Prólogo nada mais dormir (memórias do paraíso) impossível não nascer toda hora e a cada instante nunca me dei bem com gatos ágil não gosto de gatos só volto em casa pra dormir e talvez comer um pouco me invento gato me morro gato mesmo é comer na rua PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1112752/CA hoje confesso hoje confesso sou me vejo gato me acho bonito bom durmo muito pouco a primeira vez que me vi tava chovendo a chuva a terra o lixo passando o lixo muita lama fiquei me olhando só pra mim chamava em mim sei lá eu mesmo sei tinha um na água todo distorção fiquei lá e eram tantos que eu mesmo nem meio avermelhado tijolo tinha outro mais envergado que brilhava mais eu era outra cor outros poucos alguma coisa me tava meio prateado meio barro meio tinha o duma lata onde muito pouco enferrujado muitos eu era variadas outras cores alguma coisa me chamava não os muitos verdade eu mesmo me chamava a todos esse que sou só eu na acontece que ainda sobrava sempre sobra alguém nunca sobrava ninguém chuva muita água um passando afundei quer dizer só alguém senão nada mais muita terra muita lama me larguei aceitei muita eu era só mais eu passando eu junto com o lixo que não é ninguém 9 sempre preservei minha dignidade ser verdade a verdade não se preserva por ai instante sim coisa ouvi muito disso o vício gosto de chuva se chovo, não molho todas dignas o feio sustenta o que a mentira que repete por isso não se deito, não durmo se acordo, é porque não morri nem todas vivas por um sobra sempre alguma vira herói do que sobrou não preservou não acordo não faz sentido tento ainda repetir esse que sobra pior pro que não sobra hoje repito apesar de se durmo, tenho muitas vidas nem vivo a que sobra feio e viciado nunca morri PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1112752/CA acordo toda hora e a cada instante afundado pensei muito pensei tanto ao ponto de não pensar penso pra não pensar dá muito trabalho isso de pensar mais ainda ter que pensar dobrado de não pensar dá o melhor é nem pensar nem não pensar de repente eu tava me mexendo braço e perna pra todos lados dançar achei o chão as piores lixo é lixo e chão é chão lixo e pouco chão é sempre uma dúvida onde colocar o pé levantei mentindo que tava mentindo ou céu agora o mundo era todo aquilo todo mesma cor ou cor nenhuma passei a ser chuva mesmo jeito do gato sou chuva quando chovo sou só eu mesmo jeito do gato chuva é a mesma merda só lixo muito mesmo assim inventando chão no lixo invento chuva depois confesso sem saber pensei o pé tem mentira que não mente diferença até hoje: já não faz eu ou chão ou chuva tudo branco por isso não gosto de chuva do gosto de vento que me leve não tem essa de duas chuvas não tem esse de dois hoje do na verdade mesmo gato e por isso um não gosta do outro nem eu 10 acordo variado durante as cores de acordo com diversas chuvas escapo em vidas sempre morri dessa vez o todo que era lixo viveu chão como todo aquilo que de outro foi mesmo e tudo vai mesmo do jeito que ia quando morri lama e nasci pé pisando forte sempre de passando virei passado fixo reto quase tudo guardado o devido torto de se equilibrar tipo algumas pernas quando só pernas tipo algumas costas encostadas que me custavam o olhar olhos a água desviava o quase todo menos me atrair quando só sem pontos e sem costas e não havia outros todo só ilhas sem mar pontos sem vista um ponto sem outros é o mundo ali passado parado nascido e morrido só via mundo sem poder tirar lama dos olhos mundo todo pior que vi tudo todos aqueles e todos aquilos pouco ali passado na verdade fiquei mais um o mundo todo era pra mim que eu olhava tantos outros todos mundos que aprendi a pular melhor do que a frase melhor mesmo de tudo que pular consta de pular mais alto ainda claro pra baixo é sempre cair como pra frente é sempre passar passa pra trás e do mesmo passa o passado não sabe voltar pulando Já viu chuva pular? tempo sim é coisa de não passar pra cima, o futuro a chuva aprendi do tempo passa chuva, passa mundo, passa gente e passa todas as coisas até hoje ainda desconfio que tempo não é coisa e mais e bicho o aqueles que se pega na pegada e aquilos que se perde na sacada aquilos onde se passa e aqueles quando se fica PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1112752/CA só um ponto de olhos pular tudo é mais alto ainda pra cima não tem lugar só existe coisa, gente é depois cair nem coisa nem gente nem bicho nem dá pra passar coisa de tempo que não confio nem desconfio nunca mais em cima cima é gente é muito e bicho pode ser gato deixo a chuva e caio as coisas só lugar muito e rasteiro gosto de coisa que me faça bicho que me passa lixo que me seja chão que me caia chuva que não possa voltar fui a muitos lugares e 11 conheço todos os lugares todos iguais não fui a lugar nenhum algum espaço sem lugar não sei porque e confesso nunca sabia porque todos os lugares onde fui era só andar não existe o lugar muito sendo muito rastejei andei, pulei, passei, caí porque também é lugar nenhum deste lugar aqui sendo gente andei só cheguei até aqui aqui não sei se ando ou me perco continuar sem me perder pra nunca chegar só nunca me perdi queria nunca saí sempre espaços e passos leves pisando chão pegando coisas poucas no pulo é pouco nunca voar PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1112752/CA tanto lugar e pulo aprendi a dançar enquanto dançar de pisar é até possível inventar pé, inventar gato, inventar chuva se afogar das coisas é até daí se achar ilhado impossível é pisar quando chão pelo mar nada mais importa não mais vi ponto algum agora já é agora já era aquilos onde me via outros pela ilha tudo é mar todo o que era antes, agora será depois aliás aliás agora ainda segue sendo e vindo a ser todos só movimento e posição momento ou sigo em qualquer parada aquilo morri sem falsas e farsas, chão nunca existiu e nada das coisas é possível das coisas se molhar se perder larguei do chão e dancei tanto paro em qualquer já não existe limite entre isso ou eu ou você não me faz diferença agora existe só diferença e vontade chuva, gato, terra, lixo, cores, lama, morte, vento, sobra, mentira, chão, pé, sentido, herói, ilha, gente, coisa, bicho, mundo todo o nada mais só importa o mar dançando nunca igual impossível não nascer toda hora e a cada instante agora eu quero para