Professor –Luiz Rogério de Mendonça Baptista
INTRODUÇÃ0
Projetar é fácil quando se sabe o que fazer. O método
projetual não é mais do que uma série de operações
necessárias, dispostas por ordem lógica, ditada pela
experiência. O seu objetivo é o de se atingir o melhor
resultado com o menor esforço.No campo do design não
se deve projetar sem um método, pensar de forma
artística procurando logo a solução, sem se ter feito uma
pesquisa para se documentar acerca do que já foi feito de
semelhante ao que se quer projetar; sem saber que
materiais utilizar para a construção, sem ter precisado
bem a sua exata função.
A criatividade não significa improvisação sem método
.O método projetual para o designer não é nada de
absoluto nem definitivo; é algo que se pode modificar- se.
E isso liga-se à criatividade do projetista que, ao aplicar o
método, pode descobrir algo para melhorá-lo. Portanto,
as regras do método não bloqueiam a personalidade do
projetista mas, pelo contrário, estimulam-no a descobrir
coisas que, eventualmente, poderão ser úteis aos
outros.É preciso saber se um problema tem solução ou
não. O problema não se resolve por si só. Entretanto, ele
já contém a maior parte dos elementos para a sua
solução. É necessário, portanto, conhecê-los e utilizá-los
no projeto de solução.
Para o desenvolvimento de produtos, há uma vasta
quantidade de métodos e técnicas que visam resolver os
problemas e questões que envolvem o entorno material
dos produtos existentes e em desenvolvimento, mas não
se pode dizer que há um método ou técnica únicos que
atendam a todas as situações possíveis. Cada designer se
identifica com um método e/ou técnica específica e cada
desenvolvimento projetual requer uma situação
diferente.Cada produto de design é resultado de um
processo de desenvolvimento determinado por condições
e decisões. Desse modo, a metodologia projetual não tem
o objetivo de estabelecer um único método de design e
nem tão pouco deve ser confundida com receita de bolo,
que quando seguida, proporciona um resultado
previamente estabelecido.
Antes de mais nada é importante fixar na memória a
diferença entre metodologia, método de
desenvolvimento de projeto e técnica de
desenvolvimento de projeto.
• Metodologia é o estudo dos métodos, técnicas e
ferramentas e de suas aplicações à definição, organização
e solução de problemas teóricos e práticos (BOMFIM,
1995).
• Método Projetual é o processo o qual o designer faz uso
para chegar a uma solução, considerando todas as
características e processos pelos quais um produto deverá
passar para atender satisfatoriamente às funções pré
determinadas.
 Técnicas de desenvolvimento projetual são itens utilizados
segundo a necessidade e/ou conveniência do designer para
auxiliar no processo de desenvolvimento do projeto.
Antes de apresentar alguns métodos e técnicas, é
importante expor mais algumas considerações sobre
métodos:
Métodos servem para auxiliar no desenvolvimento de
produtos, aumentando as chances de obter êxito.Não é
possível utilizar um método padronizado de planejamento
de produto para todos os casos.
Métodos podem ser mesclados e até reinventados (com
muito critério) de acordo com a necessidade do projeto
e/ou equipe de desenvolvimento.Quanto mais dispendioso
o desenvolvimento do produto, mais detalhado deve ser
seu planejamento, para justificar o investimento.
Empresas podem investir desde centenas até bilhões em
projetos, e de acordo com o investimento, deve ser seu
planejamento.A partir de agora, serão apresentados três de
vários métodos utilizados pelos principais autores da área
do design e principais técnicas que compõem esse
processo.
De modo geral, dando mais ênfase a uma etapa ou outra,
ou ainda alterando-se a ordem e nomenclatura, os métodos
apresentam uma estrutura similar:
 Problema: identificação e definição de uma
necessidade/oportunidade de projeto.
 Levantamento de dados: coleta de informações
teóricas e de mercado e subsequente análise.
 Geração de alternativas: definição de conceitos (em
geral, muitos).
 Seleção de alternativas: análise, seleção e teste da
melhor alternativa.
 Desenvolvimento do produto: produção.
Método de Löbach
Análise do problema:
Análise da necessidade
Análise da relação social homem-produto
Análise da relação produto-ambiente
Desenvolvimento histórico
Análise do mercado
Análise da função
Análise estrutural
Análise da configuração (funções estéticas)
Análise de materiais e processos de fabricação
Patentes, legislação e normas
Análise de sistema de produtos
Distribuição, montagem, serviço a clientes, manutenção
Descrição das características do novo produto
Exigências para com o novo produto
Método de Löbach
Definição do problema e dos objetos
Alternativas de design:
Conceitos do design
Alternativas de solução
Esboços de idéias, modelos
Avaliação das alternativas de design:
Escolha da melhor solução
Incorporação das características ao novo produto
Solução de design:
Projeto mecânico
Projeto estrutural
Configuração dos detalhes (raios, elementos de manejo, etc.)
Desenvolvimento de modelos
Desenhos técnicos, desenhos de representação
Documentação do projeto, relatórios.
Método de Bruno Munari
DP - DEFINIÇÃO DO PROBLEMA: Nessa definição, encontram-se os objetivos do
material. Se é material textual, a definição de público alvo delimita o
aprofundamento teórico metodológico do mesmo, bem como a seleção de
autores para leituras de apoio.Em geral, ao chegar a esta parte, depois das
definições do problema, tem-se a "idéia". E pode mesmo parecer que o problema
está resolvido... Mas a "idéia" não pode ser considerada como solução.
Uma idéia pode surgir e ser depois substituída por outra, e outra e mais outra ao
longo do desenvolvimento do projeto. É certo que as idéias ajudam ao
desenvolvimento, mas sozinhas não resolvem a questão.
CP - COMPONENTES DO PROBLEMA: Qualquer que seja o problema a
identificação dos componentes do problema simplifica a resolução deles.
Separar em "áreas" específicas cada um dos itens pode ser uma boa forma de
agir. Conteúdo, público alvo, objetivo, metodologia, atividades, avaliação, aspectos
ergonômicos de utilização como adequação de linguagem, repertório
interpretativo e comunicação visual - adequação de cores, tipologia, etc., são
alguns dos aspectos que devem ser levados em consideração nessa etapa do
desenvolvimento do projeto.
Método de Bruno Munari
Dividir em categorias específicas ajuda a orientar uma ação mais efetiva a cada
ponto, no cumprimento dos objetivo.
CD - COLETA DE DADOS: Depois de identificarmos os componentes do nosso
problema e os subdividirmos em sub problemas, iniciamos a fase de coleta de
dados.Colher dados significa procurar conhecer cada parte do todo de um
projeto, separadamente.
Por exemplo, pode-se fazer uma pesquisa de materiais já desenvolvidos para
em outros suportes, quais as características deles. Conhecer os materiais não
significa tomar como exemplos, mas sim, saber o que já foi feito e daí, procurar
conhecer o que efetivamente dá ou não resultados. Com isso, corre-se menos
risco de errar. Pode-se procurar conhecer a maioria dos recursos do suporte que
estamos trabalhando, como linguagens, tecnologias, etc.
AD - ANÁLISE DE DADOS: Depois de se colherem os dados devem-se analisá-los.
Então, a análise mostra o que se deve ou não fazer, usar, aproveitar, enfim, é a
análise dos dados que permite estabelecer o passo seguinte: Criatividade.
Método de Bruno Munari
C – CRIATIVIDADE: Como se pode observar no diagrama, a IDEIA dá agora lugar
a um novo conceito: a criatividade.É o conceito de criatividade, ao contrário do
de idéia que ocupa, assim, a seqüência de passos no desenvolvimento de
materiais para .Enquanto IDEIA somente está relacionada ao "fantástico" a
fantasia, o sonho, a criatividade processa-se de acordo com um método definido
e mantém-se nos limites impostos pela análise dos dados colhidos.
Criatividade, bem aplicada, e dentro do programa de objetivos traçados e
definidos pelos passos anteriores do processo de desenvolvimento pode agregar
valores diferenciais a um projeto.
MT - MATERIAIS E TECNOLOGIAS: A fase chamada de Materiais e Tecnologias
pode, a princípio, parecer uma repetição da fase de coleta de dados, o que não é
verdade. A coleta de dados pode até mostrar possibilidades, é uma fase de
conhecimento das opções inclusive de materiais e tecnologias, mas é somente
depois da aplicação da criatividade que se efetivam escolhas definitivas tanto
em materiais como em relação as tecnologias mais adequadas aos objetivos
projetos.
Escolher tecnologias e recursos só porque "estão na moda", pode ser um erro
grave.
Método de Bruno Munari
E – EXPERIMENTAÇÃO: É nesta fase que começamos a "testar" o material.
É na experimentação que se conseguem solucionar problemas que antes pareciam
insolúveis.Na experimentação pode-se aplicar um conceito de uma área pouco
explorada, como forma de otimizar resultados. A área artística se utiliza mais de
experimentações que a maioria das outras áreas, porém, se respeitados limites de
"bom senso", a experimentação pode trazer grandes progressos. A fase de
experimentação vem, claramente, antes do modelo final de projeto, no sentido de
permitir testagem de materiais, tecnologias e métodos para melhor atingir
objetivos.Não visa substituir o que já foi feito, nem tem a pretensão de inovar
sempre, mas sim de certificar que as escolhas tenham sido feitas levando-se em
conta todas as possibilidades e tenha-se optado pelos mais adequados.
Não é uma fase imprescindível ao projeto, mas é bastante interessante se fazer
experimentações criativas. Pode-se obter resultados além dos esperados com a
utilização dita "normal" dos meios e ferramentas.
M – MODELO: Chega-se, enfim, ao modelo.Depois de todas as fases anteriores
tem-se agora, um modelo pronto.Um modelo é algo que sintetiza as idéias em
relação a um objetivo.
Método de Bruno Munari
Até esta fase, não fez nada que se assemelhe a uma "solução" efetiva, mas
temos dados suficientes para afirmar que as hipóteses de erros estão bem mais
reduzidas.Podemos, agora, estabelecer as relações entre os dados recolhidos,
agrupar os subproblemas e efetivar a construção dos esboços para a elaboração
do modelo que pretendemos aplicar como solução efetiva ao nosso problema
inicial.
Ao procedermos a redação, montagem do modelo, temos a segurança de
estarmos trabalhando com dados testados, de resultados comprovados ou, no
mínimo, objetivos efetivamente atingidos.
Os modelos demonstram as possibilidades reais de uso de materiais,
técnicas e metodologias. São, portanto, o resultado de um trabalho consistente
de elaboração.
Passaremos a seguir, para as fases finais: verificação, retificação, correções e,
por fim, a SOLUÇÃO, que é a elaboração adequada do material para os objetivos
esperados.
Método de Bruno Munari
V – VERIFICAÇÃO:
A fase de verificação de um projeto se torna necessária pela a necessidade
de comprovação de eficiência de um material desenvolvido antes da efetiva
aplicação.
É na verificação que se observam as falhas, caso existam, e se corrigem as
mesmas. Pode também, haver possibilidade de existência de dois ou mais
modelos e é na verificação que se decide por este ou aquele, depois de
testados os funcionamentos. Apresenta-se o modelo a certo número de
possíveis usuários, e pede-se que dêem seu parecer sobre o ou os modelos
apresentados. É neste momento também que se "fecham" questões quanto a
conteúdos controversos ou a permanência ou não de determinada
tecnologia.
Desenho Final
O desenho final é, então, uma síntese de dados levantados ao longo de
todo um processo que envolve fases distintas.Portanto é a obra resultante de
diversas áreas agregadas em torno do objetivo principal.
Método de Baxter
Planejamento do produto
Nas empresas, deve-se considerar o momento da empresa e definir qual
produto será desenvolvido para atingir a meta da empresa. É importante
descrever a especificação da oportunidade, com questionamentos básicos
sobre o projeto, como por exemplo como o mesmo se destacará no mercado,
ou o que fará com que as pessoas comprem o produto e assim por diante.
Define-se ainda as restrições do projeto e do processo produtivo. Ainda nesta
etapa, são realizados a coleta de dados teóricos e de mercado, incluindo
abordagem com potenciais usuários/consumidores, e planejamento criterioso
do estilo.
Projeto conceitual
Após um criterioso e bem elaborado planejamento e a especificação da
oportunidade, inicia-se o projeto conceitual para geração de muitos
conceitos. Alguns conceitos são pré-selecionados e analisados segundo
alguns critérios, mas não são verificados aqui restrições práticas. Feito isso,
faz-se um novo planejamento para próximas etapas, atribuindo tarefas a cada
membro da equipe de desenvolvimento e cronograma.
Método de Baxter
Projeto de configuração
Inicia-se a geração de mais idéias sobre conceitos escolhidos, explorando as
formas possíveis de fabricar o produto, considerando aqui todos os elementos
e restrições projetuais existentes.
Nessa etapa é comum detectar alternativas do projeto não consideradas
anteriormente ou promover alguma alteração técnica envolvendo materiais e
processos de fabricação. Isso pode levar ao retrocesso no processo, para se
verificar as implicações das alterações com relação ao planejamento inicial.
Geralmente o tempo gasto nas revisões de projeto é inferior ao
desenvolvimento inicial, uma vez que o caminho já é conhecido. Chegando
novamente à configuração do produto, é selecionada a melhor alternativa,
podendo ser selecionada por técnicas avançadas de seleção, como a Matriz
de Seleção. É realizada uma análise de possíveis falhas ou defeitos, deve ser
construído um protótipo e realizam-se testes.
Método de Baxter
Funil de Decisão, proposto por Baxter
 Objetivos da Empresa
 Estratégia da Empresa
 Objetivos do desenvolvimento do produto
 Estratégia do desenvolvimento de produto
 Estratégia do desenvolvimento de produto
 Pesquisa das oportunidades de produto
 Oportunidades de Produto
Método de Baxter
Projeto detalhado
Sendo aprovado, passa-se para o detalhamento, através de desenhos do produto
e seus componentes, e a construção de um protótipo experimental. Nessa etapa
é definido o detalhamento final dos componentes, montagem do produto, e é
possível efetuar testes físicos ou de funcionamento do produto junto aos seus
potenciais usuários/consumidores (teste qualitativo).
Projeto para fabricação
Uma vez acertados os detalhes, é confeccionado, em alguns casos, um protótipo
de produção onde serão definidos os parâmetros para o processo de produção na
indústria. A aprovação desse modelo ou protótipo final encerra o processo de
desenvolvimento do produto em questão.
A partir desse ponto, começa-se a produção e o lançamento do produto no
mercado.
IMPORTANCIA DO GESTALT NO
ESTILO DE PRODUTOS
A psicologia da Gestalt é um movimento que atua na
área da teoria da forma. O design utiliza as leis da Gestalt
o tempo todo, muitas vezes até de forma inconsciente. Ele
ajuda as pessoas a assimilarem informações e
entenderem as mensagens que são passadas. Este aula
visa explicar de forma detalhada o que é a Gestalt e como
ela é aplicada no mundo do design e web design.
O QUE SIGNIFICA A PALAVRA
GESTALT
Muita gente acha que é o sobrenome de
algum psicólogo que teria fundado o movimento. Na
verdade, é uma palavra de origem germânica que
significa “forma” ou “figura”. Outros nomes pra
psicologia da Gestalt são Gestaltismo, psicologia da
forma ou simplesmente Gestalt.Embora esse
movimento tenha sido fundado por Max Wertheimer, o
conceito de Gestalt foi primeiro introduzido na filosofia
e psicologia contemporânea por Christian von
Ehrenfels. Outros nomes importantes da Gestalt são
Kurt Koffka e Wolfgang Kohler.
A Psicologia da forma, Psicologia
da Gestalt, Gestaltismo ou simplesmente Gestalt é uma
teoria da psicologia iniciada no final do século
XIX na Áustria e Alemanha que possibilitou o estudo
da percepção.
Segundo a Gestalt, o cérebro é um sistema dinâmico
no qual se produz uma interação entre os elementos, em
determinado momento, através de princípios de
organização perceptual como: proximidade, continuidade,
semelhança, segregação, preenchimento, unidade,
simplicidade e figura/fundo. Sendo assim o cérebro tem
princípios operacionais próprios, com tendências autoorganizacionais dos estímulos recebidos pelos sentidos.
Surge como uma reação às teorias contemporâneas
estabelecidas que se fundamentavam apenas na experiência
individual e sensorial. Parte do princípio de que o objeto
sensível não é apenas um pacote de sensações para o ser
humano, pois a percepção está além dos elementos
fornecidos pelos órgãos sensoriais. Fundamentam-se nas
afirmações de Kant de que os elementos por nós percebidos
são organizados de forma a fazerem sentido e não apenas
através de associações com o que conhecemos
anteriormente.
Max Wertheimer(1880-1943) publica o primeiro
trabalho considerado iniciador dos estudos da Gestalt
em 1912, num estudo sobre a percepção visual, com seus
colegas Wolfgang Kohler(1887-1967) e kurt koffka(18861940). Os três são considerados iniciadores do movimento
da Gestalt.Estes consideram os fenômenos psicológicos
como um conjunto autônomo, indivisível e articulado na
sua configuração, organização e lei interna, que
independem da percepção individual e que formulam leis
próprias da percepção humana.
O filósofo norte-americano William James, foi um dos
que influenciaram esta escola, ao considerar que as pessoas
não vêem os objetos como pacotes formados por
sensações, mas como uma unidade. A percepção do todo é
maior que a soma das partes percebidas. Uma outra
influência fundamental foi a fenomenologia de Edmund
Husserl. A fenomenologia afirma que toda consciência
é consciência de alguma coisa. Assim sendo, a consciência
não é uma substância, mas uma atividade constituída por
atos (percepção, imaginação, especulação, volição, paixão,
etc.), com os quais visa algo.
O filósofo norte-americano William James, foi um dos
que influenciaram esta escola, ao considerar que as pessoas
não vêem os objetos como pacotes formados por
sensações, mas como uma unidade. A percepção do todo é
maior que a soma das partes percebidas. Uma outra
influência fundamental foi a fenomenologia de Edmund
Husserl. A fenomenologia afirma que toda consciência
é consciência de alguma coisa. Assim sendo, a consciência
não é uma substância, mas uma atividade constituída por
atos (percepção, imaginação, especulação, volição, paixão,
etc.), com os quais visa algo.
GESTALT ORIGEM
Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Kohler(18871967) e Kurt Koffka (1886-1940), depois de 1910,
na Universidade de Frankfurt, criticaram fortemente as
idéias de Wilhelm Wundt(1832-1920), considerado o
fundador da psicologia moderna e responsável pelo
primeiro laboratório
de psicologia experimental.Wertheimer pôde provar
experimentalmente que diferentes formas de organização
perceptiva são percebidas de forma organizada e com
significado distinto por cada pessoa.
O todo é maior do que a soma das partes que o
constituem. Por exemplo: uma cadeira é mais do que
quatro pernas, um assento e um encosto. Uma cadeira é
tudo isso, mas é mais que isso: está presente na nossa
mente como um símbolo de algo distinto de seus
elementos particulares.Em uma série de testes
Wertheimer demonstrou que pode ser realizada uma
ilusão visual de movimento de um determinado objeto
estacionário se este for mostrado em uma sucessão
rápida de imagens. Assim se consegue uma impressão de
continuidade e chamou este movimento percebido em
seqüência mais rápida de "fenômeno phi" (o cinema é
baseado nessa ilusão de movimento, a imagem percebida
em movimento na realidade são conjuntos de 24 imagens
fixas projetadas na tela durante 1 segundo).
A ESCOLA DUALISTA DE GRAZ
A tentativa de visualização do movimento marca o
início de outra escola da psicologia da Gestalt: a Escola de
Graz ou “corrente dualista”, (Áustria). Esta identificou dois
processos distintos na percepção sensorial: um, a
sensação, a percepção física pura dos elementos de uma
configuração (o formato de uma imagem ou as notas de
uma música), próprio ao objeto percebido; e o outro, a
representação, que seria um processo “extra-sensorial”
através do qual os elementos, agrupados, excitam a
percepção e adquirem sentido (a forma visual ou a melodia
da música), que já é particular do trabalho mental do
homem.
A outra concepção, divergente do “dualismo”, era a
chamada “corrente monista” (de mono, único),
defendida pelos alemães. Pelo ponto de vista monista,
tanto sensação como representação se dariam
simultaneamente, e não em separado. A forma, ou
seja, a compreensão que os dualistas chamaram de
“extra-sensorial”, não pode ser dissociada da sensação
do objeto material. Por ocorrerem ao mesmo tempo,
percepção sensorial e representativa vão se
completando até finalizarem o processo de percepção
visual. Só quando uma é concluída que a outra pode ser
concluída também.
LABORATÓRIO DE 1913
Em 1913, a Academia Prussiana de Ciência instalou, na
ilha de Tenerife, nas Canárias, uma estação para estudo do
comportamento do macaco. Wolfgang Köhler foi nomeado,
então, diretor da estação - ainda muito jovem e com quase
nenhuma experiência em biologia e psicologia de animais.
Suas pesquisas pioneiras com antropóides enfatizaram que
não só a percepção humana, mas também nossas formas
de pensar e agir funcionam, com freqüência, de acordo
com os pressupostos da Gestalt da reorganização
perceptiva.Observou-se que ato cognitivo corresponde a
uma reestruturação do conhecimento anterior
(informações disponíveis na memória) tal como
posteriormente estudada pelos construtivistas a exemplo
de Piaget.
Medidas da estimulação elétrica cortical em gatos e
os seus clássicos experimentos com
chimpanzes(empilhando caixotes para alcançar
alimentos) comprovaram que estes têm condições de
resolver problemas relativamente mais complexos do que
os experimentos de contornar um obstáculo e abrir
fechaduras para fuga, aproximando-se da inteligência
humana.
FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Segundo a Gestalt, existem quatro princípios a ter em
conta para a percepção de objetos e formas: A tendência à
estruturação, a segregação figura-fundo, a pregnância ou
boa forma e a constância perceptiva.Outros conceitos dessa
teoria são supersoma e a transponibilidade.Supersoma
refere-se a idéia de que não se pode ter conhecimento de
um todo por meio de suas partes, pois o todo é maior que a
soma de suas partes: "(…) "A+B" não é simplesmente
"(A+B)", mas sim um terceiro elemento "C", que possui
características próprias.já segundo o conceito da
transponibilidade, independentemente dos elementos que
compõem determinado objeto, a forma se sobressai. (…)
uma cadeira é uma cadeira, seja ela feita de plástico, metal,
madeira ou qualquer outra matéria-prima.
Em termos mais gerais, é o conjunto de entidades físicas,
biológicas, fisiológicas ou simbólicas que juntas formam um
conceito, padrão ou configuração unificado que é maior que a
soma de suas partes. Ou seja, o princípio básico da teoria
gestaltista é que o inteiro é interpretado de maneira
diferente que a soma de suas partes.
Vemos uma mesa como um objeto diferente do que apenas a soma de suas partes
SETE FUNDAMENTOS BÁSICOS
Você já notou como uma série de luzes piscantes
parecem se mover de vez em quando, como sinais de neon
e luzes natalinas? De acordo com a Gestalt, esse
movimento aparente acontece por que nossas mentes
preenchem a informação que falta.
A crença é de que o inteiro é maior do que a soma de
suas partes individuais levou ao descobrimento de
diferentes fenômenos que ocorrem durante a percepção.
As leis básicas da Gestalt são usadas com uma
freqüência altíssima hoje em dia no design, assim como
em outras áreas do conhecimento humanos (como
arquitetura, artes, moda, etc.).
Os cinco fundamentos básicos da Gestalt - muito usado
hoje em dia em profissões como design,arquitetura, etc. –
são elas:
 Continuidade
 Semelhança
 Proximidade
 Pregnância
 Fechamento
 Unidade
 segregação
Lei da Continuidade
Essa lei dita que pontos que estão conectados por
uma linha reta ou curva, são vistos de uma maneira a
seguirem um caminho mais suave. Em vez de ver linhas e
ângulos separados, linhas são vistas como uma só.
Lei da Semelhança
A lei da semelhança dita que eventos que são similares se
agruparão entre si.
Lei da Proximidade
Elementos são agrupados de acordo com a
distância a que se encontram uns dos outros.
Elementos que estão mais perto de outros numa
região tendem a ser percebidos como um grupo.
Lei da Pregnância
É chamado também de lei da simplicidade.
Ela dita que objetos em um ambiente são vistos da
forma mais simples possíveis. Quanto mais simples,
mais facilmente é assimilada
Lei do Fechamento
Elementos são agrupados se eles parecem se
completar. Ou seja, nossa mente ver um objeto completo
mesmo quando não há um.
Lei da Unidade
Uma unidade pode ser consubstanciada num único
elemento, que se encerra em si mesmo, ou como parte
de um todo. Ainda, numa conceituação mais ampla,
pode ser entendida como o conjunto de mais de um
elemento, configurando o "todo" propriamente dito, ou
seja, o próprio objeto. As unidades formais, que
configuram um todo, são percebidas, geralmente,
através de relações entre os elementos (ou subunidades) que as constituem. Uma ou mais unidades
formais podem ser segregadas ou percebidas dentro de
um todo por meio de diversos elementos como: pontos,
linhas, planos, volumes, cores, sombras, brilhos, texturas
e outros, isolados ou combinados entre si.
Lei da Segregação
Segregação significa a capacidade perceptiva de separar,
identificar, evidenciar ou destacar unidades formais em um
todo compositivo ou em partes deste todo.Naturalmente,
pode-se segregar uma ou mais unidades, dependendo da
desigualdade dos estímulos produzidos pelo campo visual
(em função das forças de um ou mais tipos de contrastes). A
segregação pode se feita por diversos meios tais como: pelos
elementos de
pontos, linhas, planos, volumes, cores, sombras, brilhos,
texturas e outros.Para efeito de leitura visual pode-se,
também, estabelecer níveis de segregação. Por exemplo,
identificando-se apenas as unidades principais de um todo
mais complexo, desde que seja suficiente para o objetivo
desejado de análise e/ou interpretação da forma do objeto.
APLICAÇÕES NA ARTE
A tendência à estruturação por exemplo explica a
tendência dos diferentes povos a distinguir grupos de
estrelas e reconhecer constelações no céu; a boa forma ou
configuração ideal mais conhecida é a proporção
áurea dos arquitetos e geômetras gregos que explica
muitas das formas que são agradáveis aos olhos humanos.
As empresas de publicidade e criadores de signos visuais
(marcas) parece que são os maiores usuários da
descoberta dos símbolos que possuem alto poder de
atração (pregnância).
Vários artistas se utilizaram das ilusão de ótica muitas
delas explicadas pela lei da segregação da figura e fundo a
exemplo de Escher e Salvador Dalí ou os discos ópticos
de Marcel Duchamp. A ilusão de perspectiva e proposição
cubista de criação de uma cena com (sob) múltiplos pontos
de vista também são explicados pela teoria da Gestalt.
Através dos estudos realizados e das teorias elaboradas na
escola Gestalt, no início do século XX, referentes a teoria da
psicologia das imagens, foi possível criar condições favoráveis
para a racionalização na construção de projetos
gráficos.Reforça-se a idéia que o todo, é mais que a soma das
suas partes, existindo envolvimento
psicológico.Compreender a construção de imagens é
imprescindível para a elaboração e desenvolvimento de
mensagens visuais, viabilizando a ampliação do acervo de
soluções gráficas autoras de sentidos qualificados.
GESTALT TERAPIA
A partir da teoria da Gestalt e da psicanálise, o médico
alemão Fritz Perls (1893-1970) desenvolveu uma forma de
psicoterapia de orientação gestáltica. A gestaltoterapia
ou terapia Gestalt orienta-se segundo o conceito que o
desenvolvimento psicológico e biológico de um organismo se
processa de acordo com as tendências inatas desse
organismo, que tentam adaptá-lo harmoniosamente ao
ambiente. A prática psicoterapêutica é, normalmente,
realizada em grupo e ao longo das suas sessões destaca-se a
realização de um conjunto de exercício sensóriomotores (que trabalham as áreas sensoriais e motoras do
nosso corpo) e meditativos (de relaxamento).
Estes exercícios pretendem, principalmente, que
os indivíduos descubram novas forças existentes em si,
para poderem ultrapassar as suas dificuldades.
Quando a Gestalt deve ser
aplicada?
Sempre que possível. Usando teorias gestaltista no
design, você pode gerar soluções alternativas para
problemas comuns.
Download

Método de Baxter