IBOBTUXRIO
ng 11.132
EIWAL NUNES DA SILVA
SILVA - Bdival Nunes da Silva
P-11,132
P-9902 - PB 015 de 29-11-78 - DPP-Santos
P-8291 - Inf. 152 de 20-7-79--)0PS/3AlTT0S
P-11.132 - )ossier
P-11.132 - Rec.Jornal A Tribuna de 20-7-79
\
EB 015/78- DLN 6-12-50 - Bonito Santa Pe/FB, filho de Pelix Nunes da Silva e Ana Morais da Silva, possuidor do RG
208.864/PB» Codinomes: Amaro, Zeca, Jeca, João e Marcelo.
A Superintendência Regional do DPP no estado de Pernambuco!
instaurou o IPL ns 25/78, indiciando o nominado como incur
so no arts 43 da LSR.
SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA
DEPENDÊNCIA.SI..-...PPK/SMTOS
-b^./AL HIMES DA SILVA
- codinomes: Aaaro, Zec^, Jeca, João e Liai
ceio e Gaja
Nascido a 6-12-50 sffl Bonito Santa Pe/lB, filho de Eelix
Nunes da Silva e Ana llorais da Silva, R.G. 208.864/EB.
HISTÉRICO
"(=LL=L-(&
29-11-1978
-
A Superintendência Regional do DIf no estado de
Pernambuco instaurou o I..L n2 25/78, indiciando
o nominado como incurso no art2 43 da LSN,
20-07-1979
-
Integrem te da Comissão de Justiça e Faz da Arquidiocese de Olinda e Recife/Pernambuco, participou
de ato público organizado pela I astoral de Juventude da Diocese de Santos, que se realizou na noi
te de ontem, Na ocasião, o noninado relatou suas
experiências como preso-poli tico, tendo denuncia-|
do a Polícia Pederal sediada no Recife, bem como
os "DOI-CODI da viua", criados pela ditadura dominante no pais; teceu ainda, várias críticas ao
jtovemo, pela implantação de um regime capitalis-j
ta. "Cajá" foi detido a 12-5-78, no Recife, pela
_olícia Pederal, sob a acusação de tentar rearti-j
cular o iartido Comunista Revolucionário, tendo
cumurido pena de um ano.
S. G -S.S.P. -Mod. 27
3 O fs
-t^y-T?
Edwál Nunesr o Caj
fala de sociedade,
torturas e anistia
As torturas nas prisões, a luta pela anistia
total e irrestrita, e a conscientização de que essa
anistia deve vir acompanhada por profundas reformas políticas, que eliminem o sistema repressivo, dando segurança e
liberdade aos brasileiros.
Foram estes os temas desenvolvidos ontem pelo
ex-preso político Edwal
Nunes, o Ca/ó, em ato público realizado a partir
das 20 horas, no Sindicato dos Empregados na
Administração dos Serviços Portuários de Santos.
O ato foi organizado
pela Pastoral da Juventude da Diocese de Santos, e pela manhã uma
comissão de jovens, incluindo Cajá, visitou A
Tribuna, onde ele resumiu o tema de sua palestra: "O enfoque principal
é a denúncia da prisão
ilegal e das torturas, e a
defesa da anistia ampla e
irrestrita. Mas só isso não
resolve o problema, porque novo grupo de pessoas pode ser preso, portanto a insegurança contínUa
. AS PRISÕES
É Cajá quem conta:
"Meu seqüestro se deu ás
20 horas de 12 de maio
de 1978, em uma rua
central do Recife, sem
que os seqüestradores se
identificassem como policiais. Os espancamentos e
interrogatórios continuaram até a tarde do dia seguinte, e permaneci
preso. O interrogatório
somente foi formahzado
71 dias depois, na Policia
Federal. Fui transferido
então para um presidio
comum, com 17 presos
numa cela de 2,5 metros
de comprimento por dois
metros de largura. Estive
também em Itamaracá,
isolado, e em outras prisões, até que em 31 de
outubro fui solto, com a
revogação da prisão preventiva por unanimidade.
"Mas no dia 20 de novembro, logo após as eleições, fui novamente
preso, com a decretação
de nova prisão preventiva, voltando ao mesmo
esquema de repressão, de
isolamento, de proibição
de visitas e às péssimas
condições carcerárias.
Em 22 de maio deste ano,
houve o julgamento, e fui
condenado a um ano de
prisão. Para cumpri-lo,
faltavam apenas 11 dias,
e assim fui solto a 1" de
junho".
AS IDÉIAS DE "CAJA"
O estudante e ex-preso
político considera-se no
dever de tratar do tema
da anistia, "que todo o
povo, a nível nacional, e
os próprios presos políticos têm reivindicado, estes por meio de greves de
fome. No momento há um
clima de mobilização, e o
Governo procura, por
meio de um projeto injusto (porque discrimina,
ao invés de ser amplo e
irrestrito), colocar os que
se opuseram ao regime
como criminosos, quando
na verdade os delitos de
sangue foram praticados
pelos torturadores. Para
essas pessoas que cometeram dehtos de sangue,
a única forma de se oporem á violência do regime
ditatorial, era a luta armada".
Cajá coloca duas observações, a respeito do
projeto de anistia apresentado pelo Governo:
"Em primeiro lugar, o
projeto vem não por um
gesto de bondade, mas
devido à pressão popular
para que os presos políticos sejam anistiados. Pelo
grau de insatisfação popular crescente, vem o
segundo aspecto, que é a
manipulação e a canalização dessa insatisfação.
Vem sendo feita uma
campanha demagógica
sobre um projeto, que ao
mesmo tempo marginaliza os presos que se opuseram ao regime em termos de luta armada".
Recorda ele então que
a histórica Guerra dos
Farrapos, no Rio Grande
do Sul, também foi uma
luta armada, e houve
uma anistia total na
época; portanto o que se
pede não é algo novo.
Mas, para ele, a anistia só
não basta: "Há necessidade de se revogar tam-
C^já prega ampla reforma política
bém a Lei de Segurança
Nacional e todos os atos
repressivos, desativando
o aparato repressivo do
Estado, e de ser colocado
um fim à ditadura —
convocando-se uma Assembléia Constituinte,
para que seja elaborada
ura nova Constituição,
cora novos partidos políticos".
Ele defende ainda outras posições, que disse
ter mantido e assumido
dentro da própria policia:
"Uma visão de sociedade
na qual haja liberdade sindical, sem o arrocho salarial, e um regime democrático, que caminhe
para uma sociedade
justa, sem exploradores e
explorados".
Na visita aos jornais,
Edwal Nunes esteve
acompanhado por Mário
Sérgio Fernandes Lopes,
coordenador juvenil da
Comissão de Comunidades, e por Edmur Mesquita de Oliveira, presidente da Pastoral da Juventude da Diocese de
Santos. Cora eles estava
ainda Eleonora Vieira da
Silva, presidenta da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de S. Paulo.
O ATO PÚBLICO
Abrindo o Ato Público,
Edmur Mesquita de Oliveira lembrou que todo
homem tem direito de aspirar a uma sociedade mais
fraterna e mais solidária,
onde tanto os objetivos
t
como os meios para
atingi-los fossem ditados
visando ao bem-estar da
maioria, e não serem impostos a ferro e a fogo
para beneficio de uma
minoria que detém todo o
poder.
Em seguida falou Ricardo Bortolonni, representando a Igreja do Embaré e Adilson Jesus Moreira, pelo Coraitê Brasileiro pela Anistia-Secçâo
Baixada Santista. As exposições eram intercaladas
cora música brasileira
.apresentanda pelo conjunto Teatro União e Olho
Vivo, que veio de São
Paulo, especialmente
para o Ato Público.
"Este Ato, era defesa
dos direitos do horaera,
merece o nosso apoio pela
importância de que se reveste, que a Pastoral de
Juventude da Diocese de
Santos continue firme na
sua luta pela preservação
do respeito à dignidiade
humana e à livre manifestação", afirmou o Deputado Estadual Antônio
Rubens Costa de Lara que
fazia parte da mesa juntamente com D. David Picão. Bento Ricardo - representando os cursilhos Frei José Luís Viana, Padre Milton de Paula Lacerda, coordenador das
pastorais de Santos e
Mário Sérgio Soares — representando os estudantes.
N.0
1 9 7
FZ. 1
Esc
Data
SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA
DEPARTAMENTO REGIONAL DE POLÍCIA DO GRANDE SÃO PAULO
D ISTRITO
POLICIAL
O Escrivão,
AUTOS
PARA
DE
INVESTIGAÇÃO
PROCESSO
SUMARIO
INDICIADO:
VÍTIMA:
NATUREZA:
AUTUAÇÃO
Aos
dias do mês de
do ano de mil novecentos e setenta e
, nesta cidade de
São Paulo
em meu cartório, autuo
que adiante se segue
e, para constar, fiz este termo.
£"'
que em parte, o dactilografei.
, escr
,
S.G. -S.S.P. -Mod. 63
"
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EIWAL NUNES DA SILVA - Arquivo Público do Estado de São Paulo