19º DOMINGO DO TEMPO COMUM
09 de agosto de 2015
“Eu sou o pão
entregue pela
vida do mundo!”
Leituras: Primeiro Livro dos Reis 19, 4-8; Salmo 33 (34), 2.3.4-5.6-7.8-9 (R/9a;
Carta de São Paulo aos Efésios 4, 30-5,2; João 6, 41-51.
COR LITÚRGICA: VERDE
Animador: Jesus continua a insistir na necessidade de crer Nele, porque Ele é o
verdadeiro maná descido do céu. É um pão que traz em si a própria vida que vem de
Deus. Nesta celebração, em que rezamos pela vocação para a vida em família, queremos
rezar pela santificação de nossas famílias, para que seja um lugar do cultivo do amor, da
comunhão, do diálogo, da acolhida, do perdão, da realização humana, da fidelidade e da
paz. E peçamos de um modo especial por nossos pais, que optaram pela paternidade em
favor da vida. Não é apenas gratidão e afeto que pretendemos demonstrar-lhes, mas
também admiração pela missão que lhes foi confiada: colaboradores de Deus na
reprodução e defesa da vida.
1. Situando-nos brevemente
Neste 19º domingo, Jesus continua seu discurso sobre o pão do céu. Diante da revelação
de Jesus, há reação por parte de seus conterrâneos. Jesus não aprova a murmuração e
recorda que é preciso abrir o coração para o Pai, porque é d’Ele que vem a graça de
aderir a seu caminho de radicalidade.
Acolhendo Jesus, alimentando-nos do pão, crendo e permanecendo em suas palavras,
participamos da vida nova oferecida por Ele. Assim como Jesus, sejamos pão vivo
repartido para a vida do mundo.
Diante de tantas situações de morte e desalento que vive nosso mundo, hoje renovamos
a fé em Jesus, Pão vivo, descido do céu e nos comprometemos a fazer nossa parte para
que as situações injustas sejam transformadas. Hoje, Dia dos Pais, rezemos por eles que
se dedicam a educar seus filhos. Que Jesus seja luz em seu caminhar.
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2. Recordando a Palavra
O Evangelho de João continua o discurso sobre o pão de vida, pronunciado por Jesus na
sinagoga de Cafarnaum (cf. 6, 22-59). O ensinamento de Jesus recorda ao
acontecimento do êxodo, as dificuldades do povo na travessia do deserto, suas
murmurações especialmente por causa da falta de alimentos. A murmuração, que revela
também a falta de confiança em Deus, fez Moisés lhes dar a água (cf. Ex 15, 22-27) e o
maná (cf. Ex 16,2s). Jesus revela-se como o pão que desce do céu, para oferecer a vida
plena ao ser humano.
Os ouvintes de Jesus começaram a murmurar, porque Ele dissera: “Eu sou o pão que
desceu do céu” (6,41). As origens conhecidas de Jesus levam à sua rejeição: “Esse não é
Jesus, o filho de José. Não conhecemos nós o seu pai e sua mãe? ” (6,42). A expressão
“eu sou” (6,41.48), que remete à revelação do nome de Deus (cf. Ex 3,14), manifesta a
origem divina de Jesus.
O mistério da pessoa de Jesus, “a Palavra que se fez carne e veio morar entre nós”
(1,14), não se esgota pelo conhecimento humano. A falta de fé dificulta o acolhimento de
Jesus, o Filho de Deus. Muitas afirmavam que Jesus não podia ser “do céu” (7,27-28) e
que da “Galileia não surge profeta” (7,52); que Ele era “um homem pecador” (cf. 9,24).
Crer é fundamental para acolher Jesus, como “o Enviado do Pai” que oferece a vida em
plenitude. É necessária abertura à ação da misericórdia divina: “ninguém pode vir a
mim, se o Pai que me enviou não o atrair” (6,44). O Pai atrai o ser humano, concedendolhe a graça de crer e seguir seu Filho amado.
Todos são chamados a se deixar instruir pelos ensinamentos do Pai, revelados por
Jesus. Isaias anunciou que todos seriam discípulos do Senhor (cf. 54,13; cf. Jr 31,3334). Não é possível ser “ensinado por Deus” à parte de ouvir a Palavra de Jesus e crer
nela (cf. 1,18; 3,33; 5,37).
Quem acredita participa da vida eterna, revelada por Jesus no presente e que se
plenificará na ressurreição final junto ao Pai. A adesão a Jesus, “o pão da vida”,
proporciona a experiência da comunhão com a vida que está nas mãos de Deus. Os que
se alimentam de Jesus, “o pão vindo do céu”, viverão eternamente.
Os israelitas, que saíram da escravidão do Egito, morreram antes de chegar à terra
prometida. Eles se alimentaram com o maná, sinal que prefigura o alimento oferecido
por Jesus, “o pão vivo que dá vida ao mundo” e conduz à libertação definitiva.
A grande revelação de Jesus – “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste
pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne, entregue pela vida do
mundo” (6,51) – é uma alusão à paixão de Jesus, “o pão vivo”, que oferece seu corpo e
sangue como comida e bebida, verdadeiro alimento para a vida que triunfa sobre a
morte. Ele é a Palavra que assume o ser humano inteiro, tornando-se “carne” e, em sua
humanidade, entrega a vida pelo mundo. Em sua carne, Jesus tornou-se o “Cordeiro de
Deus que tira o pecado do mundo” (cf. 1,29) e oferece a vida em abundância.
A leitura do primeiro livro dos Reis mostra que Elias, perseguido por causa de sua
atuação profética, caminha pelo deserto até o Horeb. Elias exerce a missão no reino do
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norte (Israel), durante o século IX a.C., em um tempo em que havia a necessidade de
voltar às origens da fé em Deus. O deserto e o monte Horeb recordam a caminhada do
povo de Israel, a experiência do Deus da libertação que escuta o clamor do oprimido (Cf.
Ex 3,7).
Como o povo no deserto, o profeta Elias é fortalecido pela presença de Deus, que
alimenta e conduz a caminhada em meio às adversidades: “Levanta-te e come! Ainda
tens um caminho longo a percorrer” (19,7). Elias encontra o Deus suave que se
aproxima da fragilidade humana (cf. Is 42,2-4), não o Deus poderosos que se manifesta
na força do vento, do terremoto, do fogo (Cf. Ex 19,16-18; Sl 18,8-16; 29, 5-10).
O Salmo 33 (34) é uma oração pessoal de ação de graças ao Senhor, que escuta o clamor
e liberta aqueles que confiam em seu amor e salvação. O salmista convida a fazer a
experiência do encontro com o Senhor: “Provai e vede como é bom o Senhor; feliz o ser
humano que nele se abriga”.
A leitura da Carta aos Efésios começa com o apelo: “Não entristeçais o Espírito Santo de
Deus com o qual fomos marcados como por um sinal para o dia da redenção” (4,30). O
“amargor e exaltação, toda ira e gritaria, os ultrajes e toda espécie de maldade” (4,31),
contradiz com o caminho da vida nova em Cristo, assumido a partir do Batismo. A
adesão a Jesus leva a renovar as relações comunitárias, através da “bondade,
compaixão, perdão mútuo” (cf. 4,32), cooperando assim na construção de um mundo
melhor.
Como filhos amados, todos são chamados a serem “imitadores de Deus” (cf. 5,1).
Lembrando a exortação: “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” (Lv
19,2), a comunidade é impelida a imitar a perfeição do Pai celeste (cf. Mt 5,48). O
Exemplo de Cristo, “que nos amou e se entregou por nós” (5,2), ensina como imitar
Deus. Quem segue Jesus deve “viver no amor” aos irmãos, trilhando o caminho que Ele
indicou como “oferenda e sacrifício de suave odor”.
3. Atualizando a Palavra
Jesus é o pão vivo que desceu do céu, para dar a própria vida pela salvação. Atraídos
pelo amor do Pai, somos impelidos a nos aproximar de Jesus, alimentando-nos de seus
ensinamentos, para descobrir n’Ele a fonte de vida nova.
Seu exemplo encarnado na realidade tão humana, suas ações compassivas que
culminaram na entrega total, conduzem à adesão plena, na certeza que “aqueles que
acreditam têm a vida eterna”. Como discípulos e discípulas, somos chamados a repartir
o pão com Jesus através da generosidade e do serviço aos irmãos.
Elias, necessitado de revitalizar a fé e sua missão profética como defensor da aliança do
Senhor, caminha pelo deserto até o Horeb. O alimento oferecido pelo Deus da libertação
prefigura o “pão descido do céu”, que renova plenamente o ser humano. O encontro com
Jesus na Palavra e na Eucaristia, alimenta e fortalece nosso compromisso a serviço da
justiça e da fraternidade. O Senhor continua manifestando sua presença de salvação,
que sustenta nossa caminhada de fé e esperança.
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O Espírito Santo que habita em nós pelo Batismo nos conduz no caminho do seguimento
a Cristo, o Filho amado do Pai, que entregou a vida por amor. Ao longo de sua trajetória
neste mundo, Jesus ensinou a viver o amor fraterno.
Nossa vocação de sermos semelhantes ao Pai realiza-se na medida em que escutamos
Jesus, a Palavra que nos alimenta para a vida plena. Quem acredita já participa da vida
eterna, que Jesus manifestou através de seus ensinamentos, de seus gestos
misericordiosos.
Santa Catarina de Sena nos convida a viver conforme os vínculos da caridade. “Tu
Senhor, movido de inefável amor, desejando por graça reconciliar contigo o gênero
humano, nos deste a palavra de teu Filho Unigênito. Verdadeiro reconciliador e
mediador entre ti e nós também nossa justiça, carregou em si todas as nossas injustiças
e iniquidades, em obediência ao que tu, Pai eterno, lhe ordenaste, ao determinar-lhe
assumir nossa humanidade. Ó abismo de indizível caridade! Que coração há tão duro
que continua impassível sem se partir por ver a máxima sublimidade descer à máxima
baixeza e objeção, que é a nossa humanidade?” (Cf. Dialogo sobre a Divina Providencia,
de Santa Catarina de Sena, virgem, Ofício das leituras do décimo nono domingo do
tempo comum).
4. Ligando a Palavra com ação litúrgica
Na caminhada da vida, às vezes desoladora, a presença do Senhor nos toca e nos anima.
Ele está nomeio de nós e nos oferece sua própria vida para nossa salvação.
Jesus, o filho de carpinteiro, Ele mesmo se faz comida e bebida para saciar a fome a
sede de eternidade da humanidade. O Filho de Deus que se encarnou, o pão descido do
céu, é o Filho de Maria e José, é aquele que vai oferecer a própria carne, para que o
mundo tenha a vida. Ele, que é o dom do Pai, se oferece livremente (Jo 10,18), oferece
sua própria carne. Aquele que se encarnou, que assumiu a nossa humanidade é quem,
por
sua
morte,
nos
introduz
definitivamente
na
terra
prometida
(cf.
http;//www.ihu.unisinos.br/espiritualidade/comentário-evangelho).
O mistério da entrega na cruz de Jesus se renova e se atualiza na Eucaristia. “Quando a
Igreja celebra a Eucaristia, memorial da morte e ressurreição do seu Senhor, este
acontecimento central de salvação torna-se realmente presente e ‘realiza-se também a
obra da nossa redenção’ (...) Verdadeiramente, na Eucaristia demonstra-nos um amor
levado até o ‘extremo’ (cf. Jo 13,1), um amor sem medida” (EE, n.11).
Hoje renovamos nossa fé em Jesus, Ele, o Verbo encarnado na história humana, “desceu
dos céus: se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem”. É
o filho de José, o filho de Maria. “Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado. Ressuscitou dos mortos ao terceiro dia, conforme as Escrituras;
E subiu aos céus, onde está sentado à direita de Deus Pai. Donde há de vir, em glória,
para jugar os vivos e os mortos; e o Seu reino não terá fim” (Credo NicenoConstantinopolitano).
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No rito da comunhão, somos convidados par participarmos do banquete do Senhor: “Eu
sou o Pão Vivo, que desceu do céu: se alguém como deste Pão, viverá ternamente. Eis o
Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo...”
Como rezemos na oração pós-comunhão, que de fato este “sacramento nos traga a
salvação e nos confirme na verdade eterna”.
Acolhendo o projeto de Jesus, renasceremos como homem e mulher novos, construtores
de um mundo novo. Viveremos no amor, sendo bondosos, compassivos e capazes de
perdoar.
Oração dos fiéis:
Presidente: Abramos nossos corações a Deus que nos alimenta e indica a meta do
caminho da vida a cada um de nós e façamos nossos pedidos.
1. Senhor, pelo nosso Papa Francisco, nosso Bispo Vilson e todo o clero, para que sejam
firmes e perseverantes em sua caminhada. Peçamos:
Todos: Senhor, salvai-nos!
2. Senhor, que os governantes respeitem o ser humano e possam tratá-lo com mais
dignidade. Peçamos:
3. Senhor, que nossas famílias caminhem pela santificação, no amor, no diálogo e no
perdão. Peçamos:
4. Senhor, por todos os pais, vivos e falecidos, para que recebam a recompensa pela
missão que assumiram junto de suas famílias. Peçamos:
5. Senhor, por todos nós, para que no Cristo-Pão encontremos consolação, força e
coragem para caminhar e lutar. Peçamos:
(Outras intenções)
Presidente: Acolhei nossas preces, Deus que nos alimenta, e concedei-nos a alegria de
fazer de nossas vidas um caminhar para a eternidade que está em Ti. Por Cristo nosso
Senhor.
Todos: Amém.
III. LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente: Ó Deus, acolhei com misericórdia os dons que concedestes à vossa Igreja e
que ela agora vos oferece. Transformai-os por vosso poder em sacramento de salvação.
Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:
Presidente: Ó Deus, o vosso sacramento que acabamos de receber nos traga a salvação
e nos confirme na vossa verdade. Por Cristo, nosso Senhor!
Todos: Amém.
5
BÊNÇÃO E DESPEDIDA
Presidente: O Senhor esteja convosco.
Todos: Ele está no meio de nós.
Presidente: Deus todo poderoso os abençoe em sua bondade e infunda em vocês a
sabedoria da salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
Presidente: Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, + Pai e Filho e Espírito Santo.
Todos: Amém.
Presidente: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
Todos: Graças a Deus.
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“Eu sou o pão entregue pela vida do mundo!”