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METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO APRENDIZAGEM NA
PRÁTICA EDUCATIVA DO ENFERMEIRO: POSSIBILIDADES PARA
O CUIDADO CLÍNICO EM SAÚDE
Oliveira, Roberta Meneses
Nunes, Alcivan Vieira
Silva, Ana Paula Almeida Dias da
Queiroz, Maria Veraci Oliveira
Rodrigues, Dafne Paiva
Introdução: Historicamente, a formação em saúde esteve caracterizada por um
ensino fragmentado, com o foco em disciplinas das ciências básicas (fisiologia,
patologia, anatomia, entre outras) e orientado para a atenção à doença em
detrimento da pessoa doente. Nesta perspectiva educacional, professor e aluno
assumem papéis distintos, hierarquicamente concebidos entre quem detém o
conhecimento e quem deve apreendê-lo de forma acrítica, para reproduzi-lo nos
mesmos moldes em sua prática. Este modelo tradicional de ensino pode ser
identificado na formação de todas as categorias de trabalhadores do setor saúde.
A enfermagem
é
constituída
por
processos de
trabalho
didaticamente
estruturados, mas indissociáveis na sua prática; estão articulados na produção do
cuidado em saúde: assistir/intervir, gerenciar, pesquisar e ensinar/aprender. No
seu processo de formação, com a implementação das Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Formação do Enfermeiro (BRASIL, 2001), estão previstos
momentos para a construção de competências para a prática educativa, tanto na
atenção à saúde dos indivíduos e coletividades, quanto para a formação da sua
força de trabalho. A educação está presente em todos os cenários de atuação da
enfermagem, desde a atenção básica aos níveis de maior complexidade; sendo
desenvolvida de forma sistemática ou não, ela se materializa nos momentos de
encontro com os usuários dos serviços enquanto resposta às suas necessidades
de saúde apreendidas ou referidas. Objetivo: refletir sobre as metodologias
ativas de ensino na prática educativa do enfermeiro, no seu processo de
formação em particular, enquanto instrumentos para a construção do cuidado
clínico em saúde. Metodologia: Estudo de reflexão teórica, cuja proposição é a
de articular conceitos de campos distintos de saberes e práticas em torno de um
fenômeno; discute a realidade e seus fenômenos de forma articulada e dinâmica.
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De acordo com Minayo (2008), os conceitos são unidades de significação,
refletindo olhares distintos e hierarquizados sobre a realidade, tornando-se
caminhos para direcionar esse mesmo olhar. Resultados: as metodologias ativas
de ensino estão ancoradas em novos papéis para o professor e alunos; ao
contrário das metodologias tradicionais de ensino, ambos atuam como sujeitos da
aprendizagem; o conhecimento é um produto inacabado, fruto de um processo de
aprendizagem dinâmico, guiado pela significação dada por esses sujeitos às
temáticas em estudo (MITRE, 2008). Potencializam a perspectiva de produção do
cuidado emancipatório, concebido por Pires (2005) enquanto “manejo disruptivo
da ajuda poder, expresso pelo conhecer para cuidar, cuidar para confrontar, cuidar
para emancipar que, contextualizado no processo de trabalho em saúde, pode se
tornar emancipatório”; ampliando a autonomia dos sujeitos envolvidos, implicando
em aumento dos seus potenciais de vida e da sua autonomia. (PASSOS;
BENEVIDES, 2006). Fomentando assim, novas formas de se conceber a prática
clínica, superando a clínica medicalizadora e intervencionista. Considerações
finais: a formação do enfermeiro a partir das metodologias ativas de ensino
possibilita a ampliação da leitura da realidade dos sujeitos envolvidos (docente,
discente), e, por conseguinte, o envolvimento dos mesmos com uma prática
clínica constituída por encontros, “construindo cartas de intensidade, ou
cartografias existenciais que registram menos os estados do que os fluxos, menos
as formas do que as forças, menos as propriedades de si do que os devires para
fora de si (PASSOS; BENEVIDES, 2006). Descritores: educação em saúde;
educação em enfermagem; enfermagem. Referências: BRASIL. Ministério da
Educação e Cultura /Conselho Nacional de Educação- MEC/CNES. Câmara de
Educação Superior. Resolução CNE/CES nº 3, de 7 de novembro de 2001.
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Diário
Oficial da União, Brasília, 9 de Novembro de 2001. Seção 1, p. 37. Mitre.S. M.
Metodologias ativas de ensino-aprendizagem na formação profissional em saúde:
debates atuais. IN: Ciência & Saúde Coletiva, 13(Sup 2):2133-2144, 2008.
PASSOS, E.; BENEVIDES, B. Passagens da clínica. Em Auterives Maciel, Daniel
Kupermann e Silvia Tedesco (org) Polifonias: Clínica, Política e Criação.Rio de
Janeiro: Conreacapa, 2006, pp. 89-100. PEREIRA, A. L. F. As tendências
pedagógicas e a prática educativa nas ciências da saúde. IN: Cad. Saúde Pública,
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Rio de Janeiro, 19(5):1527-1534, set-out, 2003. PIRES, M. R. G. M. Politicidade
do cuidado como referência emancipatória para a enfermagem: conhecer para
cuidar melhor, cuidar para confrontar, cuidar para emancipar. IN: Rev. Latino-am
Enfermagem, 2005, setembro-outubro; 13(5); 729-36.
1. Especialista em Enfermagem Clínica. Mestranda em Cuidados Clínicos pela Universidade
Estadual do Ceará – UECE. Email: [email protected]
2. Enfermeiro. Especialista em Saúde da Família. Docente da FAEN/UERN e da UNP.
Mestrando em Cuidados Clínicos em Saúde - UECE.
3. Enfermeira. Docente do Curso de Enfermagem da Universidade de Fortaleza-UNIFOR.
Mestranda em Cuidados Clínicos em Saúde – UECE.
4. Doutora em Enfermagem. Docente do Departamento de Enfermagem e do Curso de
Mestrado Acadêmico Cuidados Clínicos em Saúde da Universidade Estadual do Ceará –
UECE.
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5. Doutora em Enfermagem. Docente do Departamento de Enfermagem e do Curso de
Mestrado Acadêmico Cuidados Clínicos em Saúde da Universidade Estadual do Ceará –
UECE.
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