Guaíra: Cidade do Quilombo
.
Comunidade quilombola foi reconhecida há 40 ano
Guaíra, no Oeste do Paraná, conhecida por
suas belezas naturais, é também uma das
cidades mais ricas culturalmente do Paraná.
O município guarda boa parte da história e
dos costumes dos negros bem viva em uma
pequena aldeia quilombola. Reconhecida
apenas no ano passado pela Fundação
Zumbi dos Palmares, a Comunidade Manoel
Ciriaco dos Santos, localizada na zona rural,
abriga 10 famílias num sítio de seis alqueires.
Artesanato: alternativa de renda para a comunidade.
A comunidade permaneceu ‘esquecida’ ou
desconhecida pelos próprios moradores da
cidade e pelo resto do país por mais de 40
anos. Hoje, há uma proposta para que o local
seja incorporado ao roteiro turístico da cidade.
O turista pagaria uma pequena taxa para
visitar a propriedade e conhecer parte da
cultura e da história do lugar. “Seria uma
oportunidade de mostrar nossos costumes,
além de uma alternativa de renda para nosso
povo, que passa por dificuldades”, diz Adir
dos Santos, neto do fundador Manoel Ciriaco
e presidente da associação quilombola.
No quilombo chegaram a viver 80 pessoas, metade
deixou a propriedade em busca de novas
oportunidades de trabalho. “As tecnologias
aplicadas pelos produtores rurais da região tiraram
muitos empregos dos nossos familiares que
precisaram sair do quilombo para outros estados”,
conta Adir.
Resistência
Hoje, seis antigas casas de madeira, construídas pelos próprios negros,
resistem ao tempo. Adir Rodrigues reclama da falta de infra-estrutura do
local e de apoio público para o desenvolvimento de projetos, mas não
tem planos de deixar o local. “Vamos lutar para preservar nossas raízes”,
afirma.
Os quilombolas lutam para preservar suas tradições. Apesar de algumas
dificuldades, que, muitas vezes, os distanciam de alguns costumes
passados de gerações anteriores, a aldeia ainda conserva antigas
crenças e hábitos. O candomblé, as festas juninas, as rodas e ladainhas
de capoeira, assim como as danças, os remédios caseiros e as
produções artesanais de farinha de mandioca e de cachaça fazem parte
desta rica cultura remanescente do povo africano.
Cooperativismo rudimentar – A comunidade funciona num
modelo primitivo de cooperativa, cuja produção é coletiva. Os
alimentos são vendidos na cidade e servem ainda para a
subsistência do grupo. O trabalho de manejo do solo para o
plantio na propriedade se mostra bastante árduo por conta da
falta de recursos tecnológicos.
Os integrantes da família cultivam a terra sem auxílio de
máquinas, apenas com a força do braço. Eles plantam uma
boa diversidade de sementes. O cultivo principal é de feijão,
mandioca e hortifrutis. Mas o esforço e labuta diária não tiram
o sorriso do rosto e o brilho do olhar, cativantes para quem
chega ao local.
Fonte consultada: http://jie.itaipu.gov.br
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