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MP investiga a participação de mais pessoas
no desvio de dinheiro do TRT
Depois de oferecer denúncia contra a servidora acusada de desviar R$ 5,5
milhões do Tribunal Regional do Trabalho e três parentes dela, procurador da
República quer que a Polícia Federal continue a investigação
Guilherme Amado
Publicação: 21/01/2012 08:00 Atualização: 21/01/2012 13:47
Márcia, no dia em que foi presa pela Polícia Federal: servidora
ficou duas semanas na cadeia
O procurador Vinícius Fermino, do Ministério Público Federal no Distrito Federal, investiga outras duas
pessoas sobre o desvio de pelo menos R$ 5,5 milhões de depósitos judiciais do Tribunal Regional do
Trabalho (TRT) da 10ª Região, em Brasília. Além da denúncia apresentada por peculato contra a servidora
Márcia de Fátima Pereira e Silva; o marido dela, José Aílton da Conceição; a mãe da funcionária pública,
Maria Pereira Braga da Silva; e o irmão, Maurício Pereira da Silva, o MP pediu à Polícia Federal que
investigue também a participação de pelo menos duas pessoas cujos nomes são mantidos em sigilo.
“As investigações prosseguem e outras pessoas poderão ser incluídas na ação penal. Também poderão ser
oferecidas novas denúncias por outros fatos ainda em apuração”, explicou o procurador. A denúncia
contra Márcia e os outros três acusados, feita por outro procurador no plantão de recesso de fim de ano e
antecipada pelo Correio, foi apenas pelo crime de peculato. Sem justificar a decisão de seu colega, o
procurador não explicou por que o grupo não responderá por formação de quadrilha ou lavagem de
dinheiro — crimes que a Polícia Federal pediu o indiciamento deles. Fermino afirma, porém, que isso pode
mudar. “As investigações prosseguem para a apuração de eventuais crimes como quadrilha e lavagem de
dinheiro, entre outros, de 2006 a 2011”, explicou.
De acordo com a denúncia, Márcia de Fátima fez 95 transferências irregulares para contas de pessoas
estranhas aos processos, especialmente familiares dela, entre janeiro e novembro de 2011. Os ofícios
falsos em que determinava as transações comprovam que o companheiro da servidora, em 39 casos, ora
atuou como procurador das partes, ora como perito, ora como arrematante, ora como parte beneficiária
dos processos, sempre recebendo o dinheiro em sua conta pessoal. A mãe de Márcia agiu da mesma forma
em 10 oportunidades e o irmão, em duas ocasiões. A servidora fazia as operações de seu computador
funcional privativo e gerava uma numeração real no sistema do TRT. Os ofícios em seguida eram impressos
sem que o sistema os gravasse, o que dava aparência de legalidade aos documentos.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica-brasil-economia/33,65,33,14/... 23/1/2012
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Prisão
O MPF descartou a possibilidade de que os parentes não tivessem conhecimento da fraude ou estivessem
sendo enganados. “Por integrarem núcleo familiar coeso, por terem recebido valores vultosos e por terem
se valido de ao menos parte dos recursos recebidos para benefício pessoal, não é crível que não tivessem
conhecimento da origem ilícita dos recursos”, afirma a denúncia. José Aílton recebeu R$ 3,3 milhões em
depósitos; Maria, R$ 620 mil; e Maurício, R$ 251 mil.
José Aílton e Márcia foram soltos por habeas corpus dados pelo juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª
Vara Federal do DF. Um outro pedido de prisão preventiva depende de que novos elementos surjam na
investigação. A delegada Fernanda Oliveira, responsável pelo caso, também decidiu pedir à Justiça a
alienação dos carros e caminhões apreendidos, avaliados em cerca de R$ 1 milhão, para que eles não se
deteriorem.
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