REPRODUÇÃO
PATRÍCIA RABELLO
Nem sempre
o chefe
é o líder
Um culto
restrito
ao corpo
As organizações por dentro
A imagem é negligenciada
ARQUIVO
RRPP
Atualidades
Publicação semestral do Curso de Relações Públicas
da Famecos/PUCRS – Ano 12 n° 23 – Junho de 2006
A maturidade
Os 40 anos do curso de
Relações Públicas da Famecos
Passeata dos bixos da faculdade no centro de Porto Alegre em 1971
2
OPINIÃO
Junho de 2006
Muito mais
do que festa
RRPP Atualidades
RRPP
Atualidades
Publicação informativa e de reflexão do curso
de Relações Públicas da Faculdade de Comunicação Social (Famecos), da Pontifícia Católica
do Rio Grande do Sul, avenida Ipiranga 6681,
Partenon, Porto Alegre, RS, Brasil.
Relações Públicas: mito e realidade
E-mails
E-mails:[email protected] ou [email protected]
Apesar de a profissão ser exercida e
regulamentada no Brasil há quase 40 anos,
ainda encontramos muitas divergências de
opinião a respeito das atividades do profissional de relações públicas. É comum nos
depararmos com opiniões que não condisem com a realidade – até mesmo os colegas da área da comunicação não a definem corretamente. Atualmente existem diversos estereótipos, sendo o mais comum
o de que a única função do profissional é
“promover eventos e festas”.
O que se percebe, atualmente, é que
grande parte das pessoas, independentemente de seu nível cultural e área de atuação, desconhecem as reais atividades ou
imaginam que o relações-públicas “organiza festas para os outros se divertirem, vive
correndo”, como pensa Camila Schlatter,
22 anos, estudante de administração. Segundo ela, o perfil desse profissional é de
“quem vive na noite, adora festas”.
Isso se deve ao fato de que os relações
públicas ganharam visibilidade promovendo eventos, sendo assim, suas demais funções ficaram esquecidas. O trabalho de
um profissional de relações públicas dentro de uma organização vai muito além.
Esse profissional é responsável pela criação da imagem e da identidade da organização, a busca da harmonia e colaboração entre seus públicos de interesse, o
cuidado com a comunicação interna – aqui
entra todo o organograma de uma organização, ou seja, a informação deve ser
levada a todos da empresa, desde o presidente e gerentes até os mais simples empregados – e a comunicação externa, como
cuidar para que a organização tenha um
bom canal de comunicação com seus clientes e colaboradores, conhecer seus públicos e identificar seus desejos e necessidades para, assim, poder supri-los.
Como podemos observar, a atividade
de relações públicas não se resume apenas montar eventos. Vale lembrar, ainda,
que esta também não é uma tarefa fácil.
Organizar e promover eventos exige conhecimento e desenvoltura do profissional. Mais do que isso, é necessário estudo
e planejamento, conhecer os procedimentos, os públicos, seus desejos, atenção aos
detalhes e jogo de cintura para lidar com
os imprevistos que surgem nessa área, pois
o “elemento surpresa” está sempre presente quando o assunto é eventos.
São poucas as pessoas que pensam
como Nara Duarte, formada em Odontologia. Para ela o relações públicas “é peça
fundamental dentro de uma organização,
afinal, é ele quem cuida de toda a comunicação e é sua responsabilidade fazer com
que a informação chegue corretamente a
todas as pessoas.” Mais do que isso, ela
frisa que “se o profissional de relações públicas falhar, todo o resto falha”.
A importância das relações públicas nas
organizações têm sido cada vez mais reconhecida. Além de organizar eventos, que
é um notável instrumento de interação entre a organização e seus públicos, as relações públicas também têm o papel de gerir
a comunicação da organização, e esse aspecto abrange as mais variadas funções.
Assim como em uma empresa, que tem
uma identidade e uma imagem a ser zelada, os profissionais de relações públicas
vêm unindo esforços e trabalhado sua própria imagem junto ao público em geral,
afim de esclarecer as reais funções da atividade e desmitificar o deturpado retrato
da profissão.
ANA PAULA FONTOURA PEREIRA
LETICIA BERTÉ SIQUEIRA
LETÍCIA COMPARSI MARQUES
Ainda em busca da legitimação
Perto de completar 40 anos de regulamentação da profissão, os relações públicas ainda não conquistaram uma legitimação no mercado de trabalho similar a
de outras áreas. Existem diversas opiniões
para explicar este fenômeno, desde a conscientização dos formandos até a falta de
verba para atuação dos sindicatos.
Lana Campanella, professora da Famecos, atribui a falta de uma identidade
clara e objetiva para o profissional ao ostracismo que a profissão teve no início do
século passado. Quando os primeiros cursos superiores em RRPP surgiram no Brasil, havia uma tendência de colocá-los vinculados à Administração, então começaram a coexistir dois segmentos subdivididos em administração e comunicação. Para
o relações-públicas Rodrigo Cogo, a falta
de legitimação é causada pelos próprios
formados que não fazem o registro profissional após completarem o curso, enfraquecendo as entidades de classe.
TAÍSSA SISSON
Reitor: Ir. Dr. Joaquim Clotet
Vice
-R
eitor: Ir. Dr. Evilázio Teixeira
Vice-R
-Reitor:
Diretor da Famecos:: Dra. Mágda Cunha
Coordenadora do curso: Souvernir Dornelles
Professores R
esponsáveis: Tibério Vargas
Responsáveis:
Ramos, Marisa Soares, Neka Machado e Vitor
Necchi. Revisão: professoras Neka Machado
e Vera Regina Silva.
AL
UNOS
ALUNOS
UNOS:: Manhã – Turma 239: Ana Cristina Gehlen Marquardt, Ana Luisa Machado Schimitt, André Monteiro Katzap, Andréia Costa
Oliveira, Ângela Domingues de Macedo, Anna
Paula Justo Lemos, Bárbara da Câmara Rossi,
Bianca Cardes Lopes, Bruna Caetano Teixeira,
Camila Cardoso Coronbel Martins, Carolina
Beatriz de Moura, Carolina Nascimento Alves,
Cecília Santos de Azevedo, Cristiane Seewald,
Daniela Hausen Marchi, Elisa Algayer Casagrande, Fernanda Dias Carvalho Leite, Flávia
Capalbo, Josias Menegon Geisel, Júlia Caon
Froeder, Juli Ana Saul Antunes, Karina de Oliveira Sá, Luciana Nunes Goulart, Loui Dorneles Ferreira, Luísa Abero Sá de Barros, Maira
Olex Cortez, Mariana Mânica, Melina Petrakis
Stephanou, Patrícia Rabello, Paula Amado Ciaconi, Paulo César Américo Pires, Silvana Kein
de Oliveira, Tuiana Dias de Oliveira e Vanessa
Festl.
Turma 147: Bianca Rosa, Charles Schumacher,
Elizagelem Viana, Marline Cabrera, Marina de
Albuquerque Lima e Samira Moura Anzanello.
Noite: Turma 249: Amália Ferreira Meneghetti, Ana Paula Carneiro Costa, Ana Paula da Silva Cardoso, Ana Paula Fontoura Pereira, Andréia da Silva Roxo, Angélica Aguillar Madalosso, Bárbara Machado, Bruna de Castro
Mucelin, Camila de Rosso Stecklow, Caroline
Santos Adornes, Cristiano Dias Flores, Débora
Galtieri, Débora Ligabue Santanna, Fabiano
Shirmer Loes, Fernanda Martins, Gabriela Cardoso Chamis, Gelson Pereira, Giordano Martins de Castro, Gustavo de Medeiros Ferronatto, Jordana de Oliveira dos Santos, Juliana de
Andrade Weber, Juliana Marques Bross, Juliana Azevedo Henrique, Karine de Almeida Ruchinsque, Lara de Oliveira, Leonardo Ongatto
dos S. Jr., Letícia Agnes Rota, Letícia Berte Siqueira, Letícia Comparsi Marques, Letícia Rodrigues Oliveira, Lisarb Valéria Montes D’Oco,
Marcelo Pinheiro, Nairana Pires da Fontoura,
Otávio de Oliveira Porcher, Pabolo Silva da
Rocha, Pedro Hoppe de Lima, Pedro Lobato Índio da Costa, Rafaela Riciardi dos Santos e
Tassiane Cristini Moreschi.
Turma 147: Ana Paula Tormen da Costa, Daniel Minato Eifler, Daniela Mascolo, Fernanda
Marques Zembrzuski, Franciele Davanzo, Guilherme Art Silva, Jorge Gadelha, Juliana Zimmer Sampaio, Márcia Hernandez Briones, Mariana da Silva Ruduit, Rodrigo Godoy Grings,
Sílvia Martinez Squeff e Taissa Komar Sisson.
Junho de 2006
PÉ
NA
ESTRADA
RRPP Atualidades
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FOTOS ARQUIVO PESSOAL
Luiz Moure se prepara para embarcar em
agosto e o estudante Alexandre Alles (ao
lado) esteve no Canadá
O que, afinal, é intercâmbio?
Estudantes relatam suas experiências e contam o que esperam desta aventura
Em geral, as pessoas já ouviram falar
sobre intercâmbio. Mas será que todos sabem ao certo o que significa? O termo é
muito abrangente, mas tem um significado
simples: troca. Pode ser uma troca de experiências culturais ou até mesmo comerciais, ou seja, pode ter uma infinidade de
sentidos. Porém, o termo engloba relações
comerciais ou culturais entre nações. Hoje
em dia, fazer um intercâmbio é uma boa
alternativa para quem quer aperfeiçoar uma
língua, crescer profissional e pessoalmente, além de ser uma oportunidade de ser
independente por um tempo.
O estudante da PUCRS, Luiz Moure, de
18 anos, embarca, no final do semestre,
para uma aventura de um ano na Nova
Zelândia e contou algumas curiosidades
sobre a viagem. “A decisão de fazer o intercâmbio, veio um ano atrás, junto com
colegas que conheci na faculdade, que
também tinham vontade de estudar fora, e
numa conversa surgiu a idéia de irmos para
Nova Zelândia, passar um ano.” Ele diz
que os fatores que o levaram a fazer a escolha do país foi o fato de ser um dos poucos lugares com trabalho legal para estrangeiros e também a beleza. Luiz não sabe
o que o espera, mas tem uma certeza: “Estou indo para o outro lado do mundo, sem
familiares, onde a cultura é diferente, terei
que falar outro idioma, verei lugares bonitos e terei experiências novas”.
Uma das agências que atua nesta área,
em Porto Alegre, é a Unesul e está há 34
anos no mercado trabalhando com diversos segmentos de turismo. Juliana Webber, encarregada pela organização das vi-
agens de intercâmbios, diz que não há profissionais de RRPP – apenas ações que
caracterizam a atividade –, ou um departamento específico de comunicação, mas
mesmo não existindo, utilizam folhetos,
promoções e ainda contam com um gerente de loja que cuida dos anúncios em
jornais e revistas. Reforça que é preciso um
maior investimento da direção no setor da
comunicação, já que o público de turismo
é instável. “Os meios de comunicação deveriam informar melhor os clientes para
melhorar o jogo de confiança entre o cliente e o agente de viagens”, justifica.
O aumento pela procura de intercâmbio vem acontecendo devido à percepção
que os estudantes têm sobre tal experiência. “As pessoas estão entendendo a necessidade de fazer um programa no exterior. Sabem que isso serve para uma especialização profissional ou até para se posicionar melhor no mercado” diz Juliana. Com
isso, as agências, cada vez mais se interam sobre o assunto, pois a concorrência
e o interesse pelos intercâmbios aumentam,
exigindo um bom apoio na comunicação
e na divulgação da empresa.
Para quem já fez intercâmbio, resta
apenas a saudade. Alexandre Alles Rodrigues, estudante de Engenharia Elétrica da
PUCRS, 23 anos, morou no Canadá e diz
que decidiu fazer intercâmbio cultural porque é uma ótima oportunidade de aprender inglês e uma grande experiência de vida.
“Tem que controlar as emoções, saber lidar com pessoas diferentes, morar com
estranhos.” A respeito de sua experiência
escolar, conta que o colégio é bem dividido: os punks, os populares, os nerds e, é
claro, os intercambistas. Não teve problemas com sua adaptação, mas enfatiza que
quando chegou lá, achava que já sabia
falar inglês e mesmo tendo estranhado um
pouco no ínicio, com o tempo tudo foi se
adequando. “No final, você já está pensando em inglês, sonhando em inglês e
fica com pena de voltar, abandonar tudo
aquilo, toda aquela loucura. Não sei se
todo mundo gosta, mas para mim foi demais. Sinto muitas saudades”.
ANA CRISTINA MARQUARDT, BÁRBARA
ROSSI, BRUNA TEIXEIRA
Rumo ao interior do Estado
Os profissionais recém formados no
curso de Relações Públicas que desejam
exercer a sua profissão no interior do Estado enfrentam um grande obstáculo: a falta
de conhecimento da sociedade acerca da
profissão.
As organizações multinacionais, que
detêm conhecimento maior sobre a profissão e sobre a importância da atividade,
estão, na maioria, concentradas na Capital ou arredores. As empresas instaladas
no Interior, em geral, apresentam uma cultura familiar e pouco sabem sobre a profissão. Mas a cultura vem mudando em
razão de muitos cursos criados no interior,
observa Lúcia Frizon, estudante de RRPP
em Caxias e que vê um campo promissor.
FRANCIELE DAVANZO
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INTERCÂMBIO
RRPP Atualidades
Relações Públicas além
dos limites geográficos
Alunos da Famecos e norte-americanos trabalham com
relações internacionais através de videoconferências
O Projeto IPRC – International Public
Relations Campaigns, ativo desde 1999,
está oferecendo uma oportunidade única:
estudantes de comunicação do Brasil e dos
Estados Unidos poderão desenvolver campanhas internacionais para clientes dos dois
países.
Os trabalhos intitulados “campanhas
internacionais” envolvem aulas teóricas
ministradas pelos professores e trocas de
informações a respeito do andamento de
cada projeto. Os contatos são realizados
semanalmente, através de videoconferência e internet, entre alunos da Famecos
(Faculdade de Comunicação Social/PUCRS) e CCIM (College of Communication,
Information and Media/Ball State University), com o objetivo de oportunizar aos alunos de Comunicação de ambas as instituições a prática das Relações Públicas Internacionais.
São duas equipes – uma composta por
estudantes brasileiros, com aproximadamente 14 componentes, e outra de estudantes americanos, com seis componentes. Através de muitas negociações, o cliente comum é escolhido da seguinte forma: os professores brasileiros entram em
contato com as empresas daqui, buscando um cliente para que os americanos criem uma campanha internacional. A escolha do cliente para a equipe do Brasil ocorre
da mesma forma, porém, o professor norte-americano busca-o nos Estados Unidos.
Elege-se um cliente que opere nos dois
países, “o que é bem difícil”, segundo a
professora Ana Steffen, coordenadora do
projeto. As campanhas são desenvolvidas
sempre no segundo semestre de cada ano,
por coincidirem os períodos escolares dos
alunos dos dois países integrantes.
Muitas são as diferenças de trabalho
entre as duas equipes. A professora Ana
Steffen exemplifica, dizendo que “o grupo
de alunos brasileiros trabalha com comunicação dirigida, pesquisa qualitativa e entrevistas. Já o norte-americano, com
comunicação de massa e pesquisa quantitativa. Mas a maior diferença entre as duas
equipes é o aspecto cultural.” E compara:
“Os americanos são mais lentos. Em compensação, são mais agressivos no momento
de cobrar retornos da equipe brasileira,
exigem pontualidade e se preocupam com
o seu trabalho”.
MANUELA KANAN
Simões e Ana Steffen estimulam alunos à prática de intercâmbio cultural
Um dos objetivos dos professores brasileiros é tornar este projeto uma disciplina
curricular na Famecos, benefício este que
já se faz presente para o grupo norte-americano. Um aspecto curioso é que a equipe brasileira não é composta apenas por
estudantes de Relações Públicas. Estudantes de Jornalismo e Publicidade e Propaganda também fazem parte do grupo.
Quanto ao planejamento do projeto para
os próximos anos, os professores desejam
levá-lo para as universidades européias.
Países como Espanha e Portugal também
fariam parte destes relacionamentos inter-
nacionais. Os professores também prevêem a possibilidade de intercâmbio e, desta
forma, abrir o mundo para a Famecos.
Segundo o professor Roberto Porto Simões,
também coordenador do projeto no Brasil,
“os alunos podem exercitar o trabalho com
culturas diferentes”.
Hoje, o projeto está na sua quinta edição e consta no currículo acadêmico como
atividade complementar, necessária para
a conclusão de graduação na Famecos.
LARA DE OLIVEIRA, LEANDRO PEREIRA
E LEONARDO ONGARATTO
As negociações são globalizadas
As negociações em âmbito internacional têm atingido um crescimento importante
na economia de grande parte das nações.
Por isso se tornou estratégico que produtores de pequeno, médio e grande porte façam negócios em nível global, para não
se desvalorizarem.
A professora Ana Maria Walker Roig
Steffen, do curso de Relações Públicas da
PUCRS, define estas relações como o gerenciamento das relações socio-políticas
entre organizações e seus públicos, aplicado em nível internacional. “A cultura e a
política exercem influência na prática das
RRPP em diversos países, porque a política
de ação das organizações deve contemplar os interesses e necessidades da sociedade onde se desenvolve o trabalho”, afirma. “Politicamente, é preciso que a sociedade tenha um bom nível de democracia,
pois o público, em sociedades ditatoriais,
uma vez que não é politizado, não exerce
poder em relação às decisões que tomam
as organizações. O aspecto cultural é fator importante a ser considerado, porque a
cultura influencia o pensamento, as crenças e as atitudes das pessoas que vivem
em determinada sociedade e que são, por
extensão, públicos das organizações.”
DANIEL MINATO EIFLER
Junho de 2006
PRODUÇÃO
RRPP Atualidades
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Um novo pólo de eventos
Pró-Reitoria de Extensão da PUCRS é referência em organização e planejamento
ELISA ALGAYER CASAGRANDE
Dividida em diversos setores, a Pró-Reitoria de Extensão da PUCRS (PROEX) articula e coordena as atividades de extensão
universitária dos departamentos da instituição, apoiando programas, projetos, atividades e publicações de extensão. Tem a
responsabilidade pelas atividades que visem à integração da instituição com a
comunidade externa, como apoio a criação de projetos e cursos.
O Setor de Eventos da PUCRS (parte
integrante da PROEX) é o elo que consolida praticamente todos os objetivos e projetos de aperfeiçoamento dos cursos de
extensão. Em parceria com as Unidades
Acadêmicas ou conveniado com instituições e organizações externas, promove todas as atividades relacionadas ao nome
do Setor.
Em entrevista concedida aos alunos do
curso de Relações Públicas da Universidade, a responsável pela área de eventos da
PROEX, a jornalista Dominique Ilha e a
coordenadora da àrea de Cursos e Eventos e professora da Famecos, Marisa Soares, explicaram como são feitos e qual a
importância da realização de eventos. Destacaram a necessidade de haver um bom
planejamento do que será realizado e a
relevância do relacionamento entre os envolvidos no projeto (coordenadores, estagiários, monitores,...) para que seja realizado com êxito e com o menor número de
problemas possível.
Responsável pelo recebimento de Projetos de Eventos, Palestras, Seminários ou
Congressos, o Setor tem ainda como função analisar, em conjunto com a coordenação do evento, a qualidade dos produtos oferecidos e elaborar orçamentos. “Muitas vezes, o cliente apresenta necessidades
que não estavam no cronograma daquele
evento, mas que temos que satisfazer da
forma mais rápida e eficiente possível, levando em consideração a verba disponível, para que a universidade não tenha
prejuízos”, salienta a coordenadora, Dominique Ilha. Os Seminários ou Congressos, além das etapas básicas, passam por
detalhada listagem de necessidades, desde o espaço físico até a equipe de apoio,
que é constituída não só de funcionários,
mas também de Monitores especialmente
treinados no Setor para estes eventos.
Os serviços oferecidos pelo setor de
eventos é um trabalho prestado à comunidade interna e/ou externa da Instituição,
podendo inclusive gerar recursos. Segundo as coordenadoras, todo o dinheiro arrecadado com os eventos é destinado es-
Dominique Ilha e Marisa Soares concedem entrevista para turma de RRPP
pecialmente para a sua própria efetivação.
O restante é investido na Universidade.
Além disso, o envolvimento na realização
destes projetos favorece o aprendizado prático dos alunos, uma vez que eles têm contato com as mais diversas áreas, incluindo
assessorias e consultorias. “Damos prioridade para projetos que possam beneficiar
os alunos da universidade. Acolhemos e
promovemos eventos prioritariamente relacionados ou interligados ao ensino”, diz a
professora Marisa Soares. Os alunos que
estagiam e os que fazem monitoria na PROEX são provenientes dos mais diversos cursos, desde administração e comunicação
social (a grande maioria), até engenharia.
Diante do preconceito que muitos têm
em relação às pessoas que organizam
eventos, consideradas, muitas vezes, pro-
fissionais com pouca qualificação, Marisa
e Dominique são enfáticas: quem diz isso
não tem conhecimento real sobre as atividades que envolvem a realização de um
evento e a complexidade de sua organização. “As pessoas confundem organização
de eventos com ‘fazer eventos’. Enquanto
essa é uma prática esporádica, de trabalhos isolados, a organização de eventos
requer tempo de planejamento, estudo e
jogo de cintura para lidar com diferentes
públicos e situações”, afirma Dominique.
Fica a certeza de que eventos planejados e
bem-sucedidos exigem o mais alto grau de
seriedade, comprometimento, criatividade
e iniciativa para vencer contratempos e imprevistos que vão acontecer.
BÁRBARA ROSSI, CAROLINA ALVES E
DANIELA MARCHI
Cerimonial, a liturgia da política
Quem nunca participou de uma cerimônia política talvez pense que este seja
simplesmente um evento com autoridades
do mundo político, pessoas bem vestidas e
um bom texto preparado para o presidente
da empresa/organização discursar. Para
um leigo, pode parecer tão formal quanto
uma cerimônia de casamento. Entretanto,
o cerimonial político segue uma linha de
formalidade bem mais rígida, baseada num
decreto, criado há aproximadamente 30
anos, que regula cerimônias públicas com
participação de autoridades.
Airton Vargas Júnior, chefe do Cerimo-
nial da Assembléia Legislativa, trabalha há
20 anos como cerimonialista. Neste período, as regras continuaram as mesmas.
“Sendo assim, todo o cerimonial organizado conforme tais regras não corre risco
de erros. A única mudança que ocorre
através do tempo é a busca por um pouco
menos de formalidade, tornando os eventos mais agradáveis para quem organiza e
para quem participa, pois não podemos
esquecer que não existe evento sem público”, sublinha.
MARLISE CABRERA
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Junho de 2006
COMÉRCIO
RRPP Atualidades
ARTE LUÍSA BARROS
Aromas são
novidades
na conquista
de clientes
Eu já sabia!
O verdadeiro campeão da Copa do Mundo
Mesmo quem não tem nada a ver com
futebol sai ganhando nesta festa mundial, pois de quatro em quatro anos, a
Copa motiva o lançamento de produtos
para aproveitar a onda colorida da seleção brasileira. São relógios, pulseiras,
faixas, bandeiras, guardas-chuva, brincos, lingeries, bolas, automóveis, comidas, bebidas, chaveiros, bolsas, bonés,
chinelos... A variedade de invenções é
tão grande que encontra-se até cofrinhos
em forma de “porco torcedor”. Porém,
em meio a essa infinidade, o produto
mais querido é a camisa verde e amarela.
“Há três meses que vejo cada vez mais
colegas usando blusas do Brasil, mas
nada de oficial! Só as compradas em
Porto Alegre, no camelô”, diz a moradora da serra gaúcha, Elisa Bartzen, 11
anos. O modelo confeccionado pela Nike
foi distribuído às lojas no início de março e custa R$ 179,90 – valor que excede
meio salário mínimo nacional. Contudo, a aquisição do objeto de desejo também é viável nas bancas que disputam
a freguesia e o espaço nas calçadas. As
roupas bicolores sem a marca estão desde dezembro no mercado de rua da capital, e podem custar até mesmo R$ 8,00.
“O proveito é enorme! Na Copa superamos todas as datas comemorativas”,
vibra a vendedora ambulante Fernanda
Cabral, de 26 anos.
Com todo esse patriotismo aflorado,
é um grande negócio vestir os tons da
bandeira para atrair o consumidor. Um
exemplo é a Petiskeira – restaurante especializado em comida rápida no sul do
país – que já fez sua jogada de marketing personalizando o uniforme dos atendentes, quadros e bandejas. Ao entrar
lá, é impossível não sentir o clima do
hexa. Felipe Feijó, gerente da filial do
Shopping Praia de Belas, afirmou que
toda a rede foi remodelada em função
dos jogos, mas que o número de clientes permanece igual. No entanto, toda a
mudança na decoração é um gol que a
empresa marca através da sua imagem
com o público fidelizado.
A empresa de serviços midiáticos Zenith Optimedia noticiou em abril que a
Copa do Mundo deste ano – sediada na
Alemanha – será um dos eventos mais
lucrativos de toda a história. Segundo a
Zenith, o fato vai contribuir para que o
setor de publicidade global tenha um
crescimento significativo e seja o favorito à conquista do vice-campeonato. Até
porque a taça já é, com orgulho, erguida pelo comércio.
LUÍSA BARROS E MAIRA CORTEZ
O setor varejista vem utilizando uma
nova estratégia de marketing que explora
o olfato. Para desenvolver essa tática, os
pontos de vendas estão sendo incrementados para que o produto fique mais atrativo
e presente na memória dos consumidores.
Trata-se de uma estratégia que visa produzir odores agradáveis, criando uma identidade olfativa ao ambiente.
Para a psicóloga e professora Susana
Gib Azevedo, o marketing olfativo vem se
utilizando de fragrâncias e ganhado espaço, assim como o tato e a visão já são
tradicionalmente explorados na conquista
dos clientes. Susana acredita que as tendências do mercado varejista estão se ampliando, pois os “cheirinhos agradáveis”
cada vez mais aparecem associados aos
produtos ou serviços. Os estímulos emocionais produzidos pelo marketing olfativo
“são todos os reconhecidos como favoráveis e representativos culturalmente”. Com
isso, criam-se símbolos através das fragrâncias atreladas às marcas. Os aromas se
relacionam ao sexo e à idade, pois cada
perfil tem sua preferência e identidade em
relação aos cheiros remetidos aos ambientes e produtos.
Susana destaca que atualmente há um
novo consumidor eclético, dono de um perfil
inovador, e para atingi-lo, estão sendo produzidos perfumes com cheiro de chuva,
asfalto e rosbife, por exemplo. As lojas ainda utilizam a mesma estratégia nos pontos
de venda, como oferecer amostra de perfumes nas perfumarias e incenso nas lojas
de produtos místicos. Susana afirma que
algumas empresas varejistas adotam esta
estratégia de marketing, como a rede Zaffari de supermercados e a loja Colcci. A
companhia Zaffari atrai seu cliente por meio
da sua padaria e de suas degustações,
portanto, liberando o aroma do produto
oferecido. A Colcci divulga seus novos
perfumes no próprio ambiente da loja. O
cheiro agradável propicia um clima de
acolhimento e faz o cliente sentir-se bemvindo, criando um vínculo com a empresa. Ou seja, os perfumes são relacionados
às experiências de cada pessoa, entretanto, cada fragrância pode provocar lembranças e reações distintas.
SAMIRA ANZANELLO
Junho de 2006
INTERNET
JULIANA FREITAS/HIPERTEXTO
Vistos por outro ângulo
Orkut e MSN como instrumentos de comunicação
Com o surgimento da internet, a comunicação muda
seus princípios básicos e atinge o mundo virtual rompendo barreiras de tempo e espaço. Como frutos desta evolução surgem os programas MSN e Orkut,
uma nova mania entre jovens e adultos.
Antes utilizados apenas por razões de diversão, bate-papo e azaração, hoje já são
considerados importantes formas de comunicação, agregando fatores como velocidade, apelação e seletividade. Surge então a possibilidade de serem vistos como
instrumentos de Relações Públicas, uma
atividade que visa estabelecer bons relacionamentos com os diversos públicos de
uma organização.
Criado em janeiro de 2004, o Orkut é
uma comunidade virtual afiliada ao Google com o objetivo de proporcionar novas
amizades e manter relacionamentos. Paralelamente a tal criação, surge o MSN Messenger, um programa de mensagens instantâneas criado pela Microsoft Corporation que permite a comunicação entre seus
usuários em tempo real. Algumas organizações vêm incorporando esses programas
para divulgação de seus serviços e para
manter
relações
com
seus
clientes. “Utilizamos MSN e o Orkut, pois
é um bom meio de divulgar a mensagem
que queremos, para todos os públicos, de
maneira muito rápida, barata e prática”,
argumenta Vinícius Mendes Lima, produtor de eventos. Além de possibilitar que as
empresas criem uma relação de afetividade com seus clientes, esse é um meio de
divulgação essencial quando se quer atingir determinado público jovem.
Porém, estes dois meios são muito recriminados por pessoas que desconhecem
seu potencial como instrumentos de Relações Públicas, e só os vêem como forma
de “lazer”. Grande parte das organizações
chega até mesmo a bloquear o acesso de
seus funcionários a esses sistemas. “A pessoa fica ‘desfocada’ de seu trabalho, não
sabendo equilibrar o momento adequado
para sua utilização no lazer e na profissão”, observa o administrador Luis Henrique Brum. Sem limites, MSN e Orkut tornam-se um vício que só têm a atrapalhar
a vida das pessoas, pois estas acabam esquecendo de viver o “mundo real”, afinal
nada substitui o contato físico.
Há quem diga que esses programas,
dentro das organizações, devem ser usados como complementação da comunicação, ou seja, como um instrumento de relações públicas. Apenas mais um em meio
a tantos outros indispensáveis para esta profissão. “O cliente evoluiu para cidadão e
espera um relacionamento mais amplo do
que aquele que costuma vigorar entre a
empresa que vende e as pessoas que compram, porque o contato não se esgota mais
com a transferência do produto”, cita Wilson da Costa Bueno em seu livro Comunicação Empresarial-Teoria e pesquisa.. É
preciso criar veículos e canais variados de
relacionamento com o cliente, pois assim
conquista-se a fidelidade do mesmo. Logo,
Orkut e MSN se utilizados de forma sensata e racional, podem ser meios facilitadores do relacionamento da organização com
seus respectivos públicos.
FERNANDA MARTINS
GABRIELA CHAMIS
KARINE RUCHINSQUE
RRPP Atualidades
7
Na crista da
quarta onda
Nunca o homem criou um instrumento
de comunicação tão rápido, tão ágil e tão
preciso como a rede mundial de computadores. A um leve clique, acessa-se o mundo inteiro. Freqüenta-se bibliotecas, museus. Lê-se livros e ouve-se músicas dos
mais variados estilos. Enfim, na internet
quase tudo é possível, mas engana-se
quem acha que esta ferramenta nasceu
perfeita. Se não fosse o envolvimento de
profissionais de comunicação, como relações públicas, entre outros, talvez esta
máquina de comunicação não tivesse atingido o sucesso atual.
O webdesigner Marcelo Oliveira, dono
do portal www.esporteonline.com.br, conta que realmente a inclusão de profissionais de RP foi crucial à construção de sites
mais interessantes, pois no início, como todos que atuavam na internet eram técnicos e programadores, as páginas da web
acabavam estáticas, frias e não cumpriam
o papel básico que era de comunicar. Esse
também é o pensamento do relações-públicas Cristiano Rosa, sócio da agência
digital Elo. Ele vai mais fundo e diz que a
internet se desenvolveu por meio de ondas
de inovação. A primeira era “estar na
web”. A segunda onda era “estar bonito
na web”. A terceira, “web com conteúdo”,
e a quarta, “tudo pelo usuário”.
A primeira onda teve início em 1995,
quando o uso comercial da internet brasileira foi liberado pelo governo. Nesta fase,
o importante era estar na web, não interessava de que maneira. A responsabilidade
de colocar a empresa online caiu sobre os
departamentos de tecnologia. Resultado:
sites bons tecnologicamente e ruins na comunicação.
Depois veio a vez do design. Cristiano
conta que viveu essa etapa intensamente
até por se achar responsável por alguns
sites de péssimo gosto que ele desenvolveu, apenas por desenvolver. No auge da
conexão discada, o objetivo era fazer algo
bonito e extremamente pesado. Não durou muito.
Surgiu então a etapa do conteúdo.
Contrariando a onda do design, o objetivo era colocar todo o conteúdo possível
em todos os espaços que o site oferecia.
Os sites se tornaram caóticos, com alto grau
de dificuldade para navegar e repleto de
informações desorganizadas que confundiam o visitante.
Por fim, a quarta onda, já com forte
influência dos comunicadores que se tornam gestores da ferramenta. “A maturidade chegou com sites fáceis de navegar, limpos, com informações bem organizadas e
fácil de gerenciar”,
destaca
Cristiano.
RODRIGO
GRINGS
8
Junho de 2006
COMPORTAMENTO
RRPP Atualidades
A revolução
digital em RP
Os três pilares da nova tendência contemporânea
A velocidade das mudanças tecnológicas vem sendo avassaladoras. Três das mais
importantes tecnologias do momento não
existiam há 20 anos: o telefone celular, a
internet e o CD. Hoje os avanços estão em
todos os lados, e através da tecnologia
proporcionam descobertas na ciência e
auxiliam no processo de comunicação via
redes e satélites. Nos últimos anos, diversas formas de comunicação têm se convertido da tecnologia analógica para a digital.
Souvenir Dornelles, professora atuante
na área de pesquisa, utiliza métodos e
produtos avançados, conhecendo bem o
meio da tecnologia e da comunicação para
poder estudar e conhecer sobre o que está
trabalhando. Para ela, a comunicação ficou facilitada com a chamada Quarta
Onda. “A todo momento surgem novos métodos e formas de se comunicar”, enfatiza.
”Na evolução dos celulares, o que menos
se faz é falar, pois existem neles mensagens, e-mails, foto-mensagem etc, pelo qual
é mais interessante escrever do que falar”,
afirma a coordenadora do curso de Relações Públicas da Famecos.
Com a explosão da evolução digital,
obteve-se a junção do texto, som e imagem. Hoje só com o aparelho pode-se ter
a escolha em acessar a internet, ver televisão, ouvir som, programar um despertador, e falar com o mundo inteiro, através
da função roming. Esta revolução abriu
portas para expansão da informação que
pode ser obtida por diferentes veículos e
cada vez mais rápida e gratuita.
O choque de transformações culturais
fez com que o cotidiano da sociedade seja
alterado, passando assim a viver de forma
diferente. A tecnologia vem operando grandes mudanças na política, arte, economia
e no relacionamento entre as pessoas.
O que mais impressiona, segundo Souvenir Dornelles, é a revolução na área da
saúde e a evolução na comunicação. Todas as áreas que já foram muito precárias,
hoje têm resultados muito mais rápidos. “O
desenvolvimento tecnológico na medicina
apresenta aparelhos que ajudam muito e
são velozes, eliminando as perdas de tempo nas análises e diagnósticos”. Na comunicação social, a diversidade de ferramentas obriga atualização constante e
aproveitamento eficaz dos meios.
Moda (roupas, sapatos, acessórios), imagem (o que vemos e o
que sentimos) e estilo
(personalidade e crenças) formam o conjunto
que a sociedade contemporânea almeja ter.
Criação do estilo depende da junção perfeita
entre moda e imagem,
porque esta transcreverá o que ela realmente
é em sua essência.
Por milhões de anos
os seres humanos têm se
comunicado através de
sua imagem. Muito antes da aproximação, do
primeiro contato, comunicamos nosso sexo,
idade, classe social através do que vestimos. É possível transmitir a mesmice e a banalidade da existência
informação ou falsa informação em rela- em originalidade, engraçada, interativa e
ção ao seu trabalho, origem, personalida- em constante metamorfose”, explica o esde, opiniões e ideologia.
tilista depois de 27 anos de experiência no
Embora toda a importância das rou- mercado da moda.
pas deve acompanhá-las uma certa atituA personalidade da pessoa constitui a
de diante da vida. Modas passam e ele- essência do seu ser, pois transparece suas
gâncias ficam, parecem intangíveis com o experiências durante a vida e o que aprenpassar do tempo, mas na definição da ima- deu com elas, resultando isso no seu modo
gem são absolutamende ser, de se portar e
te cruciais como: a
na maneira como irá
voz, o humor, a inteliencarar as situações.
gência , o caráter, a
A forma como ele se
“Uma peça de roupa
maneira de se portar,
comporta faz toda a
de vestir, e principaldiferença diante da
não constitui o estilo,
mente, a atitude.
sociedade, pois agirá
é apenas um
Como conceito de atide acordo com suas
tude e valorização pescrenças, seguirá uma
artefato”
soal, aparecem o decarreira onde possa
sejo e a capacidade de
expressar todo o seu
fazer o máximo do que
potencial, formará
você tem e do que você é.
uma família, terá um determinado círculo
Flávio Ramos, proprietário de uma loja de amizades e se vestirá de acordo com o
com o mesmo nome, próxima ao Shop- que lhe convém, da forma que se sentir
ping Total, diz que “fazer parte da moda mais a vontade, ou seja terá o seu estilo, a
com uma peça, seja ela uma calça de je- sua cara.
ans ou uma camisa pólo, por exemplo, tenNa realidade ter estilo é ter personalido ela um corte moderno, clássico, chi- dade, ter um jeito próprio e único de ser,
que, cool, esportivo ou punk de um “mo- pensar, andar, falar, propagar suas idéias
vimento” da moda pode parecer fácil, mas e conduzir sua vida. A partir disso a roupa
não é. “Uma peça de roupa não constitui exposta pela moda do momento, a imao estilo, é apenas um artefato que junto gem que apenas demonstra o que a pescom a personalidade, casado com a moda soa é, e sente, formam todo um conjunto
e transmitindo a imagem que a pessoa tem, que passa a ser um complemento de sua
vão formar o estilo, a identidade que ela maneira de viver.
tem”. Para ele, o estilo será a expressão do
AMÁLIA MENEGHETTI, ANDRÉIA
ROXO, LETÍCIA ROTA E OTÁVIO
seu caráter, a sua atitude para transformar
BÁRBARA MACHADO, CAMILA
STECKLOW, DÉBORA GALTIERI E
GIORDANO CASTRO
Moda, imagem e estilo
PORCHER
Junho de 2006
MERCADO
RRPP Atualidades
9
Comunicação das academias
ainda tem de malhar muito
No espaço da vaidade e saúde, a publicidade é o principal foco
PATRÍCIA RABELLO
“Saúde é o que interessa, o resto não
tem pressa!” – quem não lembra dessa
expressão de um programa humorístico dos
anos 90? Assim ocorreu, nessa década, a
mudança da mentalidade do fisiculturismo
para a consciência de uma vida saudável.
E na esteira dessa nova filosofia, veio a
necessidade de estabelecer um novo plano de comunicação nas academias de ginástica.
Em Porto Alegre, Serginho e Ricardo,
ambos proprietários de duas grandes academias de distintos bairros, comentam sobre o caminho que a comunicação tomou
nesses dez anos de “malhação”: “Hoje as
pessoas não acham que todas as academias são iguais, porque vêem que algumas prestam serviços diferenciados”. E foi
pensando nisso que perceberam a importância do atendimento aos seus clientes.
Foram rápidos na implementação de procedimentos e tecnologias para melhor relacionar-se com seus públicos. Os dois empreendedores, então, resolveram buscar em
Assessorias de Comunicação a ajuda necessária.
Ricardo Paranhos investe na imagem
da “academia que mais trabalha em Porto
Alegre” e abre sua escola também aos
domingos e feriados, fechando somente nos
dias santificados. O site da academia está
sendo elaborado e por enquanto disponibiliza um e-mail para eventuais contatos.
Já Sérgio Marques, tem sua imagem foca-
apresentou mais uma inovação – as organizações
modernas diminuem seus
níveis hierárquicos. As duas
academias proporcionam
eventos de integração entre seus alunos, como o
“Dia do Desafio”, “Gincana Inter-Academias” e
campeonatos de futebol,
além de trabalhar com comunicação interna quando realizam reuniões mensais entre seus funcionários.
Os dois empreendedores, muito mais por intuição, apostaram na publicidade para adaptar seus
negócios à onda do mercado, mas ainda não vêem
necessidade em realizar
pesquisa e planejamento
em Comunicação. O espaço para um profissional
de Relações Públicas continua aberto nas duas academias, o que poderia
oportunizar a entrada de
A integração entre professor e aluno nas academias
atividades ligadas à resda no atendimento e diz “portas fechadas ponsabilidade social que ainda não são
não existem aqui”. Optou por um site bas- realizadas.
tante estimulante e mantém contato direto
CRISTIANE SEEWALD, MARIANA
com os clientes de sua academia. Com isso,
MÂNICA E PATRÍCIA RABELLO
A versatilidade do comunicador social
As faculdades de Comunicação Social
formam anualmente milhares de profissionais em habilitações já definidas para as
áreas de maior demanda no mercado, mas
existem novas segmentações de carreiras e
possibilidades de emprego. As habilitações
mais tradicionais – Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas, entre outras – surgiram ao longo dos anos
para suprir as necessidades da comunicação.
Muitas vezes as competências profissionais confundem-se e a vocação fala mais
alto. Surgem, como conseqüência, profissionais versáteis, pois as disciplinas básicas e o conhecimento adquirido na faculdade podem ser absorvidos e aplicados nas
diversas áreas da comunicação social, e
não somente na habilitação escolhida. São
essas pessoas que não exercem exatamente a carreira que aprenderam na universidade.
Formado em Relações Públicas em
1979, Reinaldo dos Santos Lopes obteve
no início da faculdade conhecimentos de
Publicidade em nível básico, permitindo
uma visão geral de propaganda, sem aprofundar o conhecimento técnico da rotina
publicitária. Nada que a prática diária com
o convívio das operações não resolvesse,
levando Reinaldo Lopes a se tornar diretor
da Escala Comunicação e Marketing, uma
das maiores agências do Brasil.
Há outros casos de profissionais de relações públicas trabalhando tranqüilamente
como jornalistas, atuando em assessorias
de imprensa – uma área afim – ou até
mesmo nas redações de publicações diversas; jornalistas como gestores de marca, contatos ou redatores de agência de
publicidade; publicitários organizando
eventos, redigindo releases, trabalhando em
produção cultural.
As funções de atendimento e planejamento de agências de comunicação, por
exemplo, já contam com alguns profissionais de relações públicas. As vantagens da
troca são justificadas pelo conhecimento
do profissional de RRPP nos campos mercadológico e estratégico. O curso ainda
desenvolve o relacionamento e gerenciamento de pessoas, marcas e empresas, permitindo adaptação a diversas situações.
MÁRCIA BRIONES
10
Junho de 2006
AFIRMAÇÃO
RRPP Atualidades
Superando preconceitos
Relações Públicas enfrentam dificuldade de reconhecimento dentro do mercado
ANA PAULA COSTA
Vinte e seis de setembro de 1968. Esta
é data da legislação federal para a regulamentação da disciplina de Relações Públicas. A profissão está regulamenta praticamente há quatro décadas, e segundo importantes autores e profissionais da área,
ainda não se têm o reconhecimento merecido. Os mesmos relatam que parte da
população não percebe as legítimas funções da atividade, outra parte acredita que
este é o profissional responsável pela organização de festinhas e pequenos eventos, e infelizmente, apenas uma parcela
muito pequena entende por completo a
atuação do profissional de Relações Públicas no mercado de trabalho.
Podem ser apresentados alguns motivos para o preconceito sobre a atividade.
O erro tem princípio nos estudantes de
Relações Públicas, “mesmo antes da graduação vemos inúmeros exemplos de alunos sem consciência e sem planejamento
de uma carreira”, como relata Glafira
Bartz, mestre em Comunicação/Relações
Públicas e professora na Famecos.
O erro segue no próprio profissional de
Relações Públicas; se quem exerce a atividade não exigir respeito e assumir posturas adequadas frente ao mercado, não terá
seu devido reconhecimento. Glafira argumenta também que a responsabilidade é
do próprio profissional e que se isto acontece é porque não nos colocamos adequadamente no mercado de trabalho.
Na parte final, o preconceito está no
próprio mercado. “O preconceito é gerado pelo mercado de trabalho. Mesmo que
com grande melhora, o profissional de Re-
Glafira Bartz destaca a
importância do profissional
no mercado. Margarida
Kunsch (ao lado) argumenta
que comunicação não é um
fim, mas um meio
lações Públicas, na maioria dos casos, ainda não é visto como parte essencial de uma
organização”, afirma Fernanda Martins,
aluna do 3º semestre do curso na Famecos. Os estudantes, de forma geral, acreditam que o mercado enxergue o profissional de maneira reducionista. O profissional, para eles, ainda não conquistou espaço, reconhecimento e valor.
Segundo Margarida Kunsch em seu livro “Obtendo resultados com Relações
Públicas”, cabe aos profissionais de Relações Públicas, mostrarem aos estudantes,
aos outros profissionais da área e ao mercado de trabalho, que a atividade não se
resume em organização de eventos. Assim
como Kunsch, Bartz opina que “para or-
Rede de relacionamentos ajuda
na conquista de um emprego
Existe uma dúvida que paira na cabeça de todo aluno que freqüenta a universidade: como conseguir um estágio? O caminho mais conhecido para obter uma
vaga é deixar currículo nas agências de
estágio. Porém, a remuneração nem sempre corresponde às expectativas e muitos
esperam longo período para serem chamados para a entrevista. Quando isso
acontece, o risco de perder a vaga é grande: nem sempre o acadêmico possui os requisitos que a instituição exige.
Muitas vagas nem chegam ao conhecimento do público. Boa parte das empresas preferem contratar pessoas que possuam alguém conhecido na organização, ou
DIVULGAÇÃO
seja, existe preferência por candidatos indicados.
A rede de relacionamentos, descrita no
livro Relações Públicas: função política, do
professor Roberto Porto Simões, da PUCRS,
mostra-se essencial para o desenvolvimento
profissional do acadêmico. A aluna de Jornalismo Danielle Fernandes, da Famecos,
é um destes casos. Contratada por Fátima
Torri, responsável pelo RH da Tatto Comunicação, ela conquistou o estágio através
de uma amiga, que a informou da vaga
na assessoria de imprensa. “Rede de relacionamentos é importante, mas precisa
correr atrás. A vaga não cai do céu”, diz.
CHARLES SCHUMACHER
ganizarmos festinhas não precisamos ter
uma graduação. Mas, para a organização de eventos é necessário planejamento, visão estratégica, avaliação, etc.”.
Kunsch acredita que Relações Públicas
vai além. Para a autora, é necessário bombardear o estereótipo e preconceito desta
atividade. Deve-se apresentar a percepção
destes profissionais. É preciso uma visão
ampla e uma plena consciência de que o
profissional fala mais de uma língua, tem
sólida cultura geral, está permanentemente em busca de novos desafios, possui uma
visão abrangente do processo, está envolvido em programas de qualidade, de atividades comunitárias, proteção ambiental...
Além disso, Kunsch e Bartz acreditam
que o profissional da área tem a consciência do fundamental: percebe que a comunicação não é um fim, e sim um meio. Meio
de facilitar que os objetivos pré-definidos
pela organização na qual está prestando
seus serviços sejam atingidos, gerando boas
perspectivas, bons resultados, garantindo
uma postura ética, solidária e permitindo
assim um bom relacionamento entre a entidade e todos os seus públicos.
O anseio dos profissionais é que todas
estas atividades sejam vistas e respeitadas
no mercado. É de suma importância que
se perceba que as atividades exercidas por
relações-públicas não são simples, superficiais muito menos reducionistas. Se isto
for percebido e entendido, Kunsch acredita que desta forma o profissional terá a
garantia de um trabalho reconhecido, com
eficácia e bons resultados.
ANA PAULA COSTA E JULIANA BROSS
Junho de 2006
IMAGEM
RRPP Atualidades 11
Cinema nacional:
Brasil mostra a cara
Profissionais do mercado cinematográfico
discutem a imagem do país lá fora
DIVULGAÇÃO
O cinema tem como
um de seus objetivos retratar realidades ou pontos de vista de determinadas situações para a sociedade. Muitas vezes, a
produção nacional é centrada no conceito “violência-miséria”. Até que ponto esta postura influencia
na construção da imagem
do nosso país além das
nossas fronteiras?
Essa história teve um
início. “O Cinema brasileiro entrou no mapa
mundial na década de
60/70, através do período conhecido como ‘Cinema Novo’. Nessa época, os filmes produzidos
aqui fizeram sucesso ba- Cidade de Deus: qualidade técnica, trama interessante
seados na temática da mi- e realidade brasileira conquistam o mundo
séria e isso deu origem à estética da fome. ser arte em si. Quando o cineasta faz um
Até hoje essa imagem é associada ao Bra- filme ele pensa na obra de arte, ou ao
sil e mudá-la é um processo lento que en- menos deveria. Levar a imagem é uma
frenta dificuldades”, ensina o professor, conseqüência.” Aqueles que o criam pensando em fazer propaganda, inclusive de
diretor e roteirista Carlos Gerbase.
O que mudou de lá pra cá? Segundo um país, fogem da proposta inicial. “Cio professor, os temas se diversificaram, o nema não é cartão postal.”
Sobre o mesmo assunto, a professora e
universo mostrado é mais abrangente, mas
o que faz sucesso ainda são os filmes cen- organizadora de festivais Cristiane Freitas
trados nessa estética. Um exemplo recente completa: “o cinema não forma uma opié “Cidade de Deus”, que foi reconhecido nião padronizada exatamente por ser uma
no exterior e segue essa abordagem, po- estrutura complexa entre a arte e a indúsrém conta com qualidade técnica muito tria (...) o cinema é muito mais do que um
superior. Produções com outras temáticas formador de opinião”.
Por outro lado, Barone ressalta que
têm dificuldades de entrar nos festivais, re“culturalmente, a divulgação do Brasil no
conhece Gerbase.
Posição semelhante é defendida pelo exterior através do cinema possui um salprofessor e também diretor João Guilher- do muito positivo”, e exemplifica: “se você
me Barone. Para ele, a produção brasilei- fosse fazer uma campanha de Relações
ra voltou-se para o ambiente urbano, mas Públicas ou de Publicidade para divulgar
não deixou de representar a relação vio- o Brasil, inserindo custos de mídia , você
lência-miséria: “Por ser o Brasil um país gastaria fábulas de dinheiro e levaria muimuito grande, de vários contrastes, cabe to tempo para construir uma imagem”.
Independente da imagem que está senao cinema representar o que nele é mais
do divulgada, Gerbase adverte: “a divercaracterístico”.
Já para o professor e especialista em sidade é fundamental. O que está sendo
produção cinematográfica Roberto Tietz- mostrado é importante. Tem que ser abranman, o cinema tem a responsabilidade de gente — Não adianta esquecer as partes.
levantar questões pertinentes gerando re- O Brasil é composto por vários estados que
flexão, o que o transforma em um canal vivem realidades diferentes. É preciso romper a influência do eixo Rio-São Paulo.”
formador de opinião.
Em contraponto, Gerbase pensa que
ELISA CASAGRANDE, FERNANDA LEITE,
“o cinema é arte e arte tem o objetivo de
FLAVIA CAPALBO E JULIA FROEDER
Ouvidoria está
cada vez mais
presente nas
organizações
Cada vez mais as empresas adotam
estratégias de relacionamento com o cliente. Uma que está sendo muito desenvolvida é a ouvidoria, que proporciona um
maior relacionamento entre empresa e público e, conseqüentemente, atende desejos
e necessidades de ambas as partes. Essa
aproximação serve como um meio para se
chegar a alguma informação necessária.
Muitas empresas estão optando pela
implantação de uma ouvidoria, por meio
da qual o cliente tem a liberdade para perguntar o que quiser ou encaminhar sua
dúvida. Esse serviço pode ser realizado por
e-mail, telefone ou pessoalmente.
Para a relações-públicas Mônica Bonsembiante Campana, formada pela PUCRS,
local onde atua há quatro anos, essa função é indispensável por ser um canal para
ouvir o público. Na Ouvidoria da PUC,
implantada em 1998, ela trabalha muito
com a informação em casos de dúvidas,
reclamações, elogios e sugestões.
A ouvidoria é conhecida também por
ser um meio rápido de informação, pois,
dependendo do problema, o retorno vem
de imediato. A demanda de questões enviadas à PUCRS é muito grande. São questionamentos provenientes de diversas áreas e de pessoas que circulam no campus,
tanto alunos, como funcionários, professores, público externo que vêm usufruir a
universidade fazendo cursos oferecidos pela
Pró-Reitoria de Extensão ou também pessoas que vêm realizar consultas médicas e
odontológicas.
A Ouvidoria da PUCRS não resolve as
questões sozinhas, ela conta com representantes em cada Unidade Acadêmica,
aproximando o aluno da universidade.
Mônica acredita no crescimento do serviço de ouvidoria no Brasil. “As empresas
estão cada vez mais preocupadas com o
relacionamento saudável com seus públicos, por isso é importante tê-los como aliados que sugiram e tirem suas dúvidas. A
partir destas informações, os planejamentos estratégicos são mais fiéis a estes”, observa.
Esta função torna-se indispensável para
a empresa que trata seu cliente com um
atendimento diferenciado, podendo assim
reavaliar os procedimentos já existentes.
MARINA LIMA
Saiba mais
Informações no site Portal do Ouvidor:
www.portalouvidoria.com.br
12
MEMÓRIAS
Junho de 2006
RRPP Atualidades
Relações Públicas
Lembranças de
FOTOS ARQUIVO PESSOAL PROFESSORA CLEUSA SCROFERNEKER
A habilitação de Relações Públicas da
PUCRS completará 40 anos em 2007. Para
que as lembranças deste tempo não se
percam, o RRPP Atualidades resgatou algumas memórias de alguém que fez e faz
parte desta história. A professora Cleusa
Maria Andrade Scroferneker ingressou na
Universidade em 1970, concluindo os cursos de Comunicação Social (habilitação
polivalente) na Famecos e Geografia na
UFRGS, ambos em 73. Ex-vice-diretora da
faculdade, leciona na Graduação e Pós.
A jornada de Cleusa começou com as
provas de vestibular, que eram dissertativas. Enfatizou: “Já na época o curso da
PUCRS era o melhor, sempre imaginei estudar aqui, mas, com medo de não passar, fiz vestibular na UFRGS para Geografia e na PUCRS para Comunicação. Passei
nos dois, e meus pais optaram por se mudar para Porto Alegre, para que pudesse
fazer os dois cursos.”
Formandos e homenageados da turma de 1973 de Comunicação Social da Famecos
Curso da PUCRS completa 40 anos com nova gestão
EQUIPE
A primeira habilitação de Relações Públicas no Brasil foi a da USP, em 1966, e a
da Famecos veio logo em seguida, relembrou Cláudia Moura coordenadora do
Departamento de Ciências da Comunicação. Em março de 2007, o curso completará 40 anos na PUCRS. As ações para a
comemoração desta data estão sendo planejadas pela professora e atual coordenadora do departamento, Souvenir Dornelles, em parceria com os laboratórios e professores da faculdade. Entre os projetos
estão o selo dos 40 anos e um livro didático, ambos a serem lançados no segundo
semestre deste ano.
Para dar início a celebração, no dia 31
de maio foi realizado um evento que reuniu os coordenadores dos cursos do Rio
Grande do Sul, para serem discutidas as
questões referentes ao futuro da profissão.
“É hora da Famecos ser condutora de um
processo de avaliação da área, pela maturidade que ela tem”, comentou Souvenir.
Ressaltou que pretende realizar este encontro anualmente.
Souvenir está organizando com a professora Lea Denise Senger Jacobus, coordenadora do LARP, o livro comemorativo
produzido pelos docentes de Relações Públicas, com lançamento previsto para o final deste ano e poderá começar uma li-
nha editorial. A coordenadora se sente
abençoada por ter sido convidada para a
coordenação justo quando este atinge a
maturidade.
Nesta gestão, ela pretende dar continuidade ao trabalho de seus antecessores,
reavaliar a atividade e, ainda, tem ambição de dar mais visibilidade às Relações
Públicas. Para Souvenir, com o tempo as
fronteiras entre as áreas da comunicação
foram ficando tênues e RRPP, por ser a mais
abrangente, acabou perdendo sua identidade. “Tá na hora de discutir a profissão,
e ela tem que começar na academia, esse
é o papel da universidade, mas estamos
deixando o mercado fazer esse debate.
Depois de bem posicionado, é o momento
de ir para o mercado fixar nossa identidade.”
A habilitação de relações públicas da
Famecos tem ficado entre quatro e cinco
estrelas, na classificação feita pelo Guia
do Estudante da editora Abril, nos últimos
dois anos. A profissão foi a primeira da
comunicação social a ter suas atividades
regulamentadas, “Relações Públicas é regida pela Lei nº 5.377 de 11 de dezembro
de 1967, que define suas atividades específicas”, de acordo com Cláudia Moura,
no livro O curso de Comunicação Social
no Brasil.
Souvenir Dornelles define metas
“Chegamos aos 40 anos com maturidade e qualidade e daqui para frente a
Famecos tem que ser, além da questionadora, a condutora desse processo de questionamento, senão a inovadora em algumas iniciativas”, defendeu Souvenir.
CECÍLIA AZEVEDO
LUCIANA GOULART
SILVANA OLIVEIRA
O RRPP Atualidades cumprimenta e deseja sucesso nessa nova
gestão à coordenadora Souvenir
Dornelles.
MEMÓRIAS
Junho de 2006
RRPP Atualidades 13
atinge a maturidade
uma Rainha
Na Famecos, a festa dos bixos era muito
valorizada, todos os alunos compareciam.
As brincadeiras eram diferentes das atuais,
a de 70 foi no Zoológico de Sapucaia, os
calouros tinham os rostos pintados e eram
presos em jaulas, depois havia um desfile,
cuja concentração era em frente ao Correio do Povo, na rua Caldas Júnior.
Outra tradição era o concurso da Garota Universitária (GU), quando as faculdades escolhiam uma representante para
a final estadual. Em 1971, Cleusa foi eleita a Rainha da Famecos, sendo classificada e escolhida como Miss Simpatia e Garota U, só não foi coroada pelo último, pois
os jurados não acharam justo uma garota
receber as duas premiações da final.
A estrutura da PUCRS também sofreu
transformações. A Comunicação não tinha
prédio, os alunos do curso transitavam pelo
campus. O prédio base era o 5, a Administração cedia um andar, e algumas aulas aconteciam, também no atual prédio
oito. As aulas de televisão eram no pavilhão da Mecânica, em frente à gráfica. “Íamos para um estúdio que tinha uma mesa
de corte, apenas uma câmera e sentávamos em uma arquibancada de madeira.
Nossas aulas, com a professora Vera Ferreira, eram entre tornos e máquinas.”
Um outro dado que a professora lembrou era que a Ipiranga acabava na PUCRS, “depois era puro areião”. Outro as-
pecto interessante é que os carros e os ônibus entravam no campus. O prefeito da
PUCRS, Irmão Modesto, criou vários quebra-molas porque, segundo ele, os motoristas andavam muito rápido. “Vocês conseguem imaginar os motoristas dirigindo
rápido no campus?” Indagou Cleusa. Uma
das paradas do Ipiranga/PUC, que entrava no campus pelo pórtico em frente à Reitoria, era atrás do prédio 5, havia outra
em frente ao 8 apelidada pelos alunos de
“esquina Fria”, porque na época não tinha os prédios e o vento encanava. Também tinha estacionamentos em frente ao
prédio da Odonto e onde hoje é a capela
universitária.
O país estava passando por uma situação política conturbada e, na década de
70, as Relações Públicas tinham uma “visão distorcida”. Os demais cursos, especialmente o Jornalismo, enxergavam o relações-públicas como “vendido”, em função
da ditadura militar que usava e abusava
desta ferramenta para manipular as opiniões. “Essa foi uma fase muito danosa para
a área”, admite. Cleusa relembra que os
cursos em que a militância era mais intensa eram o de Filosofia e o de História. “Na
Famecos isso não era tão significativo”,
observa.
Contrariando sua pretensão inicial de
ser jornalista, começou a atuar como relações-públicas em decorrência de um con-
Rebeldia nos anos de chumbo
vite para trabalhar em uma fundação do
Estado. Ela auxiliava o presidente da empresa, uma vez que era essa a visão que
se tinha da profissão. Em pouco tempo
conquistou espaço e implantou um projeto
de comunicação interna, sendo que o professor José Fernando Silveira foi seu estagiário.
Nesses 40 anos de curso, o RRPP Atualidades resgatou um pedacinho das lembranças de uma ex-aluna, que junto com
a de tantos outros estudantes formam a
identidade da Famecos. “É importante fazer esse resgate para darmos valor ao que
temos e ao que foi conquistado ao longo
de todo esse tempo. Eu me sinto muito grata por estar vivendo isso”, declarou empolgada.
CECÍLIA AZEVEDO, LUCIANA GOULART
E SILVANA OLIVEIRA
FOTOS ARQUIVO PESSOAL PROFESSORA CLEUSA SCROFERNEKER
Carros estacionavam na frente do 7
Cleusa na noite de sua formatura
Professor Lima em aula de Cinema
Os formandos da Famecos de 1973
Professoras Lea e Cleusa na década de 70
14
Junho de 2006
POLÍTICA
RRPP Atualidades
FOTOS DIVULGAÇÃO
PESQUISAS ELEITORAIS
Tendências
em um cenário
de incertezas
Em ano eleitoral, a cena se repete. Os
candidatos oscilam nas pesquisas e os eleitores ficam cada vez mais confusos. A cada
semana, um novo escândalo ou renovadas promessas, e as intenções de voto se
alteram. A maioria dos institutos usa metodologias semelhantes para chegarem a resultados similares.
Candidatos utilizam as pesquisas como
argumento a seu favor ou contra os adversários, de acordo com a sua conveniência
momentânea. Por vezes criticam as pesquisas, para logo adiante usá-las como um
forte indicativo de vitória.
Credibilidade
Diante deste quadro de instabilidade
política até que ponto as pesquisas servem
como base sólida? Para José Luiz Monteiro Fuscaldo, diretor da Pública Comunicação, agência especializada em marketing institucional, e que já participou de
diversas campanhas eleitorais no Rio Grande do Sul, elas ainda são fontes confiáveis, e ressalva: “Depende da credibilidade e seriedade das empresas pesquisadoras”, importantes ferramentas de informação para o eleitorado.
Apesar das críticas, Fuscaldo acredita
que é quase impossível hoje fraudar uma
pesquisa, uma vez que “existe um certo rigor e controle da justiça eleitoral”, afirma.
“Por outro lado, muitos candidatos contribuem para que o ambiente político e eleitoral fique cada vez mais degradado. E isto
não é diferente no que se refere às pesquisas. Alguns para justificar um mau desempenho jogam pra cima das pesquisas a
responsabilidade deste resultado”, complementa.
Influência
Com o excesso de informações e as freqüentes pesquisas, o eleitorado se vê frente a uma enxurrada de números. A cada
nova pesquisa é feito um balanço do desempenho do candidato ao longo do período anterior. Especialistas acreditam que
este quadro pode ter algum reflexo na escolha do eleitorado. Para Fuscaldo, no
entanto, esta influência é muito relativa. Ele
acredita que “as pesquisas podem influen-
sim”, analisa.
Interpretação
Em meio a tantos dados e
opiniões diversas, o eleitor comum sente-se obrigado a interpretar as pesquisas e fazer
uma análise política, para a
qual nem sempre tem todos os
instrumentos necessários. Para
Souvenir, uma das formas de
encarar as pesquisas é prestar
atenção em quem a fez e nas
informações técnicas que aparecem junto a pesquisas eleitorais. “O eleitor deve encarar
como informação, como retrato do momento, mas que pode
mudar”, ensina.
Critérios, abordagens e cenários distintos também devem
ser levados em consideração,
até porque, muitas vezes, os resultados são bastante variáveis
de um instituto para outro. De
acordo com a professora Souvenir, é preciso analisar o contexto sócio-histórico de cada
Fuscaldo, diretor da Pública Comunicação
lugar. “Mas se por ventura
ciar na decisão do voto, mas como mais ocorrer uma diferença grande no mesmo
um objeto para compreensão do cenário cenário, daí alguém deve estar errado”,
eleitoral”, porque “a pesquisa pode ter al- afirma.
guma influência num determinado percenNovo cenário
tual de eleitores. Mas acho que num núUma nova lei eleitoral já aprovada pelo
mero muito baixo. Nos demais é apenas
argumento de avaliação e informação para Congresso e sancionada pelo presidente
o debate que se estabelece entre os eleito- Luis Inácio Lula da Silva prevê, entre outras coisas, o fim da campanha e de pesres”.
José Fuscaldo acredita que as pesqui- quisas eleitorais 15 dias antes do pleito.
sas “apenas refletem uma tendência elei- No entanto, essa lei está sendo estudada
toral”. Mas complementa que quem atua pelo TSE para verificar se entra em vigor
em uma campanha precisa se basear nes- nas próximas eleições. Souvenir prevê um
tes dados. “Campanha sem pesquisa é novo cenário para o próximo pleito. Secomo navegar sem instrumentos”, senten- gundo a professora, “as pessoas possivelmente vão refletir mais sobre seus votos,
cia.
Já para a profª. drª. Souvenir G. Dor- pesando mais a história dos candidatos e
nelles, coordenadora do curso de Relações sua trajetória pessoal, profissional e polítiPúblicas da Famecos, as pesquisas têm um ca”. Por isso ela acredita que “as pesquipeso maior. “Principalmente se a parcela sas serão de grande importância para a
de indecisos for grande”, afirma. “O can- orientação de candidatos e partidos”. E
didato pode ter muitos eleitores, mas ter afirma: “O Brasil vem amadurecendo”.
uma rejeição grande também, e as pesFABIANO SCHIRMER LOPES E
quisas podem mudar intenção de votos
LETÍCIA RODRIGUES OLIVEIRA
Junho de 2006
DOUTRINA
RRPP Atualidades 15
O desafio da liderança
Professor da Famecos alerta: “Nem sempre o chefe é o líder”
No campo das Relações Públicas, os
profissionais dependem dos líderes das
organizações para realizar seus projetos.
Porém, as organizações pouco valorizam
seus líderes. Segundo o professor Roberto José Porto Simões, formado em psicologia com mestrado em psicologia organizacional e doutorado em educação, a
teoria do Grande Homem (que os líderes
nascem feitos) está superada. “As pessoas podem se aperfeiçoar através de uma
série de técnicas, obtendo com o tempo
a consciência de liderança”, enfatiza.
O líder precisa ter consciência do seu
papel dentro da organização, ter boa argumentação e dicção, ser influente e carismático, tendo a capacidade de convencer as pessoas a fazerem o que lhes é
pedido por vontade própria. No entanto,
não existe um gabarito com as caracte-
rísticas necessárias para exercer
a liderança, porque “a liderança
é para uma determinada situação histórica,
cada situação
exige diferentes
habilidades”, explica o professor.
Há diversos tipos de situações de liderança: democrático – o grupo pode tomar as próprias decisões; laissez faire –
mínimo esforço para executar o trabalho
necessário para manter a participação na
organização; autocrática – atenção primordial voltada à produção organizada
para a interferência mínima das pessoas.
“É possível ter os três estilos durante o dia,
dependendo da situação e a decisão a ser
tomada”, adverte Simões.
Para quem pensa que um líder sempre ocupa alto cargo em uma organização está enganado. De acordo com Simões, há em muitas organizações a figura da “eminência parda”, onde determinado membro da organização está em
um posto subordinado, exercendo a liderança. Isso ocorre em qualquer tipo de
organização.
As organizações que não dão importância aos seus líderes estão condenadas
ao caos, porque se sustentam na base do
poder e não geram oportunidades aos talentos ou ao surgimento de novos líderes,
critica o mestre. Para quem desejar saber
mais sobre o tema, Simões indica o livro
“A Meta”, de Eliyahu M. Goldratt.
ANA LUÍSA SCHMITT, ANDRÉ KATZAP
E JOSIAS GIESEL
CRISTIANE SEEWALD
Um olhar sobre
Simões
Calouros realizam evento em homenagem à vida e à obra do professor Roberto Porto Simões, da Famecos
Em 25 de maio aconteceu, no auditório da Famecos, o evento Um Olhar Sobre
Simões. Produzido por alunos do primeiro
semestre de Relações Públicas, a promoção incluiu apresentações multimídia sobre a vida de Roberto Porto Simões, a exposição e o debate de sua teoria, depoimentos de amigos e colegas. Encerrou-se
com uma emocionante surpresa.
Sob o comando da professora mestra
Lana D’Avila Campanella, os jovens tiveram a oportunidade de, logo ao ingressar
na universidade, unir teoria e prática nesse acontecimento que contou com a participação do coordenador da Habilitação
em Relações Públicas da Ulbra, Gustavo
Becker, e da professora doutora da Famecos, Ana Steffen.
“Durante as aulas de Teorias, os graduandos se encantaram com a obra do
autor, embora outros teóricos tenham sido
abordados”, diz Campanella. A partir dessa percepção, a professora decidiu inovar
e encarregá-los de organizar um evento
dessa natureza, mesmo sem experiência
nenhuma. Surpresa com o desempenho da
turma de 45 alunos, a mestra elogiou a
criatividade e o interesse demonstrado pelos estudantes durante as etapas de planejamento e produção do evento.
Becker acredita que o valor da atividade deste porte está no envolvimento do alu-
no com o curso. Para Jonatan Escobar, estudante do oitavo semestre de RRPP, mas
cursa esta disciplina do primeiro nível, a
experiência é boa, o grupo teve muita iniciativa na realização do trabalho. “Parece
que eles já sabiam o que é Relações Públicas”, enfatizou.
Os alunos finalizaram o evento com
uma música composta em homenagem a
Simões, que agradeceu, ressaltando: “abstraindo-se a pessoa, este é um evento que
deve ser repetido como um elemento promocional da atividade”.
ELISA ALGAYER CASAGRANDE,
FERNANDA CARVALHO LEITE E JULIA
FROEDER
16
Junho de 2006
E S T R AT É G I A S
RRPP Atualidades
DIVULGAÇÃO
Parque Germânia tem lago, quadras esportivas e playground
Uma nova proposta de
moradia em Porto Alegre
Porto Alegre completou 234 anos e
ganhou um novo conceito de vida para
sua população. O Parque Germânia, o
único cercado da cidade, foi o primeiro
passo como inovação da construtora Goldsztein. No dia 19 de abril, uma festa para
mais de 1500 convidados marcou a inauguração do Espaço Jardim Europa, o maior estande imobiliário já montado no sul
do Brasil e que vai ancorar os lançamentos dos primeiros empreendimentos do novo
bairro que está sendo erguido pela Goldsztein, ao lado do Shopping Iguatemi.
No dia 26 de março, a cidade de Porto
Alegre completou 234 anos de existência.
Para homenageá-la, uma das principais
incorporadoras do país, a Goldsztein, presenteou a capital gaúcha com o Parque
Germânia. A cerimônia oficial de entrega
aconteceu no local, às 10h30min, e contou com a presença do prefeito José Fogaça e diversas autoridades. Os porto-alegrenses ganharam um diferencial em lazer
no espaço de 150 mil metros quadrados,
sendo 40% dele de preservação permanente.
A Goldsztein firmou uma parceria com
uma das maiores empresas administradoras de condomínio do país para oferecer o
que há de melhor e mais inovador um serviços de gestão condominial, empresa
Itambé. Uma nova proposta de moradia –
um bairro planejado com infra-estrutura
inovadora, apartamentos de 3 e 4 dormitórios, bairro concluído nos próximos 7
anos.
Segundo Dan Berger, gerente de marketing da empresa, o empreendimento
destina-se a classe A e B, com alto poder
aquisitivo. O trabalho de divulgação está
sendo realizado na imprensa ( página informativa em jornal divulgando o bairro a
ser lançando, vídeos na tv com propaganda do novo bairro a ser lançado, folder,
folhetos, mala-direta). Foram feitas pesquisas – qualitativa e quantitativa. A idéia de
construção do parque foi para valorizar a
área e uma oportunidade de morar numa
das maiores áreas verdes da capital, pois
Porto Alegre sofre uma escassez de área
verde na Zona Norte. O projeto do estande é assinado pelo Gad Design, que também é responsável por toda a programação visual do inovador bairro. O espaço
de linhas modernas e arrojadas é composto por quatro tipos de apartamentos decorados de alto padrão, além de uma grande maquete do Jardim Europa e um enorme jardim com cascatas, que reproduzirá
a área de lazer do primeiro empreendimento
a ser lançado, em abril deste ano.
Conforme o gerente de marketing da
empresa, o Cipriani Nuova Architettura, o
primeiro empreendimento do jardim Europa a ser comercializado, está 100% vendido. As vendas aconteceram em apenas 15
dias, ainda na fase de pré-lançamento. Esse
fato demonstra que o trabalho das relações públicas neste empreendimento foi
excelente, pois as metas atingidas foram
superiores às expectativas.
Muito mais do que oferecer construções
de qualidade, a Goldsztein procura envolver e surpreender seus clientes desde o lançamento até a entrega de um empreendimento, cuja a conclusão está prevista para
os próximos sete anos.
ANGÉLICA MADALOSSO , JORDANA
SANTOS, JULIANE AZEVEDO E PABLO
ROCHA
Endomarketing
no Monteiro
Fundada há 35
anos, a escola de
educação infantil,
ensino fundamental e ensino médio
Monteiro Lobato,
decidiu no ano de
2006 implantar a
sua primeira campanha de endomarketing.
Endomarketing é a integração das pessoas através de
informação coerente e rapidamente distribuída, que objetiva despertar nos colaboradores uma sensação de “co-propriedade” sobre a empresa e com isso, obter o
comprometimento.
Seguindo esse conceito, foi aproveitado o aniversário de 35 anos do Colégio
Monteiro Lobato para lançar a campanha.
“O selo de 35 anos foi o marco inicial de
uma campanha bem sucedida”, diz Rafael
Tucci, diretor geral da YPOM!, agência
responsável pelo projeto. A grande idéia
de lançar a campanha junto às comemorações foi aproveitar toda a história do
colégio para injetar uma dose de animação nos colaboradores do Monteiro, através de vídeos institucionais desenvolvidos
especialmente para a ocasião, festividades
para prestigiar os funcionários de maneira
geral e com homenagens específicas para
os mais antigos.
“A meta para 2006 é conseguir aumentar a produtividade dos funcionários da
escola em pelo menos 10%, comenta empolgada Vera Maria Lobato, diretora da
educação infantil e sócia fundadora. Das
ações que ainda não entraram em vigor e
estão sendo analisadas, o sistema de bonificações é o que se espera melhores resultados se vier a ser implantado. Ele consiste em definição de metas por setores,
onde o grupo de pessoas que está diretamente envolvido tem que cumprir metas estabelecidas pela diretoria. Se forem atendidas e a empresa atingir o crescimento previsto, todos os funcionários terão direito a
um salário extra, além do garantido pela
lei, o décimo terceiro.
Até agora, após cinco meses de campanha, já se contabiliza mudanças no comportamento das pessoas dentro do Monteiro, desde coisas simples como mais atenção no dia-a-dia, até diminuição de atritos em setores mais problemáticos. “Com
certeza, o endomarketing irá trazer benefícios ótimos para a empresa”, conclui a
diretora Vera Maria Lobato.
PEDRO LOBATO
CONFIRA
Junho de 2006
BREVES
RRPP Atualidades 17
PERFIL
Impossível não
percebê-lo!
JULIA FROEDER
Comunicação em
tempos de crise
A crise da Varig apareceu em todos os
meios de comunicação nos últimos meses:
planos de venda da companhia a fim de
evitar a falência, a união dos funcionários
na luta pela permanência da companhia
no mercado, as negativas do governo em
auxiliar a empresa e, claro, as especulações dos investidores. Neste cenário, passa despercebido o importante papel da
comunicação na administração da crise.
Segundo a assessora da gerência-geral dos comissários Valéria Gazzola, comissária de vôo da Varig por 16 anos e há
sete anos trabalhando com a gestão do
grupo de vôo, a crise propiciou uma integração da comunicação interna e uma
melhoria nos fluxos comunicacionais. Estudante de Relações Públicas da PUCRS
desde 2003, ela diz que o curso proporcionou uma visão diferenciada dos processos comunicacionais da empresa, o que
facilitou a gestão dos seus funcionários.
“Hoje se fala muito na crise da maior empresa de transporte aéreo que este país já
conheceu e não há como desvincular-se,
mas o importante é salientar como a comunicação foi modificada e reforçada nos
momentos atuais”, ressalta.
DANIELA MASCOLO
Universidade
Missionária
A profissão de Relações Públicas vem
sendo cada vez mais reconhecida como
uma atividade voltada para o planejamento
de projetos sociais. A profissional da área
Maria Elisa Correia da Silva acredita que
sua formação superior contribuiu no sentido de dar subsídios para criação, planejamento e execução de projetos sociais. Para
ela, a faculdade ensina técnicas e estratégias que permitem atingir de maneira eficaz o público. Como exemplo de trabalho
de Relações Públicas no âmbito da comunicação, destaca-se o programa Universidade Missionária, realizado através do
Centro de Pastoral da PUCRS, que visa integrar jovens a serviço da comunidade.
BIANCA DOS SANTOS ROSA
Márcio: dedicação e responsabilidade no apoio às atividades acadêmicas
Ele é grande e silencioso, mas todos o
percebem. Com cuidado, passa pelos corredores. Está sempre concentrado, procurando fazer um bom trabalho. Márcio trabalha no setor de Meios Auxiliares. Busca
atender a todos — professores, alunos e
colegas da Famecos. No auxílio aos professores em sala de aula, ele é acionado
para levar equipamentos, momento em que
os alunos o conhecem mais de perto. É
também estudante da PUC e cursa Sistemas de Informação. Mesmo sendo muito
atarefado, encontra tempo para torcer pelo
seu time do coração, que, aliás, é vermelho mesmo.
Nome: Márcio Tedesco
Idade: 28 anos
Estado civil: Solteiro
O que gosta de fazer: Assistir filme, esportes
Seu time: Internacional
Perfume: Kouros
Marca: Yves Saint Lauren
Cor: Vermelho
Animal: Tigre
Qualidade: Amigo
Defeito: Ansioso
Comida que mais gosta: Churrasco
Tempero que menos gosta: “Adoro temperos”
Esporte: Vôlei
Música: Rock
Cantor: Bono (U2)
Filme favorito: Contato
Livro: Deus é inocente, a imprensa,
não, de Carlos Dorneles
Ator que admira: Al Pacino
Atriz que admira: Jodie Foster
Mulher bonita: Daniela Sarahyba
Sonho de consumo: “Meu apartamento”
Uma palavra: Fraternidade
O que deixa feliz: Paz
O que mais te incomoda no mundo:
Indiferença
Um pedido: Que simplifiquem mais as
coisas — “as coisas são simples, as pessoas é que as dificultam”
Um sonho profissional: “Trabalhar em
minha área — Informática”
Um sonho pessoal: Família
POR TAILA COSTA OLIVEIRA, COM
ANNA PAULA JUSTO LEMOS E DANIELA
MARCHI
18
Junho de 2006
RESPONSABILIDADE
SOCIAL
RRPP Atualidades
ANNA PAULA JUSTO LEMOS
Educar
para viver
Iniciativas para transformar
o trânsito de Porto Alegre
A borboleta no asfalto em frente ao portão central da Universidade
Em tempos de violência, a sociedade
não é abalada somente pela agressão dos
assaltantes. Uma arma maior e tão poderosa quanto a de fogo aterroriza as ruas
das cidades brasileiras. Em função disso
alguns grupos lutam por uma nova cultura no trânsito, objetivando alcançar menores índices de acidentes e conseqüências menos trágicas para a sociedade.
Mas quem são esses grupos?
Estes são a EPTC e a Fundação Thiago
de Moraes Gonzaga – Vida Urgente.
ASSET/EPTC (Assessoria de Educação
para o Trânsito) criada em junho de 2005,
formada por agentes de trânsito e trans-
portes da EPTC. Sendo que o trabalho de
educação para o trânsito vem sendo desenvolvido desde 1999, contribuindo com
a construção de uma nova cultura pautada na civilidade e segurança. Conscientes
da necessidade de uma atitude radical em
relação ao alto índice de acidentes, a ASSET atua com a distribuição de material
educativo, propondo atividades, com visitações às escolas e ações dirigidas a pedestres, condutores, motociclistas, crianças
e idosos. Além da peça teatral “Com licença, preciso passar”, encenada pelos
próprios agentes, voltada ao público infantil. Com a intenção de dar um toque
humorístico e carinhoso aos públicos, a
EPTC criou um mascote, o Azulito, que
participa das campanhas e auxilia no desenvolvimento das atividades, além de contribuir para a humanização dos agentes.
De acordo com Luciana Pereira, agente de transportes e circulação da EPTC, a
empresa parte do princípio de que nós precisamos nos reeducar e, embora exista uma
boa aceitação do público durante a realização das ações educativas, a sociedade
necessita da conscientização do perigo que
a rivalidade e a falta de respeito mútuo no
trânsito podem acarretar a todos.
“O público mais resistente, ainda, são
os jovens. Estamos estudando ações apropriadas que sejam dirigidas a eles” – completa Luciana. Este segmento de público,
embora esteja em grande escala nas estatísticas dos acidentes, reluta em acreditar
que são suscetíveis aos males que a inconseqüência e aventura no trânsito podem ocasionar.
A ASSET/EPTC realiza ações como campanha “Volta às Aulas”, “Redução dos
atropelamentos em corredores de ônibus”,
campanha dirigida aos motociclistas, advertindo contra os rachas com o slogan
“Sim à liberdade. Racha nas Ruas Não!” e
ainda, campanhas de datas afetivas.
SEMANA NACIONAL
Este ano o tema escolhido pelo CONTRAN
(Departamento Nacional de Trânsito) para a
campanha da Semana do Trânsito (de 18 a 25
de setembro), foi “O trânsito é feito de pessoas. Valorize a vida”. Tal campanha tem o objetivo de desenvolver valores, posturas e atitudes
para garantir o direito de ir e vir do cidadão.
Uma borboleta onde se perdeu uma vida
A Fundação Thiago de Moraes Gonzaga foi criada em 13 de maio de 1996
por Régis e Diza Gonzaga, pais de Thiago, jovem vítima fatal de um acidente de
trânsito em 1995. A Fundação, em conjunto com a Campanha Vida Urgente, desenvolve projetos de conscientização sobre os perigos no trânsito para evitar que
outros jovens percam a vida quando o que
mais querem é viver.
A Campanha Vida Urgente foi lançada
no dia 20 de Maio de 1996, no Bar Opinião, último lugar que Thiago esteve. Tal
campanha visa atenuar os acidentes de
trânsito, dando prioridade aos que envolvem jovens.
O primeiro acontecimento efetivo desempenhado pela Fundação foi a Madrugada Viva, uma ação realizada por voluntários que saem às madrugadas da Capital, uma sexta-feira por mês, conscientizando jovens quanto ao uso do cinto de segurança, o perigo de beber e dirigir, assuntos
relacionados à segurança no trânsito. Se-
gundo Alexsander Ramos Camargo, funcionário responsável pelo atendimento na
Fundação Thiago Gonzaga, esta Campanha tem alto nível de aprovação, porque é
feita de jovem para jovem.
A Fundação conta com um instrumento de comunicação importante para alcançar seu objetivo de educação para o trânsito: o teatro, que tem três etapas. 1ª. Contadores de Histórias – para crianças de 2 a
8 anos, que dá noções básicas de trânsito,
bem como não correr atrás da bola no meio
da rua, não pular no carro, andar no banco traseiro, entre outros; 2ª. Últimos dias
de Super-Herói – para pré-adolescentes
(estudantes do Ensino Fundamental). É
uma das primeiras atividades da Fundação, tem 9 anos de existência. Um projeto
multimídia que utiliza recursos tecnológicos para atrair a atenção do público; 3ª.
Exército dos Sonhos – para jovens de Ensino Médio e adultos. Esta peça busca desmitificar a cultura do herói “que tudo pode”,
característica do jovem, e o pensamento
de que “comigo não vai acontecer”. Sua
apresentação é itinerante e remunerada.
As atividades clássicas da Fundação
incluem em seu repertório campanhas
como “Salva Vida Urgente”, “DM Vida
Urgente na Estrada”, “Moto Vida”, “Vida
Urgente In Concert”, “Vida Urgente Acústico”, “Bloco de Carnaval” e “Buzoom –
Carona Segura”. E a borboleta no asfalto,
o que significa? A borboleta foi o símbolo
escolhido por Diza Gonzaga, presidente da
Fundação Thiago Gonzaga, pois ela chamava seu filho de “Pesquisador de Borboletas” – era uma pessoa feliz, fazia de tudo
um pouco, sempre tinha uma nova idéia –
por isso o apelido. Com o tempo, foram
agregando-se novos significados: a borboleta tem vida curta; significa renovação,
e outros. Ela é pintada no asfalto e indica
que nesse lugar, um jovem perdeu a vida
em acidente de trânsito.
ANNA PAULA JUSTO LEMOS, CAMILA
CORONEL MARTINS, MELINA
STEPHANOU, TAILA COSTA OLIVEIRA
Junho de 2006
COMUNIDADE
RRPP Atualidades 19
Insegurança atinge universitários
Mobilização conjunta espera combater a criminalidade nas proximidades do campus
DIVULGAÇÃO ASCOM
O assassinato da estudante, próximo
ao campus central da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, provoca insegurança e revolta na comunidade e nos estudantes. Ações conjuntas entre
a PUCRS, Brigada Militar e Secretaria de
Justiça visam mudanças para garantir
maior estabilidade na segurança interna e
externa na Universidade.
Estudante de Administração de 27
anos, Débora Koslowisky, foi morta com um
tiro nas costas em uma tentativa de assalto, por volta das 22h30 min, em 29 de
março, enquanto esperava por uma colega, dentro de seu carro, na avenida dos
Cubanos, ao lado da PUCRS. Esse incidente próximo ao campus gerou insegurança e medo na comunidade universitária. Em luta para melhorias na segurança,
alunos organizaram uma manifestação pelo
aperfeiçoamento na segurança no campus.
O coordenador da Ascom (Assessoria de Comunicação Social da PUCRS),
jornalista Luiz Antônio Nikão Duarte, afirma: “ Não se pode acusar a vítima pela
ação criminosa de que é alvo. Vale o mesmo para as organizações que, de um lado
são obrigadas a investir em iniciativas que
o Estado deixa de cumprir e, de outro, não
têm essas iniciativas reconhecidas e ainda
são cobradas por mais e mais ações – algumas das quais está proibida de executar, como policiamento externo”. Logo, a
faculdade não é responsável pelos atos que
ocorrem no exterior da Universidade, a uma
obrigação com seus alunos vale somente
no interior desta.
Porém, devido ao ocorrido, a PUCRS
procurou realizar melhorias para a segurança, como por exemplo a colocação de
câmeras dentro do campus, a ampliação
da iluminação interna para que alcance
os espaços externos ao campus central e a
FERNANDO HESSEL
Campus da PUCRS passa por melhorias na segurança,
anuncia assessor de imprensa, Nikão Duarte
circulação de agentes em motocicletas, além
dos que já o fazem a pé. Também está sendo autorizada a circulação de veículos da
BM, conduzidas por policiais militares. Junto
com estes será realizado a utilização de um
equipamento pelo qual é possível verificar,
nos estacionamentos, a presença de veículos cujo furto tenha sido comunicado às
autoridades.
Sabendo-se que o fato ocorrido reflete
diretamente na imagem da universidade, e
assim sendo necessário trabalhar para realizar ações que visam esclarecer e demonstrar os esforços empregados na solu-
ção dos conflitos, Nikão completa: “Posso
ousar dizer que enfrentar os assuntos traz
sempre menos prejuízo à imagem institucional. E imagem institucional é um processo em permanente construção, daí a importância de se estar sempre avançando
no relacionamento com a sociedade, através da Comunicação. A satisfação, fruto
da administração adequada desse processo, vem com o tempo – e também precisa
estar sob constante construção”.
GUSTAVO FERRONATTO, NAIRANA
FONTOURA E TASSIANE MORESCHI
Pesquisas: mais uma arma para o crime
Com as constantes realizações de
falsas pesquisas, este importante instrumento de trabalho vem sendo ameaçado. Falsos seqüestros, furtos, assaltos tem sido cada vez mais freqüentes,
em conseqüência de “pesquisas fantasmas”.
Para que este tipo de situação não
venha a acontecer, é preciso se tomar
algumas precauções, tais como: os pesquisadores devem estar identificados e
treinados para realizar as pesquisas; sempre que possível, devem-se divulgar nos
institutos de pesquisa; procurar perguntar o mínimo de informações pessoais
dos pesquisados; divulgar sempre que
possível que será realizada a pesquisa
em algum meio de comunicação.
Segundo a professora de comunicação social da PUCRS, Glafira Bartz, “para
se evitar este tipo de problema e garantir
a veracidade da pesquisa, deve se di-
vulgar uma nota oficial nos institutos de
pesquisa comunicando sobre a realização da pesquisa”.
Desta forma, torna-se claro, a importância de um planejamento sério, na
hora de realizar uma pesquisa.
BRUNA DE CASTRO MUCELIN
DÉBORA LIGABUE SANT’ANNA
MARCELO PINHEIRO
PEDRO HOPPE DE LIMA
20
Junho de 2006
E S P E C I A L
CULTURA
RRPP Atualidades
DIVULGAÇÃO
ESPAÇO
ABERTO
Produção cultural é novo mercado para RPs
DIVULGAÇÃO
O profissional de relações públicas vem buscando novas áreas para sua
atuação e uma delas é a
produção cultural. Essa atividade está cada vez mais
presente no contexto da sociedade em que o desenvolvimento do mercado
cultural abre espaço para
a profissionalização da produção artística e a comercialização da arte. Então,
as mudanças e transformações que vêm ocorrendo
no campo da produção
permitem a viabilização, a Sérgio Bueno, da banda Soul
divulgação e o consumo
cultural e que sua função é a de “gerencida cultura entendida como produto.
Nesse novo cenário cultural que se ar os processos de produção da cultura,
apresenta, os consumidores da cultura es- compreendendo e respeitando suas pecutão mais exigentes em relação aos produ- liaridades”. E para atuar na produção cultos que consomem. Por este motivo, faz-se tural, Bueno utiliza técnicas e ferramentas
necessária a presença de um profissional das Relações Públicas, como o marketing
capacitado para atuar como mediador dos e a comunicação dirigida.
O produtor pode utilizar o marketing,
interesses desses públicos com o artista ou
seu produtor. Podemos assim perceber os mais especificamente o cultural, como insartistas e seus produtos como uma organi- trumento para o desenvolvimento da imagem organizacional. O marketing cultural,
zação.
Na área de Relações Públicas, o pro- visto como ferramenta da produção cultufissional realiza atividades que englobam ral, pode ser considerado “unidade de neo relacionamento com os públicos, a or- gócios que visa o retorno institucional a
ganização de eventos, pesquisa, captação partir da visibilidade e fixação da imagem
de recursos, promoção e divulgação, por organizacional através de uma manifestaisso ele pode atuar na produção cultural. ção cultural”, afirma Bueno. E, nesse ceO produtor cultural dedica-se à produção nário, é importante a atuação do profissie à organização de eventos e produtos ar- onal na promoção da cultura no setor
tísticos e é o responsável por todas as eta- empresarial.
É relevante que o relações públicas
pas que envolvem esse processo. Assim
como
produtor cultural identifique adequacomo o relações públicas institucional, sua
intenção é a de criar e sustentar uma ima- damente cada um de seus públicos estragem positiva do artista e de suas produ- tégicos e estabeleça uma comunicação dirigida, com linguagem e mídias específições.
Um exemplo disso é o relações públi- cas. Esta comunicação facilita o relaciocas Sergio Bueno, que é formado há me- namento e, se valendo das ferramentas do
nos de um ano, mas desde 1999 atua como marketing, pode fortalecer a imagem dos
produtor cultural de sua banda, a Soul artistas e legitimá-la com seus públicos.
Adiction. Ele entende que o produtor culELIZANGELEM MAZZARDO MARQUES
tural pode ser encarado como o gestor
VIANA
Teatro de rua Foto: Adriana Franciosi
Cultura, magia e
diversão na cidade
Um dos maiores festivais de artes cênicas de todo o Brasil, Porto Alegre em Cena,
de 05 a 17 de setembro transformará mais
uma vez nossos teatros em centros de invenção e beleza. Peças teatrais, teatro de
rua, teatro de bonecos, apresentações
musicais e de dança, toda manifestação
artística cênica merece destaque no festival. Em sua 13ª edição e com muita disposição dezenas de espetáculos teatrais,
regionais, nacionais e internacionais entram em exibição em todos os espaços culturais da capital gaúcha, desde lugares
reconhecidos (como o Theatro São Pedro)
até locais públicos (como a Redenção).
A proximidade deste Estado brasileiro
de alguns países da América Latina torna
a cidade uma plataforma privilegiada de
intercâmbio e troca de saberes. Criado em
1994, o Porto Alegre em Cena sempre se
destacou pela ousadia de sua programação e contribuição às artes gaúchas. Mais
uma vez, quando setembro vier, nossa
Capital receberá alguns dos nomes mais
importantes do teatro contemporâneo. Ainda neste ano, o evento contará com uma
novidade para as crianças não ficarem de
fora desta festa. Com o teatro de bonecos
elas também terão a oportunidade de conhecer e se encantar por esse mundo à
parte encantar por esse mundo à parte.
Com uma das promoções teatrais mais
importantes do Brasil e, provavelmente de
toda a América Latina, o Rio Grande do
Sul assiste a um vasto leque de iniciativas
paralelas aos espetáculos, como performances e exposições que acontecem um
pouco por toda a cidade. Porto Alegre será
ainda palco para debates, conferências e
seminários que envolvem um conjunto de
agentes teatrais.
Esse festival de vida e magia é antagônico à sociedade atual. Abrir a alma para
as artes pode até ser visto como um escapismo covarde, mas quem sabe só assim
se tem a possibilidade de ser feliz, buscando na beleza e na fantasia um mundo
melhor para se viver.
CAROLINA FRAGA, PAULA CIANCONI E
VANESSA FESTL
Junho de 2006
E S P E C I A L
RRPP Atualidades 21
CULTURA
Um casamento perfeito
Como o profissional de Relações Públicas influencia no sucesso de uma banda
DIVULGAÇÃO
Guilherme Bittencourt, mais conhecido
como Guilherme Alf, ingressou no curso
de Relações Públicas na PUCRS em 2001.
Hoje, com 24 anos, está se formando e é
um dos integrantes do grupo de pagode
Na Moral.
A profissão de Relações Públicas chegou até ele devido aos trabalhos realizados na noite de Porto Alegre. “Antes de
entrar no Na Moral eu já trabalhava com
eventos e era sócio de uma casa noturna
de Porto Alegre”, conta.
A banda de pagode teve início em maio
de 2005, fruto do encontro de cinco jovens. Depois de algumas conversas e ensaios, o grupo começou as apresentações
na capital e logo depois no interior do estado. “A gente sempre comenta, que a banda surgiu porque estava escrito. Nem nos
conhecíamos direito e já estávamos ali, em
cima do palco, juntos, fazendo uma das
coisas que hoje é indispensável a qualquer
um de nós.”
No início da carreira, Alf era também o
produtor do Na Moral. “Além de cantar e
tocar, o fechamento de datas, a produção
Alf em apresentação na noite com o Na Moral
do show assim como as negociações da
banda eram tarefas minhas.” Ele afirma que
neste momento, a faculdade foi fundamental na construção, e logo depois na consolidação da carreira e da imagem do Na
Moral. “Somente a experiência adquirida
com a prática não é suficiente no mercado
competitivo de hoje. Tenho certeza que o
curso me proporcionou uma visão mais
estratégica das coisas, principalmente ao
se tratar de públicos.”
Hoje, dois anos após o começo da
Banda Na Moral, ele tem uma Produtora
de Eventos e Assessoria de Marketing com
seu sócio, Pedro Band, que igualmente integra a banda. Os conhecimentos obtidos,
aliados à prática fazem com que Guilherme tenha a cada dia a certeza de ter escolhido o caminho certo. “Quando um trabalho novo chega até nós, é que me dou
conta de como os estudos na faculdade
foram importantes”.
A sua empresa, além de planejar e realizar eventos no mundo da música, cuida
da carreira e da imagem de outras bandas
que estão ingressando no mercado. “Desde o planejamento até a execução, como
o cuidado com a imagem do Na Moral e
de outras bandas, tudo faz com que eu me
sinta um profissional de Relações Públicas,
nunca deixando de juntar a prática aos
meus conhecimentos”, conclui.
BIANCA LOPES
Cresce o mercado musical em Porto Alegre
e abre espaço para profissionais de RRPP
O mercado musical porto-alegrense
está crescendo cada vez mais. Todos os dias
surgem novas bandas, com músicos dispostos a ensaiar e levar o seu trabalho a
sério. Nesse mercado é necessário alguém
competente que entenda de produção e que
seja ágil para realizá-la. O relações públicas é o profissional certo para executá-la.
Entretanto, alguns problemas ainda são
encontrados na produção de shows, como
a falta de conhecimento a respeito de novos músicos e casas noturnas que contratam sempre as mesmas bandas, o que acaba desmotivando o público que não
agüenta mais assistir aos mesmos shows.
Por esses problemas, é interessante e
necessário o papel da produtora, mediadora entre artista e contratante, para oferecer ao público a qualidade de evento
merecido. Com base nesse aspecto é que
se acredita que o relações públicas seja o
profissional mais qualificado para trabalhar com a produção de shows e assessorias de bandas, já que ele possui as ferramentas adequadas para fortalecer a ima-
DIVULGAÇÃO
gem, as qualidades, as características de
um produto/serviço, além de saber planejar antes de executá-lo. Mas outros profissionais de outras áreas acabam realizando este serviço.
Luciana Sant’Anna, recém formada em
Relações Públicas pela PUCRS e proprietária de uma produtora musical nova no
mercado, diz que a idéia de trabalhar nesse meio e de fundar a LS Produtora surgiu
do seu gosto de trabalhar com bandas e
por acreditar na necessidade de elas terem
um profissional que cuidasse do seu trabalho, desde a montagem do release, divulgação, marcação de shows, até a assessoria no dia da apresentação. “As bandas que estão surgindo são carentes de
profissionais assim, o que dá oportunidade às relações públicas iniciantes nesse
mercado”, projeta. E com isso, a noite porto-alegrense ganhará uma diversidade
maior também em relação a novas bandas e músicos.
FERNANDA ZEMBRZUSKI
Luciana Sant’Anna, produtora musical
22
Junho de 2006
ESPECIAL
CULTURA
MTV Brasil: Music TV
ou Mídia Television?
Há uma mudança de rumo na imagem que a emissora
construiu entre a década de 90 e os dias atuais
Em 20 de outubro de 1990 entrava no
ar pela primeira vez a emissora Music Television – MTV para as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, atingindo cinco milhões de domicílios com televisão. Resultado de um join venture (associação de empresas independentes) entre a MTV Networks (EUA) e o Grupo Abril, a MTV é o
maior canal de música do país. Mas a
imagem da emissora frente aos seus públicos vem mudando ao longo dos anos.
Nos seus primeiros anos de existência
a MTV Brasil buscou uma nova identidade
visual, a fuga da padronização e a necessidade de uma linguagem única, com uma
forte referência da MTV européia. Na época, a veiculação de um anúncio de 30 segundos custava pouco mais de U$ 500
dólares e a cada hora de programação,
em média, apenas oito minutos eram reservados para propagandas. O que fazia
com que o conteúdo musical em emissora
com “personalidade” fossem a receita do
sucesso do canal.
Em 1996, muitas coisas mudaram na
emissora que agora estava registrada como
MTV Brasil e sofreu uma intervenção maior
da MTV Networks. A partir daquele ano,
além do jargão “Música e Atitude”, foi inserida a palavra “Comportamento” na programação da emissora. Entravam no ar
programas que fugiam do tema música
como os extintos: Fica Comigo – quatro
jovens disputando um beijo de um convidado - e Meninas Veneno – mulheres que
estudavam seus comportamentos e dos
homens também. Tirando o foco da música, principal diferencial das demais programações televisivas, e criando um padrão de comportamento próprio da emissora, ao mesmo tempo em que identifica a
‘marca’ MTV Brasil, foge da idéia de liberdade e naturalidade na apresentação dos
programas com os quais os jovens se identificaram desde o início.
Em 2001, a cota única de patrocínio
de uma série de programas sobre política,
denominado “Tome Conta do Brasil”, era
oferecida por R$ 1,9 milhão de reais. Já
mostrando uma grande diferença em relação ao início da emissora que também tem
aberto espaço para modelos populares
apresentarem programas sobre comportamento. Um exemplo explícito é Daniela Ci-
carelli, que apesar de simpática e engraçada não tem qualquer envolvimento com
música.
Em entrevista dada ao site da 4ª Cúpula Mundial de Mídia para Crianças e
Adolescentes que ocorreu no Rio de Janeiro, o diretor de programação da MTV Brasil, Zico Góes disse que os programas da
MTV passam por alguns filtros. “O primeiro deles é o interesse do jovem. Por conta
disso, procuramos, dentro do nosso segmento, ser o mais abrangente possível,
nunca nos afastando da música e do nosso estilo que é bem-humorado, sem muitos padrões rígidos, com naturalidade e
estética moderna”, explica. Prova disso é
o fato de a emissora buscar atingir os seus
públicos com temas diversos através de novas tecnologias, como é o caso do programa Ya Dog!, onde o público entra em
contato com a apresentadora através da
internet e mensagens de texto solicitando
videoclipes.
Apesar disso, a emissora precisou apresentar uma grade de programas totalmente reformulada devido às reclamações de
ausência de programação musical. A inserção de um anúncio de 30 segundos,
dependendo do horário, pode custar até
R$ 10 mil atualmente. Portanto, percebese a preocupação de grande parte dos mais
de 20 milhões de telespectadores da emissora que se deparam a cada momento com
uma quantidade maior de aspectos midiáticos, comerciais a cada 15 minutos e merchandising dentro dos programas.
LARA DE OLIVEIRA, LEANDRO PEREIRA
E LEONARDO ONGARATTO
RRPP Atualidades
TV Digital:
democratizar
ou concentrar?
Um novo debate está sendo travado nas
instâncias públicas da comunicação: tratase de discutir o novo modelo de TV Digital
para o Brasil. Os três modelos cogitados são
o Europeu, o Japonês e o Estadunidense.
Essa discussão esta sendo feita entre o
Governo Federal, o Ministério das Comunicações e alguns grupos ligados à democratização da comunicação, como o FNDC
(Fórum Nacional pela Democratização da
Comunicação).
A decisão terá forte impacto na cultura,
na política industrial e na produção de ciência e tecnologia do país. Com esta nova
plataforma, a depender das escolhas feitas,
é possível aumentar o número de canais,
fazer a inclusão digital de grande parte da
população, garantir a participação do telespectador no ato de assistir TV por meio de
programas interativos, desenvolver a ciência e tecnologia do Brasil e promover a diversidade de cultura nacional.
Conforme Alexandre Dornelles, estudante
de Jornalismo e coordenador do Centro Acadêmico da Famecos, a digitalização proporciona uma mudança nos paradigmas. “É
uma oportunidade única para promover a
regulamentação e democratização do setor
de telecomunicações”, disse.
O professor de Jornalismo Online da
PUCRS, André Fagundes Pase, acredita que
o mais apropriado para a democratização
da comunicação não seria pela digitalização e sim, por outros meios, como a internet, por exemplo.
Pela decisão do Governo Federal, o padrão Americano já está descartado devido
ao fato de frisar somente uma qualidade altíssima de imagem e não possuir uma maior
diversidade de canais, além de que o custo
de sua implantação seria muito maior do
que dos outros por causa da sua alta tecnologia. O que está sendo analisado hoje é o
modelo Japonês e o Europeu, porém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já assinou
um “termo de compromisso” com o Japão
devido a grande pressão das emissoras de
televisão. Estas, por sua vez, não aceitam o
modelo Europeu porque esse possibilita a
participação de operadoras de celulares na
transmissão dos sinais, acarretando assim
uma forte concorrência nos lucros.
O FNDC defende que a melhor solução
para o Brasil é o padrão brasileiro. Afirma
que este padrão não vai reinventar a roda,
mas vai aproveitar o que já existe nos outros
padrões para codificação de áudio e vídeo.
Observa ainda que o modelo brasileiro leva
em conta os outros modelos, sem negligenciar as condições topográficas e sociais.
LISARB MONTES E RAFAELA RICCIARDI
Junho de 2006
ESPECIAL
RRPP Atualidades 23
CULTURA
Responsabilidade gera lucros
Empresas investem em patrocínios para benefício próprio e da sociedade
DIVULGAÇÃO
tura nacional. Para onde
No cenário mundial contemporâse olhava havia um detaneo observa-se o processar de inúmeras transformações de ordem ecolhe com o logotipo da marca (inclusive nos banheinômica, política, social e cultural que,
ros, que ganharam sabopor sua vez, propiciam o aparecimento de novos modelos de relações ennetes e desodorantes para
o uso do público). Seguntre instituições e públicos, organizado a produtora de Marisa
ções e sociedade. Foi-se o tempo em
que oferecer bons produtos e serviços
Monte, Suely Aguiar, o
motivo que levou à escoe tratar de forma ética seus fornecelha da cantora como prindores e parceiros era suficiente para
uma organização manter uma boa
cipal ícone de divulgação
do Natura Musical no
imagem. As transformações ocorridas
Brasil foi o fato de ela trannos últimos 20 anos, afetaram o seu
comportamento, antes preocupado
sitar muito bem entre as diversas realidades brasileiapenas com o lucro.
ras e por ser capaz de inA pressão por transparência nos
negócios faz com que as empresas
teragir e conectar a cultura brasileira com o munadotem uma postura mais responsádo. De acordo com a provel em suas ações. A este novo conceito dá-se o nome de “Responsabilidutora, a própria cantora
acredita na importância de
dade Social”. Além de garantir uma Marisa Monte em seu show patrocinado pela Natura
projetos como esse, e enimagem positiva, por meio do respeito de seus clientes e da admiração de seus tro de sua ampla proposta de Responsabi- cara a parceria como uma via de mão dufuncionários, a ação social envolve me- lidade Social, a Natura leva a todas regi- pla, na qual o artista é beneficiado por polhor performance nos negócios e, por con- ões do país - e também ao exterior - o que der pôr em prática projetos grandiosos e a
o Brasil oferece de mais diferente e atrati- empresa por construir uma imagem ética e
seqüência, uma maior lucratividade.
Para que isso se torne parte da cultura vo. Assim, a Música Popular Brasileira foi confiável, e aplicar a verba de impostos
das organizações, cabe aos relações-pú- eleita como uma ferramenta de construção em algo benéfico à sociedade.
blicas, que lidam com as informações e de um mundo melhor, ajudando a ampliA cultura vem se tornando um imporcom o relacionamento público, tomar ati- ar os horizontes de atuação social da or- tante instrumento de promoção instituciotudes para a consolidação dessas mudan- ganização. Dentre as ações planejadas es- nal, e seu valor cresce a partir do momenças, divulgando a Responsabilidade Soci- tão projetos de homenagem a grandes to em que as organizações unem-se à coal da instituição e, ao mesmo tempo, sen- compositores da música brasileira, cujas munidade, já que essa, além de carente
do capaz de se inserir neste cenário, orien- obras foram revisitadas e repaginadas, ga- em cultura, é generosa no retorno. O fortando a gestão dessa no caminho da em- nhando novos arranjos. O projeto já abriu talecimento da Responsabilidade Social
presa socialmente responsável. O profissi- portas para novos talentos e permitiu a re- empresarial, por meio das estratégias de
onal, ao cumprir com seu papel social, está alização de trabalhos sócio-culturais em di- Relações Públicas, desperta nos consumise tornando um agente fundamental, den- versos estados do país.
dores, e nos demais grupos ligados à emUma das metas para este ano é au- presa, atitudes benéficas, que propiciam um
tro deste contexto, porque detém as qualidades necessárias para lidar com a Res- mentar o envolvimento da Natura com a retorno social. Este feedback é representaponsabilidade Social. Além de ser capaz música e abranger novos projetos que re- do por benefícios de diversas ordens (ecode gerenciar o relacionamento da empre- presentem a qualidade e a diversidade da nômica, estratégica, ética,...), dentre eles
sa com os seus públicos, está apto a de- música do Brasil. Neste palco, a Natura o fortalecimento e potencialização da marca
senvolver o planejamento das comunica- acaba de se juntar à cantora Marisa Mon- junto aos públicos de interesse, a lealdade
ções, a formular e controlar estratégias para te, para realizar a turnê “Universo Particu- dos clientes já existentes e a conquista de
o desenvolvimento de habilidades interpes- lar”, que reúne os dois últimos CDs lança- novos, uma maior divulgação na mídia e
soais e a criar formas de canalização da dos pela artista: Universo ao meu redor e a motivação dos funcionários.
A incorporação da Responsabilidade
motivação dos funcionários, para propi- Infinito Particular.
Em recente visita da cantora a Porto Ale- Social às estratégias da empresa se baseia
ciar clima organizacional positivo.
A Natura (fabricante de cosméticos) é gre, onde quase 10 mil pessoas lotaram o em desafios éticos, sendo refletida para as
um exemplo de empresa responsável. De Teatro do Sesi durante cinco apresentações, dimensões econômica, ambiental e social
acordo com o seu site (www.natura.net), foram evidenciados os detalhes dessa par- dos negócios. Esse é o compromisso do
há um ano a marca vem desenvolvendo o ceria. Logo na chegada, ainda no foyer profissional de RRPP neste cenário, posiciprojeto intitulado “Natura Musical”, no do teatro, o público deparou-se com gran- onando-se como uma forte liderança desqual patrocina artistas – consagrados ou des painéis, nos quais a foto de Marisa sa mudança, onde todos (clientes, parceidesconhecidos – das mais diferentes ten- vinha acompanhada de uma frase apre- ros e fornecedores) cumprem seus papéis,
dências e regiões do Brasil, disseminando sentando, de acordo com a visão da Na- na busca de uma sociedade melhor.
a pluralidade de cada estilo musical. Den- tura, a importância da música para a culCAROLINA ALVES E DANIELA MARCHI
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Junho de 2006
NOVIDADES
RRPP Atualidades
Boca a boca
na era digital
Benchmarking,
o que deu certo
Com o mercado cada vez mais competitivo, o Benchmarking é uma boa opção ao profissional de RRPP que visa inovar e aperfeiçoar processos em sua organização.
A ferramenta surgiu no final dos anos
70 quando Bob Camp, da Xerox Corporation, percebeu o declínio do quase monopólio da sua empresa nas vendas de fotocopiadoras. A partir deste cenário, optou
por deter a crise examinando processos
internos que a organização utilizava para
fornecimento de produtos ao consumidor
e logo comparou-os com métodos operacionais de outras empresas, como 3M,
Ford e IBM.
“Benchmarking é a busca e a implementação das melhores práticas”, explica
Camp. Trata-se de um processo contínuo
de mensurar produtos, serviços e práticas
em comparação com os mais acirrados
concorrentes ou com empresas consideradas líderes.
Devido a ética das empresas, que impede espionagem industrial, torna-se difícil obter informações de processos internos
dos concorrentes, assim, o profissional de
RRPP pode utilizar de outros caminhos oferecidos pelo Benchmarking. Um deles é o
Benchmarking Interno, onde, após finalizados os processos, os departamentos de
uma organização podem comparar os re-
sultados e trocar informações. A vantagem
é que estas informações ficarão restritas ao
conhecimento da organização, mas, em
contrapartida, podem haver poucos itens
de comparação quando esta ferramenta for
inserida em uma empresa de pequeno porte.
O tipo de Benchmarking mais utilizado
é o Funcional, que consiste na observação de empresas que não são concorrentes, mas que em diversos setores utilizam
mecanismos similares. Pode-se citar, como
exemplo, uma empresa de telemarketing,
com problemas na gestão de Recursos Humanos, que utiliza o Benchmarking Funcional em revendedora de veículos reconhecida pela eficiência administração de RH.
Conforme observou Carla Olson, Relações Públicas da Federasul (Federação
das Associações Comercias e de Serviços
do RS), a ACPA (Associação Comercial
de Porto Alegre), é referência para as Associações Comerciais do interior do Estado e recebe diversas ligações e visitas de
Benchmarking, e completa: “Um dos papéis do RRPP em nossa entidade é abrir
portas aos representantes de outras partes
do Estado, buscando sempre colaborar no
esclarecimento de dúvidas e objetivando a
troca de experiências para que ambos
aprendam com esta técnica.”
CRISTIANO DIAS FLORES
JULIANA WEBER
Quem nunca repassou um e-mail sem
relevância que atire a primeira pedra. Seja
uma foto engraçada, um vídeo bem produzido ou até mesmo uma corrente da sorte.
Se você já agiu dessa forma, leitor, você pode
estar contaminado pelo marketing viral.
Esta novidade é uma estratégia de comunicação que procura estimular as pessoas a, por iniciativa própria, divulgar produtos ou empresas. A velha e boa ação boca
a boca com uma cara nova, que se desenvolveu com a revolução nas tecnologias da
informação. Hoje há acesso a muita informação e o limite de crescimento das redes
de relacionamentos é o mundo.
O contexto já mostra a internet como um
instrumento efetivo de comunicação e é importante que os profissionais da área comecem a formatar estratégias que utilizem este
meio. O hábito das pessoas de compartilhar mensagens com um conteúdo “interessante” é utilizado com freqüência pelos marketeiros virtuais. Muitas dessas mensagens
estão vinculadas a uma marca ou empresa.
A mecânica do marketing viral é simples: enviam-se mensagens comerciais ou
institucionais da empresa para um receptor
suscetível e este, caso “infectado”, acaba
repassando estas mensagens espontaneamente para os componentes da sua rede de
relacionamento. Os textos, as fotos e, principalmente, os vídeos publicitários tornamse uma epidemia, na qual o crescimento do
número de receptores é proporcional à repercussão da mensagem.
Porém, não é qualquer conteúdo que
desperta o interesse. O sucesso da ação está
associado à qualidade da produção e ao
tom da mensagem. Muitas usam apelos
emocionais, utilizando sobretudo o humor e
a sensação de estranhamento ou espanto.
Felipe Volpato, gerente de contas da
agência de webdesign PM Web, afirma que
o sucesso dos e-mails utilizados como estratégias de marketing dependem de uma série
de variáveis na elaboração das mensagens
e no envio. A arte é um dos fatores principais de aceitação dos e-mails, mas existem
outras preocupações, como tratamento especial para que estes não parem em sistemas que bloqueiam mensagens em massa.
A confecção do assunto do e-mail de uma
maneira que chame a atenção do leitor também é importante, segundo o profissional.
Desconfie quando receber vídeos de jogadores que chutam a bola quatro vezes no
travessão fazendo ela voltar no seu peito,
pois você poderá infectar-se com o marketing viral e acabará fazendo publicidade gratuita de uma famosa marca esportiva.
JORGE GADELHA
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