Lição 7
A parábola do
servo impiedoso
Objetivos desta lição
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Ensinar e ministrar sobre o perdão dado por Deus a nós;
Ensinar que o perdão dado por Deus nos capacita a perdoarmos àqueles que pecaram contra nós;
Ensinar sobre a necessidade e importância de se liberar perdão;
Ministrar liberação de perdão. Para tanto, prepare-se devidamente, estudando a lição e buscando a Deus em oração.
Introdução
Para introduzir a lição, faça a seguinte pergunta ao grupo:
1. Você já foi ofendido mais de uma vez, pela mesma pessoa e pela mesma razão? Conte essa história para o grupo.
Desenvolvimento
Texto-base: Mateus 18.21-35 (Nova Versão Internacional)
Leia o texto-base. Logo após, para sua melhor compreensão, exponha as seguintes informações:
• Essa parábola foi contada por Jesus em resposta a uma pergunta que Pedro lhe fez sobre perdão. Pedro perguntou:
“Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?” (v.21);
• A pergunta feita por Pedro tem em vista uma tradição judaica que ensinava que uma pessoa deveria perdoar até três
vezes uma ofensa que lhe fosse causada por alguém. Após isso, o ofendido não tinha mais nenhuma obrigação de
perdoar ao ofensor. Pedro, tendo em mente que Jesus criticava e contrariava a tradição judaica - como, por exemplo,
no Sermão do Monte, especificamente em Mateus 6.21-48 - ao sugerir sete vezes, intentou causar admiração
em Jesus, apresentando-lhe um número mais do que duas vezes maior que o da tradição judaica e, além disso,
considerado especial, por simbolizar perfeição e completude;
• Jesus, entretanto, não foi surpreendido pela proposta de Pedro e a contrariou, dizendo: “Eu lhe digo: Não até sete,
mas setenta vezes sete” (v.22). Alguns tradutores afirmam que a reposta poderia ter sido “setenta e sete vezes”, e não
“setenta vezes sete”. Contudo, seja qual for a ordem das palavras, Jesus quis dizer que o perdão é algo que não deve
ser contado, mas, sim, dado indefinida e ilimitadamente. Não há limites para a quantidade de vezes que uma pessoa
deve perdoar ao seu ofensor, ao contrário do que estabelecia a tradição judaica.
Posto isso, pergunte:
1. Em sua opinião, deveria ou não existir limites para o perdão? Se sim, até quantas vezes uma pessoa deveria perdoar
ao seu ofensor?
2. Como você analisa a proposta de perdão ilimitado feita por Jesus? Seria algo real, possível e razoável? Ou faria do
ofendido um “bobo”, dando oportunidade ao ofensor para “fazer a festa”?
Após as perguntas, prossiga com a exposição das seguinte informações:
• A chamada “Parábola do Servo Impiedoso” pode ser dividida em três partes: 1. O acerto de contas entre o rei e o
servo que lhe devia grande quantidade de prata (vv.23-27); 2. O acerto de contas entre o servo perdoado e um
conservo que lhe devia pequena quantidade de prata (vv.28-30); 3. A punição do rei ao servo perdoado, mas não
perdoador (vv.31-34).
1. O acerto de contas entre o rei e o servo que lhe devia grande quantidade de prata (vv.23-27)
• O acerto de contas entre um rei e seus servos dizia respeito à verificação do desempenho nas funções designadas
e do pagamento de dívidas contraídas mediante empréstimos junto ao tesouro real. Oficiais de alta posição, como
possivelmente era o caso dos servos citados na parábola, tinham a prerrogativa de tomarem tais empréstimos, os
quais poderiam ser de grande valor;
• A dívida entre o primeiro servo e o rei era de dez mil talentos, ou trezentos e cinqüenta mil quilos de prata. Um
talento correspondia a seis mil denários e um denário era o salário de um trabalhador por um dia de trabalho.
Assim, a dívida do primeiro servo era de sessenta milhões de denários, o que correspondia, na época,
a aproximadamente cento e sessenta e quatro mil anos ininterruptos de trabalho, ou, tendo em vista o
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atual valor do salário mínimo brasileiro (R$510,00), a R$ 1.020.000.000,00. Seja qual for o valor, entretanto, a intenção
de Jesus era dizer que esse servo tinha uma dívida impagável;
• Por causa do grande valor da dívida e da falta de condições de pagamento, o rei ordenou a venda do servo, de
sua família e de todos os seus bens para que pelo menos parte dela fosse paga e como forma de punição pela
inadimplência;
• O servo reagiu a isso, se prostrando diante do rei e implorando por paciência. Ele, equivocadamente e motivado
pelo ímpeto de salvar sua família, acreditava que lhe seria possível pagar aquela grande dívida. Mas isso lhe era
impossível;
• O rei, movido por compaixão, ou seja, percebendo a dramática situação em que o servo se encontrava e diante de
sua humilhação e súplica, decidi cancelar a dívida e deixá-lo ir, isto é, o servo não seria punido pelo não pagamento
da dívida e estaria liberado de pagá-la.
2. O acerto de contas entre o servo perdoado e um conservo que lhe devia pequena quantidade de prata
(vv.28-30)
• Imediatamente após essa extraordinária experiência, o servo, agora perdoado, encontrou-se com um conservo, ou
seja, com uma pessoa que servia ao rei juntamente com ele, que lhe devia cem denários, um valor seiscentas mil
vezes menor que a sua dívida para com o rei. Cem denários correspondia, na época, a pouco mais de três meses de
trabalho, o que, em valores atuais, equivaleria a R$1.700,00, tendo em vista o salário mínimo brasileiro;
• Apesar da extraordinária experiência de perdão que havia vivenciado e do pequeno valor da dívida, principalmente
em comparação com a dívida que tinha para com o rei, o servo perdoado não teve paciência e compaixão de seu
conservo e, agredindo-o fisicamente, exigiu o pagamento da dívida;
• O conservo, como aquele servo perdoado, se prostrou e implorou por paciência. Entretanto, o servo perdoado não
atendeu à sua súplica, mas ordenou que ele fosse preso e assim ficasse até que toda a dívida fosse paga. Na época,
quando alguém era preso por dívida, seus bens eram vendidos para que ela fosse paga.
3.
A punição do rei ao servo perdoado, mas não perdoador (vv.31-34)
• Alguns outros servos testemunharam aquela situação e foram denunciar ao rei o que havia acontecido. Então, o rei
chamou aquele servo e lhe disse: “Servo mau, cancelei toda a sua dívida porque você me implorou. Você não devia
ter tido misericórdia do seu conservo como eu tive de você?” (vv.32-33). Decepcionado e irado, o rei revogou o
perdão da dívida e entregou o servo, agora novamente devedor, para ser torturado até que toda ela fosse paga.
Conclusão
Concluindo a lição, diga:
• O tema da chamada “Parábola do Servo Impiedoso” é o perdão, o qual é abordado em duas direções: o perdão de
Deus aos seres humanos e o conseqüente perdão de um ser humano a outro;
• Nessa parábola, o pecado é apresentado como uma dívida que pode ser contraída entre o ser humano e Deus e
entre um ser humano e outro. Por causa do pecado/dívida para com Deus, o destino do ser humano é ser condenado
e perder a sua vida;
• Entretanto, quando o ser humano age com humildade, reconhecendo e confessando o seu pecado, e implorando
por misericórdia, Deus, movido por compaixão, o perdoa do pecado e o libera da condenação;
• Assim como nós, enquanto seres humanos, pecamos contra Deus, outros seres humanos também podem pecar
contra nós. Esses pecados/dívidas, contudo, são muito menores do que o pecado/dívida para com Deus;
• Apesar disso, todavia, em muitas ocasiões, não agimos para com os outros como Deus agiu para conosco. Não
perdoamos os seus pecados contra nós e os punimos por isso;
• Quando agimos assim, entristecemos o coração de Deus e provocamos a sua ira, pois nos mostramos incapazes
de darmos aos outros a misericórdia que recebemos dele. Como conseqüência disso, somos entregues aos
“torturadores”, passamos a viver sem paz, sendo perturbados por amargura, rancor, culpa e, até mesmo, por espíritos
malignos. Após terminar de contar a parábola, referindo-se aos torturadores, Jesus disse a Pedro e aos demais: “Assim
também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão” (v.35);
• Esta é a lição que pode ser extraída dessa parábola: O perdão de Deus nos livra da dívida e da punição do pecado,
e nos capacita a perdoar àqueles que pecaram contra nós. Assim, Ele quer que nós perdoemos assim como fomos
perdoados, como Jesus ensinou aos seus discípulos: “Perdoa as nossas dívidas assim como perdoamos aos nossos
devedores” (Mateus 6.12).
Desafio
1. Você já recebeu o perdão de Deus pelos seus pecados? Se não, gostaria de fazer isso hoje?
2. Pense nas pessoas que já pecaram contra você. Quais você já perdoou de coração? Quais ainda não perdoou? Por
quê?
3. Se você ainda não perdoou a alguém, consegue perceber em sua vida as “torturas” devidas a isso?
4. Decida perdoar àqueles que pecaram contra você. Faça uma oração a Deus e, se possível, encontre-se
com essas pessoas para tratar do assunto.
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