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CORREIO DO POVO
SEGUNDA-FEIRA, 12 de junho de 2006
Holanda vence e lidera ao lado dos ‘portenhos’
Jonson sofre marcação dura do zagueiro Cyd Gray
Trinidad pára a Suécia: 0 a 0
A seleção de Trinidad e
Tobago foi responsável
pela primeira grande
surpresa da Copa da
Alemanha. Sábado, em
Dortmund, os trinitinos conseguiram segurar um empate heróico em 0 a 0 com a Suécia,
pelo grupo B da competição.
O time caribenho participa pela
primeira vez de uma Copa do Mundo. A seleção sueca, que está em sua
11a Copa, dominou praticamente toda a partida, mas teve muitas dificuldades nas finalizações. Mesmo
contando com jogadores de renome
internacional, como os atacantes
Larsson e Ibrahimovic, e tendo um
jogador a mais desde os primeiros
minutos do segundo tempo, a Suécia amargou o empate.
Trinidad e Tobago abusou das
faltas violentas no primeiro tempo,
tanto que o árbitro Shamsul Maidin,
de Cingapura, recebeu as primeiras
críticas à arbitragem da Copa. Maidin mostrou inexperiência ao não
punir os atletas do time caribenho
na primeira etapa.
No segundo tempo, o árbitro mu-
dou a sua postura. As entradas fortes dos trinitinos foram acompanhadas mais de perto, tanto que o zagueiro Avery foi expulso logo no início da segunda etapa.
Ao contrário do que se poderia
imaginar, Trinidad e Tobago não se
limitou a apenas defender. O time
mostrou algumas trocas de passes
envolventes e arriscou chutes de
longa distância, sem levar grande
perigo ao goleiro Shaaban.
Em uma das melhores oportunidades do jogo, o ataque de Trinidad
e Tobago acertou uma bola na trave
do goleiro sueco. Quando o árbitro
Shamsul Maidin apitou o final da
partida, os jogadores trinitinos comemoraram o empate.
Suécia: Shaaban; Alexanderson,
Mellberg, Lucic e Edman; Linderoth
(Kalistron), Wihelmsson (Jonson),
Svensson (Allback) e Ljungberg,
Ibrahimovic e Larsson. Técnico: Lars
Lagerback.
Trinidad e Tobago: Hislop; Sancho, Lawrence, Gray e Avery; Edwards, Samuel (Glen), John e Birchall; Theobold (Whitley) e Yorke.
Técnico: Leo Beenhaker.
Calor incomoda a Inglaterra
A Copa está apenas começando e a Inglaterra já está pedindo água. Literalmente. Ontem, a Federação Inglesa reclamou da Fifa sobre a limitação de
água para seus jogadores durante a vitória por 1 a 0 sobre o Paraguai, sábado, em Frankfurt. O calor no estádio era de 29 graus. “Vamos fazer um comunicado à Fifa. Os médicos ficaram
preocupados”, disse Adrian Bevington,
porta-voz da Federação Inglesa.
A reclamação é que havia demora na
entrega das garrafinhas de água aos jogadores, feita por voluntários da organização do torneio. “Por duas vezes fui à
linha lateral e pedi água, mas por alguma razão, não me deram”, reclamou Joe
Cole, que continua: “Minha garganta
estava seca.” O calor e a falta d’água foram usados como desculpa para a queda do rendimento no segundo tempo.
“Vocês não têm idéia de como estava
quente lá dentro”, disse o meia Beckham. O próximo jogo da Inglaterra é
quinta-feira, contra Trinidad e Tobago,
na cidade de Nuremberg, onde as temBeckham reclamou do calor peraturas são bem mais amenas.
A Holanda assumiu a liderança do Grupo C da Copa
da Alemanha ao lado da
Argentina ao vencer a Sérvia e Montenegro por 1 a 0,
sem muitos problemas na
estréia dos dois países no Mundial. Aliás, esta é a primeira e a última Copa de
Sérvia e Montenegro, que nem existe
mais como país, pois há uma semana a
nação foi dissolvida em duas.
O gol da vitória foi feito pelo atacante
Arjen Robben, aos 18 minutos do primeiro tempo, disputado no estádio de Leipzig, que tinha a arquibancada colorida
pelo laranja dos milhares de torcedores
da Laranja Mecânica.
Os holandeses têm três pontos, assim como os argentinos, que venceram a
Costa do Marfim no sábado por 2 a 1.
O time treinado pelo ex-jogador Marco van Basten não demonstrou todo o
seu potencial e pareceu até guardar
energias para os outros jogos, já que está no temido “Grupo da Morte”, também
integrado pela Costa do Marfim. Além
disso, os sérvio-montenegrinos não tiveram competência de equilibrar a partida.
O destaque do jogo foi o autor do gol,
Robben, que não se intimidou com a forte defesa adversária e em vários momentos levou muito perigo ao gol rival.
Com dribles e belos passes, o atacante do Chelsea, da Inglaterrra, teve uma
das grandes atuações individuais da Copa do Mundo até o momento.
A jogada do gol nasceu em um contraataque, quando Van Persie deu um ótimo passe, de virada, e deixou Robben em
excelente posição para abrir o placar.
O atacante do Chelsea arrancou em
velocidade, deixando os zagueiros adversários para trás, invadiu a área, esperou
a saída do goleiro Jevric e tocou rasteiro,
de canhota, para marcar o gol.
Robben levou o lateral Nenad Djordjevic à loucura e o treinador Ilija Petkovic
não teve paciência, substituindo o jogador por Ognjen Koroman aos 43 minutos, uma alteração que deveria servir de
estímulo para os sérvio-montenegrinos.
No entanto, a seleção dos Bálcas manteve o esquema 4-4-2 em todo o jogo,
com nítida tendência de marcação por
pressão, sem acelerar o ritmo da partida.
No lado holandês, as estrelas Ruud van
Nistelrooy e Phillip Cocu decepcionaram,
pois não foram notados em campo.
Koroman foi o único que tentou algo
diferente do lado de
Sérvia e Montenegro,
pois demonstrou mais espírito de luta
que os companheiros.
No primeiro tempo, antes da entrada
de Koroman, apenas Milosevic tentava
levar os sérvio-montenegrinos ao ataque, mas sem sucesso.
Koroman assumiu o comando do
meio-de-campo da equipe e chegou a dar
um chute que levou perigo ao gol holandês na etapa final. A grande decepção ficou por conta de Kezman, que não repetiu as boas atuações que teve na temporada pelo Atlético de Madrid.
Como a Holanda também não estava
disposta a correr muitos riscos depois de
abrir o placar, a velocidade da partida
caiu e só registrou momentos de emoção
com os avanços de Robben pelas pontas.
Sérvia e Montenegro: Dragoslav Jevric; Nenad Djordjevic (Koroman), Goran
Gavrancic, Mladen Krstajic e Ivica Dragutinovic; Dejan Stankovic, Igor Duljaj,
Albert Nadj e Predrag Djordjevic; Kezman (Danijel Ljuboja, Savo Milosevic (Nikola Zigic). Técnico: Ilija Petkovic.
Holanda: Edwin van der Sar; Heitinga, Ooijer, Mathijsen (Boulahrouz) e Giovanni Van Bronckhorst; van Bommel (
Landzaat), Sneijder e Phillip Cocu; Robin
van Persie, Ruud van Nistelrooy (Kuyt) e
Arjen Robben. Técnico: van Basten.
Árbitro: Markus Merk (Alemanha).
Local: Zentralstadion, em Leipzig.
Arjen Robben marca o gol que põe holandeses como co-líderes no grupo considerado da morte
Ballack vai reforçar alemães
O capitão da seleção alemã de futebol, Michael Ballack,
está em boas condições físicas para jogar contra a Polônia, quarta-feira, pela segunda rodada do Grupo A da
Copa do Mundo, informou o técnico alemão Jürgen
Klinsmann. Ballack não entrou em campo na estréia da
Alemanha no Mundial, sexta-feira, na goleada de 4 a 2
sobre a Costa Rica, por causa de um problema na panturrilha direita, mas nesse domingo voltou a treinar e garantiu a escalação.
“Os outros jogadores tiveram um dia livre, mas Michael Ballack
fez um treino leve e a comissão médica informou que está bem”, declarou Klinsmann em uma entrevista coletiva. “Esperamos que volte
a treinar na segunda-feira e que enfrente a Polônia”, acrescentou. O
treinador também desmentiu qualquer discussão com o jogador do
Chelsea sobre as condições físicas de Ballack para enfrentar a Costa Rica. O meia, que se transferiu do Bayern para o Chelsea, chegou
a declarar que poderia enfrentar o país da América Central, mas
Klinsmann considerou que ele não estava com 100% de condições.
“Não houve nenhum mal-entendido com Michael. Ele disse que
queria jogar, mas os médicos afirmaram que era um risco escalá-lo
por causa da lesão”, afirmou. “Tivemos uma conversa sobre o tema
com ele, eu e meu assistente Joachim Low. Nós decidimos que era
um risco muito grande. O técnico tem o direito de decidir quem joga
ou não”, comentou o técnico alemão.
O goleiro Jens Lehmann, que era dúvida por causa de uma lesão
no tornozelo, também está em perfeitas condições para enfrentar a
Polônia, segundo Klinsmann. Para os poloneses, derrotados pelo
Equador na estréia, uma nova derrota pode significar a eliminação.
Experiência argentina foi fundamental
Saviola comemora com Riquelme (10) o seu gol
A experiência e o talento fizeram a diferença
para a Argentina na sua estréia na Copa. Diante
de um adversário de muita vontade e força física,
a Costa do Marfim, os sul-americanos espantaram o “Elefante” e conquistaram uma importante
vitória por 2 a 1 na abertura do Grupo C, considerado o mais forte da Copa. Os atacantes Crespo e Saviola marcaram para a Argentina.
A Costa do Marfim tentou não se colocar como
coadjuvante no jogo e partiu para cima dos argentinos desde os minutos iniciais. Impondo sua
força física, os marfinenses concentraram o volume de jogo no sistema ofensivo, pressionando os
adversários. A Argentina, por sua vez, usou a experiência em Copas para suprimir a euforia dos
estreantes em Mundiais. Sem descuidar da defesa, a seleção de José Pekerman fugiu do contato
físico e aproveitou a técnica dos meio-campistas
para tocar a bola na frente.
Não demorou para a Argentina abrir o placar.
Aos 24 do primeiro tempo, Riquelme levantou bo-
la na área, Heinze disputou com os zagueiros e a
bola sobrou nos pés de Crespo, que, em sua primeira aparição na partida, estufou as redes.
Em seguida, a zaga marfinense vacilou. Riquelme lançou o rápido Saviola, que, também livre, ampliou a vantagem para 2 a 0. Na segunda
etapa, o incansável Drogba aparou cruzamento
de Dindane e chutou forte para as redes, aos 36.
A seleção da África tentou impor pressão, mas levou um susto em seguida, quando a Argentina
teve um gol anulado por impedimento.
Argentina: Abbondanzieri; Burdisso, Ayala,
Heinze e Sorín; Cambiasso, Mascherano, Riquelme (Aimar) e Maxi Rodriguez; Crespo (Palacio) e
Saviola (Lucho Gonzalez). Téc.: Jose Pekerman.
Costa do Marfim: Tizie; Eboué, Meite, Kolo
Toure e Boka; Yaya Touré, Kalou (Dindane), Zokora e Akale (Baraky Kone); Keita (Arouna Kone)
e Drogba. Técnico: Henri Michel.
Árbitro: Frank de Bleeckere (Bélgica). Local:
Aol Arena, em Hamburgo.
Hernán Crespo está marcando o primeiro gol dos argentinos
Italianos jogam à tarde com Simon no apito
A Itália estréia hoje contra Gana em uma partida especial
também para os gaúchos, já que a arbitragem ficará por conta de Carlos Simon. O trio será completado pelos auxiliares
brasileiros Ednílson Corona e Aristeu Tavares. Do Grupo D,
sai o adversário do Brasil nas oitavas-de-final.
Os italianos receberam boas e
más notícias
às vésperas
da estréia.
Recuperado,
o meia Totti,
considerado
a grande estrela da seleção,
está
confirmado
para a partida. Por outro
lado, o volante Gattuso,
lesionado, é
desfalque. O
jogador é tido
como o marTotti é a principal esperança da Itália no Mundial cador mais
efetivos da equipe no mei-decampo.
Do outro lado, Gana credencia-se como uma das possíveis
surpresas do Mundial. O técnico
sérvio Radomir Dujkovic assegura que o time tem potencial para
vencer a Itália. “Não temos medo
de ninguém, somos bastante fortes para passar pela primeira fase, e se passarmos podemos
chegar até as semifinais”, diz.
O jogo marca a terceira vez
em que Simon comanda uma
partida da Itália. A primeira foi
nos Jogos Olímpicos de Sydney,
em 2000, contra a Espanha, e a
segunda na Copa de 2002, contra o México. Em nenhuma, os
Simon faz seu primeiro jogo hoje
italianos venceram.
Itália: Buffon; Zaccardo, Nesta, Cannavaro e Grosso; Camoranesi,
Pirlo, de Rossi e Totti; Toni e Gilardino. Técnico: Marcello Lippi.
Gana: Kingston; Mensah, Kuffour, Pappoe e Quaye; Gyan, Essien e Appiah, Muntari; Pimpong e Amoah. Técnico: Ratomir Dujkovic.
Arbitragem: Carlos Simon, auxiliado por Ednílson Corona e Aristeu
Tavares (trio brasileiro). Local: Fifa World Cup Stadium, em Hannover.
Início: 16h (horário de Brasília).
EUA pega os tchecos na estréia
Duas das cinco melhores seleções do
Na Copa da Itália (1990), a seleção
mundo, segundo o ranking da Fifa, Esta- tchecoslovaca, liderada pelo atacante Todos Unidos e República Tcheca, se en- mas Skuravy, autor de cinco gols no torfrentam hoje, inaugurando o grupo E da neio, chegou às quartas-de-final, mas foi
Copa do Mundo. Ambos os times buscam eliminado pela Alemanha. Na primeira
os três pontos para avançar rumo à se- rodada, porém, goleou os norte-americagunda fase. O jogo será disputado no es- nos por 5 a 1. Hoje, a República Tcheca
tádio AufSchalke Arena, em Gelsenkir- deve voltar a usar o esquema 4-5-1, com
chen, a partir das 13h (de Brasília).
Koller como único atacante da equipe.
“Vamos enfrentar uma das melhores
EUA: Keller; Cherundolo, Pope, Onyeseleções do munwu, Lewis; Reyna,
do, que não por
Mastroeni, DaMaracaso está no secus, Donovan, Congundo lugar do
vey, McBride. Técniranking”, disse o
co: Bruce Arena.
técnico Bruce AreRepública Tchena. O treinador,
ca: Cech; Grygera,
que garantiu que
Rozehnal, Ujfalusi,
não revelará o time
Jankulovski; Galaaté o dia do jogo,
sek, Polak; Nedved,
antecipou que
Rosicky, Poborsky adiantará o volanKoller. Técnico: Kate Landon Donorel Bruckner.
van para acompaArbitro: Carlos
nhar Brian McBriAmarilla (PAR). Lode no ataque e recal: AufSchalke
Meia Donavam é esperança de gols Arena. Início: 13h.
forçar o meio.
TABELA DA COPA
GRUPO A
PG J
1º Alemanha 3 1
2º Equador
3 1
3º Costa Rica 0 1
4º Polônia
0 1
V
1
1
0
0
E D GP GC SG
0 0 4 2 2
0 0 2 0 2
0 1 2 4 -2
0 1 0 2 -2
GRUPO B
PG J
V E
D GP GC SG
1º Inglaterra
3 1 1
0 0 1 0 1
2º Suécia
1 1 0
1 0 0 0 0
3º T. Tobago
1 1 0
1 0 0 0 0
4º Paraguai
0 1 0
0 1 0 1 -1
GRUPO C
1º Argentina
2º Holanda
3º C. Marfim
4º Sérvia e M.
PG
3
3
0
0
J
1
1
1
1
V E
1 0
1 0
0 0
0 0
D
0
0
1
1
GP
2
1
1
0
GC
1
0
2
1
SG
1
1
-1
-1
GRUPO D
1º México
2º Portugal
3º Angola
4º Irã
PG
3
3
0
0
J
1
1
1
1
V E
D
1
0 0
1
0 0
0
0 1
0
0 1
GP
3
1
0
1
GC
1
0
1
3
SG
2
1
-1
-2
Primeira fase: Os dois primeiros se classificam às oitavas. Em caso de empate em
número de pontos, os critérios para desempate são: 1) confronto direto; 2) Saldo de
gols no confronto direto; 3) Gols marcados no confronto direto; 4) Saldo de gols; 5)
Gols marcados; 6) Sorteio.
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