Federação Nacional dos Professores
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Silêncio não rima com esperança e futuro
Mário Nogueira e António Sampaio da Nóvoa estiveram em sintonia na sessão de abertura quanto à importância da
recusa do silêncio – esperança e futuro foram outras palavras-chave das comunicações de ambos os protagonistas. O
secretário-geral da FENPROF sublinhou a urgência de “romper com o ciclo de silêncios” e o reitor da Universidade de
Lisboa afirmou que “ninguém tem o direito de ficar em silêncio”.
Mário Nogueira justificou essa recusa porque os silêncios “paralisam”, não mobilizam e deixam instalar o medo em lugar
da expressão da “indignação” face a políticas e medidas muito concretas e inaceitáveis.
O silêncio “não pode calar o protesto”, bem como a “apresentação de alternativas”, porque significaria “quebrar” ou
“desistir”, a que o secretário-geral da FENPROF respondeu com um claro e contundente “Nunca!”
Confinar-se ao silêncio seria negar a “nossa capacidade de mudar o rumo da história” e de “expulsar os invasores” –
referia-se à troika e a todos os interesses que representa, sem esquecer os que, em Portugal, são “mais troikistas do que
a troika”.
A opção pelo silêncio seria pactuar com uma política e um Governo que “desrespeita Portugal e os Portugueses”, em
grande medida também por via dos ataques à Educação, aos professores e à Escola Pública. O silêncio minaria ainda a
unidade necessária para garantir “eficácia à ação e luta reivindicativas” e “dar rosto ao futuro”, aqui numa referência ao
hino da Federação.
Além de um “não direito”, o silêncio é uma impossibilidade para António Sampaio da Nóvoa, nas atuais circunstâncias,
porque significaria aceitar a “ausência de futuro “, negar a “esperança de mudança” e a abertura de “caminhos além do
presente” inerentes ao ato de educar.
Por isso, apelou a sermos “impacientes” e não aceitar recuos nas conquistas da Escola Pública, porque esta “é
soberania”, “base do Portugal democrático”, “coesão” e “condição de futuro do País”. Citando Sérgio Niza, “ética,
pedagogia e democracia são exatamente a mesma coisa”.
O silêncio não é, pois, opção. E do silêncio se deve fazer um grito para afirmar a Escola Pública, valorizar o Professor e
dar futuro ao País, conforme o lema do 11.º Congresso Nacional dos Professores.
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