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Estudo 21: A NATUREZA DO AMOR – cap. 13.
Neste texto encontramos:
- Dominar idiomas de natureza
celeste ou terrestre, mesmo que
sejam utilizados no serviço cristão,
nada significa sem a presença do
amor. Sem amor o efeito é apenas
aparente. Só há barulho. v. 1.
- Ser capacitado com dons espirituais ou talentos naturais ou possuir uma fé que realize o improvável é um privilégio, mas nada significam sem a presença do amor.
v. 2.
- Distribuir bens aos pobres é ato
de generosidade, mas nada significa sem a presença do amor. v.
3a.
- Deixar-se sacrificar até a morte
mesmo por uma causa justa é
elogiável, mas nada significa sem
a presença do amor. 3b.
- Cultivar a paciência e a bondade
é inerente à natureza do amor. Ele
não oferece espaço à inveja, ao
autoelogio e ao orgulho. v. 4.
- É próprio do amor o tratamento
digno, o altruísmo e o autodomínio. O amor descarta os sentimentos negativos: rancor, ódio, ira,
ressentimento e a mágoa. v. 5.
- O amor não silencia diante da
injustiça porque a verdade é inseparável do seu caráter. v. 6.
- Fiel ao seu caráter, o amor está
disposto a sofrer quando necessário e a crer no invisível e na espera do melhor. A fé supera as circunstâncias. v. 7.
- O amor jamais terá fim. Ele é
eterno porque Deus é eterno. Em
nosso interior o amor jamais acaba porque pode ser realimentado
pelo amor de Deus. Deus é Amor.
v. 8a.
- Tudo passa: profecias, idiomas e
conhecimento. Na eternidade as
profecias perderão o seu sentido;
as línguas faladas no presente
serão desnecessárias porque são
limitadas na expressão do que nos
será revelado e o conhecimento
atual será infinitamente superado
diante do que receberemos do
Senhor. v. 8b. 9.
- Na manifestação da perfeição
que Deus nos reservou na eternidade, a imperfeição presente perderá seu valor. v. 10.
- Há um tempo determinado para
a imaturidade e a maturidade.
Discernir esse tempo é ser sábio.
v. 11.
- A consciência de nossa limitação
na apreensão das realidades espirituais e físicas no presente alimenta a nossa esperança no acolhimento pleno das realidades que
nos serão reveladas em nossa
eternidade com Deus. v. 12.
- No presente, a vida cristã tem
como estrutura a fé, a esperança
e o amor. A fé e a esperança são
colunas. O amor é o fundamento.
Na eternidade com Deus a fé e a
esperança não mais serão necessárias porque tudo será conhecido. O amor permanecerá. Ele é a
expressão do caráter de Deus e
do nosso caráter Nele em Cristo.
v. 13.
VISÃO GERAL
Após falar sobre a concessão
dos dons espirituais como manifestação da Graça de Deus e ao
seu exercício no ambiente de unidade a existir na diversidade do
corpo de Cristo, a igreja, o aposto-
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lo Paulo trata de um dos temas
centrais da igreja de Deus: o amor. Faz isso através da composição do hino ao amor que procede
do amor de Deus.
A descrição desse amor remete
ao caráter de Deus em oposição
ao caráter deformado dos deuses
do paganismo cultuado no mundo
greco-romano.
Deus, na pessoa do Pai, do Filho e do Espírito Santo, é a fonte e
a expressão do perfeito amor. Em
Seu amor à humanidade o Pai
envia o Filho que se torna homem
pela ação do Espírito Santo em
Maria a fim de que a reconciliação, o novo nascimento ou a salvação fosse possível a quem Nele
crê como Senhor e Salvador.
Em Sua suficiência o amor de
Deus exige a resposta positiva da
humanidade para que a reconciliação se concretize.
Uma vez inseridos no amor de
Deus, o Espírito Santo nos capacita a amar a Deus como Ele deseja
ser amado e a amar quem Ele
ama, sejam amigos ou aqueles
que se fizeram nossos inimigos.
Em Sua existência humana Jesus
provou que o exercício do amor a
Deus e do amor de Deus entre as
pessoas é possível.
Na composição do hino ao amor o apóstolo Paulo recorreu,
sem dúvida, aos ensinamentos de
Jesus Cristo no Sermão do Monte,
a declaração de princípios do Reino de Deus ou da vida cristã. Nele
temos o conteúdo e as práticas
necessárias para agradar a Deus
e viver relacionamentos sadios.
Na eternidade o amor preside o
relacionamento de Deus com Ele
mesmo em Sua triunidade na pes-
soa do Pai, do Filho e do Espírito
Santo conforme revelação das
Escrituras. Na plenitude do Seu
caráter amoroso Deus se relaciona com Suas criaturas através do
Seu Filho a quem fez criatura como nós. João 1. 14; Hebreus 1.
Infelizmente o pecado de nossos primeiros pais e os nossos,
romperam o relacionamento amoroso de Deus com Suas Criaturas.
No tempo determinado por
Deus, o Seu amor manifestado em
Jesus Cristo refez a comunhão
com o Criador pela morte e a ressurreição de Jesus Cristo. O acesso a Deus que havia sido fechado pelo pecado foi reaberto.
Fomos chamados, encaminhados
e acolhidos por Deus como filhos
amados através do Seu Filho Amado. O acesso ao amor existente na triunidade divina foi aberto a
nós por Jesus Cristo. Nele somos
plenificados com o amor de Deus.
Agora, nada nos separa desse
amor divino que está em Jesus
Cristo. João 6. 37; 10. 27 – 28;
Romanos 8. 28 – 39.
Não poderia haver honra maior
ao ser humano do que se relacionar pessoalmente com Deus. Uma
vez introduzidos no ambiente do
amor de Deus, somos habilitados
a vivenciar esse mesmo amor em
todas as dimensões da vida.
O Criador não somente estabeleceu em nosso caráter a capacidade de amar, mas nos ensina a
amar através do que Ele é e faz.
Deus se coloca como exemplo
para nós.
A natureza criada por Deus
também fala aos nossos sentidos
do Seu amor, glória e poder. Salmos 19, 24, 104.
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Na escola de Deus, nas Escrituras, Seu livro didático, o amor é
trabalhado exaustivamente em
sua natureza e na história. Nelas
conhecemos o Autor e Sua obra.
Jesus Cristo nos ensinou que
declaramos o nosso amor a Deus
todas as vezes que O obedecemos. João 14. 15, 21, 23, 24.
O amor gera o cosmos. Organiza o universo onde estamos. O
amor ativa, articula, ordena o movimento e a direção dos elementos. Manifesta o Poder de Deus. A
presença de Deus faz o amor prevalecer.
Na multiplicação de pães feita
por Jesus, além de outras lições
de amor, aprendemos que Deus
organiza o ambiente antes do milagre. Deixe-se organizar pelo
amor de Deus e o milagre que
você sonha será uma realidade
em sua vida.
FOCALIZANDO A VISÃO
Fiel ao Seu Mestre na construção do caráter da igreja, o apóstolo Paulo colocou como base do
relacionamento sadio na igreja em
Corinto o amor de Deus. Em sua
ausência alguns tentaram usar
material de péssima qualidade
espiritual na manutenção da igreja
e com isso rupturas começaram a
aparecer na construção. Ao tomar
conhecimento dessa realidade,
Paulo realizou imediata intervenção. Evitou que a solidez do edifício fosse comprometida.
Era necessário interromper o
que estava sendo feito e retornar
ao primeiro amor. Esse retorno
deveria começar pelo estabelecimento das definições e foi isso
que Paulo fez. A indefinição, a
superficialidade e o relativismo
são nocivos à igreja. O material a
ser utilizado na construção do
caráter da igreja precisaria corresponder à qualidade do alicerce:
Jesus Cristo. 1 Coríntios 3. 10 –
11.
Há pessoas que erram por não
saberem o verdadeiro sentido das
palavras e das coisas. Precisam
ser ajudadas. Daí, a importância
da clareza no ensino. Os líderes
estão impedidos de cometer erros
quando se trata da formação do
caráter dos salvos em Cristo.
O apóstolo apresenta aos coríntios e a nós a natureza do amor
ao definir claramente o que ele é e
o que não é e por conseqüência o
que faz e o que não faz.
Nas Escrituras as definições
nos remetem a valores absolutos.
Eles são a extensão do caráter do
Criador. É por essa razão que o
afastamento de Deus leva as pessoas ao relativismo, ao desvalor e
a coisificação do ser, isto é, as
pessoas e a moral são tratadas
como coisas descartáveis: usáveis
por um momento e depois desprezadas como se fossem objetos
inúteis. Tenta-se anular a presença incomodativa de Deus e depois
a do semelhante como se isso não
afetasse a própria existência. Como não podemos ser sem o outro
e muito menos sem Deus, o final
desse caminho é a própria autodestruição.
O relacionamento de amor existente na triunidade divina foi
adotado na constituição da família
ainda no Éden. Nas criaturas humanas, na devida proporção, foi
impresso o caráter divino para que
o relacionamento entre ambos
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fosse possível. Somente seres de
caráter semelhante podem se relacionar plenamente.
De lá para cá em razão da
queda a família se tornou em alvo
permanente de Satanás e seus
agentes geradores do caos, sejam
demônios, pessoas ou sistemas.
Por outro lado ela conta com a
proteção do Criador e apoio daqueles que a amam pelo fato de
amarem e servirem a Deus. Com
essa assistência ela se torna a
fonte de esperança daqueles que
acreditam no projeto de Deus.
Esse projeto irá prevalecer porque
foi elaborado por Aquele que é
Perfeito em Suas obras. Ai daqueles que tentam alterar o que Deus
estabeleceu. O Criador não permanece inativo diante das deformações de caráter de Suas criaturas. Ele é amorosamente justo em
sua punição e até o fim da história
investira na restauração delas.
Uma revisita à história passada e
presente comprova esse raciocínio. Os insensatos desejam construir a história a seu modo e colhem o caos para si ao influenciarem negativamente a sociedade.
A família é a primeira escola de
relacionamento. Nela me descubro como ser pessoa, o que as
pessoas são e o que Deus significa para mim.
A família que se deixa admoestar pela Palavra de Deus alcança
vitória nos conflitos. Permanece
inabalável. Rejeita as propostas
do mundo sem Deus. Entre elas
citamos a desejada união conjugal
de pessoas do mesmo sexo, a
fornicação, o adultério e as demais abominações derivadas da
natureza pecaminosa, como a
inveja, leviandade, soberba, indecência, egoísmo, ira, suspeição
indevida e injustiça. A lista prossegue porque os seres humanos
são criativos e geram num ‘piscar
de olhos’ um novo pecado para
justificar a desobediência a Deus.
O relacionamento de amor existente na triunidade divina também foi adotado na constituição
da igreja de Deus para ser Sua
família na terra. O Mediador desse relacionamento é Jesus Cristo,
Deus e homem. Sem esse ser
divino/humano não poderíamos
partilhar em plenitude do amor
divino. Ficaríamos sem referência
no amor a existir entre nossos
semelhantes. Tal como a família
dos homens, a igreja, como família de Deus, é alvo de ataques e é
fonte de esperança. Nela se manifesta a multiforme sabedoria de
Deus na restauração da humanidade. Ela não pode permanecer
na passividade, apenas se defendendo, mas reagir e partir para o
ataque usando a armadura disponibilizada por Deus em Sua Palavra. Efésios 6. 10 – 18. Humildade
e ousadia não se excluem.
O apóstolo Paulo coloca o amor como base, elemento unificador e de acabamento que sustenta, dá consistência e complementa
à construção da vida com Deus e
da vivência com nossos semelhantes.
Nossas intenções e ações na
vida particular e pública, sejam na
família, na igreja, no mundo do
trabalho e nos demais relacionamentos precisam ser regadas pelo
amor de Deus em nós.
O apóstolo Paulo nos apresenta algumas marcas do amor.
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O amor de Deus que opera em
nós tem a função de presidir nossas ações. Está acima dos dons
espirituais e talentos naturais ou
de qualquer sacrifício ou generosidade motivada pela piedade.
O amor de Deus em nós cultiva: a paciência, a bondade, o contentamento (desfrutar o que nos
foi dado por Deus), a autoimagem
que Deus tem de nós revelada em
Sua Palavra, a amabilidade, o
altruísmo, o perdão contínuo, a
indignação com o que fere o caráter de Deus e o amor à verdade.
O amor de Deus em nós capacita-nos para suportar o sofrimento até que a maturidade seja formada em nós e em nosso próximo. Esse amor jamais desiste de
amar, mas realimenta a esperança
de que o melhor está por vir.
O amor de Deus por nós e em
nós jamais terá fim.
Paulo prossegue e mostra o
que não é o amor. Onde há inveja,
leviandade, soberba, indecência,
egoísmo, suspeitas infundadas,
ira, ódio, rancor, ressentimento,
passividade diante da injustiça e
irresponsabilidade nos compromissos, a paixão pode estar presente, menos o amor. Aliás, o sintoma de descompromisso com o
outro surge quando a paixão se
torna objeto até de canções. Precisamos banir do meio evangélico
as canções que exaltam a paixão
por Deus e por Sua obra porque
nelas está de forma sutil a declaração da inconsistência e inconstância do nosso relacionamento
com o Senhor.
Deus trabalha na dimensão do
amor e não da paixão. Jesus deseja ter conosco uma relação de
amor e não de paixão. João 14.
18, 21, 23 – 24.
Deus ama Seu Filho e Sua igreja. Seu amor O levou a dar-nos
Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Seu amor derrama o amor
divino pela ação do Espírito Santo
em nós.
Jesus ama Sua igreja e deu a
vida por ela. Por sua vez o amor
da igreja por Jesus Cristo a leva a
dar a sua vida no serviço ao Senhor. “...Cristo amou a igreja e a si
mesmo se entregou por ela”. Efésios 5. 25b.
O amor de Deus em nós levanos a dar a nossa vida pelos irmãos, isto é, investir neles o que
somos e temos.
O apaixonado não dá a vida
por quem se apaixona. Antes a
tira do objeto de sua paixão.
No dia determinado por Deus
as profecias, o conhecimento adquirido e os dons espirituais terão
fim porque são temporais. Foram
destinados apenas à presente era,
mas o amor permanecerá porque
Deus é amor e em Seu amor viveremos com Ele a eternidade. Nesse dia o imperfeito dará lugar à
perfeição divina na qual seremos
inseridos em razão do amor de
Deus por nós.
O apóstolo Paulo nos lembra
que na formação do caráter cristão há um tempo determinado
para a imaturidade e a maturidade. Em nossa obediência a Deus
somos tirados da imaturidade à
maturidade e nesta permanecemos porque o amor de Deus nos
deseja perfeitos em Cristo.
Na presente era a igreja ao olhar para Cristo faz o caminho das
sombras à luz até que o dia perfei-
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to apareça quando nos encontraremos pessoalmente com Jesus
Cristo a exemplo dos apóstolos.
Nesse dia não haverá limite para o
que Deus sempre desejou nos
revelar em Seu Filho e pela manifestação do Espírito Santo.
No dia de Cristo e na eternidade a fé e a esperança serão desnecessárias. Teremos tudo o que
Deus nos prometeu. O amor permanecerá porque Deus é Amor.
Em tudo vemos a fidelidade do
amor de Deus que atua na história
até o seu final quando agirá com
justiça na manifestação do Seu
amor.
Deus nos deseja amorosos para que o mundo seja atraído a Ele
pelo nosso procedimento. Viver
diariamente o amor de Deus em
nós é desafio permanente. Essa
foi a orientação de Jesus ao se
dirigir aos discípulos em suas horas finais no mundo. Na condição
de discípulos recebemos para nós
Suas palavras: “Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos
outros. Como eu os amei vocês
devem se amar uns aos outros.
Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês
se amarem uns aos outros”. João
13. 34 – 35.
APLICAÇÃO
- Aprender a amar com Deus ama.
PENSAMENTO
A natureza do amor está na natureza de Deus.
VERSÍCULO PARA DECORAR
“Agora, pois, permanecem a fé, a
esperança e o amor, estes três,
mas o maior destes é o amor”. v.
13.
ORAÇÃO
Senhor, desperta o amor que tens
colocado em mim.
ENQUADRANDO-SE NA VISÃO
- O amor de Deus apresentado em
Sua Palavra é para ser conhecido,
acolhido e exercitado.
DETALHES
- O amor é eterno porque Deus é
Eterno.
- O amor que você precisa Deus já
o colocou em você. Peça a Ele
para ajudá-lo a expressá-lo.
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21 A natureza do amor cap. 13