Escola de Educação Comunitária
Av. Engenheiro Richard, 116
Grajaú - Rio de Janeiro, RJ
(21) 2577-4546
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Primeira publicação: 29 de Maio de 1995
Maio 2015
Exemplar n° 78
O Banalizado Poder
Principal ponto de partida para o
crescimento de nosso país, a educação
está praticamente abandonada pelos
“representantes populares”, que ignoram
seu poder de mudança.
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Soltando o Verbo Página 8
‘‘Usado na produção de medicamentos em alguns países, o Brasil luta
contra a burocracia para permitir o uso do canabidiol como alívio
para o sofrimento de muitos.” Fique por dentro em Soltando o Verbo.
Não jogue este impresso em vias públicas
Falando Sério Página 8
“Devido a popularidade e interferência direta dos trotes
universitários nas relações estudantis, é necessário ponderar sobre os
efeitos adversos dessa prática.” Leia mais em Falando Sério
Reforma Política por Victor Página 4
A reforma política é o único meio viável de se
começar a mudar o panorama de injustiças e
desmandos no Brasil.
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Chegamos a mais uma edição da PAPELETA com a
ânsia de mostrar nossa voz. Afinal, impossível, nos dias
atuais, entender que tudo acontece a nossa volta e
continuamos imóveis.
Os dias refletem a penúria em que vivemos: direitos
escassos, deveres inúmeros – para alguns –, lazer
espremido, justiça quase nula.
O que fazer diante do que nos é alheio? De fato, as
alternativas escapam entre nossos dedos, mas dentre tudo
o que (não) poderíamos fazer, ainda nos resta algo de
grande valor: nossa autonomia. Em tempos em que sequer
a nossa voz é ouvida, ter pensamento crítico, reflexivo e
autônomo é mais importante que respirar – perdoem-me
pela hipérbole.
Fazem parte do “viver no mundo” certa dose de
incorreção, de ilegalidade e, por que não, até amoralidade;
são inerentes ao homem, constituem nossa porção
humana.
Entretanto, ao percebermos que há uma aliança que
busca anular nossa força de pensamento, nos sentimos
com o dever de fazer com que alertemos a todos: PENSEM,
REFLITAM, não se deixem conduzir pelo desconhecido.
A Escola deve cumprir esse papel, a PAPELETA
O Banalizado Poder
Vive-se um período alarmante na sociedade
brasileira. A mesma agoniza com seus problemas, como o
dificultoso sustento de vida – entre outros de ordem
econômica e social – e parece não receber respostas
governamentais para encontrar a resolução. Sendo o
principal ponto para a evolução de nosso país, a educação
está praticamente abandonada pelos “representantes
populares”, que a tratam de maneira banal perante o seu
altíssimo poder de mudança.
É correto considerar a educação como base para uma
sociedade progressista e evoluída. Sem qualidade nesse
setor tão importante, o país só tende a perder cada vez
mais em suas errôneas atitudes. É inerente a uma
educação sem características categóricas e qualificativas,
por exemplo, o aumento de índices de ilegalidade
cometidos pela população menor de idade e de jovens com
maior envolvimento com drogas. O afastamento do
indivíduo da escolarização o leva a procurar outras
atividades para sua satisfação individual ou coletiva, como
as práticas aqui citadas.
cumpre. Nos textos aqui divulgados, apresentam-se os mais
diversos temas, por meio da voz de quem vive o hoje, sente o
hoje, mas, principalmente, se prepara para o amanhã.
E é acreditando nessas vozes e palavras que constroem o
amanhã, é que pensamos que é necessário privilegiarmos
esse espaço, pois é aqui que constatamos que somente a
educação, a palavra e o pensamento podem transformar a
realidade ou endireitar o caminho. Estimulando esses três
pilares, formaremos jovens capazes de se reinventarem;
adultos capazes de superarem os entraves.
Educação – não somente a escolar, mas a que forma para
a vida – não pode ser privilégio de poucos, porque é o único
caminho que leva ao sucesso. Lute por ela, mostre sua voz e
não seja mais um diante da barreira que nos é imposta. Só a
educação constrói.
Até a próxima.
Boa leitura!
Professora Ana Carolina Nóbrega
****
“Eu sou um intelectual que não tem medo de ser
amoroso. Amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as
pessoas e amo o mundo que eu brigo para que a justiça social
se implante antes da caridade.”
Paulo Freire
Outra demonstração do poder da educação é a
elevação social que é propiciada por meio da própria. Há
casos – que deveriam se tornar a maioria e a regra, e não
exceção – de alunos que obtiveram uma representativa
ascensão como efeito do privilégio de ter acesso uma
educação de qualidade. Os índices de irregularidade social
são altos pelo mau trato político dado à educação. Com a
atenção que merece, mudanças e bons investimentos, a
educação resultaria na diminuição dos níveis de
desigualdade.
Isto posto, é imprescindível à sociedade brasileira
repensar a má educação que possui e seu forte poder que
deve ser utilizado contra as características adversas do país.
A reforma educacional é necessária para a evolução do
sistema de ensino brasileiro, devendo ser nela defendida,
por exemplo, o aumento do salário dos professores e aulas
em tempo integral. O soslaio político a essa necessidade
tão premente da nossa população deve ser extinto, fazendo
com que se construa uma sociedade adequada à
modernidade e usando a educação como uma forte aliada.
Felipe Tinoco – Pré III
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Vivendo Fora
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da Caixa
Vejo nosso mundo hoje como um grande amontoado de
caixas. Nessas caixas espalhadas fazemos de tudo um
pouco: compramos, rezamos, amamos, moramos,
estudamos, etc.…
Criamos essas caixas como um modo de organizar nossa
vida, pois se existem coisas que o ser humano busca ao longo
do tempo são a prática, a organização e o espaço próprio.
Sentimos algo no peito ao pensarmos que existem pessoas
que vivem em caixas enormes, enquanto outros nem uma
caixa inteira têm para viver. Por que não nos mexemos
apesar de não só essa, mas tantas coisas que consideramos
erradas?
Porque falta autonomia. Porque por mais responsáveis
que acreditemos ser, ou por maior que seja nossa vontade de
mudar o mundo, ainda estamos dentro da caixa. E dentro
dela, nada de efetivo poderemos fazer.
Passamos parte de nossas vidas, numa caixa chamada
escola, que ao darmos o primeiro passo para dentro dela, o
seu tamanho assusta. E esse medo vem porque ela é enorme
e cheia de pessoas que não conhecemos, logo não sabemos
como são. Além disso, estamos longe do nosso porto seguro,
se algo der errado ali, teremos a mesma proteção que temos
em casa? Os anos passam e descobrimos que podemos viver
e conviver dentro dessa caixa, tanto por instinto quanto por
experiência e aquele espaço enorme que, no início era um
monstro, vai se tornando cada vez menor e quem sabe até
mais acolhedor. A escola junto da educação recebida em casa
nos dá cada vez mais ferramentas pra lidarmos com os
acasos de cada dia.
Até que chega um momento na vida e percebemos
que aquela caixa onde ficamos por tanto tempo ficou muito
pequena e agora é hora de sair dela. E então só nos resta sair e
descobrir onde podemos ficar com as ferramentas que
temos.
No começo era enorme, no fim, minúscula e fora dela nos
damos conta de que as coisas serão diferentes. Chegou o
momento de bater no peito e dizer “daqui pra frente, sou eu
quem resolvo minha vida”. Parece uma revolução e talvez até
seja, mas aprendemos que nem sempre as revoluções
atingem seus objetivos.
Nosso aprendizado, daqui em diante, deixa de ser
dentro de uma caixa, mas em todos os lugares fora dela. As
pessoas olham para nós de modo diferente, entendem que
somos “revolucionários” e começam a nos cobrar de acordo
com isso. Chega de proteção, justificativas sobre erros
cometidos e ingenuidade. Tivemos vários anos pra aprender
a andar com os próprios pés, saber fazer nossas próprias
escolhas e chamar a responsabilidade para o nosso lado.
Estamos fora da caixa e agora temos que correr atrás, cada
vez mais, se quisermos atingir os nossos objetivos. Não
lutamos mais por notas ou pela aprovação do público,
lutamos por ideais e realizações pessoais. Não somos mais
procurados, nós procuramos. Não esperamos mais que
aconteça, nós fazemos acontecer.
Sair dessa caixa e encarar o mundo, você está
pronto? A melhor resposta será o jeito que nesse mundo de
caixas você irá se virar.
Lucas Ribeiro – ex-aluno
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A Acessibilidade
e o Conforto
Considerando acontecimentos históricos favoráveis à
Europa, pode-se afirmar que os países deste continente
tiveram, e têm, suas condições de mobilidade superiores às
condições dos demais países do mundo. No Brasil, a
mobilidade urbana encontra-se em constantes desafios que
implicam a acessibilidade e o conforto do cidadão brasileiro.
O desenvolvimento, lento e gradativo, dos meios de
transportes públicos, no Brasil, gerou oportunidades antes
inalcançáveis. Beneficiando o Estado com a integração das
metrópoles com as demais regiões metropolitanas e centros
regionais, o mercado nacional se intensificou.
A industrialização, a concentração fundiária e a
mecanização do campo contribuíram para o processo de
urbanização. Com isso, entende-se a superlotação de cidades
como Rio de Janeiro e São Paulo, que consequentemente
obtiveram suas taxas de desemprego elevadas. Além disso,
ocorre também a favelização e a marginalização do indivíduo.
Assim, dentre todos os cidadãos brasileiros estão incluídos
os trabalhadores honestos, bem como aqueles mal
intencionados, os quais afetam e concorrem para a baixa
qualidade dos transportes públicos, tanto nos setores
rodoviário, como metroviário ou hidroviário, fazendo assim
com que a sociedade arque com as consequências dos atos
desta minoria.
Portanto, visando a solucionar um problema e alcançar as
medidas necessárias para sua resolução, é preciso que estudem
sua origem. Somente investindo em uma política habitacional,
dando fim à marginalidade, investindo intensamente em
educação e no aprimoramento dos transportes públicos, a
mobilidade urbana funcionará de maneira nunca vista antes.
Lucas Rodrigues – Pré III
que o Brasil Precisa
As Reformas
É Preciso Mudar
O Brasil é um país com resquícios de uma sociedade
senhorial, na qual existe uma classe dominante, que sempre
fará de tudo para que seus interesses prevaleçam. Os políticos,
atualmente, são, em grande maioria, membros dessa classe
dominante. A reforma política é um meio viável de se começar a
mudar esse panorama.
Os meios de comunicação com maior influência sobre a
população têm papel extremamente decisivo, podendo, às
vezes, decidir eleições. Esses meios são formadores de opinião e
como pertencem à referida elite senhorial, sempre tornarão
impopulares todos os governos e medidas que ameacem sua
hegemonia, beneficiando os mais pobres.
É evidente que o Brasil precisa de reforma agrária,
entretanto, as entidades responsáveis por fazer isso são as
mesmas que perderão seus latifúndios com a mudança. Nesse
contexto, dificilmente ocorrerá a redistribuição de terras,
mantendo a atual concentração fundiária.
Um mecanismo fundamental para que a classe opressora
mantenha seus interesses na política é o financiamento
empresarial de campanhas eleitorais. Devido aos recursos
oferecidos às essas campanhas, as grandes empresas
conseguem eleger “seus representantes”, levando-os ao poder
com o auxílio dos meios de comunicação, que também são
favorecidos.
Desta forma, mudanças profundas e imediatas devem ser
realizadas na política brasileira, como a reforma agrária, o fim
dos financiamentos que citamos anteriormente, o fim do
monopólio dos meios de comunicação de maior acesso, para
que a população possa votar e eleger aqueles que lutarão
verdadeiramente por ela e pelo Brasil.
Victor Cataldo – Pré III
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Vivemos em um mundo em que a tecnologia se expande de
maneira exponencial, tanto a que é para o bem, quanto a que é
para o mal. E o “mal” passa a existir quando o entretenimento e
a diversão proporcionados por ela passam a ser insubstituíveis
por outras atividades, como o lazer, os esportes e os momentos
em família, mas principalmente a leitura, pois é um dos
principais formadores dos jovens como “pessoas”.
Hoje em dia, boa parte das escolas incentiva crianças e
adolescentes a gostar de ler, tanto na teoria, quanto na prática:
acrescentando leitura e interpretação de livros no currículo e
na lista de matérias. Porém, muitas vezes nem isso motiva os
jovens a gostar de ler, pois enquanto tiverem a opção de
escolher entre um livro em um apetrecho eletrônico, quase
sempre escolherão o segundo. Além disso, nem sempre os
livros “recomendados” por autores, editoras e escolas são os
livros adequados a cada jovem, simplesmente porque nem
sempre abordam um assunto ou tema interessante, agradável
para cada um, visto que cada um gosta de um tipo de livro:
romance, ficção científica, suspense, humor — da mesma
forma que filmes —; e muitas vezes essas recomendações são
“empurradas” para os jovens mesmo que não os agradem.
A solução para isso é incentivar as crianças, desde bem
pequenas, a ler diferentes livros para que possam descobrir
seu tipo favorito de leitura. Mas não por meio da força e da
repreensão, pois isso só piora a motivação ao jovem; esse é um
assunto que requer calma e paciência. Outra solução é
integrar a tecnologia e a leitura, pois “unindo o útil ao
agradável”, tudo se torna mais fácil. Desse jeito, motivaremos
cada vez mais os jovens a ler mais livros e, por consequência,
teremos melhores pessoas e cidadãos, além de um mundo
melhor, pois o JOVEM DE HOJE É O MUNDO DE AMANHÃ!
A Leitura e a
Tecnologia
Bernardo Abreu – T. 81
Os Jovens de Hoje e a
Tecnologia
Que a tecnologia faz parte do dia a dia dos adolescentes,
todos sabemos, mas junto a essa maravilha virtual, vêm os
problemas.
A internet, por exemplo, nos proporciona uma facilidade
em encontrar informações; é a escolha básica de mecanismo de
pesquisa, porém mesmo trazendo muitas fontes de
informação, nem tudo que lemos é confiável. Sites que são
usados para a realização de pesquisas, como o Wikipédia, são
editáveis por qualquer pessoa, logo não podemos tomar o que
ali encontramos como verdade absoluta.
Entretanto, existem sites especializados, alguns fornecidos
por instituições governamentais, que se dedicam a trazer
informação de qualidade. A problemática a ser discutida não é a
internet que oferece fontes confiáveis ou não, mas o
pesquisador que em vez de ler, prefere fazer uma pesquisa
superficial, copiando páginas sem conhecer o conteúdo.
A internet nos fornece uma infinidade de informações,
mas, além disso, nos oferece entretenimento e permite a
comunicação; como consequência, passamos muito tempo
utilizando esse recurso.
Dentre o que muito podemos falar sobre o uso da internet,
algumas questões promovem reflexões: “Será que vivemos uma
época em que a infância é perdida por causa desse suposto
'vício'?”, “Nos relacionarmos virtualmente nos trás um
relacionamento na teoria diferente do físico, mas isso é mesmo
um problema?”
O importante é que de qualquer forma, continuemos
falando uns com os outros e nos conhecendo cada vez mais e
que, principalmente, nenhuma dessas formas de comunicação
impeça alguém de ser feliz.
Raphael Henrique Godoi – T. 91
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Solitária
Era tarde
O vento batia
Sem muito alarde
Ela aparecia
Do mesmo jeito
Causando dor
Sem respeito
e sem amor
Ela era a morte
Não chorava
Quando alguém morria
Não tinha sorte
Ninguém lembrava
Só lembrarão no dia
João Victor Mansur e Luca Belmonte – T. 93
Vem aí... XXX Concurso de Literatura Maria Helena Xavier Fernandes
“No Brasil as coisas acontecem, mas depois, com um simples desmentido, deixaram de acontecer.”
Sérgio Porto
Vamos Acabar com Esta Folga
O negócio aconteceu num café. Tinha uma porção de
sujeitos, sentados nesse café, tomando umas e outras. Havia
brasileiros, portugueses, franceses, argelinos, alemães, o
diabo.
De repente, um alemão forte pra cachorro levantou e gritou
que não via homem pra ele ali dentro. Houve a surpresa inicial,
motivada pela provocação e logo um turco, tão forte como o
alemão, levantou-se de lá e perguntou:
— Isso é comigo?
— Pode ser com você também — respondeu o alemão.
Aí então o turco avançou para o alemão e levou uma
traulitada tão segura que caiu no chão. Vai daí o alemão repetiu
que não havia homem ali dentro pra ele. Queimou-se então
um português que era maior ainda do que o turco. Queimou-se
e não conversou. Partiu para cima do alemão e não teve outra
sorte. Levou um murro debaixo dos queixos e caiu sem
sentidos.
O alemão limpou as mãos, deu mais um gole no chope e fez
ver aos presentes que o que dizia era certo. Não havia homem
para ele ali naquele café. Levantou-se então um inglês
troncudo pra cachorro e também entrou bem. E depois do
inglês foi a vez de um francês, depois de um norueguês etc. etc.
Até que, lá do canto do café levantou-se um brasileiro
magrinho, cheio de picardia para perguntar, como os outros:
— Isso é comigo?
O alemão voltou a dizer que podia ser. Então o brasileiro
deu um sorriso cheio de bossa e veio vindo gingando assim pro
lado do alemão. Parou perto, balançou o corpo e... pimba! O
alemão deu-lhe uma porrada na cabeça com tanta força que
quase desmonta o brasileiro.
Como, minha senhora? Qual é o fim da história? Pois a
história termina aí, madame. Termina aí que é pros brasileiros
perderem essa mania de pisar macio e pensar que são mais
malandros do que os outros.
Stanislaw Ponte Preta
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O verão 2014/2015, no Rio de Janeiro e em grande parte
do Brasil, trouxe muito Sol, diversão, temperaturas
altíssimas e um grande desconforto aos moradores de
algumas cidades brasileiras.
Para alguns, estação do Sol, das férias e da diversão;
para outros “purgatório” de violência, calor e desconforto.
E para você, o que representa o verão?
Ah...
o Verão!
Ah... o verão! Uma das estações mais esperadas por
adultos e jovens. Sol, praia, piscina, férias, o que mais
poderíamos querer?
Além das muitas coisas boas, também concordamos
que essa estação apresenta alguns aspectos negativos. O que
seria da população sem os ventiladores e refrigeradores de ar
naqueles dias escaldantes, em que as temperaturas
ultrapassam os quarenta graus? E os preços que sobem a
cada fim de semana?
Embora o verão às vezes esquente nossas cabeças, há
coisa melhor do que passar o dia inteiro em uma piscina, ou
ir à praia, mesmo que sofrendo para encontrar um lugar na
areia, sabendo que todas aquelas pessoas estão lutando pelo
mesmo que você?
Isso é o verão carioca! O verão no Rio de Janeiro é a
resposta para todas as perguntas anteriores e que, apesar do
calor, das altíssimas contas de luz, nos divertimos como
nunca!
Raphaella Leandro – T. 91
Vem aí... XXX Concurso de Literatura Maria Helena Xavier Fernandes
Desabafos de um Bom Marido
Minha esposa e eu sempre andamos de mãos dadas. Se eu
soltar, ela vai às compras. Ela tem um liquidificador elétrico,
uma torradeira elétrica, e uma máquina de fazer pão elétrico.
Então ela disse: 'Nós temos muitos aparelhos, mas não temos
lugar pra sentar'. Daí, comprei pra ela uma cadeira elétrica.
Lembrem-se, o casamento é a causa número um para o
divórcio. Estatisticamente, 100% dos divórcios começam com o
casamento. Eu me casei com a 'Senhora Certa'. Só não sabia que
o primeiro nome dela era 'Sempre'.
Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não
gosto de interrompê-la. Mas tenho que admitir, a nossa última
briga foi culpa minha. Ela perguntou: 'O que tem na TV? - “E eu
disse 'Poeira.”
No começo Deus criou o mundo e descansou. Então, Ele
criou o homem e descansou. Depois, criou a mulher. Desde
então, nem Deus, nem o homem, nem o Mundo tiveram mais
descanso.
Quando o nosso cortador de grama quebrou, minha mulher
ficava sempre me dando a entender que eu deveria consertá-lo.
Mas eu sempre acabava tendo outra coisa para cuidar antes, o
caminhão, o carro, a pesca, sempre alguma coisa mais
importante para mim. Finalmente ela pensou num jeito esperto
de me convencer.
Certo dia, ao chegar em casa, encontrei-a sentada na grama
alta, ocupada em podá-la com uma tesourinha de costura. Eu
olhei em silêncio por um tempo, me emocionei bastante e
depois entrei em casa.
Em alguns minutos eu voltei com uma escova de dente e lhe
entreguei. “Quando você terminar de cortar a grama”, eu disse,
“você pode também varrer a calçada”.
Depois disso não me lembro de mais nada. Os médicos
dizem que eu voltarei a andar, mas mancarei pelo resto da vida.
O casamento é uma relação entre duas pessoas na qual uma
está sempre certa e a outra é o marido…
Luis Fernando Verissimo
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O Potencial e os
Limites do uso da
Maconha
Trote Universitário:
Evento de Confraternização ou Mera Dominação?
Os trotes universitários são eventos de iniciação que ocorrem
na maioria das instituições de Ensino Superior brasileiras.
Perpetrado pelos veteranos, acontecem de forma independente à
Universidade, de sorte que ele varia de curso; não obstante o
objetivo é o mesmo: demonstrar uma mordaz dominação dos
veteranos – supostos detentores do conhecimento – para com os
novatos. Devido a sua popularidade e interferência direta nas
relações estudantis, é necessário ponderar sobre os efeitos
adversos dessa prática.
Em primeiro lugar, o trote destoa completamente dos ideais e
decoro acadêmicos. A intimidação imposta pelos veteranos não é,
de forma alguma, saudável para a colaboração e respeito mútuos
necessários em prol do conhecimento geral. O aluno mais antigo
deveria ajudar o calouro, não impor vexações tais como pintar-se
com tinta, raspar o cabelo ou obrigá-lo a comer lixo. Além disso,
por causa da concepção que permeia os estudantes de que o trote
é necessário à socialização, à medida que anos passam, o calouro
torna-se um veterano com o desejo de reprimir o mais novo;
configurando ,assim, um ciclo vicioso de opressão gratuita , em
detrimento do bom convívio estudantil.
Ademais, alguns trotes são demasiadamente violentos, por
causa da irresponsabilidade dos jovens em função do consumo de
bebidas alcoólicas. Amiúde há casos nos quais adolescentes são
coagidos a ingerir altas doses de álcool, fato que enseja barbáries
como estupros, tal como ocorreu na Universidade de São Paulo
(USP). Neste ano de 2015, também foi noticiado o caso de uma
jovem que foi atingida e queimada por um ácido em um desses
negligentes rituais. Em suma, os trotes universitários são mais do
que brincadeiras inocentes; por isso, é necessário que as
faculdades assegurem os alunos, não sendo complacentes com
esses crimes.
Por vez, é premente que as universidades se posicionem
peremptoriamente contra esses eventos, aplicando sanções
austeras aos transgressores. Concomitantemente, faz-se
necessário procurar um meio para a socialização dos calouros.
Uma boa alternativa é a promoção de saraus, peças de teatro ou
projetos de pesquisa científica oferecidos pela instituição. Com
isso, haverá o fomento da diversidade e cultura próprios do
ambiente acadêmico.
Daniel Ferrari – Pré III
Colaboradores:
Bernardo Abreu – T. 81
Daniel Ferrari – Pré III
Felipe Tinoco – Pré III
João Victor Mansur – T. 93
Juan Buriticá – Pré III
Luca Belmonte – T. 93
A maconha é, há séculos, alvo de preconceito pelo seu uso
recreativo. A partir da segunda metade do século XX, alguns
estudos começaram a investigar e comprovar que o canabidiol
(CBD) – composto químico encontrado na maconha – pode ser
usado com eficácia em tratamentos, como substância medicinal,
no combate a distúrbios psíquicos e neurológicos. Em alguns
países, o canabidiol já é usado na produção de medicamentos;
enquanto outros, como o Brasil, lutam contra sua própria
burocracia para que isso ocorra.
O tratamento e o uso terapêutico com o canabidiol têm sido
estudados há décadas, e desde então se provam cada vez mais
eficazes. É importante destacar que os medicamentos produzidos
a partir do canabidiol não possuem o princípio ativo e tóxico da
maconha, mais conhecido como THC (tetra-hidrocarbinol); isso
significa que não possui substâncias tóxicas e que não causa os
efeitos psicoativos que o uso recreativo da Cannabis Sativa pode
causar. A partir da análise desses fatores, podemos afirmar que o
canabidiol (e seu uso medicinal) não pode ser considerado ilícito
como acontece com a maconha.
A eficácia do canabidiol já se tornou indiscutível e não faltam
pesquisas e estudos comprobatórios. Apesar da legalização da
“maconha medicinal” ser somente uma questão de tempo, o que
pode ser feito para acelerar esse processo é continuar permitindo
o uso controlado em alguns casos específicos e intensificar a
divulgação à população por meio de testes e pesquisas que não há
contraindicações para o uso da substância.
Infelizmente, a população não se comove ou se mobiliza com
casos relatados sobre a extrema eficácia do uso do canabidiol e
continua alimentando preconceitos apenas pelo fato do
composto estar presente na maconha. De fato, não existem
motivos para sua proibição, visto que é possível desenvolver
medicamentos totalmente livres de substâncias tóxicas e
alucinógenas. A legalização do medicamento é apenas mais um
processo de evolução da sociedade que está sendo atrasado pela
ignorância e desconhecimento do senso comum.
Lucas Rodrigues – Pré III
Raphael Henrique – T. 91
Raphaella Leandro – T. 91
Victor Cataldo – Pré III
Lucas Ribeiro – ex-aluno
Juan Buriticá – Pré III
Prof. Abelardo
Prof.ª Ana Carolina
Diagramação:
Fabio de Carvalho
Editor Responsável:
Prof.ª Ana Carolina
Coordenação:
Prof.ª Ana Carolina
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O Banalizado Poder