Aula de Ciência do Solo
Pedologia
Textura dos solos
Profª da disciplina Drª Selma Simões de Castro
Estagiárias de Docência: Adriana Aparecida Silva
Geogea R. S. de Sant'Ana
Textura dos solos
Abordagem da aula:
Parte 1 – Aula teórica
• Introdução às propriedades físicas do solo
• Textura do solo
• Consistência do solo
Parte 2 – Atividades práticas
• Teste manual de textura
• Experimento de infiltração
• Exercícios avaliativos
Parte 1
Introdução às
propriedades físicas do solo
SOLO  CONCEITO FÍSICO
 Meio
poroso,
não
rígido,
trifásico,
formado de partículas que possuem
complexidade de forma, tamanho e
estrutura
mineralógica
e
algumas
partículas finitamente divididas de maneira
a apresentar uma grande área superficial.
Meio trifásico
Partículas que
apresentam
diferentes
tamanhos
Ar
20 a 30%
Minerais
Espaço
Poroso
45%
Sólidos
do solo
Água
20 a 30%
Mat. Org.
5%
Frações
granulométricas
ou
Frações texturais
Como é um solo
fisicamente ideal?
SOLO FISICAMENTE IDEAL
É aquele que apresenta:
 Boa aeração e retenção de água;
 Bom armazenamento de calor;
 Pouca resistência mecânica ao crescimento
radicular.
Solo fisicamente ideal
Solo fisicamente degradado
Quais os elementos físicos do solo que
apresentam relação com a produção de
plantas?
Temperatura
Aeração
tamanho poros
Água
tamanho poros
Resistência mecânica
Ou seja, problemas relacionados a:
Água
Aeração
Temperatura
Resistência Mecânica
Textura, mineralogia, Grau de desenvolvimento do perfil,
Agentes cimentantes, Estrutura, Coloração, Topografia.
Lavração,
plantio,
adição
fertilizantes
Estrutura
Densidade do solo
Agregação
Tamanho de poros
Caract. perfil
Irrigação/
drenagem
Chuvas
Quantidade de
água
Água, Aeração,
Temperatura, Resistência
mecânica.
Crescimento e
Desenvolvimento de
Plantas
Radiação
Quais características podem ser observadas em um
perfil de solo?
Textura
Estrutura
Densidade do Solo
etc...
É necessário, portanto, conhecer
as propriedades físicas do solo...
Propriedades Físicas do Solo
 Textura do solo
 Área superficial específica
 Consistência do solo
 Agregação do solo
 Densidade do solo
 Densidade de partículas
 Porosidade do solo
 Resistência do solo à penetração
Textura do solo
A textura do solo se refere à proporção
relativa
das
classes
partículas de um solo.
de
tamanho
de
 A
textura
é
importante
para
o
entendimento do comportamento e manejo
do solo.
 Durante a classificação do solo em um
determinado local, a textura é muitas
vezes a primeira e mais importante
propriedade a ser determinada
 A partir da textura, muitas conclusões
importantes podem ser tomadas
Classes de tamanho de partículas do solo
FRAÇÃO
GRANULOMÉTRICA
Matacão
Calhau
Cascalho
Areia grossa
Areia fina
Silte
Argila
DIÂMETRO
(mm)
> 200
200 –20
20 - 2
2 – 0,2
0,2 – 0,05
0,05 – 0,002
< 0,002
 Os solos podem ser agrupados em 13 classes texturais
no TRIÂNGULO TEXTURAL – que define a classe
textural do solo
Ex: 33% argila
40% silte
27% areia
Classe textural
Franco argilosa
40% silte
33% argila
27% areia
É possível alterar a textura
pelo manejo?
Perdas em profundidade: migrações em profundidade (lixiviação)
Migrações laterais (eluviação/iluviação)
Perdas a partir da superfície:
Exportação pelas colheitas
Perdas pelo fogo
Perdas pela enxurrada
Perdas pelo vento
 Textura do solo esta relacionada com:
1) Mineralogia
_FRAÇÃO AREIA – minerais 1° (quartzo e outros
silicatos)
_FRAÇÃO ARGILA – minerais 2° (argilominerais:
caulinita, esmectita, etc, e óxidos: hematita,
goethita, etc)
2) CTC
3) ASE
4) Porosidade e densidade do solo
Relação entre tamanho de partícula e tipo de mineral presente.
_O quartzo é dominante na fração areia e em frações mais
grosseiras de silte.
_Silicatos primários como o feldspato, hornoblenda e mica estão
presentes na areia e em menores quantidades na fração silte.
_Minerais secundários, como óxidos de ferro e alumínio, são
predominantes na fração silte de menor diâmetro e na fração argila
mais grosseira.
A textura do solo condiciona todos os fatores de
crescimento em menor ou maior grau.
 Influi sobre:
-
Retenção, movimento e disponibilidade de água
Arejamento
Disponibilidade de nutrientes
Resistência à penetração de raízes
Estabilidade de agregados
Compactabilidade dos solos
Erodibilidade
 Estabilidade/Compactabilidade/Erodibilidade
Relacionadas com a suscetibilidade à
degradação do solo quando cultivado
Textura fina
Textura média
Textura grosseira
ARGILOSOS
francos
ARENOSOS
retenção de água elevada
Retenção de água baixa
Circulação de água difícil
Circulação de água fácil
Coesão elevada
Coesão baixa
Consistência plástica e
pegajosa (molhado) e dura
(seco)
Consistência friável (seco ou
molhado)
Densidade do solo menor
Densidade do solo maior
Porosidade total maior
Porosidade total menor
Microporosidade maior
Macroporosidade maior
Aeração deficiente
Boa aeração
Superfície específica elevada
Superfície específica baixa
Solos bem estruturados
Solos sem estrutura
CTC elevada
CTC baixa
Difícil preparo mecânico,
pouco lavados e mais ricos em
elementos fertilizantes
Fácil preparo mecânico, mais
lavados e mais pobres em
elementos fertilizantes
Área superficial específica
 ÁREA SUPERFICIAL ESPECÍFICA
ASE = área superficial
unidade massa
 Influenciada por
 Tamanho da partícula afeta:
atrito, adsorção, tensão superficial.
 Forma da partícula
 Natureza da partícula:
MO, ASE, decomposição.
 Composição da partícula:
atividade, superfície interna.
Relação entre a área superficial de um cubo de massa conhecida e o
tamanho de suas partículas.
_No cubo maior (a) cada lado possui 64 cm2 de área superficial. O cubo
tem seis lados, com área superficial total de 384 cm2 (6 lados x 64
cm2). Se o mesmo cubo fosse dividido em cubos menores (b) de modo
que cada um tenha 2 cm de lado, o mesmo material será agora
representado por 64 cubos pequenos (4 x 4 x 4). Cada lado do cubo
pequeno terá 4 cm2 (2 x 2) de área superficial, resultando em 24 cm2
de área superficial (6 lados x 4 cm2). A área superficial total será de
1536 cm2 (24 cm2 x 64 cubos). Deste modo, a área superficial deste
cubo será quatro vezes maior do que a área superficial do cubo maior.
 ÁREA SUPERFICIAL ESPECÍFICA
 Relacionada com
 CTC, retenção de água e nutrientes;
 retenção e liberação de poluentes;
 expansão / contração;
 propriedades mecânicas:
coesão, resistência, plasticidade.
Quanto mais fina a textura do solo, maior é a superfície
efetiva exposta por suas partículas. Note que a adsorção,
a expansão e outras propriedades físicas (plasticidade e
coesão, calor de umedecimento) seguem a mesma tendência
e aumentam rapidamente à medida que se aproximam da
dimensão coloidal.
Consistência do solo
A consistência do solo se refere à resposta do
solo às forças externas que tentam
deformá-lo ou rompê-lo.
Manifestação das forças de coesão e adesão
sob diferentes condições de umidade.
 COESÃO: atração entre partículas de mesma
natureza (S-S) devido a:
Atração eletrostática entre superfícies
Atração molecular (Van der Walls)
Materiais coloidais
f = {ASE, H2O, distância, orientação}
 ADESÃO: atração entre partículas de natureza
distinta (L-S) devido a:
Tensão superficial d’água (há necessidade ar)
 Consistência depende de
Textura:  em solo argiloso
Mineralogia:  em 2:1
Ex.: Vertissolo x Latossolo
MO:  em solo argiloso,  em solo arenoso
Estrutura:  com a agregação
Solo Molhado permite avaliar aPlasticidade e
Pegajosidade, sendo:
Não plástico; Ligeiramente plástico;
Plástico; Muito plástico
Não pegajoso; Ligeiramente Pegajoso;
Pegajoso; Muito pegajoso
 Consistência condiciona
Condições de preparo e cultivo-APLIC. PRÁT.
Resistência à penetração raízes
Estrutura (estabilidade de agregados)
Erodibilidade
 UMIDADE X CONSISTÊNCIA
SECO
dureza
COESÃO
ÚMIDO
MOLHADO
friabilidade plasticidade
MUITO
MOLHADO
Pegajosidade
ADESÃO
 SOLO SECO - não há adesão e a coesão é máxima DUREZA
 SOLO ÚMIDO - a coesão e a adesão. As duas forças
ocorrem conjuntamente - FRIABILIDADE (solo é menos
compactável)
 SOLO MOLHADO - a coesão desaparece e a adesão
atinge o máximo - PLASTICIDADE
 MUITO MOLHADO - os filmes de água que recobrem
as partículas se tornam mais espessos PEGAJOSIDADE
 SOLO SATURADO - FLUIDEZ
Métodos para a determinação da textura do
solo
 em laboratório: análise granulométrica
 a campo: pela sensação que o solo
molhado e amassado oferece ao tato
 Objetivo:
separar
as
frações
constituintes do solo (areia, silte e
argila) de acordo com seu diâmetro.
 A metodologia consiste em dispersão
química e mecânica dos constituintes do
solo e separação por peneiramento e
sedimentação.
Destorroamento
Peneiramento
Peneira de
2mm
Amostra
Seca ao
Ar
Tapete de
Borracha
Terra Fina
Seca ao Ar
(TFSA)
TFSA
Balança
Agitador
Determinação
da areia
Determinação
de Argila
TFSA
Fração
Matacões
Calhaus
Cascalhos
Areia grossa
Areia fina
Silte
Argila
Diâmetro
 20 cm
20 mm a 20 cm
2 a 20 mm
2 a 0,2 mm
0,2 a 0,05 mm
0,05 a 0,002 mm
 0,002 mm ou 2 
Lei de Stokes
h d g D p  D f

t
18
2
V =
na qual:
d = diâmetro de partículas efetivo;

A lei de Stokes
refere-se à força de
fricção
experimentada por
objetos esféricos que
se movem no seio de
um fluido viscoso, num
regime laminar de
números de valores
baixos
h = distância;
t = tempo;
g = aceleração da gravidade = 9,81 Newton por quilograma (9,81
N/kg);
= viscosidade da água a 20 C = 1/1000 Newton–segundos por m2
(10 –3 Ns/m2);
Dp = densidade das partículas sólidas, para muitos solos = 2,65 x
103 kg/m3;
Df = densidade do fluido (água) = 1,0 x 103 kg/m3.
A textura é feita por estimativa, esfregando
uma massa de solo úmida e homogeneizada
entre os dedos
Areia
Sensação aspereza, não plástico, não pegajoso
Silte
Sensação sedosidade, plástico, não pegajoso
Argila
Sensação sedosidade, plástico, pegajoso
Bibliografia utilizada
Slides: Universidade Federal
Rurais/Departamento de Solos
de
Santa
Maria/Centro
de
Ciências
Livro: Morfologia de solo: subsídios para caracterização e interpretação de
solos a campo. Paulo Schneider, Egon Klant, Elvio Giasson. Guaída: Agrolivros,
2007
Capítulo 8 do livro Decifrando a Terra: Intemperismo e formação do solo. Maria
Cristina M. Toledo, Sonia Maria B. de Oliveira, Adolpho J. Melfi. São Paulo:
Oficina de textos, 2003
Textos do site: http://www.escola.agrarias.ufpr.br/experimentoteca.html
Parte 2 – Atividades práticas
Teste manual de textura
Experimento de infiltração
Material:
- 1 kg de argila ora modelar:
- 1 kg de areia média ou fina de construção ou de rio;
- 1 kg de amostra de solo in natura do quintal ou de algum terreno algo assim;
- 1 saco plástico aberto pra forrar a mesa;
- 3 garrafas pet cortadas em cima qdo começa a afunilar pra fazer um filtro
- 3 filtros de café tamanho 103
- 5 ou 6 folhas de papel toalha pra limpar as mãos ao término de cada
experiência
Textura dos solos - teste manual de textura
Textura dos solos - experimento de infiltração com as garrafas Pet
3 garrafas Pet, com a parte
superior cortada, sem a
tampnha, com filtro de café
dentro e amostras (garrafa
1 argila, garrafa 2
areia,a garrafa 3 solo);
o exercício objetiva medir o
volume de água percolado no
interior das 3 amostras, contado
o tempo que depois deve ser
convertido pra mm/hora.
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Textura dos solos