Samira Menezes
Confesso.
que comi
Minha jornada rumo a uma
alimentação vegetariana
CONFESSO QUE COMI
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Luiz Siqueira
Roberto Araújo
Marco Clivati
Marianna Russo
Jü Violeta
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(Daniela Momozaki – CRB8/7714)
Menezes, Samira
Confesso que comi: minha jornada rumo a uma alimentação vegetariana
Samira Menezes -- São Paulo : Editora Europa, 2015.
ISBN: 978-85-7960-279-5
1.Vegetarianismo 2. Culinária vegetariana I.Título II. Menezes, Samira
CDD 613.262
Índice para o catálogo sistemático
1. Vegetarianismo : 613.262
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Este título também está disponível na versão de livro eletrônico.
Impressão e Acabamento: Yangraf
Até que os leões inventem as suas próprias
histórias, os caçadores serão sempre os heróis das
narrativas de caça.
Mia Couto
Para todos os animais
Prefácio
E
PTXDQGRoQDOPHQWHUHVROYLDEROLUDVFDUnes da minha vida, lembro que me senti sozinho.
Ninguém na minha família era vegetariano, não
tinha amigos vegetarianos para compartilhar meus
questionamentos, não sabia por onde começar nem
RQGHREWHULQIRUPD¾¼RFRQo·YHOSDUDJXLDUPHXVSDVsos rumo a essa nova jornada que acabara de decidir
trilhar. Meu único ponto de apoio era a minha convicção. A decisão de retirar os animais do meu prato era
YHUGDGHLUDIRUWHVXoFLHQWHSDUDHQFDUDUTXDOTXHUGHVDoRTXHSXGHVVHVXUJLU
(RVGHVDoRVORJRFRPH¾DUDPDDSDUHFHUSHORFDminho. Questionamentos da família e dos amigos, piadinhas infames e mitos e mais mitos, colocando em
xeque a minha nova opção alimentar, eram proferidos
como verdade absoluta.
3DUDFRQWLQXDUPLQKDMRUQDGDoUPHHIRUWHWLYHTXH
me virar sozinho. E deu certo. Deu tão certo que depois de três anos, em agosto de 2006, juntamente com
apoio da Editora Europa, lancei a primeira edição da
Revista dos Vegetarianos. E foi nessa época, nas primeiras edições da revista, que tive a sorte de conhecer
a Samira, umas das jornalistas mais apaixonadas pela
SURoVV¼RGRMRUQDOLVPRTXHFRQKHFLHPTXDVHGXDVGÂcadas trabalhando com revista.
Desde as primeiras edições, Samira assumiu o produção de boa parte das reportagens da Revista dos Vegetarianos. Hoje, o sucesso da revista se deve muito
à dedicação e ao talento dela. Nestes quase dez anos,
Samira produziu reportagens brilhantes e entrevistou
autoridades máximas nos diversos assuntos ligados a
saúde, nutrição, direitos animais, sociologia, ativismo
e centenas de vegetarianos e veganos que decidiram
abolir a exploração animal de suas vidas. Ou seja, a
bagagem de informação que ela carrega sobre o tema é
extremamente vasta e cheia de detalhes.
Neste livro, Samira conta como foi sua jornada
rumo ao vegetarianismo e revela todas as informações
que ela registrou nos diversos anos frente à Revista dos
Vegetarianos. Com extremo bom senso e muitas informações e causos da vida, este livro traz todos os “nutrientes” de que você precisa para seguir sua jornada
vegetariana carregado de conhecimento.
Agora, ao virar as próximas páginas deste livro, Samira estende a mão para guiá-lo com toda a sua graça
e carinho rumo a esta incrível e poderosa jornada que é
o vegetarianismo. Com este livro, você não vai se sentir
sozinho, como eu me senti no começo do meu vegetarianismo. Tenho certeza de que as dicas e informações
aqui contidas irão ajudá-lo a dar seus passos no universo vegetariano com muito mais segurança, motivação e consciência.
Marco Clivati
Criador da Revista dos Vegetarianos
Sumário
CAPÍTULO 1
Pare de comer carnes .................................................. 10
CAPÍTULO 2
Busque informação ..................................................... 20
CAPÍTULO 3
Aprenda o básico sobre nutrição ............................... 28
CAPÍTULO 4
Eduque o paladar ....................................................... 50
CAPÍTULO 5
Desenvolva a empatia ................................................. 72
CAPÍTULO 6
Pare de comer ovos e laticínios .................................. 88
CAPÍTULO 7
Vá para a cozinha ....................................................... 98
CAPÍTULO 8
,GHQWLoTXHRQGHHVW·DH[SORUD¾¼RDQLPDO .............. 112
CAPÍTULO 9
Seja diplomático ....................................................... 130
CAPÍTULO 10
Livre-se de preconceitos ........................................... 146
CAPÍTULO 11
Não desanime com as recaídas ................................ 154
CAPÍTULO 12
Cultive o amor .......................................................... 170
CAPÍTULO 1
Pare de comer carnes
E
stou feliz por você. Mesmo sem ter certeza do que
encontrará pelo caminho vegetariano, você encarou suas dúvidas e decidiu pegar esta estrada. Parabéns. No início, é normal que o caminho pareça meio
nebuloso e com trechos difíceis, mas pode ter certeza de
duas coisas: você tomou uma decisão importante e não
está sozinho. Qualquer que tenha sido a sua motivação
para eliminar as carnes do seu prato, é cada vez maior
RQàPHURGHSHVVRDVTXHVHJXHDoORVRoDYHJHWDULDQD
pois os fatos são evidentes. Deixar de consumir produtos de origem animal é uma atitude consciente em relação à própria saúde e talvez seja a única alimentação
possível no futuro, porque é impossível produzir carnes,
leite, ovos e pescados sem provocar sofrimento nos animais e sem destruir a natureza – meio do qual dependem
também o seu bem-estar e a sua vida.
Mesmo com a expansão no número de vegetarianos, este estilo de vida ainda é visto com estranheza por
Samira Menezes | 11
alguns setores da moderna sociedade ocidental, como
muitos médicos, alguns jornalistas, diversos nutricionisWDVFR]LQKHLURVHRQÇYRURVGHVFRQoDGRVTXHHQ[HUJDP
os adeptos dos legumes como bichos-papões do mal. De
fato, vegetarianos papam bastante e não apenas as saladas. As receitas e as combinações possíveis entre verduras, cereais, leguminosas, ervas, frutas e castanhas
são tão variadas e com sabores tão mais interessantes
do que um bife de carne ou um peito de frango, que
será inevitável o enriquecimento do seu paladar. É como
se explodisse um mundo de novos sabores dentro da
sua boca.
No meio da estrada vegetariana, porém, tem uma pedra chamada preconceito. A maior delas é colocada por
especialistas de saúde, que são categóricos ao dizer que
carne é fundamental para ter saúde, confundindo a cabeça de quem prefere não consumir animais. Se a carne
fosse realmente necessária para o corpo humano, toda a
comunidade médica, sem exceção, se oporia ao vegetarianismo. O que não acontece na prática nem em países
GH3ULPHLUR0XQGR,QVWLWXL¾×HVPÂGLFDVHFLHQWÇoFDVUHnomadas nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, veem com bons olhos o vegetarianismo praticado
de forma equilibrada. Outra pedra no caminho são jorQDOLVWDVTXHXVDPRVPÂGLFRVGHVFRQoDGRVFRPRIRQWHV
FRQo·YHLV SDUD WÇWXORV ERPE·VWLFRV H XP SRVVÇYHO DXmento nas vendas da publicação ou nos cliques do site.
Por causa de reportagens carregadas de preconceitos
e de fórmulas médicas contrárias à alimentação sem carnes, durante sua caminhada você vai ter que lidar com
XPDSHGULQKDQRVHXVDSDWR6¼RRVRQÇYRURVGHVFRQoDdos, que usam as informações passadas pela galera do
contra para defender com os dentes seus churrascos se-
12 | Pare de comer carnes
manais. Esse tipo de onívoro é fácil de ser reconhecido
porque quando ele descobre sua opção alimentar, a conversa toma quase sempre o mesmo rumo. Normalmente,
eles começam com uma piadinha e terminam rosnando
alguma ideia brilhante, como “sabia que alface também sente dor?”. A impressão que tenho é de que, diferentemente do onívoro que chamo de “seguro” – por
não ter problemas em se sentar à mesa com um vegetaULDQR q R RQÇYRUR GHVFRQoDGR DFUHGLWD TXH D HVFROKD
alimentar do outro foi uma decisão tomada contra sua
ilustre pessoa. Só isso me explica a inquietação e a posição ofensiva que percebo em algumas pessoas quando
meu vegetarianismo vem à tona em alguma conversa. À
parte esses obstáculos, garanto que ser vegetariano é esWLPXODQWHHJUDWLoFDGRU
VEGETARIANO COME O QUÊ?
Se vegetariano não come nenhum tipo de carne, o
que ele come então? Essa pergunta é importante porque é o primeiro mistério que todos querem desvendar.
Para responder a esta pergunta, vou contar sobre o que
acontece às terças-feiras na rua da minha casa. A feira.
Evento pelo qual espero ansiosamente e de onde sempre saio com o carrinho de compras abarrotado. Brócolis (meu favorito sempre), cenoura, batata, abóbora,
tomate, pimentão, abobrinha, berinjela, feijão seco,
azeitona, couve, tomate, cebola, alho, rabanete, alface,
escarola, vagem, ervilha, mandioca, mandioquinha, frutas frescas e secas, ervas aromáticas e outras coisinhas
que não duram nem uma semana na minha mão. Na
terça seguinte, minha fruteira já está zerada e as gavetas
da geladeira, vazias.
Justamente por causa das listas gigantes que faço
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para ir à feira, sempre me impressiono com as pessoas
que me perguntam “o que você come então?” depois de
saberem que sou vegetariana. Como se no mundo da
culinária existisse única e exclusivamente a carne como
alimento. Fico imaginando se essa pessoa já foi à feira
DOJXPD YH] QD YLGD $OL·V oFD D GLFD D Q¼R VHU TXH
esteja chovendo e eu, impossibilitada por qualquer outro motivo, jamais recusarei um convite para ir à feira.
Mesmo que seja só para comer um pastel e beber um
caldo de cana com limão.
É só quando você se torna vegetariano que essa
enorme variedade de vegetais entra naquela espécie de
radar gastronômico que avisa “isso tem cara de gostoso,
mas aquilo não”. Até então, é normal achar que a única
coisa nutritiva de verdade é a carne e que, sem ela, o futuro será de anemia, desnutrição, palidez, desânimo e
impotência sexual. Nada disso vai acontecer com você
se o seu vegetarianismo for praticado de maneira equilibrada e sensata. Para manter esse equilíbrio, algumas
recomendações devem ser seguidas à risca. Não troTXHDFDUQHSHORS¼RHSHORTXHLMRqVHYRFÃo]HULVVR
com certeza vai engordar e desregular todo seu metabolismo. Coma feijões (leguminosas), porque eles são a
principal fonte de proteína de um vegetariano. Por outro lado, não coma soja todos os dias – principalmente
aquele produto conhecido como “carne de soja”, que
nada mais é do que proteína vegetal texturizada (PVT),
um subproduto da soja pouco nutritivo e que atrapalha a absorção de cálcio e de ferro. Não passe horas sem
comer, porque os alimentos de origem vegetal são digeridos mais rápido do que aqueles de origem animal.
Por isso, é normal que no início do vegetarianismo você
sinta mais fome. Como saco vazio não para em pé, dá
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mau humor e faz muita gente desistir da vida sem carnes
pouco depois de ter adotado esse tipo de alimentação,
coma quando tiver fome e opte sempre por alimentos
frescos e, de preferência, orgânicos. Por último, lembre-se de que o vegetarianismo não se trata de exclusão (da
carne), mas sim de inclusão (mais vegetais).
Se você está em dúvida sobre o que comer, a dica
mais prática que ouvi de muito nutricionista é a de sempre colorir o prato. Considerando que além de sabores
bem distintos, os vegetais são naturalmente coloridos,
essa tarefa é tão fácil de resolver quanto descascar uma
banana. Além de ser extremamente saudável, pois ao
ingerir uma variedade maior de vegetais, você vai garantir uma farta ingestão de nutrientes e de substâncias antioxidantes, que prestam um servição na hora de
proteger seu organismo contra vírus, cansaço, estresse
e bactérias. As cores dos alimentos vegetais – verde,
vermelho, laranja, amarelo, roxo, marrom e branco
– indicam a presença de diversos tipos de antioxidantes, substâncias que não estão presentes nos produtos de origem animal. Nunca viu um alimento roxo?
Não sabe quais são os alimentos marrons? Talvez seja
a hora de ir para a feira e abrir seu paladar para outros
sabores que não só o batido “arroz, feijão, bife e batata
frita”. O mundo gastronômico é muito mais interessante do que isso e não tem fronteiras, principalmente
para um vegetariano que precisa aprender a rebolar na
cozinha para preparar uma refeição completa sem carnes ou ainda sem ovos, leite e laticínios.
No começo, esse esforço pode parecer desgastante, mas com o tempo ele ganha um gostinho especial. Principalmente quando você descobre que a sua
cozinha se transformou em um laboratório de saúde
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e que seu corpo não está enfraquecendo. Pelo contrário, você está mais disposto e, frequentemente, se sente
em paz consigo mesmo, pois sabe que não está contribuindo para um tipo de violência, aquela cometida
contra os animais para que insaciáveis de plantão conWHQWHPVXDJXODLQoQLWDSRUFDUQHOHLWHHRYRV3RULVVR
não dê ouvidos à indiferença. O sofrimento dos aniPDLVÂUHDOHQ¼RH[LVWHQDGDTXHMXVWLoTXHDH[SORUDção por que eles passam todos os dias. Dizer que eles
não sofrem ou que não sentem dor é uma das formas
de especismo – termo que designa a discriminação de
XP DQLPDO HVSÂFLH SRU HOH Q¼R VHU KXPDQR Ÿ R oP
desse tipo de preconceito que os veganos defendem,
porque quando o especismo deixa de existir entra em
cena um sentimento fundamental na construção de um
mundo melhor: a empatia. Quando você é capaz de se
colocar no lugar de um animal não humano com capacidade de sentir, interagir e reagir ao que acontece ao
seu redor, você entende que ele também tem direito a
uma das premissas mais básicas da vida – a liberdade.
FISIOLOGIA VEGETARIANA
Existe certa confusão em relação a quem é quem no
mundo vegetariano. E muito dessa desinformação foi
criado por gente que se declara vegetariana, mas come
peixe. Até onde sei, peixe não nasce em árvore. Portanto, o vegetariano que só come carne branca não é vegetariano. Quem come carne (branca, vermelha ou as
duas) é onívoro – palavra derivada do latim que une os
termos “omnis” e “vorus”, ou seja, “aquele que come
GHWXGRy,VVRVLJQLoFDTXHQHQKXPDQLPDOKXPDQRÂ
carnívoro, nem mesmo aquele tiozão adorador de churrasco. É impossível que tios como estes consumam ex-
16 | Pare de comer carnes
clusivamente carne todos os dias. Provavelmente, nos
churrascos que frequenta ou organiza, também apare¾DPPROKRºYLQDJUHWHS¼RGHDOKRHIDURID$oVLRORgia dos animais diz que carnívoros, como leões e tigres,
V¼RLGHQWLoFDGRVSRUQ¼RSRVVXÇUHPPRODUHVSRUWHUHP
a mandíbula alongada, audição e olfato bem desenvolvidos. Eles também transpiram pela língua, têm garras
HELFRVDoDGRVHQ¼RGLJHUHPFHUHDLV0XLWRPHQRVhot
dog completo e outros “venenos” que os onívoros modernos adoram.
Quando a pessoa deixa de comer qualquer tipo de
carne e seus derivados, como embutidos, salsicha, linguiça e bacon, ela é vegetariana. Dentro do grupo dos
vegetarianos, existem os:
1. Ovolactovegetarianos, que consomem ovos, leite
e laticínios, como manteiga, queijo e chantili. Esse é o
grupo mais numeroso de vegetarianos, e costuma ser
aquela fase em que a pessoa começa a experimentar o
gosto que a vida vegetariana tem. Normalmente, os vegetarianos começam por aqui e aderem a esse tipo de
alimentação por anos.
2. Lactovegetarianos, que não consomem ovos, mas
bebem leite e comem os laticínios. Existe também o ovovegetariano, que não consome carnes, leite e laticínios,
mas come ovos. Esse tipo, porém, é mais raro.
3. Vegetarianos estritos, categoria em que me encaixo. Eles não consomem nada de origem animal,
como carnes, ovos, leite, laticínios e mel, mas dependendo da situação usam produtos que tenham sido testados em animais, vestimentas e acessórios feitos com
tecidos de origem animal, como couro, seda, casaco de
pele, plumas e lã.
4. Veganos: eles são vegetarianos estritos, mas não
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consomem nada que tenha sido testado em animal,
como cosméticos, e não usam peças e acessórios feitos
com tecidos de origem animal. Ideologicamente, este é
R YHUGDGHLUR YHJHWDULDQR R PDLV FRHUHQWH FRP D oORVRoD GH DPRU DRV DQLPDLV 0DV SHVVRDOPHQWH FRQVLdero o veganismo pleno algo difícil de ser atingido na
prática, porque a exploração animal está embutida em
WXGRqGHPHGLFDPHQWRVDWLQWDGHFDQHWDHVIHURJU·oFD
Muita coisa é testada em bichos e, muitas vezes, é difícil saber com certeza a origem daquilo que se consome.
Por estes e outros motivos, não me considero vegana.
Por exemplo, tomei e tomo medicamentos de empresas farmacêuticas que fazem testes em animais. Quando
precisei suplementar vitamina D, por não tomar sol suoFLHQWHPHQWH PHX VXSOHPHQWR HUD IHLWR D SDUWLU GH O¼
de ovelha – para você ter uma ideia da quantidade de
produtos que tem a exploração animal embutida entre
os ingredientes da composição. Outros motivos por que
ainda não me considero vegana: não dou ração sem carnes para minha gata, já comi queijo voluntariamente
mesmo depois de ter me tornado vegetariana estrita e
continuo usando meus antigos sapatos de couro. Aliás,
já ganhei artigos de couro, não fui à loja devolver e continuo usando até hoje. Estou em processo de evolução.
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