JUVENTUDE, TRABALHO, SENTIDOS E SIGNIFICADOS DOS
ESTUDOS EM NÍVEL SUPERIOR
Marilu Diez Lisboa1 - UNIPLAC
Grupo de trabalho - Políticas Públicas,
Avaliação e Gestão do Ensino Superior
Agência Financiadora: FAPESP e Reuni
Resumo
Este estudo tem como objetivo discutir os sentidos e os significados que os estudos e do
trabalho ocasionam na vida de jovens em idade de ingresso no mundo laboral ou a ele já
pertencentes. Constituem-se como centrais neste estudo, questões concernentes à importância
do estudo para a juventude menos privilegiada socioeconomicamente e que frequenta ou
frequentou o sistema público de ensino. O estudo se constituiu como pesquisa que propiciou o
título de pós-doutoramento para a autora, realizada na UNESP e concluído em 2010.
Constituem-se como matéria prima para esta investigação os dados coletados por meio de
pesquisa quantitativa junto à estudantes de escolas públicas de centro e de periferia de uma
sub-região do Sudeste do Brasil. Buscou-se compreender de que modo o desemprego é
percebido pelos jovens, população que se encontra em um momento de vida em que o
trabalho passa a ter um significado central, contemplando também a questão complementar
descrita acima. Tal investigação enfoca a relevância dos estudos para a juventude menos
privilegiada socioeconomicamente, independentemente de alcançarem ou não o “destino
social improvável” de ingressar no ensino superior público. Haja vista que estes jovens
despendem de grandes esforços para superar as condições adversas que os cercam desde o
nascimento. Partiu-se das reflexões de que existem diferentes juventudes, segundo autores de
referência em Educação e Sociologia da Juventude. Nesse sentido, pretende-se discutir o tema
juventude, educação e trabalho, bem como questões envolvidas com a inserção e a
permanência desta juventude no sistema de ensino público, enfatizando a temática da
profissionalização como uma possibilidade de inserção no mercado de trabalho.
Palavras-chave: Juventude(s). Estudos. Acesso e permanência.
1
Psicóloga (PUCRS); orientadora profissional; mestre e doutora em Psicologia Social (PUCSP); pós-doutora
com pesquisa sobre juventude e desemprego (UNESP com subsídio FAPESP); Pós-doutora em Educação (UFSC
com subsídio REUNI); professora do Mestrado em Educação da UNIPLAC; fundadora e Coordenadora de curso
e professora no Instituto do Ser – Orientação Profissional e de Carreira. E-mail: [email protected]
ISSN 2176-1396
13602
Introdução
O acesso à universidade se faz cada vez mais importante no contexto contemporâneo.
No Brasil é crescente o contingente de jovens que pretendem uma qualificação profissional
que lhes propicie maiores chances de ingresso e permanência no mundo do trabalho. Observase que os jovens brasileiros que frequentam escolas particulares, pertencentes às classes
sociais mais favorecidas econômico e socioculturalmente, constituem a maioria dos que
ingressam nas universidades, vencendo a seleção do exame vestibular e também obtendo uma
boa classificação no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Esses são preparados de
forma direcionada e específica para enfrentar essa seleção, diferentemente dos estudantes do
sistema público de ensino, os de classes sociais de baixa renda, que não são preparados nessa
dimensão e sobre os quais não existe comumente a expectativa do ingresso no nível superior.
Isto ocorre, entre outras razões, por necessidade de manutenção econômica, o que joga o
jovem da escola pública no mundo do trabalho precocemente, para que possa garantir o
próprio sustento e, em muitos casos, o sustento da família. Como consequência, esse jovem
facilmente evade da escola por não conseguir conciliar estudos e trabalho.
Constata-se que a maioria dos jovens pertencentes às classes sociais mais privilegiadas
frequentam as universidades públicas, enquanto os menos favorecidos econômica e
socioculturalmente ou não alcançam esse nível de ensino, pela falta de preparo efetivo, ou o
fazem após ter ingressado no mundo do trabalho, custeando seus estudos em faculdades ou
universidades privadas.
Como parte desta discussão cabe assinalar a importância da frequência dos candidatos
ao ingresso às universidades brasileiras aos cursos pré-vestibulares, sendo eles em maioria
alunos de escolas particulares. Mais recentemente observa-se no país uma preocupação em
contemplar jovens que frequentam o sistema público de ensino, com a possibilidade de
ingresso à universidade como forma de garantir uma maior igualdade nesse processo. Entre
outras medidas, para tentar reverter ou superar esta situação foram implantadas as Políticas de
Ações Afirmativas (PAAs), num primeiro momento caracteristicamente difusas e
diversificadas, voltadas muito mais à questão da etnia do que a aspectos sociais e econômicos
da população.
No sentido de unificar as PAAs foi promulgada, em 29 de agosto de 2012, a Lei
12.711 que dispõe, em seu Art. 1º, sobre a reserva de no mínimo 50% das vagas disponíveis
nos concursos seletivos para ingresso nos cursos de graduação – nas universidades públicas –
13603
para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. A
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, tem contemplado essa preocupação ao
oportunizar, desde 2008, o ingresso a jovens oriundos das escolas públicas, via PAAs,
conforme Resolução Normativa n. 008/CUN/2007/UFSC,
promovendo assim mais
oportunidades de acesso ao ensino superior aos contingentes populacionais menos
favorecidos.
No entanto, continua em pauta a dificuldade quanto ao ingresso nas universidades à
maioria dos jovens brasileiros, uma vez que a história da escolarização no Brasil mostra
nitidamente um alto grau de elitização (BIANCHETTI, 1996). Dentro desse quadro, não se
pode dizer, felizmente, que não haja preocupação com essa seleção, que segundo Bianchetti
(1996) pode ser considerada prévia, uma vez que advém de uma sociedade fragmentanda em
classes sociais.
Pesquisa de pós-doutoramento2 realizada junto à juventude que habita as sub-regiões
da indústria do calçado, constituídas como pólos calçadistas da região Sudeste do país,
confirma dados significativos condizentes com o que aqui se propõe: trazer à discussão o que
tem sentido e significado para a(s) juventude(s), no que concerne ao tema educação e trabalho
(LISBOA, 2010).
A categoria sentidos e significados (TOLFO et al, 2005), introduzida pela Psicologia
Social refere-se, na pesquisa citada, aos sentidos e significados do desemprego, considerandose também os riscos de ser desempregado. Foram pesquisados jovens com idades entre 15 e
24 anos, cursando ou já tendo frequentado a rede pública de ensino, trabalhando, já tendo
trabalhado e desempregados – procurando localizar-se no mundo do trabalho. Também foram
pesquisados os atores sociais responsáveis pela educação, saúde e trabalho, pertencentes ao
poder público dos dois municípios objetos do estudo, Franca e Birigui, bem como o
empresariado, representantes das classes trabalhadoras e os envolvidos com as questões de
governança.
Nessa pesquisa ficou clara a valorização que os jovens dão ao estudo em sua
construção de vida, colocando-o como um significante de extrema importância diante de seu
estar no mundo. Frente às opções constantes do questionário e grupos focais, da pesquisa, os
2
Pesquisa realizada pela autora deste Relatório, com vistas à titulação de Pós-doutoramento, junto ao
Laboratório de Estudos sobre Desenvolvimento e Sustentabilidade – LAbDES pertecente ao Departamento de
Educação, Ciências Sociais e Política Internacional – DECSPI da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais –
FCHS/UNESP, Campus Franca. Subsidiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo –
FAPESP no período entre 2007 e 2010.
13604
participantes foram solicitados a se posicionarem quanto a duas questões: o que os estudos
para eles significam; e o que seria melhor na fase da juventude: somente estudar, estudar e
trabalhar ou somente trabalhar, caso pudessem escolher.
Os jovens pesquisados mostraram ter a plena consciência do que o estudo significa
para si: “é muito importante”, “tudo”, “tudo na vida”, sendo no seu caso a única solução
possível para o crescimento como pessoa e como profissional. Possivelmente a importância
dos estudos manifeste-se como tradição – na perspectiva da neoteoria do capital humano
(GENTILI; SILVA, 1994) - mas, também, pelo modelo de sociedade vigente, sociedade da
informação e do conhecimento (BIANCHETTI, 2008).
Visando a elucidação e comprovação do que foi encontrado como categorias e subcategorias na pesquisa supra citada, expomos as mesmas, a seguir, acrescidas das falas dos
sujeitos.
As
respostas
dadas
com
relação
à
categoria
“estudo
como
muito
importante/tudo/tudo na vida”, demonstram que por unanimidade, somando 50 respostas, a
importância dada aos estudos, sob vários aspectos, foram divididos nas seguintes categorias,
seguidas pelas falas.
Subcategoria 1. [O estudo] relativo a questões da subjetividade, 18 respostas, enfocam
fundamentalmente: “[o estudo] é tudo na vida de quem quer crescer; é a chave do caminho
para o sucesso; a vida hoje nos pede estudo; são eles [os estudos] que me motivam todos os
dias; se estudarmos podemos tentar ser alguém na vida um dia; sem estudo a gente não é
nada; é uma motivação para nunca parar (de aprender coisas novas); o estudo nos ensina mais
a viver, a aprender que a vida não é brincadeira e sim um jogo que você tem que saber
jogar;extremamente importante para a vida; nos permite “subir na vida”; é aúnica coisa que
posso levar comigo sempre, trabalhando ou não; significa oportunidade.”
Subcategoria 2. [O estudo] relativo ao trabalho, 17 respostas, fundamenta-se nas
seguintes respostas: “chance de um preparo melhor para o mercado de trabalho; [através dos
estudos] pretendo arrumar um emprego bom; com uma faculdade e com o diploma em mãos,
quem sabe vem a chance de eu conseguir trabalhar; significam um começo para conseguir um
emprego bom; quem não estuda não cresce e nem trabalha; sem estudar, em que vai trabalhar
quando formar uma família; [os estudos] abrem a porta para um bom emprego; os estudos
seriam uma forma de crescer no próprio serviço; [representa] a oportunidade de qualificação
profissional; passaporte para conseguir um bom emprego.
Subcategoria 3. [O estudo] relativo ao futuro em geral, 12 respostas, sedimenta-se nas
repostas: “é com o estudo que estarei me preparando para o futuro; é através dele quetemos
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nossa bagagem cultural para o resto da vida; somente ele pode garantir o meu futuro; são eles
que vão me dar um futuro melhor; nos encaminha para o mundo e nos prepara para seguirmos
em frente como jovens; é dele que vou ter o que quero na vida; é a esperança de um futuro
melhor, quem sabe assim consiga um dia ser o que sonhei”.
Subcategoria 4. [O estudo] como fonte de conhecimento, 8 respostas, assim expostas:
jovens não têm experiência prática ao menos sabem, na teoria, o que fazer; através do
conhecimento podemos nos dar melhor no trabalho e na vida social; o alicerce de tudo, pois
tudo na vida envolve escola; uma forma de estar sempre aprendendo coisas novas e nunca
parar; pois é principalmente nos estudos que conseguimos aprofundar nossos conhecimentos;
porque com os estudos sempre teremos chance de ampliar mais nossos conhecimentos;
porque sem eles você fica sem informação e sem informação pode se ficar uma pessoa sem
cultura.
Com relação à preferência, no caso de poderem escolher entre somente estudar,
estudar e trabalhar, ou somente trabalhar, na fase de vida entre os 15 e os 24 anos, as
respostas dadas deixam claro que a opção por somente estudar ficou em primeiro lugar,
seguida da alternativa estudar e trabalhar, e somente uma minoria mostrou desejo de somente
trabalhar.
Os argumentos para esta segunda escolha, estudar e trabalhar, se centraram no
significado e no sentido do trabalho como educativo e socializante, convergindo com a
perspectiva teórica da centralidade do trabalho, uma vez que este estudo
situa a juventude
menos aquinhoada sociocultural e economicamente. A seguir são expostas as falas que
demonstram as preferências citadas.
As relativas à categoria preferência por somente estudar, 26 respostas, divide-se em
três subcategorias: subcategoria 1. em função de conhecimento, 5 respostas; subcategoria 2.
em função do trabalho/profissão: 2 respostas; e subcategoria 3. em função do futuro: 1
resposta. Essas se fundamentam nas seguintes afirmativas: “porque assim poderia adquirir
mais conhecimentos; para aperfeiçoar meus conhecimentos e aprender cada vez mais;
aproveitaria muito mais, tirando minhas dúvidas e aproveitando todos os dias de aula; só
estudava, o trabalho é bom, satisfatório, mas acaba prejudicando os estudos, a carga horária é
muito grande; quem trabalha e estuda não tem tempo para se dedicar a nenhum dos dois;
estaria mais preparada para o mercado de trabalho; para no futuro colher
que eu próprio
plantei; poderia dar o melhor de mim; é uma das coisas que mais gosto de fazer e a melhor
época que tem para aprender é esta [estuda e trabalha]; infelizmente não é essa realidade que
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eu vivo; ninguém pode querer ser alguém na vida sem estudar; estaria mais preparada para o
mercado de trabalho.”
A categoria que se refere à preferência por estudar e trabalhar, 18 respostas, divide-se
em três subcategorias: subcategoria 1. em função do trabalho/profissão: 4 respostas;
subcategoria 2. em função de conhecimento: 3 respostas; subcategoria 3. em função do futuro:
2 respostas. Apresentadas com base nas afirmativas: “para poder comprar as minhas
necessidades e ajudar em casa; eu ganharia meu dinheiro e, sempre que pudesse, faria um
curso para o mercado de trabalho; os dois são muito importantes para o meu crescimento;
assim a cabeça não fica vazia para pensar besteiras; o estudo e o serviço são essenciais em
nossa vida; pois isso me trará sempre crescimento social e pessoal; para me manter sempre
informado e ter um conhecimento amplo de várias áreas.”
A categoria referente à preferência por somente trabalhar foi apreendida por apenas
duas respostas, sem justificativas.
A categoria dificuldades em conciliar estudo e trabalho, 12 respostas, foi concebida
por meio das seguintes respostas: “o trabalho atrapalha os estudos, que atrapalham o trabalho;
é difícil fazer as duas coisas, acaba não fazendo bem nenhuma; me falta tempo e o cansaço é
muito grande; o trabalho torna o aluno cansado e indisposto de exercer a função; de vez em
quando atrapalha um pouco por causa da correria do trabalho; é muito corrido trabalhar e
estudar; é praticamente impossível fazer os dois.”
Autores das mais diversas tendências convergem no que diz respeito à centralidade do
trabalho na atualidade, como é o caso, entre outros, de Antunes (2000). De outro ponto de
vista, Bauman (2001), vai na mesma direção ao atribuir virtudes e efeitos benéficos ao
trabalho – muitas vezes entendido na estreita acepção de emprego – tais como o aumento da
riqueza e a eliminação da miséria. Confirmando esta assertiva o autor traz que o trabalho
também tem como função contribuir para o estabelecimento da ordem da sociedade como
mais um dos elementos identitários do sujeito. Nesta concepção está embutida mais uma
razão que justifica a preocupação com a oportunidade de trabalho para a população jovem de
um país, uma vez que esta se prepara ou está inserida – embora muitas vezes precariamente –
no mundo do trabalho.
O conceito de centralidade do trabalho é explicitado por Lukács (apud ANTUNES,
2000, p. 136), quando este defende que o trabalho tem, desde sua natureza ontológica, um
caráter claramente de transição. De acordo com suas palavras:
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Ele (o trabalho) é em sua natureza uma inter-relação entre homem (sociedade) e
natureza, tanto com a natureza inorgânica [...] quanto com a orgânica, inter-relação
[...] que se caracteriza acima de tudo pela passagem do homem que trabalha,
partindo do ser puramente biológico ao ser social [...].
Faz-se necessário discutir as novas questões relativas à posição do trabalho dentro da
sociedade contemporânea, que se transforma com rapidez surpreendente e sobre bases fluídas
(BAUMAN, 2001), especialmente quando centra-se a atenção na especificidade da condição
dos jovens. A ênfase na juventude, segundo Sennet (2001), é uma consequência da vida de
trabalho, podendo-se exemplificar com a preferência pela juventude, no século XIX,
decorrente da busca por mão de obra barata. De acordo com este autor “[...] as ´moças de
fábrica´ de Lowell, Massachusetts, e os ´meninos da mina´ do norte da Inglaterra trabalhavam
por salários bem abaixo daqueles dos adultos” (SENNETT, 2001, p.110). Analisando se e
como tal fenômeno acontece na contemporaneidade é possível constatar que o capitalismo
ainda conta com essa preferência em razão dos menores salários, principalmente nas fábricas
e oficinas mais insalubres de regiões menos desenvolvidas do planeta. No entanto, parece que
hoje outros atributos passam a tornar a juventude atraente na nova reestruturação produtiva do
final do século XX, pela proposta das organizações flexíveis. Isto porque os jovens são
comparados aos trabalhadores mais velhos, os quais possuem esquemas mentais mais
inflexíveis, por serem mais avessos ao risco e também por não contarem com a energia física
necessária para enfrentar as exigências da vida nas empresas flexíveis. A decorrência disto é
que, segundo o autor, a concepção vigente dessas etapas da vida pode ser assim sintetizada:
“Flexibilidade equivale a juventude; rigidez, a idade”. (SENNETT, 2001. p. 110).
Enfocando a fase da juventude e somando-se a ela a configuração da sociedade atual,
como apontado acima, de fluidez e flexibilização (HIRATA, 1993), legitima-se, em relação à
inserção do jovem no mundo do trabalho, uma composição flexível de duas vias que, num
certo sentido, o colocam num jogo onde predominam e se reforçam as incertezas, as
turbulências, as angústias e os temores que se traduzem, por exemplo, na resistência de
muitos em assumir o papel de adulto a não ser que a própria sobrevivência seja ameaçada.
Como complemento a esta discussão, e tendo em vista a concorrência acirrada quanto
ao ingresso à universidade, cabe assinalar a importância da frequência dos candidatos ao
ingresso às universidades brasileiras aos cursos pré-vestibulares, sendo eles em maioria
alunos de escolas particulares. Nos anos mais recentes observa-se no país uma preocupação
em contemplar com a possibilidade de ingresso à universidade jovens que frequentam o
13608
sistema público de ensino, como forma de garantir uma maior igualdade nesse processo. Entre
outras medidas, para tentar reverter ou superar esta situação foram implantadas as Políticas de
Ações Afirmativas (PAAs), num primeiro momento caracteristicamente difusas e
diversificadas, voltadas muito mais à questão da etnia do que a aspectos sociais e econômicos
da população.
No sentido de unificar as PAAs foi promulgada, em 29 de agosto de 2012, a Lei
12.711 que dispõe, em seu Art. 1º, sobre a reserva de no mínimo 50% das vagas disponíveis
nos concursos seletivos para ingresso nos cursos de graduação – nas universidades públicas –
para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. A
UFSC, tem contemplado essa preocupação ao oportunizar, desde 2008, o ingresso a jovens
oriundos
das
escolas
públicas,
via
PAAs,
conforme
Resolução
Normativa
n.
008/CUN/2007/UFSC, promovendo assim mais oportunidades de acesso ao ensino superior
aos contingentes populacionais menos favorecidos.
Dados atualizados mostram que, segundo o Senso da Educação Básica de 2012,
divulgado pelo MEC, constam como matriculados no ensino fundamental 29,7 milhões de
brasileiros. Já o número de matriculados no ensino médio mantém-se estável desde 2007,
quando estavam matriculados 8,4 milhões de brasileiros (INEP, 2012).
A realidade atual quanto ao tema aqui abordado evidencia a necessidade de
aprofundamento e de realização de pesquisas que focalizem a questão do ingresso e da
permanência dos jovens no ensino superior. Este nível de ensino abriga, atualmente, 5,7
milhões de estudantes matriculados no ensino presencial. Segundo o INEP (2012) as
matrículas nos cursos de graduação nas universidades cresceram 7,9% na rede pública e 4,8%
nas universidades privadas.
Como recurso de importância para o ingresso ao ensino superior os cursos prévestibulares foram criados no Brasil na década de 1960, obtendo um crescimento substantivo
e ocupando cada vez mais um importante papel a aprovação no exame vestibular. No entanto,
a frequência de estudantes se restringe aos que possuem recursos financeiros para custear essa
complementação ao ensino regular. Para a juventude menos privilegiada sócio
economicamente torna-se impossível a frequência visto o custo financeiro que representa.
No sentido de amenizar essa impossibilidade foram sendo criados, mesmo que
pontualmente, os cursos pré-vestibulares populares, entre eles destacando-se o Curso Prévestibular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Este foi institucionalizado,
contando com a participação ativa da Reitoria e Pró-Reitorias, em 2003. Até então existia o
13609
ensino propedêutico para a universidade, a partir da década de 1990 (D’AVILA, 2006).
Assim:
O “novo” curso, o Cursinho Pré-Vestibular Popular da Universidade Federal de
Santa Catarina – Inclusão para a Vida, caracterizou-se, em seu início, como um
projeto piloto implantado pela Pró-Reitoria de Ensino de Graduação em parceria
com a Pró-Reitoria de Assuntos da Comunidade Universitária e a Associação de
Aposentados e Pensionistas da UFSC (D’AVILA, 2006, p.33).
O Pré-vestibular da UFSC é um projeto de inclusão social, idealizado pelo professor
Otavio Auler, e criado para atender à necessidade de estudantes que não dispõem de recursos
financeiros para frequentar cursos preparatórios para vestibulares de universidades públicas e
para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Em sua primeira edição o programa teve início com duas turmas de 60 alunos, que
freqüentaram o curso por três meses. Iniciando com 120 alunos o curso terminou com 117.
Destes, 14% conseguiram ingressar em cursos da graduação, sendo 12% na UFSC e 2% na
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) (MIGUEZ, 2004).
No ano seguinte foi elaborada uma segunda versão do programa, que funcionou ainda
como piloto, tendo o objetivo de atender 200 estudantes. Destes, 80 freqüentaram o curso
extensivo – de março a dezembro –, e os demais dividiram-se em duas turmas semiextensivas
– freqüentando de agosto a dezembro. Observou-se que 20% dos estudantes foram aprovados
em cursos de graduação naquele ano. Em 2005, na sua terceira edição, foram matriculados no
curso cerca de 400 estudantes3, distribuídos em duas turmas extensivas e três semiextensivas.
Destes, foram aprovados 16%, em diversos cursos de graduação.
Na época coordenava o Curso Pré-vestibular da UFSC a Prof. Dra. Maria José
Brandão Miguez. Em entrevista à Revista FAPEU (Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão
Universitária) ressaltou que os objetivos do Curso iam além das progressivas aprovações de
seus estudantes, uma vez que se tratava de um programa de inclusão para a vida.
Nesta fase três metas constituíam-se como busca de realização do curso, sendo elas:
preparar o estudante para o vestibular, para concorrer em grau de igualdade com os demais
3
Em 2005, a partir de uma parceria com a Pró-Reitoria de Desenvolvimento Humano e Social da Universidade, o
Cursinho passa a atender também servidores técnico-administrativos, funcionários de empresas prestadoras de
serviços, das fundações e de sindicatos da Universidade, bem como seus dependentes, que não precisam,
obrigatoriamente, ser isentos da taxa de inscrição no exame vestibular, embora também sejam verificadas suas
condições socioeconômicas. Dessa forma, para os que pretendem uma vaga no Curso Pré-vestibular e não
possuem vínculos com a Universidade, a primeira medida a ser tomada é inscrever-se para a isenção do
pagamento da taxa de inscrição do exame vestibular. Todos os sujeitos contemplados no processo de isenção,
então, recebem uma carta informando que foram pré-selecionados para o cursinho preparatório.
13610
candidatos, tendo a consciência de que apenas três mil vagas eram oferecidas na universidade
como um todo; a segunda meta era fazer com que aqueles estudantes/candidatos ao vestibular
que não conseguissem ingressar no curso superior tivessem condições de voltar para o
mercado de trabalho com uma auto-estima mais elevada; e a terceira seria acompanhar os que
conseguem entrar na universidade. (D’AVILA, 2006).
Mesmo o programa objetivando estas três metas, tornava-se claro que a principal delas
se evidenciava na sua própria denominação, “Inclusão para a Vida”, objetivando a inclusão
social de pessoas carentes. Desde aquele momento, mesmo o Curso Pré-vestibular não
oferecendo disciplinas específicas para o desenvolvimento da cidadania e da consciência
política, como acontecia em outros cursos populares (D’AVILA, 2006), a postura de toda a
equipe constituiu-se no sentido de repassar e desenvolver tais princípios entre si e entre os
estudantes.
Visando atingir seu objetivo principal, além de ministrar aulas sobre os conteúdos
específicos do vestibular, contando com mais de 20 professores especializados na preparação
para o processo seletivo, o programa oferecia aos estudantes: material didático gratuito,
empréstimo de livros com esquema diferenciado, palestras de motivação4, serviços de
assistência social, acompanhamento psicopedagógico e orientação profissional (D’AVILA,
2006).
Para fazer frente a todas as despesas do pré-vestibular os recursos financeiros advêm
de programas e projetos de extensão da própria Universidade, bem como de contribuições de
outras organizações, governamentais ou não.
Para pleitear o ingresso no Curso Pré-vestibular era preciso atender a três critérios. O
primeiro referia-se às condições socioeconômicas: devido a suas carências o candidato era
isento da taxa de inscrição para o vestibular. O segundo critério era ter concluído o ensino
médio em escolas da rede pública de ensino. E o último, residir nas proximidades do campus
da UFSC. Há relatos que revelam, sobre o primeiro critério, ter ocorrido o “fator surpresa”
com alguns inscritos para o vestibular que não associavam a isenção da inscrição, pela renda
familiar, com a possibilidade de cursar o Pré-vestibular da UFSC. (D’AVILA, 2006).
4
Entende-se aqui como palestras motivacionais a busca de reflexão sobre temas diversos, sempre no sentido de
incentivar os estudantes na consecução de seus objetivos, embora alguns passem por restrições sociais bastante
severas, o que se observa de forma contundente no presente estudo. Na primeira palestra há apresentação do
histórico do cursinho e de sua equipe, contando com a presença do reitor e de diversos pró-reitores. Nesta
ocasião é repassada uma mensagem de otimismo em face das condições presentes e também com relação ao
exame vestibular, oferecendo aos novos estudantes apoio e auxílio durante sua trajetória nesta fase de vida.
13611
Ao longo dos anos foi sendo modificada a forma de seleção de seus estudantes, sendo
feito atualmente por meio de um cadastro socioeconômico5, que possibilita conceder a vaga
aos jovens com menor renda familiar e que comprovem uma maior vulnerabilidade social.
No ano de 2011 o Pré-vestibular da UFSC alcançou o índice de 58% de aprovação em
universidades públicas do estado6. Assim, a cada dois alunos oriundos de escolas públicas
aprovados na UFSC, um cursou o referido Pré-vestibular. Constitui-se atualmente no maior
Curso Pré-vestibular público e gratuíto e que mais aprova estudantes das classes menos
favorecidas socioeconomicamente no Brasil, dispondo de 3.200 (2012), com sede em 29
cidades do estado de Santa Catarina.
Tendo em vista os objetivos do Curso Pré-vestibular da USFC as aulas são realizadas
de forma dinâmica e motivadora. Os professores selecionados possuem experiência em
ministrar suas aulas com base em interatividade e é dada preferência a alunos dos cursos de
licenciatura da UFSC, desde que trabalhem dentro dos objetivos traçados. A maioria dos
estudantes do Curso Pré-vestibular trabalha, muitos deles durante o dia todo e, à noite,
freqüentam as aulas. Assim, torna-se necessário que os professores sejam diferenciados,
empáticos, sensíveis à situação dos estudantes e ecléticos em sua prática pedagógica. Sabe-se,
por experiências, que os estudantes que trabalham durante o dia necessitam que lhes seja
favorecida a assimilação dos conteúdos. Em se tratando de preparação para o concurso
vestibular isto faz-se muito necessário, pois trata-se de uma disputa acirrada e, portanto, as
chances de competir necessitam estar asseguradas.
São oferecidas aulas de reforço e sistema de monitoria por parte dos professores do
Curso. Também, as aulas são ministradas na própria universidade em que os candidatos
pretendem ingressar, facilitando de antemão o contato com a universidade em termos das suas
dependências e processos. O mesmo ocorre com relação aos centros, ao hospital universitário,
à biblioteca e com os próprios universitários, por vezes do mesmo curso escolhido pelos
estudantes, o que pode influir positivamente em seu desejo de serem aprovados.
5
Para melhor compreender o cadastro socioeconômico utilizado pela Pró-reitoria de Assuntos Estudantis da
UFSC – PRAE pode-se acessar:
http://www.prae.ufsc.br/arquivos/cadastro_socio_economico_servico_social.doc
6
São consideradas pelo Pré-vestibular da UFSC a Universidade Federal de Santa Catarina, a Universidade do
Estado de Santa Catarina, a Universidade Federal da Fronteira Sul e o Instituto Federal de Santa Catarina.
13612
Logo, esse cursinho destina-se às pessoas que, sem tal auxílio, não teriam condições
de freqüentar um pré-vestibular, devido tanto à falta de tempo – pois a maioria
trabalha durante a manhã e à tarde – quanto à impossibilidade de financiar um
cursinho pré-vestibular comercial. Não obstante a maior parte desse público
constituir-se de jovens, participam também adultos que possuem vontade de
ingressar na UFSC e, como mencionado, servidores técnico-administrativos da
Universidade. Tais características do seu público-alvo parecem refletir também na
seriedade com que a maioria freqüenta o Cursinho (D’AVILA, 2006, p.36).
Observa-se que desde o seu início até os dias de hoje não existe uma ampla divulgação
na comunidade sobre o Curso e seu público alvo. Assim, muitos estudantes não sabem sobre
sua dinâmica de funcionamento ou mesmo desconhecem a sua existência.
Interrelacionando a necessidade do prolongamento da escolarização - entendendo esta
como o ingresso, permanência e terminalidade em cursos superiores; a importância dada aos
estudos por jovens oriundos ou estudando em escolas públicas (pesquisa realizada no interior
de São Paulo); e somando-e a isso a situação do mundo do trabalho contemporâneo a partir da
reestruturação produtiva dos anos 1990 no mundo, pode-se concluir que a juventude brasileira
se encontra num momento importante de reflexão, enfrentamento e tentativas de superação
frente a adversidades. Essas estão postas a partir de um contexto laboral complexo, definido
como capitalismo flexível, onde cabem idiosincrasias ligadas a fatores desestabilizadores à
segurança do trabalhador, principalmente quando se fala em juventude e estágio inicial da
vida laboral. Frente a essa realidade coloca-se a necessidade de mudanças a serem delineadas
no âmbito da educação, no presente caso quanto a oportunidades de extensão da escolaridade,
acenada mas não garantida ao contingente de jovens brasileiros, principalmente os menos
favorecidos socioeconomicamente. Frente a isto, novas estratégias de inclusão necessitam ser
criadas, visto que as políticas públicas atuais não oferecem a estabilidade necessária que
garanta verdadeiramente segurança à juventude no presente e, quiçás, ao seu futuro. Faz-se
necessário avançar em compretimento e, no caso aqui discutido, pensando não somente na
formação do sujeito e em seu futuro, cabe o que traz Dubet (2008, p. 49):
[...] se se quer avançar, deve-se acrescentar hoje ao quadro geral da igualdade
meritocrática das oportunidades um outro projeto: a igualdade distributiva das
oportunidades. Esta escolhe a equidade apostando na distribuição controlada e
razoável dos recursos atribuídos à educação pública e privada, a fim de construir
uma maior igualdade na competição escolar.
E seguindo o raciocínio do autor, a ampliação da educação para além da
problematização restrita à instituição escola, se faz extremamente necessária quando se pensa
uma sociedade livre: “A igualdade das oportunidades é necessária porque mobiliza princípios
13613
de justiça e postulados morais fundamentais numa sociedade democrática” (DUBET, 2008, p.
49).
Aí reside o princípio de garantia da liberdade e do princípio de justiça, no presente
caso de igualdade de direitos à educação e ao trabalho.
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