Fluxo de Assistência ao Paciente com Suspeita de Dengue
Hospitais e Pronto Atendimentos 24horas
Caso Suspeito de Dengue
- Enfermeiro (a) realiza Triagem de Manchester.
- Paciente com doença febril aguda, com duração máxima de sete (7) dias, acompanhada de
pelo menos DOIS dos seguintes sinais/sintomas: cefaléia, dor retro-orbitária, mialgia, artralgia,
prostração, exantema, associados ou não a presença de sangramentos ou hemorragias.
GRUPO A
* Sem sangramento.
* Sem sinais de
alarme.
* Prova do laço (-).
GRUPO B
* Com sangramento
* Prova do laço (+).
* Ausência de sinais
de alarme.
GRUPO C
* Com sinais de alarme.
* Características
clínicas do Grupo A e B
com sinais de alarme.
GRUPO D
* Com sinais de
choque.
PROVA DO LAÇO
•Verificar a PA (deitada ou sentada): Calcular o valor médio: (PA sistólica + PA diastólica)/2;
•Insuflar novamente o manguito até o valor médio e manter por 5 minutos ou até o aparecimento de micro
petéquias ou equimoses;
• Desenhar um quadrado de 2,5 cm (ou uma área ao redor da falange distal do polegar) no antebraço;
• Contar o número de micro petéquias no quadrado. A prova será positiva se houver 20 ou mais petéquias
GRUPO A
- Solicitar hemograma para todos os suspeitos com critérios para Dengue.
- Prescrever sintomáticos – não usar AINES.
- Paracetamol 500 mg 6/6 hs e dipirona 500 mg 6/6 hs.
- Hidratação 60 a 80 ml/Kg/dia (Solução:1/3 soro de hidratação oral e 2/3 complementar água, suco, chás).
- Orientar sobre sinais de alerta.
- Fornecer nova guia de solicitação de exame (Hemograma) para realização em 48 hs no PA (07:00 às 09:00hs todos os dias da semana). Usar o encaminhamento Padrão da Dengue do GRUPO A, com cópia do
Hemograma inicial em anexo.
- Orientar o paciente a retornar ao PS do Hospital atendido ou PA 24 horas, em caso de sinais de agravamento
dentro das 48hs após o primeiro atendimento, munido do encaminhamento Padrão da Dengue que recebeu.
GRUPO B
- Prova do laço (+).
-Presença ou não de sinais de alerta: Sangramento espontâneo:(petéquias ou equimose ou alguma
manifestação importante como epistaxe, sangramento vaginal fora da menstruação ou um fluxo muito mais
abundante que o normal ou com a presença de coágulos, sangramento gastrintestinal).
- Ausência de sinais de alarme: Dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, hipotensão postural
e/ou lipotimia, sonolência e/ou irritabilidade, hepatomegalia dolorosa, hemorragias (hematêmese e/ou melena),
diminuição da diurese, diminuição repentina da temperatura corpórea ou hipotermia, desconforto respiratório,
aumento repentino do hematócrito, e queda abrupta de plaquetas.
- Iniciar hidratação oral (em caso de recusa ou vômito, iniciar hidratação endovenosa);
- Hemograma normal: encaminhar para acompanhamento na Atenção Secundária (PA 24 hs).
- Hemoconcentração leve (hematócito ↑ em até 10% do valor basal ou > 40% e < 44% em mulheres e > 45% e
3
< 50% em homens) e/ou plaquetopenia discreta (entre 50.000 e 100.000/mm ) e/ou leucopenia (<1000
3
cels/mm ): hidratação oral vigorosa e após melhora clínica, encaminhar para reavaliação na Atenção secundária
(PA 24 hs), clínico/laboratorial em 24 hs ou antes se surgirem sinais de alarme.
- Hemoconcentração mais intensa (> 10% do valor basal ou > 44% em mulheres e > 50% em homens) ou
3
plaquetopenia mais severa (<50.000/mm ): manter observado para hidratação oral e/ou endovenosa por um
período mínimo de 12 horas. Após etapa inicial de hidratação, reavaliar clínica e laboratorialmente. Se
hematócrito normalizar, manter hidratação oral vigorosa e orientar retorno para reavaliação clínico/laboratorial
em 24 horas, ou antes, se surgirem sinais de alarme. Se resposta for inadequada, manter o paciente em leito de
observação com hidratação parenteral e avaliar a necessidade de internação.
- Ao surgirem sinais de alarme ou ↑ do hematócrito na vigência de hidratação adequada, é indicada a
internação hospitalar.
3
- Paciente com Dengue e plaquetopenia < 20.000/mm , sem repercussão clínica, devem ser internados e
reavaliados clínica e laboratorialmente a cada 12 horas.
GRUPO C ( características clínicas do Grupo A e B) com sinais de alarme
- Dor abdominal intensa e contínua;
- Vômitos persistentes;
- Hipotensão postural e/ou lipotimia;
*Fazer transferência do
- Sonolência e/ou irritabilidade;
paciente com ambulância
- Hepatomegalia dolorosa;
do PA para internação
- Hemorragias (hematêmese e/ou melena);
hospitalar imediata.
- Diminuição da diurese;
REGULADO
- Diminuição repentina da temperatura corpórea ou hipotermia;
VIA CENTRAL DE
- Desconforto respiratório;
REGULAÇÃO DE
- Aumento repentino do hematócrito;
LEITOS - 3433.2222
- Queda abrupta de plaquetas;
(ramal 0)
PODE ENTRAR EM CHOQUE EM MENOS DE 30 MINUTOS.
- Internação hospitalar imediata*;
- Hidratação parenteral por no mínimo 24 horas;
- Iniciar com 20ml/Kg/hora com SF 0,9% ou Ringer lactato, podendo ser repetida até três vezes. Reavaliação
clínica de hora em hora e hematócrito após duas horas;
- Se houver melhora clínica e laboratorial, iniciar etapa de manutenção com 25ml/Kg de 6/6 horas, de acordo com
a melhora pode-se estabelecer a freqüência de 8/8 horas ou até 12/12 horas.
- Avaliar paciente após cada etapa da hidratação. Se não houver melhora, tratar como grupo D.
GRUPO D (sinais e sintomas do grupo C) síndrome de extravasamento com quadro de
choque, com ou sem hipotensão, com uma ou mais disfunção orgânica
- Hidratação venosa vigorosa (20 ml/Kg em até 20 minutos);
- Drogas inotrópicas e drogas vasoativas;
- Reavaliar paciente a cada 15 a 30 minutos e hematócrito após 2 horas;
- Hematócrito a cada duas horas durante o período de instabilidade hemodinâmica e a cada 4 ou 6 horas nas
primeiras 12 horas após a estabilização do quadro;
- Em caso de PA 24 hs, Internação hospitalar imediata* - TRANSPORTE PELO SAMU REGULADO VIA 192
- Dosagem de albumina sérica a cada 12 horas;
- Plaquetas a cada 8, 12 ou 24 horas;
- Exames laboratoriais e de imagem conforme necessidade: hemograma completo, tipagem sanguínea,
coagulograma, eletrólitos, função hepática e renal, radiografia de tórax, ultrassonografia de abdome.
Caso de Febre Hemorrágica da Dengue (FHD)
TODOS os critérios abaixo estão presentes.
- Febre ou historia de febre recente, com duração de 7 dias ou menos;
- Trombocitopenia (≤ 100.000/mm3);
- Tendências hemorrágicas evidenciadas por um ou mais dos seguintes sinais: prova do laço positiva, petéquias,
equimoses ou púrpuras, sangramentos de mucosas, do trato gastrointestinal e outros;
- Extravasamento de plasma, devido ao aumento de permeabilidade capilar, manifestado por: hematócrito
apresentando um aumento de 20% no valor basal e derrames cavitários (derrame pleural, pericárdico, ascite ou
hipoalbuminemia).
Caso de Febre Hemorrágica da Dengue (FHD): Classificação de Gravidade (OMS/1997)
● Grau I – critérios FHD, sendo que a única manifestação hemorrágica e a prova do laço positiva.
● Grau II – critérios FHD e apresenta manifestações hemorrágicasespontâneas (sangramentos de
pele, petequias, epistaxe, gengivorragia e outros).
● Grau III – critérios FHD e apresenta colapso circulatório com pulso fraco e rápido, diminuição da
pressão arterial ou hipotensão, pele pegajosa e fria e inquietação.
● Grau IV – critérios FHD e apresenta choque profundo, com pressão arterial e pulso imperceptíveis.
● Graus III e IV correspondem a síndrome do choque da dengue (SCD).
Caso de Dengue com Complicações
Casos suspeitos de Dengue que evoluirem para forma grave, mas não possuem TODOS os critérios
para serem encerrados como FHD, porém apresentarem a presença de UMA (1) das alterações clinicas e/ou
laboratoriais abaixo é suficiente para encerrar o caso como Dengue com complicações:
- Alterações neurológicas (delírio, sonolência, coma, depressão irritabilidade,psicose, demência, amnesia, sinais
meningeos, paresias, paralisias,polineuropatias, Síndrome de Reye, Síndrome de Guillain-Barre e
encefalite,podendo surgir no decorrer do período febril ou mais tardiamente, na convalescença);
- Disfunçãocardiorrespiratória;
- Insuficiência hepática;
- Hemorragia digestiva importante (volumosa);
- Derrame pleural, pericárdico e ascite;
- Plaquetopenia inferior a 20.000/mm3; ou leucometria igual ou inferior a 1.000/mm3.
- Caso suspeito de Dengue que evolui para óbito, mas não possui TODOS os critérios para ser encerrado como
FHD.
ATENÇÃO!
Todo caso suspeito de Dengue deve ser notificado à Vigilância Epidemiológica Municipal (VE) para
que este realize a investigação e encaminhamento da sorologia ao LACEN (amostra colhida no 6º dia
doença).
As formas graves, no momento da suspeita, deverão ser notificadas IMEDIATAMENTE a Vigilância
Epidemiológica Municipal (VE) pelo telefone 3417.1371/ 1360, e das 19:00 às 07:00 horas, finais de
semana e feriado pelos telefones 8858.8148/8857.5761(Coordenação da VE).
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Diretrizes Nacionais para
prevenção e controle de epidemias de dengue. Brasília. 2009. 162 p.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes para a organização dos serviços de atenção à saúde em
situação de aumento de caos ou de epidemia de dengue. Brasília. 2013. 44p.
JOINVILLE. Secretaria da Saúde. Plano Municipal de Contingência da Dengue. Joinville. 2015-16. 38p.
SANTA CATARINA. Diretoria de Vigilância Epidemiológica. Manejo de casos suspeitos de Dengue no Estado de Santa Catarina.
Florianópolis. 2013. 17p.
Download

Fluxo de Atendimento da Dengue nos Hospitais e PAs