ID: 53339595
08-04-2014
In statu quo res erant
ante bellum
Pág: 16
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 14,57 x 27,28 cm²
Âmbito: Economia, Negócios e.
Corte: 1 de 2
instituições, que se caracterizava por uma preferência por reformar devagar e paulatinamente,
com o objectivo de aproveitar a experiência e o
conhecimento acumulados, mas agora partilha
da opinião de que por vezes é necessário destruir
para criar de novo, dessa forma removendo resistências anquilosadas e anacrónicas do status
quo através de um processo de destruição criativa de inspiração Schumpeteriana. O exemplo
(anedotal mas impressivo) com que Johnson
ilustra o seu percurso mental é o da Câmara dos
Lordes, a segunda câmara do parlamento Britânico, onde pontuam 28 vezes mais membros com
idade igual ou superior a 90 anos do que membros com idade igual ou inferior a 40 anos – mudar o quê, como e porquê?...
Quando ouço ou leio argumentos de certos
parceiros sociais “incumbentes”, defendendo
um leque de representatividade mais restrito nos
órgãos de discussão e diálogo social, para não haver “pulverização” da representação ou para que
as reuniões sejam mais fáceis de organizar e gerir, pergunto-me também, por um momento só,
se não seria melhor que esses órgãos fossem demolidos e reconstruídos do nada… Mais importante: pergunto-me quem terá coragem de se colocar do lado da modernidade e quem permanecerá agarrado ao passado. ■
Quando ouço ou leio argumentos
de certos parceiros sociais
“incumbentes”, defendendo um
leque de representatividade mais
restrito nos órgãos de discussão
e diálogo social, para não haver
“pulverização” da representação
[…], pergunto-me também
se não seria melhor que esses
órgãos fossem demolidos
e reconstruídos do nada.
Paula Nunes
Quando a Confederação dos
Serviços de Portugal nasceu, há
cerca de dois anos, apresentámo-nos com um Programa positivo, de inclusão e abrangência. Dissemos que não vínhamos ocupar o lugar de ninguém
Luís Reis
e que apenas nos propúnhamos
Presidente
acrescentar um contributo de
da Confederação
uma organização representatidos Serviços
de Portugal
va de muitas empresas de serviços modernos, que não tinham – nem têm – assento em qualquer instância
formal de diálogo social. Pensávamos, na altura,
com alguma ingenuidade, que essa nossa atitude
era tão transparente e claramente apostada em
melhorar o estado da arte em termos da paz social
e do progresso económico, que suscitaria apenas
encorajamento por parte dos nossos pares – as
demais confederações. Não foi, todavia, assim provocámos diversas reacções de alguma adversidade em representantes de outras confederações, que se ocuparam a semear algumas declarações mais ou menos ambíguas e desconfiadas em
órgãos de comunicação social vários. Nunca nos
deixámos intimidar nem esmorecer nos nossos
propósitos, mas não escondo a minha surpresa e a
decepção que tais reacções me suscitam, pois entendo que são contraproducentes e colocam os
seus autores do lado errado da história.
Esta reflexão vem a propósito de um excelente
artigo que Luke Johnson escreveu recentemente
no Financial Times, no qual disserta sobre o imobilismo e a resistência à mudança que caracteriza
as instituições “respeitáveis”- bancos, parlamentos, universidades, partidos, fundações, sindicatos, jornais e – acrescento eu – organizações
patronais. Explica o autor que vem operando
uma inflexão no seu pensamento tradicional das
Tiragem: 17280
Pergunto-me quem terá coragem de se
colocardo lado da modernidade e quem
permanecerá agarrado ao passado.
ID: 53339595
08-04-2014
Tiragem: 17280
Pág: 3
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 6,62 x 2,18 cm²
Âmbito: Economia, Negócios e.
Corte: 2 de 2
Luís Reis
Pergunto-me quem terá
coragem de se colocar do lado
da modernidade e quem permanecerá
agarrado ao passado. ➥ P16
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