografias das agressões divulgadas na internet
causaram indignação e o então Presidente da
Indonésia Susilo Bambang condenou o que apelidou
de caso de tortura.
Hong Kong tem mais de 300 mil empregadas
domésticas estrangeiras, a maioria das Filipinas e da
Indonésia.
Civis são as principais vítimas do conflito. Foto: Anastasia
Vlasova/EPA
O Conselho de Segurança das Nações Unidas tem
marcada para esta sexta-feira uma reunião de
emergência por causa da guerra no leste da Ucrânia.
A reunião acontece numa altura em que a situação se
agrava na Ucrânia, onde forças governamentais e
separatistas pró-russos medem forças pelo controlo do
território.
Este é o primeiro encontro do Conselho de Segurança
sobre a Ucrânia depois do acordo de paz de Minsk,
assinado a 12 de Fevereiro passado, que previa um
cessar-fogo no leste da Ucrânia.
A guerra na Ucrânia, que se prolonga há dez meses, já
provocou a morte a quase seis mil pessoas, a maioria
civis.
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Sexta-feira, 27-02-2015
FRANCISCO SARSFIELD CABRAL
Promessas tontas
Nos próximos tempos, a mais difícil frente de
batalha de Tsipras estará no interior do seu
governo e da sua maioria parlamentar.
Arrisca-se a durar menos do que Hollande.
Bruxelas: Portugal
"não foi capaz de
lidar" com aumento
da pobreza
Sistema de protecção social não foi capaz de
lidar com aumento repentino do
desemprego e consequente aumento da
pobreza. Cáritas lembra que a mesma
instituição que ajudou a impor a austeridade
vem agora dizer que o país está pior. "Não é
justo".
Há quase três anos François Hollande foi eleito
Presidente da República, com base na promessa de
acabar com a austeridade - a qual, de resto, era então
bem moderada em França, sempre alérgica a reformas.
Hollande falhou, descendo ao nível mais baixo de
popularidade de qualquer Presidente. Hoje o governo
francês aplica políticas económicas centristas,
enfurecendo os socialistas de esquerda.
Pela mão de um ex-ministro das Finanças de Hollande,
Pierre Moscovici, a Comissão Europeia deu mais dois
anos à França para colocar o seu défice orçamental
abaixo dos 3% do PIB. Mas terá de fazer reformas que
Moscovici não fez quando era ministro…
Na Grécia os radicais do Syriza – um conjunto de treze
partidos – revoltam-se contra as cedências feitas ao
Eurogrupo, onde os gregos se viram isolados. Quanto
às privatizações ministro da Economia da Grécia
contraria mesmo o acordo alcançado.
Nos próximos tempos, a mais difícil frente de batalha
de Tsipras estará no interior do seu governo e da sua
maioria parlamentar. Arrisca-se a durar menos do que
Hollande.
Famílias com crianças "foram particularmente afectadas pela pobreza
e pela exclusão social. Foto: Lusa
A Comissão Europeia afirmou esta quinta-feira que o
sistema de protecção social português "não foi capaz
de lidar" com o aumento da pobreza nos últimos anos,
salientando que os cortes nos apoios sociais afectaram
"desproporcionalmente" os mais pobres.
"O impacto das transferências sociais (excluindo as
pensões) na redução da pobreza diminuiu de 29,2% em
2012 para 26,7% em 2013, o que sugere que o sistema de
protecção social não foi capaz de lidar com o aumento
repentino do desemprego e com o consequente
aumento da pobreza", critica Bruxelas.
No relatório sobre Portugal no qual é dado seguimento
ao mecanismo de alerta de desequilíbrios
macroeconómicos no âmbito do Semestre Europeu,
divulgado esta quinta-feira, a Comissão Europeia
sublinha que algumas das medidas tomadas
recentemente pelo Governo, como o corte nos apoios
sociais, "tiveram um impacto negativo no rendimento
disponível", afectando "desproporcionalmente os mais
pobres" e "as crianças com menos de dez anos".
A Comissão afirma que as famílias com crianças
"foram particularmente afectadas pela pobreza e pela
exclusão social", devido à redução dos benefícios
sociais para famílias.
Em 2013, as crianças eram as que mais estavam em
risco de exclusão (31,6% perante 27,4% do resto da
população). Portugal apresentava a maior subida deste
indicador na União Europeia, demonstrando,
considera Bruxelas, "uma grande redução nos
benefícios para a infância".
A Comissão salienta que entre Outubro de 2010 e
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Sexta-feira, 27-02-2015
Agosto de 2014 quase 592.000 beneficiários perderam o
acesso a apoios sociais para a infância.
Bruxelas recorda que o número de pessoas em risco de
pobreza e exclusão social aumentou 210.000 entre 2012
e 2013 (27,4% da totalidade da população portuguesa), o
aumento "mais alto" da União Europeia, apontando que
os indicadores de pobreza em Portugal se têm
deteriorado com a crise económica e financeira.
"O aumento dos níveis de pobreza e de exclusão social
foram afectados pelo aumento do desemprego até
2013. A forte subida do desemprego e do desemprego
de longo prazo traduziu-se no deteriorar dos
indicadores de pobreza", lê-se no relatório da
Comissão.
Muitos desempregados sem apoios
Apesar de terem sido tomadas medidas para proteger
os grupos mais desfavorecidos, Bruxelas critica que
não tenham sido implementadas "medidas-chave para
garantir uma cobertura adequada de assistência social".
De acordo com os dados de Setembro de 2014, citados
pela Comissão, "as pessoas no desemprego que não
recebiam subsídio de desemprego ou Rendimento
Social de Inserção representavam 47,9% de todas as
pessoas sem emprego".
A análise divulgada por Bruxelas segue-se ao relatório
do mecanismo de alerta (de desequilíbrios
macroeconómicos) divulgado em Novembro do ano
passado, no qual a Comissão identificara 16 Estadosmembros que necessitavam de "análises minuciosas".
Estas recomendações do executivo comunitário
deverão ser analisadas pelo Conselho Ecofin (ministros
das Finanças da UE) na reunião de Março, apontando
Bruxelas que em maio voltará a apresentar um novo
pacote de recomendações específicas por país, já com
base também nos programas nacionais de reformas
dos Estados-membros.
Cáritas alerta que "o pior da crise ainda não passou"
O presidente da Cáritas lembra que a mesma
instituição que ajudou a impor a austeridade vem agora
dizer que o país está pior. “Não é justo que a União
Europeia venha agora dizer o que diz quando
contribuiu para esta situação.” “O Governo português
poderia ter sido mais firme na rejeição de algumas
imposições que a troika nos veio fazer. Estes dados
confirmam aquilo que tenho dito: efectivamente, não
acreditem, porque o pior da crise ainda não passou”,
afirmou Eugénio da Fonseca.
O Governo, pela voz do ministro da Presidência Luís
Marques Guedes, alegou que os desequilíbrios
económicos apontados pela Comissão Europeia a
Portugal "são chagas que vêm de trás", desde o final da
década de 90, e que é reconhecida uma evolução
positiva nos últimos anos.
V+ INFORMAÇÃO
Profissionais de
saúde agredidos
Neste noticiário: mês de Janeiro com tantos
casos de agressão nos hospitais como quase
todo o ano de 2007; Zeinal Bava não sabia do
empréstimo da PT à Rioforte e foi acusado
de amadorismo; o longo SMS de António
Costa; confrontos no primeiro protesto antiSyriza na Grécia; Sporting fora da Liga
Europa; padres campeões europeus de futsal.
Por Maria João Cunha
Fim-de-semana vai
ser cinzento
O estado do tempo deverá conhecer um
ligeiro agravamento no sábado, com céu
geralmente muito nublado e chuva,
especialmente a Norte.
Foto: DR
O fim-de-semana vai ser de céu muito nublado e
períodos de chuva em todo o país, indicam as
previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera
(IPMA).
Para esta sexta-feira, é esperada uma pequena descida
da temperatura mínima na região Norte e pequena
subida a Sul, nuvens e períodos de chuva fraca até ao
início da manhã, nas regiões Norte e Centro, em
especial no litoral.
O estado do tempo deverá conhecer um ligeiro
agravamento no sábado, com céu geralmente muito
nublado e chuva, especialmente a Norte e com abertas
na região Sul.
As temperatura vão variar entre os 9 e os 14 no Porto, 10
e os 16 graus em Lisboa e entre os 10 e os 20 em Faro.
No domingo, primeiro dia do mês de Março, o Instituto
Português do Mar e da Atmosfera prevê, também, céu
geralmente muito nublado.
São esperados períodos de chuva no litoral a norte do
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Sexta-feira, 27-02-2015
Cabo Raso, e em especial no Minho e Douro litoral.
A região deverá registar uma pequena subida de
temperatura. No Porto, a mínima será de 12 graus e a
máxima de 14, em Lisboa a temperatura vai variar entre
os 10 e os 17 graus e em Faro entre os 10 e os 20.
LIGA EUROPA
O insustentável peso
da experiência
Sporting 0-0 Wolfsburgo. Entrega total, mas
desperdício total, na despedida da Liga
Europa. "Remontada" gorada com ajuda de
uma exibição consistente de Diego Benaglio
e da inegável da falta de experiência do
plantel de Marco Silva. Para o ano, poderá
haver mais.
mas que poderia ter terminado a primeira metade com
um golo, pelo menos, no bolso, relançando a corrida
pelos "oitavos".
A equipa de Marco Silva controlou, encostou os lobos
no seu próprio covil, mas esbarrou frequentemente às
portas do golo. Tanaka (rematou ao lado e atirou ao
poste), Tobias Figueiredo, Adrien Silva e William
Carvalho dispuseram de clamorosas oportunidades.
Nenhuma entrou.
Nem a carne toda no assador abateu muralha Benaglio
A segunda metade foi menos intensa, mas com o
Sporting a manter a pressão que tinha demonstrado
nos primeiros 45'. Evidenciou-se, neste plano, a
segurança de Diego Benaglio, absolutamente
intransponível perante as tentativas e falhanços, plenos
de falta de concentração, de Carrillo ou Tanaka.
Marco Silva ainda fez coabitar o japonês com Slimani e
Montero, num ataque desesperado ao golo. A velha
lógica imperou: não é com muitos avançados que se
garantem tentos e vitórias.
"A experiência é um troféu composto por todas as
armas que nos feriram". Esta é de Marco Aurélio,
imperador da Antiga Roma. Que os erros dêem
experiência ao leão para um futuro próximo. Vitórias
morais não contam no futebol.
LIGA EUROPA
Todos os apurados
para os "oitavos"
Expressão de Tanaka diz tudo. Sporting fora da Europa
Por José Pedro Pinto
"Não se pode criar experiência. É preciso passar por
ela". A citação pertence, com a devida vénia, ao escritor,
jornalista e filósofo francês Albert Camus.
O desenlace do nulo registado esta quinta-feira entre
Sporting e Wolfsburgo carimbou a passagem dos
alemães aos oitavos-de-final da Liga Europa e permitiu
perceber, em definitivo, quanta experiência falta ainda
a este leão para as andanças uefeiras.
Podemos argumentar com os erros de arbitragem que
penalizaram - e muito - a equipa portuguesa, tanto na
Liga dos Campeões como na Liga Europa. Podemos
fazer uso dessa falaciosa expressão que dá pelo nome
de "sorte" e acrescentar "falta de". Podemos, mas não
devemos.
No fim de tudo, percebe-se que este Sporting é curto,
em termos qualitativos e quantitativos e que tem uma
média de idades ainda demasiado baixa e inexperiente
para lidar com equipas de outro "campeonato",
habituadas ao andamento da Europa, preparadas de
forma minuciosa para a exigência das provas
continentais.
E não há que ter vergonha em assumi-lo. Nem que, na
Europa, parece ter regressado a lógica da bola que bate
no poste e que não entra.
Água mole em pedra dura, tanto bate até que... ... não há
rima para um "twist" do ditado. Nem poderia haver,
depois do rol de ocasiões de golo desperdiçadas por
um Sporting ao qual não faltou entrega e perseverança,
Villas Boas segue em frente. Vítor Pereira fica
pelo caminho. Confira, aqui, os resultados da
segunda mão dos 16 avos-de-final da Liga
Europa as 16 equipas apuradas para a
próxima fase.
Zenit São Petersburgo, Dínamo Moscovo, Sevilha, Ajax,
Dínamo Kiev, Fiorentina, Inter, Villarreal, Besiktas,
Wolfsburgo, Everton, Torino, Club Brugge, Dnipro,
Nápoles e AS Roma são as equipas apuradas para os
oitavos-de-final da Liga Europa.
Os portugueses em acçãoDepois de ter vencido o PSV
na primeira mão, em Eindhoven (0-1), a equipa
orientada pelo português André Villas Boas impos-se
em casa, triunfando por 3-0. Os lusos Luís Neto e
Danny foram titulares no Zenit, bem como o argentino
Garay (ex-Benfica), Javi García (ex-Benfica), Axel
Witsel (ex-Benfica) e Hulk (ex-FC Porto). O
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internacional brasileiro, de resto, assinou o segundo
golo dos russos.
Já o Dínamo moscovita, após o nulo da primeira mão,
na Bélgica, bateu o Anderlecht por 3-1, em casa.
Rolando foi titular no centro da defesa da equipa de
Bruxelas.
O Sevilha, com Daniel Carriço e Diogo Figueiras no
onze inicial, confirmou a passagem, diante do Borussia
M'Gladbach, vencendo por 2-3, em solo alemão.
O Légia Varsóvia, com Orlando Sá de início, perdeu em
casa com o Ajax e está eliminado.
Já o Dínamo Kiev, com Antunes e Miguel Veloso no
figurino inicial, deu a volta à eliminatória com o
Guingamp e apurou-se.
O Olympiakos, comandado por Vítor Pereira, foi
eliminado pelo Dnipro, ao empatar em casa (2-2).
Bruno Gama foi suplente utilizado na equipa
ucraniana.
O Trabzonspor, com Bosingwa e Cardozo (ex-Benfica)
perdeu com o Nápoles (1-0), confirmando igualmente a
saída da Liga Europa.
Liga Europa16 avos-de-finalResultados da 2ª Mão
Quinta-feira, 26 de Fevereiro de 2015Zenit 3-0
PSVDínamo Moscovo 3-1 AnderlechtBorussia
M’Gladbach 2-3 SevilhaLegia Varsóvia 3-0 AjaxDínamo
de Kiev 3-1 GuingampSalzburgo 1-3 VillarealBesiktas 10 Liverpool [5-4 após grandes penalidades]Fiorentina
2-0 Tottenham Inter 1-0 CelticSporting 0-0
WolfsburgoEverton 3-1 Young BoysAtlético de Bilbau 23 TorinoClub Brugge 3-0 AalborgOlympiakos 2-2
DniproNápoles 1-0 TrabzonsporFeyenoord 1-2 AS
Roma
Liga EuropaResultados dos 16 avos-de-final1ª Mão
Quinta-feira, 19 de Fevereiro de 2015Wolfsburgo 2-0
Sporting Young Boys 1-4 EvertonTorino 2-2 Atlético de
BilbauAalborg 1-3 Clube BruggeDnipro 2-0
OlympiakosTrabzonspor 0-4 Nápoles AS Roma 1-1
FeyenoordPSV 0-1 ZenitSevilha 1-0 Borussia
M’GladbachAjax 1-0 Legia VarsóviaAnderlecht 0-0
Dínamo MoscovoGuingamp 2-1 Dínamo de
KievVillareal 2-1 SalzburgoLiverpool 1-0
BesiktasTottenham 1-1 FiorentinaCeltic 3-3 Inter
REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA
Falhanço europeu
leonino faz o pleno
A eliminação do Sporting da Liga Europa é o tema
comum às manchetes dos diários desportivos.
"Barrados", escreve O Jogo. "Tudo menos golos", lê-se
em A Bola. "Azar do Tanaka", titula o Record.
Na primeira página dos três jornais está também
Danilo. "Preço de Danilo assusta Real", escreve A Bola,
enquanto O Jogo sublinha: "Danilo já vai em 40
milhões". No Record, lê-se "Pinto da Costa exige 40
milhões por Danilo".
RIBEIRO CRISTÓVÃO
Até Setembro
De facto, ontem à noite, pela exibição
produzida e face às oportunidades daí
decorrentes, só poderia ter havido um
vencedor, e esse, teria de ser, reconheça-se
sem dificuldade, a equipa comandada por
Marco Silva.
Por agora, o Sporting também está fora das
competições europeias cabendo, a partir daqui, ao
Futebol Clube do Porto a tarefa de manter levantada a
bandeira da representação do futebol português nas
provas organizadas pela UEFA.
Não se adivinhava fácil a tarefa dos leões perante um
adversário de grande envergadura com a vantagem
acrescida de ter voado da Alemanha para Lisboa com
dois golos na bagagem o que, convenhamos,
representava um importante valor acrescido.
Se ficaram dúvidas quanto ao desfecho do jogo de
Wolfsburgo, do qual o Sporting poderia ter saído em
condições bem mais vantajosas para poder discutir a
eliminatória no estádio José Alvalade, as mesmas
ficaram desfeitas após os noventa minutos disputados
no anfiteatro leonino.
De facto, ontem à noite, pela exibição produzida e face
às oportunidades daí decorrentes, só poderia ter havido
um vencedor, e esse, teria de ser, reconheça-se sem
dificuldade, a equipa comandada por Marco Silva.
Para além da ineficácia de alguns dos seus jogadores
no tocante à concretização, ao Sporting deparou-se,
por acréscimo, a dificuldade em ultrapassar um
guarda-redes que já no campeonato português provara,
durante três épocas consecutivas, a sua superior
qualidade.
Poderia ter acontecido um desfecho diferente é certo,
mas não há forma de contrariar e deixar de aceitar a
realidade. E essa é dura para os leões, que por
23
Sexta-feira, 27-02-2015
agora se despediram das provas uefeiras para a elas
apenas poderem regressar no próximo mês de
Setembro.
Mesmo marcados pelo desgaste pelo jogo da Liga
Europa, os leões vão agora preparar-se para assaltar o
próximo obstáculo, no qual voltam a ter pela frente um
adversário de respeito.
Virada a página, o campeonato da Liga passou assim a
ser o capítulo mais importante de uma história que só
em Maio chegará ao fim.
Afinal, são 4,6
milhões que o
Benfica não quer
pagar a Lisboa
Pedido de isenção do pagamento de taxas já
chegou à Assembleia Municipal de Lisboa,
mas ainda nada foi decidido. Decisão deve
ser tomada dentro de duas ou três semanas.
somar as duas e somando as duas dá os 4,6 milhões de
euros”, reforça.
O pedido de isenção do Benfica passou pela Câmara de
Lisboa, mas quem tem de decidir é a Assembleia
Municipal
“A Câmara apresentou uma proposta à Assembleia
Municipal. Eu tive ocasião de apreciar a proposta com
cuidado. Os pareceres técnicos que estão na proposta
são todos negativos à pretensão do Benfica de ter
isenção de taxas para a construção adicional, que fez à
volta do Estádio, relativamente ao que tinha sido
inicialmente aprovado e, portanto, não vejo outra
maneira se não a assembleia municipal reprovar essa
matéria”, adianta Helena Roseta.
A Assembleia Municipal de Lisboa deve analisar o
pedido de Benfica dentro de duas ou três semanas.
António Costa aprovou ou não?
Sobre a participação da Câmara e do seu presidente
António Costa neste processo, Helena Roseta esclarece
que não é a Câmara que tem de aprovar ou recusar este
tipo de pedidos.
“O Presidente da Câmara não tem que autorizar uma
proposta, o presidente agendou-a. A proposta é do
vereador Manuel Salgado. O presidente agendou, a
proposta foi à câmara e a camara aprovou por maioria”,
diz Helena Roseta, acrescentando que António Costa
“nem estava presente” na reunião onde o assunto foi
abordado.
FÓRMULA 1
Foto: DR
Por Filomena Barros
A presidente da Assembleia Municipal de Lisboa,
Helena Roseta, esclarece que o Sport Lisboa e Benfica
pediu à autarquia da capital uma isenção de taxas
municipais no valor global de 4,6 milhões de euros. Há
cerca de duas semanas, a imprensa avançava que em
causa estaria uma verba de 1,8 milhões de euros.
Em declarações à Renascença, Helena Roseta explica
que em causa, no pedido do clube da Luz, estão duas
taxas distintas. “Por um lado há TRIU - a Taxa
Municipal pela Realização de Infraestruturas
Urbanísticas - e por outro lado, há as compensações
urbanísticas, porque todas as pessoas que fazem
loteamento e constroem têm de ceder terreno à câmara
e, quando não há terreno a ceder, têm de pagar",
explica.
"Os serviços fizeram o cálculo das duas parcelas. A
parcela das compensações urbanísticas, por não haver
cedência de terrenos, é de um 1,9 milhões e a parcela
da TRIU é 2,6 milhões de euros”, detalha a presidente
da Assembleia Municipal de Lisboa.
Helena Roseta garante ter ficado espantada quando, na
discussão em câmara, apenas foi referido o valor
referente às compensações urbanísticas. "Tem de se
Alonso
electrocutado?
McLaren desmente
categoricamente
Presidente da construtora britânica
confirma, por outro lado, que o espanhol
ficou inconsciente durante alguns segundos,
na sequência do acidente sofrido no passado
domingo.
O presidente da McLaren-Honda desmentiu de forma
categórica que Fernando Alonso tenha sido
electrocutado e que tenha, consequentemente, ficado
com danos cerebrais durante o acidente sofrido pelo
24
Sexta-feira, 27-02-2015
espanhol durante uma sessão de testes de prétemporada da Fórmula 1.
"Alonso está bem e os resultados de todos os exames
foram claros e limpos. Não tem danos cerebrais. Ele
queria voltar imediatamente a pilotar, mas os médicos
pediram-lhe para descansar mais algum tempo.
Electrocutado? Ele não apresentava nenhum sintoma
relacionado com essa situação", afirmou Ron Dennis,
esta quinta-feira, em conferência de imprensa.
O líder da construtora britânica confirmou, por outro
lado, que Alonso terá perdido a consciência durante
alguns segundos, após o impacto do monolugar em
que seguia com os separadores laterais da pista do
circuito de Montmeló.
"É normal ele ter perdido a memória neste tipo de
impactos. Ele vai recuperar no dia-a-dia", adiantou.
Padres portugueses
conquistam Europeu
de Futsal
Equipa nacional bateu a Polónia na final da
"Clerigus Cup".
Volkswagen Passat
eleito “Carro do Ano”
Quarta vitória numa disputa renhida com os
outros cinco finalistas.
Por Francisco Brandão Ferreira
O “Volante de Cristal” vai para o Volkswagen Passat,
que foi eleito “Carro do Ano” 2015.
Pela quarta vez o modelo da marca alemã vence o
troféu que foi instituído em 1985.
Trata-se da nona geração do Passat que, este ano, teve
forte concorrência, na escolha dos 21 jornalistas que
compõem o júri do certame, entre eles a Renascença.
Foram cinco os finalistas derrotados: Citroen C4
Cactus, o Nissan Qashqai, o Opel Adam Rocks, a
Peugeot 308 sw e o Renault Twingo.
A Volkswagen venceu ainda em três das sete classes
em que se divide o troféu.
A “Carrinha do ano” foi a Passat Variant dois litros tdi, o
“Executivo” do ano a Berlina Passat com a mesma
motorização e o “Ecológico” de 2015 foi atribuído ao
Volkswagen E up.
Nas restantes categorias, o "Citadino" do ano foi para o
Renault Twingo, o "Familiar" para o Nissan Cascai, o
"Crossover" para a Seat Leon Xperience e o "Desportivo"
do ano para o Audi TT.
Para 2016 há nova edição do carro do ano Volante de
Cristal, mas com um novo formato que será conhecido
em breve.
Foto: DR
Uma equipa de padres portugueses venceu
campeonato da Europa de futsal, o "Clerigus Cup", que
decorreu na Áustria, avança a Agência Ecclesia.
A competição decorreu na cidade austríaca de Sankt
Polten e a selecção nacional de futsal do clero chegou
ao pódio ao derrotar, na final, a Polónia, por uma bola a
zero.
A vitória foi conseguida com "suor, dedicação e
inspiração divina", disseram os jogadores, lembrando
que na fase de grupos derrotaram a Eslováquia, a
Albânia e a Bielorrússia, seguindo-se igualmente
vitórias frente aos padres húngaros e depois aos
croatas, na meia-final.
"Vencidos estes jogos, a selecção encontrou na final
aquela que é considerada há muitos anos como a
selecção mais forte de todo o campeonato, composta
por sacerdotes fisicamente bem preparados", disseram
os jogadores.
A equipa portuguesa não tem Cristiano Ronaldo, mas
tem o padre António Cunha. O sacerdote de Viana do
Castelo foi o autor do golo da vitória. Após uma
recuperação de bola, fintou vários adversários e
rematou ao ângulo da baliza polaca.
Na "Clericus Cup" de futsal de padres da Europa
participaram 220 sacerdotes de 16 países.
A selecção nacional de futsal do clero dedica a vitória "a
todos os portugueses" que vivem um "tempo de crise" e
recorda o padre José Miguel Pereira, pároco da Apúlia,
recentemente falecido, que participou em anteriores
campeonatos e que agora "defende as redes da baliza
no campo eterno".
Sexta-feira, 27-02-2015
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